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Ônibus da Zona Sul do Rio circulam com 50% da capacidade em horário de rush, mostra estudo

quinta-feira, 23 de outubro de 2014

Enquanto em outras áreas da cidade os ônibus se arrastam pelas ruas apinhados de gente, na Zona Sul o problema é o oposto: eles andam vazios demais, mesmo na hora do rush. Longe de ser um problema menor, o excesso de ônibus em circulação ajuda a aumentar os congestionamentos e a poluir mais a atmosfera. Uma pesquisa da PUC- Rio sobre planejamento do transporte coletivo, divulgada em agosto, mostra que 80 linhas municipais que circulam hoje entre Zona Sul e Centro costumam rodar com apenas 15% de sua capacidade fora dos horários de pico; e com aproximadamente 50% da capacidade em horas de rush. Isso se dá, principalmente, por causa da sobreposição de muitas dessas linhas, que fazem quase os mesmos trajetos, com uma ou outra ramificação.

A pesquisa indica ainda que, dentro do horário de pico, quando os ônibus chegam ao Centro, atingem sua lotação máxima e passam a ser insuficientes para a demanda. Isto é, são subutilizados na Zona Sul, mas faltam nas áreas centrais da cidade.

O estudo foi feito entre os meses de março e julho pela estudante de Engenharia de Produção Marina Waetge, agora na Alemanha pelo programa Ciências Sem Fronteiras, sob orientação do professor Hugo Repolho. Apresentado na Semana de Iniciação Científica da PUC- Rio, há dois meses, o trabalho foi concluído com a análise exclusivamente das linhas da Zona Sul, uma a uma, a partir do site "Vá de Ônibus”, mantido pela Federação das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado do Rio de Janeiro ( Fetranspor). O método foi o único encontrado pelos pesquisadores, que não obtiveram da Prefeitura um mapa da malha rodoviária da cidade.

— Quando pedimos acesso ao mapa, a prefeitura disse, para minha surpresa, que não tem um. Como é possível controlar a quantidade de linhas e de veículos, se não há um mapa dessa malha? — questiona Hugo Repolho.

O espanto do professor começou muito antes, no início de 2013, quando se mudou de Portugal, sua terra natal, para o Brasil. Em solo português, era hábito diário conferir a tabela com os horários de cada ônibus antes de sair de casa. Mesmo se o coletivo não passasse na hora exata, a margem de erro corriqueira era de cinco minutos, no máximo. Hoje, ele já aprendeu como funciona por aqui: "na hora que passar, passou, não é assim?”, brinca o professor.

— Para quem vem de fora é mais fácil ver que o sistema funciona muito aquém do ideal. A atual estruturação da frota traz dois principais problemas para o usuário: a falta de horários dos ônibus e a falta de legibilidade de cada linha, porque nem pelo número nem pela aparência do veículo é possível saber a que linha ele pertence — reclama o engenheiro.

Para tornar o sistema de transportes mais eficiente, a pesquisa propõe transformar as 80 linhas pesquisadas em cinco grandes linhas, que, interligadas, passariam por terminais na Gávea, em Botafogo e na Central do Brasil. Uma delas seguiria via Jardim Botânico; a segunda iria pelo Túnel Rebouças; a terceira, pelo Túnel Santa Bárbara; a quarta, pelo Aterro do Flamengo; e a última, por Ipanema, cobrindo toda a orla. Ônibus menores poderiam alimentar essas cinco linhas, fazendo rotas não compreendidas por elas. A proposta também prevê zonas, ao longo desses trajetos, em que os usuários possam facilmente fazer integração com o metrô ou pegar bicicletas públicas.

O objetivo é disponibilizar mais ônibus onde eles realmente são necessários, e nos horários em que a demanda é maior. — Hoje, seja em horários de pico ou em outros períodos do dia, a quantidade de ônibus circulando é basicamente a mesma. Não há um redimensionamento de acordo com a demanda. São colocados na rua quantos ônibus a frota tiver, não importa o horário. Isso faz com que vários da mesma linha passem juntos, vazios. Existem cerca de 600 veículos em toda a frota da Zona Sul. Com certeza, dá para atender a população com bem menos — analisa o professor.

Moradora do Jardim Botânico, a estudante que estruturou a pesquisa é habituée do ônibus da linha 410, que a transportava todos os dias para a PUC-Rio. Fora do país por ainda alguns meses, Marina mantém vivo na memória o cenário que encontrava tanto no ponto de ônibus à espera do 410, quanto em seus trabalhos de campo, quando saía para observar o número de passageiros em cada veículo.

— Eu via constantemente pessoas confusas, sem saber qual é a rota dos ônibus e sem ter um mapa das linhas para consultar. Eu mesma, ainda que estivesse acostumada a andar pela cidade de ônibus, muitas vezes precisava pedir informações na rua para descobrir como chegar a algum lugar — contou Marina, por e- mail. — O que mais me motivou no projeto foi a perspectiva de melhorar esse sistema para que a população possa ter vontade de usar ônibus e deixar os carros em casa, podendo assim diminuir o trânsito na cidade.

O tema preocupa muitos pesquisadores, até mesmo de fora da Zona Sul. Alexandre Rojas, doutor em Engenharia de Transportes e professor da Uerj, por exemplo, fez, no início do ano, uma pesquisa de campo na Rua Visconde de Pirajá, em Ipanema. Lá, ele ficou por algumas horas observando quantos coletivos passavam e com que lotação. O resultado do trabalho faz coro com os principais pontos levantados por Marina e Hugo.

— Quando o BRS ( Bus Rapid System, o corredor exclusivo para ônibus) foi criado, em 2011, a Prefeitura informou que tinha remanejado e até reduzido algumas linhas de ônibus. No entanto, constatei nesse trabalho que ainda existem inúmeras linhas em excesso, com veículos vazios em quase todos os horários. Há uma grande discrepância entre a quantidade de coletivos que atende a Zona Sul e a Zona Norte. Esta última é claramente menos favorecida — afirma Rojas.

Segundo a engenheira de tráfego da Escola Politécnica da UFRJ Eva Vider, há mais de uma solução possível para melhorar a disposição da malha urbana. Ela afirma que, entre o final de 2012 e o início de 2013, um dos estudos que acompanhou chegou a propostas semelhantes às da pesquisa da PUC-Rio. Na ocasião, no entanto, a proposta era criar linhas de ônibus circulares, que se conectavam às linhas alimentadoras. De lá para cá, outra pesquisa, também orientada por Eva, sugeria apenas um corredor de ônibus do Leblon ao Centro, passando pela orla. A ele, seriam ligados coletivos que trariam passageiros de outros bairros da Zona Sul.

— Há várias maneiras de melhorar o sistema, mas o que costuma unir todas elas é a ideia de formar linhas principais, com ônibus compridos e articulados sendo alimentados por coletivos pequenos que circulam por onde não existe tanta demanda — acredita Eva, que é especializada em mobilidade urbana.

Ela ressalta que a maior produtividade do serviço impacta diretamente no preço das passagens, porque diminui o gasto com combustível e manutenção dos veículos.

— Quando não há ônibus ociosos, que transportam pouquíssimos passageiros e servem apenas para congestionar o trânsito, a eficiência do serviço sobe. Há mais produção com menos custo — sintetiza a pesquisadora.

Informações: O Globo e ANTP

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BRT tem demanda mediana no Brasil

domingo, 26 de maio de 2019

Apontado como alternativa de transporte em relação aos sistemas sobre trilhos, o BRT (Bus Rapid Transit) não tem um caso comprovado capaz de atender a uma grande demanda no Brasil. O site compilou informações dos principais operadores dos corredores de ônibus brasileiros e também na página BRT Brasil.org, mantida pela NTU, entidade que representa as empresas de transporte coletivo no país. As informações, embora em alguns casos um tanto desatualizadas ou incompletas, conseguem fornecer um panorama geral do funcionamento do modal nas principais cidades do Brasil.
Principais corredores de ônibus de grande capacidade no país estão longe do movimento visto no Transmilenio, o celebrado BRT de Bogotá, na Colômbia

O corredor que tem o número mais vistoso é o Move, de Belo Horizonte, mas no BRT de pouco mais de 23 km também circulam ônibus de bairros que utilizam as vias em trechos menores ao mesmo tempo que os veículos de maior capacidade. Os dados sobre o movimento diário de passageiros variam dependendo da fonte. No site BRT Brasil fala-se numa capacidade de 750 mil passageiros enquanto a BH Trans, a empresa responsável pela operação, diz que o número transportado seria de 450 mil passageiros por dia.

Se esse último dado for real, o BRT de Belo Horizonte transportaria quase 20 mil passageiros por km, mas é pouco provável que esse número seja exclusivo do corredor já que parte disso pode incluir usuários que circulam por bairros – distância não incluída no cálculo.

Corrobora essa hipótese o fato de os dois corredores de ônibus seguintes no ranking terem metade desse movimento. As linhas Norte e Sul da RIT, a Rede Integrada de Transporte Coletivo de Curitiba, pioneira nesse modal, transportavam diariamente 10 mil e 11,1 mil passageiros por km de vias, baseado nos dados disponíveis no BRT Brasil.

Nem mesmo os badalados BRTs cariocas chegam perto de terem uma demanda elevada diante da sua extensão. O mais movimentado dele, o Transcarioca, transporta 234 mil passageiros pelo seus 39 km, média de 6 mil pessoas por km.

Para efeito de comparação, a Linha 15-Prata, longe ainda de ter um intervalo baixo e da velocidade média prevista, consegue transportar 8,2 mil passageiros por km atualmente. Se a estimativa do governo se concretizar, essa média  subirá para quase 27 mil passageiros por km quando o trecho até São Mateus estiver em operação plena. Ou seja, bem superior ao melhor cenário do BRT.

Boxeador meio-pesado em luta de pesados

Não é apenas na comparação da quantidade de passageiros transportados por km que o BRT não comprova sua suposta capacidade equivalente a de um sistema sob trilhos. Mesmo quando analisada a capacidade de transporte por hora os corredores de ônibus se revelam uma solução no limite para dar conta de uma demanda superior. É como um boxeador meio-pesado que faz um trabalho para ganhar massa muscular e subir de categoria. Ele até pode chegar perto mas a um custo muito alto.

De acordo com um documento produzido pelo governo Lula em 2008 chamado “Manual de BRT” e que foi publicado na época em que diversas linhas estavam prestes a serem implantadas no Brasil nos anos seguintes, “um sistema BRT padrão, sem faixas de ultrapassagens para serviços expressos, proverá um máximo de, aproximadamente, 13.000 passageiros por hora por sentido“. Em outras palavras, um BRT que tomaria o lugar da Linha 18-Bronze no ABC Paulista teria de possuir vários trechos de ultrapassagens para elevar essa capacidade em 67%. O mesmo artigo afirma que para ter faixas de ultrapassagens nas estações, um sistema “exige pelo menos 20 metros de largura de rua só para uso do BRT“.

Vale dizer que a região por onde passará grande parte da Linha 18 margeia o Córrego dos Meninos, trecho onde existem avenidas com cerca de 30 metros de largura, bem menos da realidade dos BRT do Rio e Curitiba, por exemplo. Em outras palavras, a implantação de um corredor dependeria de algumas opções de intervenção: eliminar faixas de rolagem de veículos, desapropriar parte dos imóveis para alargar a via ou construir o corredor sobre o córrego, por exemplo.

Com capacidade por hora estimada em 21.640 passageiros por sentido, o monotrilho ocupa um espaço bem menor na superfície, de no máximo 1,4 metro, segundo o Relatório de Impacto Ambiental produzido pelo Metrô. Mesmo na altura das vias, a largura é de apenas 4,55 metros, segundo o mesmo documento.

Por falar em documento, o estudo do governo petista cita, como fazem muitos defensores do BRT, o Transmilenio, sistema existente em Bogotá, capital da Colômbia, como exemplo prático da capacidade do modal. De acordo com ele, o BRT colombiano chega a transportar 42 mil passageiros por hora, quase o mesmo que o estimado pelo Metrô para o monotrilho da Linha 15-Prata (48 mil passageiros/hora).

No entanto, basta uma rápida observação das vias da capital colombiana para constatar que o Transmilenio foi construído em meio à vias extremamente largas, de cerca de 90 metros de largura, o que permitiu que fossem implantadas faixas duplas em ambos os sentidos. Não é a realidade do ABC Paulista e suas malha viária congestionada.

De quebra, o sistema de Bogotá, após quase 20 anos, já demonstra sinais de saturação, elevados índices de poluição e rejeição da população de avenidas por onde existem estudos de expansão. Justamente o efeito contrário de uma linha de metrô, capaz de valorizar e promover o desenvolvimento do entorno por onde passa.

Em busca de um novo caminho

A necessidade de transporte coletivo na região do ABC é a de criar novos e mais velozes caminhos e eles só são possíveis por vias elevadas ou subterrâneas. Além de degradar o entorno, um sistema implantado na superfície reduz a eficiência do sistema, como já revelava o estudo ambiental do Metrô em 2012. Num quadro comparando alternativas de modais entre monotrilho e VLT, a hipótese de vias na superfície é de longe a pior.

Para manter a capacidade de 340 mil passageiros por dia, um VLT com quatro carros teria um intervalo de 109 segundos contra 138 do monotrilho, mas uma velocidade média de 22,9 km/h contra 35,9 km/h do segundo. E a frota teria de ser 56% maior para dar conta da demanda. Esse cenário, levado para o BRT, cujo ônibus articulado mais utilizado pode levar 170 passageiros contra 665 do VLT e até 840 do monotrilho, se mostraria ainda mais degradado.

Em declaração à imprensa nesta terça-feira (21), o governador João Doria afirmou que a decisão sobre o modal será tomada até o final de junho enquanto o vice-governador Rodrigo Garcia revelou que o estudo que baseará a escolha será finalizado no dia 30 de maio.

Doria disse ainda que fará “o que for mais adequado, independentemente de pressões, desejos, ambições, será solução técnica” e que vai optar projeto “mais adequado para a população“. Se assim for então o BRT deveria ser descartado o quanto antes afinal não se trata apenas de decidir sobre uma questão de capacidade e demanda e sim de levar à frente uma solução de mobilidade que tem potencial de requalificar seu entorno, melhorar a produtividade, reduzir a poluição e satisfazer o desejo dos habitantes que há muito tempo esperam pelo metrô.

Informações: Metrô CPTM

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Transporte coletivo noturno no Brasil ainda é timido

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

As leis que punem motoristas alcoolizados vêm ano a ano se tornando cada vez mais pesadas. Nada contra! Quem vai querer criticar algo que na verdade é super bem vindo. A maioria dos países europeus tem leis extremamente severas para lidar com o problema do álcool ao volante e isso ajudou a baixar consideravelmente o número de acidentes ou mortes em consequencia desse perigoso casamento do álcool com a direção.
Foto: Vinícius Rebello
A única diferença entre o Brasil e esses países, é que por lá, os governos oferecem sistema de transporte coletivo noturno para que as pessoas tenham a possibilidade de sair para a sua balada sem colocar em risco as demais pessoas. Praticamente, todas as principais linhas de cada cidade funcionam 24 horas, passando de hora em hora nas regiões centrais, ou a cada 80 minutos nos bairros mais afastados. Algumas cidades como Berlim, até o metrô funciona 24 horas, pelo menos nos finais de semana. São poucos trens mas já ajuda porque você tem a opção de voltar para casa às 2h da manhã e também às 3h30, e não se sentir preso na balada, tendo que escolher entre ir embora à meia-noite ou somente às 5h da manhã.

Nossos governantes costumam se mostrar avessos à implantação de um sistema similar no Brasil por alegarem não poder garantir a segurança em nossas perigosas cidades, pois pelos coletivos circularia muito dinheiro. Mas se olharmos mais uma vez para o sistema europeu, notaremos que lá não existe cobrador de ônibus, a não ser nos quiosques montados nos terminais.

A maioria dos cobradores que deixaram de trabalhar nos ônibus e que não encontraram vagas nesses quiosques, atualmente trabalha no setor de fiscalização. Como as passagens são vendidas em quiosques das empresas, nas farmacias, livrarias e outros tipos de estabelecimento cadastrados para vender passagens, os fiscais (ex-cobradores em sua maioria) passaram a entrar nos coletivos para averiguar se a passagem dos usuários ainda não teve sua validade expirada.

E o que é melhor, ao comprar uma passagem e passar na catraca, aquele carimbo feito na passagem te dá direito de usar o sistema até aquele mesmo horario no dia seguinte, completando 24 horas de transporte garantido com o pagamento da mesma passagem. Bem diferente do que é feito no nosso país, onde passagens subiram absurdamente como na Europa em outros tempos, mas onde o prazo para usar a mesma passagem é de míseros 45 minutos ou em alguns casos de apenas 2 horas.

Como vivemos num país onde todos os governantes se dizem defensores de um sistema que privilegie o social, causa estranheza que nosso sistema de transporte seja exatamente o oposto disso. Na verdade, é um sistema altamente elitista, ainda mais se analisarmos o periodo noturno, que obriga o cidadão a pagar tarifas altissimas dos taxis que circulam pelas cidades.

E depois, vamos combinar que te obrigar a frequentar a mesma balada onde vai teu vizinho, só porque ele é o único que pode dividir uma bandeirada de taxi com você, é uma tremenda de uma chateação, principalmente se vocês não gostarem do mesmo estilo de música. Está na hora de dar um basta na hipocrisia e no terrorismo que politicos e a mídia fazem dos acidentes causados por motoristas embriagados, e passar a oferecer um sistema de transporte que ajude a diminuir o número de mortes devido ao álcool e a direção. É por todas essas razões, que de agora em diante eu decidi que vou reclamar até nossos governantes implementarem um transporte coletivo noturno de qualidade à população.

Resumo: 
Ônibus madrugada p/ hora região central e 80 mins bairros + afastados, s/cobrador, só fiscais vendo validade 24h passagens. 2 opções metrô madrugada (2h e 3h30) como Berlim.

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Como transformar a bicicleta em transporte público

domingo, 4 de julho de 2010

Exemplo da Cidade de Barcelona
Acho linda a ideia de substituir um pedaço da poluição e caos causado pelos carros nas grandes cidades por bicicletas. Faz bem pro meio ambiente, pra saúde das pessoas e pode até fazer você chegar ao destino mais rápido e gastando menos. Mas pra fazer as pessoas abraçarem a ideia é necessário muito mais que bicicletadas, dias sem carro e campanhas ambientalistas. É preciso encarar a bicicleta como parte do sistema de transporte público, um vagão do metrô fora do trilho. Testei o razoavelmente recente sistema Bicing, de Barcelona, considerado o mais bem sucedido do mundo, e agora quero andar de bibicleta na minha cidade, sem precisar comprar uma ou me preocupar em ela ser roubada. Como um negócio assim funciona? Elegi cinco razões e uma adicional para que isso dê certo no Brasil.

A bicicleta é bastante usada em vários lugares do mundo, seja na China, em cidades do interior do Brasil ou em grandes cidades do norte europeu como Amsterdã ou Copenhague, onde quase 40% das pessoas usa a bicicleta para ir ao trabalho. O que torna o Bicing tão interessante é que ele é recente (2007), foi criado em uma cidade onde a bicicleta não era tão pop e trata a magrela como transporte público, uma tendência de outros projetos igualmente recentes, caso do Velib', de Paris.
Esses sistemas vêm sendo criados não porque (apenas) é uma solução ecologicamente correta e porque andar de bicicleta é legal e feliz. Mas porque as bicicletas ajudam a solucionar problemas do trânsito, que pode ser terrível nas grandes cidades européias. Nos cartões postais tudo parece calmo, mas passei por momentos bastante paulistanos em termos de engarragamentos em Barcelona.
Aí minha irmã, que mora na capital catalã há 7 anos, me emprestou o cartão do Bicing dela. Como usar? Bastava encostar o negócio em tótem de uma das centenas de estações da cidade, que aparecia na telinha qual bicicleta eu deveria pegar - ela seria "destrancada" da parte de descanso, onde cabem umas 30. Depois de pedalar, bastava devolver em uma estação semelhante, em um espaço livre, e pronto. Achei genial. E, é claro, comecei a me perguntar: por que um lance tão simples dá certo e não é pensado no Brasil? O que precisa para isso funcionar?

Há exatamente três anos, quando o Bicing começou, foram compradas 1.500 bicicletas, disponibilizadas em 100 estações: um número até bem razoável para uma cidade de 1,5 milhão de habitantes. No fim do ano passado, já eram 401 estações e 6.000 bicicletas, e 15% da população adulta utilizando frequentemente.
Cada estação consiste de uma barra de metal com furos (onde se encaixa a bicicleta, que fica bastante segura), com espaço para umas 20-40 bicicletas, e um tótem com uma interface eletrônica e um mapa das estações próximas. Basta aproximar o seu cartão ali que aparecerá na tela qual bicicleta você deve retirar - ela então ficará destravada por alguns segundos.
A idéia de tantas estações, tão próximas, é que você não apenas possa alugar uma bicicleta em basicamente qualquer lugar, mas principalmente devolvê-la em vários pontos diferentes. Isso porque no Bicing, como no Vélib, tenta-se deixar as estações a não mais que 300 ou 400 metros de outra. Se não há espaço no estacionamento, ele te dá mais 10 minutos de prazo e indica onde você precisa devolver - devolver, no caso, é engatar a bike em uma estação com vaga.
A bicicleta então é um sistema complementar: se você mora longe ou numa região mais montanhosa, pega um metrô ou ônibus, e na saída da estação, encontrará bicicletas. Você faz o quilômetro que faltaria até o destino pedalando - portanto nem fica suado com o exercício. Não vale muito a pena fazer longos trajetos, a não ser que você vá trocando de bicicletas no caminho, por causa de uma regra de ouro:

Você precisa devolver a bicicleta em meia hora
E isso é uma vantagem. No Bicing, como em outros sistemas, você só pode ficar com a bicicleta por 30 minutos. Se não você pagará multa (50 centavos de Euro). Se ficar mais de duas horas com a bike, a multa é mais pesada (4 Euros) e você ganha uma advertência, tudo descontado já no cartão de crédito cadastrado. Três delas e o seu cartão da Bicing é bloqueado, precisando fazer um novo cadastro (e pagar a anuidade) para recuperar o direito. Se você demorar mais de um dia para devolver a bicicleta, a multa já é de 150 Euros (R$ 364).
A ideia é que você não use a bicicleta para turismo ou uma trilha. Na parte central há uma concentração maior delas, próximas as estações de metrô ou paradas de ônibus especialmente. Na prática, é incentivado o uso da magrela para viagens curtas. E isso faz com que não sejam necessárias tantas bicicletas para atender todo mundo: estima-se que cada uma seja usada por até 10 pessoas diferentes no dia, rodando 25 km em diferentes mãos.

Não é em toda cidade que é possível instalar quilômetros de ciclovias. Barcelona era um desses casos: uma cidade que tinha calçadas e pistas. E, a bem da verdade, não foram instaladas ciclovias de fato. Na maior parte da cidade, a ciclovia é na verdade um pedaço da calçada pintado com uma faixa. E só. Por lá não há nada dessa obrigação praticamente impossível de se concretizar do Brasil, onde a bicicleta tem de andar na pista com os carros em alta velocidade.
A bem da verdade, imaginava-se que a convivência entre ciclistas e carros seria tranquila nas ruas de Barcelona quando o Bicing foi lançado. Mas, pelo relato das pessoas com quem conversei lá, o início do projeto foi marcado por muitos acidentes e discussões entre ciclistas e motoristas, especialmente porque Barcelona não tinha muito a cultura de bicicletas e muita gente que nunca havia arriscado pedaladas passou a andar pelas ruas. Rapidamente, a prefeitura se mobilizou: a lei foi modificada também para proteger o ciclista dos carros em caso de acidentes (eles têm preferência), assim como os pedestres dos ciclistas.


Simultaneamente, a cidade foi adaptada, pegando um pedaço da calçada e deixando faixas de travessia mais nítidas. Os estacionamentos das bicicletas que foram instalados não ocupam tanto espaço, e podem ser instalados em qualquer lugar. Onde não há calçada para o Bicing, pega-se um pedaço do estacionamento da rua, como nessa foto:

Tem de ser barato - para o governo e o cidadão
O Bicing, ao contrário dos sistemas franceses, só funciona para moradores de Barcelona. Você compra um cartão (magnético, com RFID), paga uma anuidade de 30 Euros (R$ 72), associa a conta a um cartão de crédito e tem o direito a pegar quantas bicicletas quiser, desde que devolva no tempo certo. No início, para popularizar o sistema, a assinatura anual custava módicos 6 Euros.
É claro que, pelo custo de funcionamento, vê-se que o sistema não foi feito para dar lucro. Quem administra o sistema é uma gigante da publicidade outdoor na Europa, a ClearChannel, que criou o primeiro dos sistemas de aluguel de bicicleta em Rennes, na França, em 2001. O governo paga 2,13 milhões de Euros (R$ 5,14 milhões) por ano ao Clear Channel, e o dinheiro vem todo do Detran/CET local: os carros pagam multas por estacionar em lugar proibido, a grana vai para bicicletas.E R$ 5,14 milhões é pouco mais de 1% do que a CET arrecada em multas na cidade de São Paulo.
Há uma opção ainda de não pagar coisa alguma à empresa que administra o sistema das bicicletas: atualmente Barcelona considera liberar as estações e bicicletas para publicidade, podendo, ao invés de gastar dinheiro, ganhar com as bicicletas ao custo de alguma poluição visual.

Fonte: Gizmodo Brasil
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Brasileiro sofre com a falta de transporte coletivo de madrugada

quinta-feira, 13 de agosto de 2009


São Paulo
No histórico coração da cidade, o relógio recomenda pressa, rumo ao Metrô. À 1h, já é tarde demais. A partir de agora não tem choro nem vela. As estações dos outros trens urbanos também estarão fechadas. A partir de agora, a correria é atrás de ônibus. Nas primeiras horas da manhã, São Paulo chega a ter quase 14 mil ônibus em circulação. No fim da noite, entre 22h e 1h, eles ainda são quase cinco mil. Mas a partir daí, o número cai drasticamente: só 300 continuam circulando. Quem precisa deles, acha pouco. Isabel trabalha como copeira, em festas. “Não tenho horário certo. Se passou do horário é de uma em uma hora. Às vezes não passa, já aconteceu comigo. Para passar o tempo eu fico aqui pensando no horário”, conta. Existem 66 linhas que não param durante a noite. Mas além dos intervalos longos, os destinos são limitados, deixando muita gente no meio do caminho. Quem desembarca em um terminal, já na periferia da cidade, depois de certa hora... “Tinha uma lotação aqui, eu ainda corri, mas não consegui pegar”, afirma o encarregado de produção Evaldo de Souza. Uma avenida corta a região do Morumbi. Nenhum ônibus ou van vai passar nas próximas horas. Para quem não pode pagar táxi, o único jeito de chegar a uma das maiores favelas da cidade é uma longa caminhada. “Só vou voltar umas 4h30, 5h. Dancei”, diz o lavador de carros Hamilton da Silva.


Rio de Janeiro
De madrugada no Rio de Janeiro circulam 21% das linhas de ônibus que existem na cidade. Segundo uma resolução da Secretaria Municipal de Transportes, o intervalo entre os ônibus nos pontos pode ser até de uma hora. Filas enormes, disputa pelos ônibus. Tudo isso à 1h, horário do rush para quem busca a última chance. “Fazer o que? Eu não posso ir a pé. É bem longe”. “Não é qualquer dia que a gente tem R$ 4,00 para pegar uma van”. O horário da correria na Central do Brasil é um pouco mais cedo. Os últimos trens partem pouco antes das 23h. “Se eu perder esse trem, só amanhã”. O trem sai e para. Os atrasados ficam na expectativa, mas as portas não abrem de novo. “Corri muito, mas não deu tempo”. As portas da estação fecham a meia-noite em ponto. A justificativa é a necessidade da parada para a manutenção. Mas na opinião do especialista em transportes Fernando Mac Dowell seria possível prolongar o metrô até às 2h. “É uma questão meramente de planejamento, e ter gente competente para fazer esse tipo de trabalho”, afirma.


Salvador
Na maior estação de ônibus urbanos de Salvador, no Centro, passam mais de 400 mil pessoas durante o dia. Já na madrugada o terminal é um retrato do transporte coletivo na capital baiana entre 0h e 4h: praticamente não existe. São apenas 13 ônibus fazendo o chamado “pernoitão”. Quase nada para uma cidade de três milhões de habitantes. A população da periferia é a que mais sofre. “Eu saí do trabalho à 0h. Cheguei na estação 1h30, e só vou pegar o outro ônibus 3h30”.


Brasília
Madrugada em Brasília e ainda tem bastante gente no ponto de ônibus. O metrô passa em cima, mas o último trem saiu as 23h30. Dona Romana conhece bem essa história. Ela mora em Ceilândia e trabalha em Brasília. Para chegar ao trabalho poderia pegar duas conduções, mas a conta ficaria muito alta. Pelo menos R$ 10,00 por dia. Para economizar, sai de casa com o céu ainda escuro. Antes das 5h o ponto ainda está vazio. “É perigoso demais. Já fui assaltadas duas vezes”. Em plena Avenida Paulista, a jovem acabou sozinha no ponto de ônibus. Camilla Adami, estudante de nutrição, mora longe, estuda o dia inteiro. À noite, encontrou uns amigos e perdeu a hora. “Acho que tem ônibus até umas 2h”. São 2h15, quase 2h20, não veio ônibus. Camila está desistindo, vai para a avó. “Eu vou dizer que o ônibus não passava, e que tive que desistir, senão ia esperar ônibus só às 6h”. Numa região boêmia da cidade, que com a lei seca recebeu uma linha destinada aos baladeiros, foi aprovada mesmo pelos trabalhadores da noite. “É difícil pegar o pessoal que vem da balada aqui. O pessoal que vem da balada continua andando de carro ou ainda está nos barzinhos bebendo”, afirma o motorista Edson Sparafan.
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Fazer São Paulo andar ainda é desafio eleitoral

terça-feira, 6 de setembro de 2016

Ainda é madrugada quando toca o despertador de Josué Martiniano dos Santos. Às 3 horas, o dia não clareou e o silêncio lembra o encarregado de manutenção de 59 anos que ainda é hora de descansar. Mas para quem precisa enfrentar quatro conduções até o trabalho, em um percurso superior a 40 quilômetros, dormir é luxo. “O primeiro ônibus que pego, às 4 horas, já está lotado. Se resolver ficar mais tempo na cama, não chego na Barra Funda na hora certa”, diz o morador de Parelheiros, no extremo sul.

A região é uma das piores no quesito mobilidade. Faltam opções de linhas de ônibus e de trem para atender os trabalhadores que cruzam a capital no sentido centro. Santos faz uma ginástica diária por 6 horas para chegar ao trabalho e voltar: são dois ônibus e dois trens na ida e o mesmo tormento no retorno. “De tarde é ainda pior. Tem dia que fico de 40 a 50 minutos na fila para conseguir entrar no ônibus no Terminal Grajaú.”

Ampliar a oferta de linhas nos terminais mais procurados e, principalmente, aumentar o número de ônibus é o que mais pedem os usuários. Quem depende do sistema quer, sim, mais corredores e faixas exclusivas, como prometem os candidatos, mas a prioridade é poder embarcar mais rápido e enfrentar a viagem sentado.

Na planilha da Prefeitura, porém, não parece faltar ônibus. Os números oficiais mostram que há 14.736 veículos rodando pela cidade. Juntos, eles realizam uma média diária de 9,8 milhões de viagens. Mas nenhuma linha opera de forma expressa ou semiexpressa, como defende o urbanista e consultor de trânsito Flamínio Fishman.

“A Prefeitura, por meio do Bilhete Único, sabe quais são os deslocamentos mais realizados. Sabe, por exemplo, que muita gente sai da região de Santo Amaro de manhã com destino ao centro. Poderia oferecer uma linha direta para tornar a rota mais ágil. Ou então criar só duas ou três paradas”, diz.

A babá Marcia Souza, de 47 anos, usa o corredor da Avenida Santo Amaro para chegar ao emprego, na Vila Mariana, também na zona sul, e aprova. “A viagem vai bem mais rápida quando tem corredor, o problema é que são poucos.” Hoje são 137,6 quilômetros em corredores à esquerda e outros 513,3 km em faixas exclusivas à direita – São Paulo tem 17 mil km de vias.

Quem anda de carro teve de se acostumar às faixas. A gestão Fernando Haddad (PT) implementou 423,3 km dessas vias. Passada a resistência inicial, a política foi assimilada pela população, o que não ocorreu com a redução das velocidades nas Marginais nem com a ampliação do número de radares. Pesquisa da Rede Nossa São Paulo mostra que 53% dos paulistanos desaprovam a ação.

“Por que só se pode andar a 50 km/h numa via expressa, em pleno sábado ou domingo? Não concordo. Acho que isso atrapalha, não ajuda”, diz a atendente Alessandra Gonçalves, de 29 anos. Segundo a Prefeitura, a redução da velocidade fez cair o número de vítimas no trânsito e os congestionamentos.

Queixa

Para o taxista Paulo Sérgio Bezerra, de 35 anos, o discurso oficial não se sustenta. “O trânsito continua péssimo. Levo mais de uma hora para ir do Limão, na zona norte, para o Alto de Pinheiros, na zona oeste, em horário de pico. Sem trânsito, é um trajeto de 15 minutos”, diz. Bezerra reclama ainda da regulamentação do Über.

Há também quem ainda não entenda o investimento pesado em ciclovias, uma vez que três em cada quatro paulistanos dizem nunca andar de bicicleta. Hoje, a malha cicloviária tem 438,7 km – três vezes mais do que todos os corredores de ônibus juntos. Pesquisas, no entanto, mostram que a política fez dobrar o número de ciclistas na cidade. Hoje, são 261 mil.

Já os pedestres são os menos citados nos horários eleitorais dos candidatos. Para o carteiro Alexandre de Arruda, de 36 anos, essa é uma falha das campanhas. “Só pensam em carro, táxi, ônibus. Um erro, já que pedestres somos todos nós.”

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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Espanha quadruplica trens-bala em três anos e lidera revolução europeia

domingo, 14 de abril de 2024

A Espanha quadruplicou sua oferta de trens de alta velocidade, que viajam a até 310 km/h, nos últimos três anos e tem liderado a Europa nesse ramo de transporte.

Desde 2021, quando a União Europeia aprovou um pacote ferroviário obrigando os países a abrirem seus mercados nacionais à concorrência, três novas empresas de trens-bala se uniram à antiga Renfe AVE (sigla para Alta Velocidade Espanhola).

A concorrência foi intensificada pela entrada da francesa Ouigo e da italiana Iryo e teve um efeito notável na redução dos preços. Um estudo recente da plataforma de venda de passagens Trainline destaca uma queda de preços de 65% desde 2019, com o preço médio atual do bilhete em torno de 35 euros, o que dá 22% a menos do que no ano passado. De 2021 para cá, a queda foi de 48%.

A estatal espanhola Renfe opera sua marca AVE desde 1992, quando iniciou uma linha regional entre Madri e Sevilha. E assim foi por quase três décadas, quando, em 2021, a empresa francesa de trens de baixo custo Ouigo chegou ao país.

A concorrência obrigou a Renfe a lançar no mesmo ano uma segunda marca de baixo custo, a Avlo, cujos trens não têm primeira classe e operam com preços que às vezes não chegam a 10 euros. A Avlo pode ter descontos entre 60% e 90% em relação à AVE numa mesma linha.

No final de 2022, foi a vez da Iryo, uma empresa que tem a estatal italiana Trenitalia em seu DNA. A Iryo, por sua vez, concorre diretamente com a AVE, oferecendo primeira classe, refeições, bebidas e vagões-restaurantes.

"O preço médio dos bilhetes caiu muito e a procura cresceu. A demanda cresceu justamente por causa dos preços mais baixos e melhor serviço, maior concorrência de serviços", afirmou à Folha Antonio García Salas, da associação Corredor Sudoeste Ibérico, que reúne cerca de 40 empresas envolvidas no ramo de transportes na região.

Segundo Salas, há uma quinta empresa de olho no mercado espanhol, a portuguesa B-Rail. "Apesar de Portugal ainda não possuir trem-bala, a B-Rail trabalha atualmente na implantação de uma linha Lisboa-Madri, que terá três horas de duração", diz ele.

Uma pesquisa de passagem Madri-Barcelona na plataforma Trainline para um dia normal -por exemplo, a próxima terça-feira (15)- oferece nada menos que 46 trens diferentes entre 6h15 e 21h10, com durações entre duas horas e meia e três horas e quinze minutos.

Os tíquetes mais baratos partiam de 19 euros (R$ 103), com opções da Avlo, às 10h30 e às 19h30, ou da Ouigo, às 21h. Os preços não são fixos como outrora. Agora, eles seguem o esquema das companhias aéreas, cujos algoritmos aumentam e diminuem os valores de acordo com o dia, horário, disponibilidade etc.

Assim, o primeiro trem da Avlo para esse dia, às 6h15, estava muito mais caro: com apenas seis lugares restantes, custava 55 euros (R$ 299) no momento da pesquisa.

Mas, às 6h40, a mais luxuosa Iryo cobrava a metade do preço da low-cost: 28 euros (R$ 152) ou 38 euros (R$ 207) na primeira classe, com refeição. Vinte minutos depois, às 7h, a AVE estava pedindo 121 euros (R$ 659) por um assento simples, ou 143 euros (R$ 779) para a primeira classe.

Como comparação, a distância entre as duas cidades espanholas (630 km) é maior que a São Paulo-Rio (450 km) ou São Paulo-Belo Horizonte (570 km).

"Diferentes países estão adotando essa lei [de abertura à concorrência] com diferentes níveis de entusiasmo", contou à Folha Mark Smith, expert em ferrovias europeias e mantenedor do site especializado The Man in Seat 61 (www.seat61.com).

"A França foi forçada a aceitar dois trens por dia da espanhola Renfe para Marselha e Lyon. Mas a estatal francesa SNCF (Société Nationale des Chemins de fer Français) é notória por fazer tudo o que pode para dificultar a entrada de outros operadores no país", disse.

A República Tcheca e a Itália, por sua vez, se abriram à concorrência de forma mais transparente, afirma ele. "A antiga Trenitalia e a nova Italo Treno agora competem na rede de alta velocidade entre as principais cidades italianas. A Polônia e a Eslováquia também abriram os mercados, mas não há nada na Suíça, que não pertença à UE, ou na Croácia, por exemplo", afirmou Smith.

O Reino Unido adotou outra política. "Em vez de permitir operadores de acesso aberto a toda a nossa rede ferroviária, privatizamos abrindo licitações para contratos de franquias. Assim, a concorrência acontece na fase em que o governo cede as franquias, e não na fase em que o passageiro compra as passagens", afirmou.

Para Salas, da associação Corredor Sudoeste Ibérico, uma outra grande vantagem da chegada de maior oferta dos trens-bala é que eles são mais modernos e, portanto, menos poluentes que os anteriores.

"No caso do sudoeste ibérico, a produção de eletricidade tem emissões quase nulas de CO2, os gases com efeito de estufa. A Extremadura, que é a região espanhola que fica perto da fronteira com Portugal, tem uma capacidade de produção seis vezes superior ao seu consumo. E tudo praticamente sem emissões de CO2. Os trens de alta velocidade funcionam com essa eletricidade. Entre os outros, alguns são elétricos, mas muitos ainda funcionam com diesel", afirmou Salas.

No mês passado, voltou à baila na Espanha a ideia de se proibir voos para onde há a opção de trens com até duas horas e meia de viagem. O movimento é parte do plano do governo para reduzir as emissões de carbono até 2050.

O PSOE, do primeiro-ministro Pedro Sánchez, e a Sumar, coligação de esquerda que faz parte do governo, chegaram a um acordo no Congresso para reduzir esses voos domésticos, mas a maioria deles esbarra na exceção à regra: desde que não estejam ligadas a aeroportos que façam ligação com rotas internacionais.

Ou seja, os voos Madri-Barcelona, por exemplo, não poderão ser interrompidos porque quem compra uma passagem internacional em Barcelona poderia ter que passar por Madri para seguir viagem. O governo, no entanto, trabalha com a possibilidade de extinção de dez linhas.

"As pessoas costumavam pensar que três horas era o número mágico", explicou Mark Smith. Ele se refere ao fato de que, para o passageiro, uma viagem de trem de três horas equivale em tempo a um voo de uma hora. Pois é preciso contar meia hora indo ao aeroporto, uma hora para fazer check-in, uma hora para voar e mais meia hora do aeroporto de destino ao centro da outra cidade.

"Mas o presidente da estatal ferroviária francesa disse alguns anos atrás que o número mágico de três horas agora era de quatro ou até cinco horas por causa do tempo extra de check-in e da segurança adicional após o 11 de setembro. E também porque, nos trens, os empresários agora têm laptops, os trens agora têm tomadas e Wi-Fi, ou seja, o tempo no trem é tempo produtivo, e no voo não é bem assim", disse Smith.

"O perigo com essas propostas do governo é que elas parecem boas e geram manchetes positivas para os políticos. Mas se você não tiver cuidado, não terá nenhum efeito, especialmente se permitir voos onde você está conectado com um hub internacional", afirmou.

De fato, a França proibiu esses voos no ano passado, mas o efeito foi quase nulo para o mercado, pois atualmente se aplica a apenas três rotas do aeroporto de Paris Orly para Nantes, Lyon e Bordéus.

De qualquer modo, ajuda. De acordo com a indústria, a aviação representa 2% por cento das emissões globais de CO?. No entanto, estudos dizem que isso omite fatores-chave. Devido às emissões em altitude durante o voo, o impacto climático global da aviação pode ser responsável por 5% a 8% das emissões no mundo.

Informações: MSN
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Sessenta ônibus são apedrejados ao deixar garagem durante greve no Rio

sexta-feira, 1 de março de 2013

Sessenta ônibus das empresas Pégaso e Jabour, alimentadores do BRT Transoeste, foram apedrejados por grevistas, na manhã desta sexta-feira (1º), quando deixavam as garagens localizadas em Santa Cruz e Campo Grande, respectivamente, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. O incidente ocorreu em meio à paralisação de motoristas e cobradores de ônibus da cidade, iniciada à 0h.

Os trabalhadores reinvindicam aumento salarial, fim do banco de horas extras, jornada de trabalho de seis horas e término da dupla função, quando o motorista faz também o trabalho de cobrador. A Rio Ônibus, que reúne as empresas rodoviárias municipais da cidade do Rio de Janeiro, entrou com uma ação na Justiça solicitando que a greve seja declarada ilegal e, por isso, suspensa.

Com a greve dos funcionários de ônibus, os cariocas enfrentam uma manhã complicada, com dificuldades para chegar ao trabalho. O tempo de espera por condução chega a uma hora. O ponto de ônibus em frente à garagem da Viação Real na Avenida Brasil, em Manguinhos, no Subúrbio do Rio, estava lotado por volta das 6h20.

Morador da Vila dos Pinheiros, no Conjunto de Favelas da Maré, o pedreiro Geraldo Matias, de 65 anos, disse que nunca aguardou tanto tempo para pegar um coletivo. "Eu espero no máximo 15 minutos e hoje já vai fazer uma hora e meia que estou aguardando. Acho esta greve uma falta de respeito com a população que precisa trabalhar. Eu só tenho uma condução para chegar ao trabalho que é o ônibus da linha 343. Se ele não passar aqui hoje, eu realmente não sei o que vou fazer".

O cozinheiro Inaldo Ernesto, de 26 anos, não sabia da greve. "O que eu acho engraçado é que eles decidem parar do nada e ainda acha que somos obrigados a saber disso. Se soubesse que eles estavam parados, teria saído mais cedo de casa. Agora estou aqui há uma hora a espera de uma condução, que talvez nem chegue. Isso é o cúmulo".

De acordo com a Secretaria Municipal de Transportes (SMTR), o BRT Transoeste, que liga Santa cruz à Barra da Tijuca, na Zona Oeste, opera com 22 ônibus articulados, sendo que a frota média é de 80 veículos. As linhas circulam apenas no corredor de ônibus expressos, sem as linhas alimentadoras nos bairros.

Durante a madrugada, uma confusão entre grevistas e funcionários da empresa Santa Maria, na Estrada Coronel Pedro Correa, foi registrada. Segundo Lélies Teixeira, presidente da Rio Ônibus, ninguém ficou ferido e a Polícia Militar foi acionada para reprimir as ações.

“Temos uma situação de dificuldade na cidade e a prefeitura determinou ao consórcio RioÔnibus, que botem a frota na rua imediatamente e estamos fiscalizando. A nossa prioridade é restabelecer o serviço de ônibus na cidade. Qualquer outra irregularidade será apurada e os excessos serão punidos”, disse o secretário municipal de Transporte Carlos Osório, referindo-se à suposta cobrança abusiva por partes das vans nos preços das passagens.




O secretário disse ainda que “na avaliação da prefeitura, a greve é parcial e que o serviço foi bastante prejudicado nas primeiras horas da manhã, principalmente na Zona Oeste da cidade”.
De acordo com Osório “houve alguns registros de violência em Campo Grande, na saída de ônibus das garagens”.

Na Justiça
A ação da Rio Ônibus na Justiça pede que a greve mantida pelos funcionários seja declarada ilegal e suspensa.

A Prefeitura do Rio de Janeiro determinou aos consórcios, por meio da SMTR, que coloquem a frota normal programada nas ruas da cidade. Segundo a secretaria, a greve é parcial e há um aumento gradativo dos veículos nas ruas da cidade.

O presidente da Rio Ônibus garante que 30% dos coletivos estão na rua. "Está funcionando. Não por respeito à norma, mas por esforço das empresas e funcionários que estão chegando cedo e prolongando os horário", disse Lélies Teixeira.

Greve
Segundo o presidente do Sindicato Municipal dos Trabalhadores Empregados em Empresas de Transporte Urbano de Passageiros do Município do Rio de Janeiro (Sintraturb-Rio), José Carlos Sacramento, a paralisação continuará até o meio-dia no município do Rio de Janeiro, quando o sindicato realizará uma nova reunião.

Diretora do Sindicato dos Rodoviários, Ângela Maria Lourenço diz que a greve, por enquanto, é por tempo indeterminado. "Estamos aqui lutando pelos nossos direitos. Nosso piso salarial e benefícios são baixos. Recebemos R$ 100 de cesta básica e ainda descontam R$ 20. Não sabemos ainda até quando será a greve, vai depender da avaliação e também das medidas que serão tomadas", disse.

"A greve está sendo pacífica. Não estamos forçando ninguém a fazer nada. Muito pelo contrário, a greve está acontecendo a pedido dos próprios rodoviários", completou Ângela, que garantiu também que há representantes do sindicato em todas as 47 garagens de ônibus da cidade.

De acordo com Sebastião José da Silva, vice-presidente do Sintraturb-Rio e presidente da Nova Central de Trabalhadores, a paralisação dos motoristas será de, no máximo, 24 horas.

Os rodoviários pleiteiam um aumento salarial de 15%, o fim da dupla função, na qual o funcionário atua como motorista e cobrador, além de benefícios como vale-alimentação, cesta básica e plano de saúde.
A Rio Ônibus informou, por meio de nota, "que, em face do dissídio coletivo anual da categoria no Rio, estará procedendo reajuste salarial de 8% para toda a categoria, sendo que para os motoristas de micro e micro-master o reajuste será de 40%, além de criar uma nova categoria de motoristas para ônibus articulados com salário 20% acima dos motoristas em geral".

A representante das empresas também informou que "o reajuste já constará da folha de pagamento a partir da sexta-feira, 1º março. Também terão reajuste na cesta básica de 20% em relação ao valor atual".
"Considerando que, embora não tenha havido reajuste tarifário, o setor de transporte por ônibus, em respeito à categoria dos rodoviários e à população em geral, realiza estes reajustes para evitar greves ou paralisações que afetem a vida da cidade e apela à categoria que trabalhem normalmente para manter a rotina das atividades no Rio de Janeiro", informou, em nota.

Metrô e trens reforçados
A concessionária Metrô Rio trabalha desde as 5h desta sexta-feira (1º) em operação especial para tentar dar vazão ao aumento no fluxo de passageiros, previsto em 15% devido à greve dos funcionários de ônibus, iniciada à 0h.

Os ônibus de integração, chamados de Metrô na Superfície, porém, também estão parados, pois são operados pelos rodoviários. A estação final na Zona Sul é a Siqueira Campos, em Copacabana, já que Cantagalo e General Osório estão fechadas para obras de ampliação.

Segundo a concessionária, toda a frota de trens do metrô está disponível para atender aos passageiros, com extensão dos horários de pico. A operação será mantida até o final da greve.

A SuperVia informou que está preparada para atender a possível ampliação da demanda de passageiros em virtude da greve dos rodoviários. Poderão ser realizadas viagens extras nos ramais afetados pela paralisação do transporte por ônibus. A empresa reforçou sua equipe de atendimento para garantir segurança e bem estar dos passageiros nas viagens.

Aeroporto internacional
A empresa aérea Avianca contratou uma van para transportar, nesta sexta-feira (1º), seus funcionários que trabalham no Aeroporto Internacional Tom Jobim, devido à greve. O aeroporto fica localizado na Ilha do Governador, bairro onde há apenas duas garagens de ônibus. Ambas estão fechadas nesta sexta.

Informações: G1 Rio com imagens do Portal Uol



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Metrô de Brasília é o mais caro do mundo, mostra pesquisa do Idec

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Andar de metrô em Brasília está mais caro do que em Londres, Paris e Nova York. Com uma população de mais de 2,5 milhões de pessoas, a capital federal lidera o ranking de preço alto entre 19 grandes cidades de todo o mundo em relação ao salário mínimo local, segundo uma pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec). Durante 20 dias úteis, a tarifa de R$ 3 no Distrito Federal consome por mês 22,02% do salário mínimo de R$ 545. Para chegar ao resultado, foram analisadas seis cidades brasileiras e 13 estrangeiras.

O Rio de Janeiro, segundo no ranking, tem uma tarifa de R$ 3,10, o que compromete 20,43% de uma renda mínima mensal de R$ 607. Em seguida vem São Paulo, que cobra R$ 2,90 a passagem e consome 19,02% do piso paulista de R$ 610. Em Belo Horizonte, com a tarifa de R$ 1,80, o gasto mensal com metrô corresponde a 13,21% do piso nacional pago ao trabalhador. Nesse ranking do Idec, Recife e Fortaleza ficaram, respectivamente, em 8ª e 14ª posição. Nova York, Londres e Paris, estão, pela ordem, em 11º, 12º e 17º lugares. Caracas tem a menor tarifa. O trabalhador venezuelano, com renda mensal de R$ 848,34, gasta 1,95% do salário com metrô.

No Distrito Federal, diariamente passam 135 mil pessoas pelas 24 estações do metrô. Somados os dois dias do fim de semana (sábado e domingo), o número de usuários é o mesmo. O diretor Comercial e Financeiro, Nilson Martorelli, que responde pela presidência do Metrô-DF, discorda do resultado da pesquisa realizada pelo Idec. Para ele, qualquer comparação realizada com Brasília colocará a cidade como a mais cara. “Não podemos utilizar como parâmetro o salário mínimo. Na Europa, ele custa, em média, entre R$ 14 e R$ 16 por hora. Em Brasília, é R$ 2,48 a hora, e a capital tem a renda per capta mais alta do país. Se compararmos isso, a tarifa daqui é a mais barata”, avalia.
 
Martorelli pondera que a idade do metrô também influencia o valor da tarifa. “O mais novo é o de Brasília, com 10 anos. Os de São Paulo e do Rio de Janeiro têm 30 anos. Na Europa, ele é centenário. O metrô do DF está crescendo e nossa meta é melhorar cada vez mais e oferecer um transporte de qualidade.”

Preços
A tarifa do metrô no Distrito Federal é definida pelo governo local. Martorelli lembra que o último reajuste foi em 2006, quando o valor passou de R$ 2 para R$ 3, um aumento de 50%. Segundo ele, se o cálculo técnico fosse analisado e a passagem não fosse subsidiada, o custo da passagem seria muito maior. “O GDF estipula um valor coerente com a evolução do salário do brasiliense. A tarifa hoje ultrapassaria os R$ 3 devido aos custos operacionais, mas a população não suportaria, então o governo arca com o restante”, explica.Com 42,38km de extensão, o metrô atende apenas parte do DF, que inclui Asa Sul, Epia, Guará, Águas Claras, Taguatinga, Ceilândia e Samambaia.

O preço do bilhete é criticado pelos usuários. O agente de segurança Francisco de Assis de Sousa Guedes, 44 anos, mora em Sobradinho e leva mais de cinco horas para ir e voltar ao trabalho. Ele também concorda que o preço poderia ser mais baixo. “Eu tenho vale-transporte, mas se o preço fosse diferente, meu salário seria maior. Faz diferença na hora de colocar a comida na mesa, na hora do lazer”, diz Francisco, que é casado e tem três filhos.

Redução de preço está descartada


Com as novidades, a expectativa é que o tempo de espera para os passageiros diminua. Atualmente, os trens passam a cada cinco minutos, em média. “Deverá cair para dois minutos e meio”, prevê o diretor. Ele também aposta que até 2012 haverá integração total entre o metrô e outros meios de transporte público, como os ônibus e o Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), ainda em construção.

Com relação aos espaços nas estações destinados a lojas, Martorelli explica que há um estudo para as ocupações. Na Galeria dos Estados, o DFTrans vai instalar o sistema de bilhetagem. Outros locais ainda estão vazios devido a problemas jurídicos. São espaços que ainda não estão no nome do Metrô-DF. Logo que forem regularizados também serão licitados para a instalação de estabelecimentos comerciais. As mudanças não implicarão queda no valor da tarifa. “O que vai acontecer é a diminuição do subsídio por parte do governo, mas nada tem a ver com o valor dos bilhetes”, acrescenta.

A partir do próximo ano, o metrô passará por uma série de melhorias. O diretor comercial e financeiro, Nilson Martorelli, anuncia que o número de carros passará de 24 para 28. “Para colocá-los em circulação precisamos que a CEB (Companhia Energética de Brasília) amplie a oferta de energia, o que já está sendo providenciado. No momento, também estamos lançando o edital para o projeto de expansão: duas novas estações em Ceilândia, duas em Samambaia e uma próxima ao Hospital Regional da Asa Norte (Hran)”, diz o diretor.

Apesar de concordarem na qualidade dos serviços, os passageiros reclamam do preço. Gilsilene Vieira de Sousa, 25 anos, está desempregada e optou pelo transporte para frequentar as aulas da autoescola. “Esta semana vou gastar R$ 30 com o metrô. Para quem precisa utilizar todo dia, fica difícil. O preço poderia voltar a ser R$ 2 e ter a integração com os ônibus", diz. Mesmo pagando mais, Gilsilene elogia. “Todos preferem o metrô. É mais rápido, mais limpo, não tem perturbação e violência”, analisa.

De emprego novo, o professor de educação física Danilo de Oliveira Miranda, 25 anos, se prepara para utilizar o metrô diariamente. Morador de Samambaia, ele considera o preço “bem salgado”. Com o vale-transporte garantido, Danilo, que também atua na área de telemarketing, reclama do valor que poderia ser acrescentado ao salário. “Com as passagens, deixo de ganhar R$ 45. É o lanche do fim de semana”, brinca.

O cozinheiro Agnaldo Rodrigues de Souza, 31 anos, morador de Samambaia, usa o metrô com frequência e afirma que gasta em média R$ 140 por mês. Além do metrô, o cozinheiro precisa de ônibus em algumas ocasiões, o que pesa no bolso no fim do mês. Embora reconheça que o serviço é bom, ele se queixa do preço. “Poderia ser mais barato.” Com um salário de R$ 800, Agnaldo diz que, se a tarifa caísse para R$ 2, conseguiria economizar R$ 30 por mês. (RA)

Tarifa
Durante a semana - R$ 3
Fim de semana - R$ 2

Horário
Funcionamento das 6h às 23h30  de segunda-feira a sábado e das 7h às 19h nos domingos e feriados



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