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Em Natal, Tarifa de ônibus não terá reajuste este ano

sábado, 14 de janeiro de 2012

A prefeita Micarla de Sousa anunciou que não vai autorizar reajuste da tarifa de transporte coletivo em Natal este ano. A decisão foi comunicada por ela, no começo da tarde de ontem, aos  dirigentes do Sindicato das Empresas de Transportes Urbanos de Passageiros do Município de Natal (Seturn), que haviam solicitado uma audiência para informar sobre o pedido de reajuste agora, em janeiro, o que elevaria em 10,9% o valor da chamada passagem inteira de ônibus.

O presidente do Seturn, Agnelo Cândido, teria pleiteado um aumento com base no aumento dos custos dos insumos, como a despesa com combustível, a inflação do período de um ano, elevação de pagamento da folha salarial dos funcionários das empresas e ainda investimentos na  melhoria da frota de ônibus.

Pela proposta do Seturn, representante das sete empresas de transporte coletivo que atuam em Natal, o valor da passagem de ônibus, que hoje é de R$ 2,20 desde 20 de janeiro do ano passado, data do último reajuste, passaria a ser de R$ 2,44.

A prefeita recebeu as informações do Seturn, mas argumentou que não permitirá que a população pague o preço do reajuste de passagem. "Não permitiremos que o trabalhador seja onerado com aumento de passagem este ano. É decisão tomada. Não teremos aumento de tarifa este ano", disse a prefeita.

Em 2010 foi o primeiro ano em que  a prefeita Micarla de Sousa decidiu não autorizar o reajuste da tarifa de transporte coletivo. No primeiro ano do seu mandato, em 2008, ela havia assinado um reajuste de 5,7% e em 2009 o índice chegou a 8,1%. O último reajuste foi de 10,0%.

CONTRAPARTIDA
Sem o reajuste tarifário da passagem de ônibus, a prefeita também decidiu que o Município deve arcar com uma contrapartida para desonerar os custos das empresas de transporte coletivo e já autorizou as áreas de finanças e tributação da prefeitura a realizar estudos para reduzir os impostos do setor, bem como estipular subsídio sobre o valor da tarifa do  Programa Passe Livre, no qual a população é beneficiada com a isenção de 50% na passagem inteira, pagando R$ 1,10 em espécie em dias de feriados e aos domingos. "Determino que minha equipe técnica estude maneira de desonerar os custos das empresas. Mas isso não poderá pesar no bolso do trabalhador. Isso nós não permitiremos", destacou a prefeita de Natal.

Participaram da reunião com a prefeita Micarla de Sousa, no Palácio Felipe Camarão, secretária municipal de Mobilidade Urbana, Elizabeth Thé, secretário adjunto de Transporte, Haroldo  Maia, secretário de Planejamento, Antonio Luna, o procurador Geral do Município, Bruno Macedo, o chefe da casa civil Kalazans Bezerra, vereador Heráclito Noé, secretário de Comunicação Social, Jean Valério, presidente do Seturn, Agnelo Cândido e diretor do órgão Sidney Norinho.

Empresas querem isenção de ICMS do óleo diesel

Diretor de Comunicação do Seturn e dono da empresa Cidade do Natal, o empresário Augusto Maranhão não participou da audiência de ontem com a prefeita Micarla de Sousa, mas ele disse disse que os custos financeiros do sistema de transporte coletivo "vai além da inflação", incidem custos baseados, por exemplo, no preço internacional do  petróleo, de onde derivam os principais insumos, como o combustível óleo diesel e lubrificantes.

Augusto Maranhão ainda afirmou que pesa no setor, o fato "de só ter um financiador, o usuário de transporte coletivo", que ao contrário de outros custos como os Programas do Restaurante Popular ou do Leite, não contam com subsídios governamentais para manter a frota em  circulação. No caso da decisão da prefeita de Natal em não autorizar o reajuste tarifário para o setor, Maranhão disse que, realmente, "tem de haver uma compensação financeira", como a redução do Imposto sobre Serviços (ISS), cuja alíquota é de 5% para o transporte coletivo municipal.

Para Maranhão, o governo estadual também poderia dar a sua contrapartida isentando de ICMS o óleo diesel, como já o fez para a aviação e para os barcos pesqueiros de atuns: "São essas distorções que encarecem o sistema de sistema de transporte coletivo".

Maranhão acrescenta que as áreas sociais do poder público deviam, ainda, bancar a gratuidade da passagem para idosos, a meia passagem estudantil e o sistema porta porta de portadores de deficiência, "como uma forma justa de proteger o bolso da população". Segundo Maranhão, alguns estados e capitais já deram a sua contribuição, com a isenção ou redução da alíquota de ICMS. "Se não tem reajuste, tem de existir outras formas de compensação", cobrou ele, para ressaltar ser essa, a primeira vez, que ouviu falar desse discurso pelo município de Natal.

A secretária municipal de Mobilidade Urbana, Elizabeth Thé, confirmou que já nesta segunda-feira, dia 16, a Semob deve se reunir com a área econômica da prefeitura e também com o procurador geral do Município, Bruno Macedo, para discutir uma forma de desonerar os custos das empresas de ônibus, conforme determinação da prefeita: "Nós deveremos ter uma posição já na terça-feira". O secretário municipal de Tributação, André Macedo, disse que não dá, ainda, para dizer se vai haver redução na aliquota de ISS, que é parte que cabe ao município, pois existem outras formas de desonerar os custos das empresas, como a flexibilização no recolhimento dos impostos.

Macedo infirmou no fim da tarde, "mas não tinha de cabeça os números", que o sistema de transporte coletivo está entre os seis maiores contribuintes de ISS em Natal.

Por Valdir Julião
Fonte: Diário de Natal



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Natal: Passageiros de ônibus da Zona Norte não conseguem aproveitar o Passe Livre

terça-feira, 20 de abril de 2010


Os moradores da zona Norte de Natal estão enfrentando problemas para usar o Passe Livre e fazer a integração no sistema de transportes urbanos de Natal. O trânsito lento provocado pelos frequentes engarrafamentos nas avenidas Tomaz Landim, Felizardo Moura e Ponte de Igapó, além dos frequentes acidentes de trânsito, são as principais causas apontadas pelos passageiros que fazem extrapolar o tempo máximo exigido para a integração em outro ônibus.

O Passe Livre permite ao usuário de ônibus de Natal o direito de circular em até dois coletivos pagando apenas uma passagem. Depois de descer do primeiro ônibus, em qualquer parada, o usuário terá o prazo de uma hora para subir em outro ônibus e utilizar o cartão sem que essa segunda viagem seja descontada.

A estudante Elizabeth de Oliveira, 17, residente no bairro de Pajuçara, gostaria de utilizar o Passe Livre, mas ela que sempre que tenta não dá tempo de se deslocar de sua residência no Gramoré até a unidade daavenida Roberto Freire da Universidade Potiguar, onde faz o curso de administração. "Além de só poder pegar um ônibus, toda vez que tento fazer a transferência na avenida Bernardo Vieira sempre estoura o tempo", disse ela.

Outro passageiro que reclama do sistema é o vigilante Francisco Moacir Ferreira, 41, que reside no conjunto Santarém e tem que se deslocar para o trabalho na BR-101, em Neópolis. "É um problema nos horários de pico, nunca consigo chegar a tempo.

Quando passa o viaduto de Ponta Negra tenho que caminhar até a empresa Queiroz Galvão porque não dá tempo de pegar outro ônibus. Da mesma forma, a estudante de Ciências da Computação da Universidade Estadual do Rio Grande do Norte (Uern), Ediane Barros, 22, reclama dos engarramentos que diariamente se submete na Zona norte para chegar a tempo na avenida Benardo Vieira e fazer a transferência.

"O sistema é interessante, mas o tempo é insuficiente para fazer todo o trajeto em uma hora e pegar outro ônibus para o campus da Uern na avenida Airton Senna", reclama ela.

O secretário adjunto de transporte da Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana (Semob), Sílvio Medeiros, discorda que o tempo para quem mora na Zona Norte seja insuficiente para chegar às estações de integração. "O problema é que na maioria das linhas da zona norte existe o vício dos passageiros de só fazerem a transferência nas proximidades de frente aos shopping's Midway e Via Direta.

"A utilização do segundo ônibus poderia ser no meio da avenida Bernardo Vieira", sugere ele, reconhecendo porém que uma pesquisa realizada pela Semob identificou problemas em algumas linhas da cidade para fazer a integração.Ele citou linhas de Ponta Negra, Felipe Camarão e Guarapes.

Algumas dessas linhas precisam sofrer correções e serão corrigidas brevemente. Quanto à reivindicação de aumentar o número de veículos, a pesquisa não detectou em Natal a necessidade de nenhum deslocamento que precise de três veículos, mas ele recomendou que as pessoas que se sentirem insatisfeitas procurem a Ouvidoria Municipalpara reclamar (156). Segundo dados da Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana, em março houve 1 milhão e 113 mil integrações, o dobro do que era previsto em Natal.

Fonte: DN online

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Aprovada lei que proibe dupla função dos motoristas de ônibus em Natal

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

A lei nº 363/2012 que dispõe sobre o fim da dupla função dos motoristas de ônibus foi publicada no Diário Oficial do Município desta sexta-feira (5). A fiscalização do cumprimento ficará por conta da Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana (SEMOB).
Foto: Aldair Dantas
Quando foi contatado pela TRIBUNA DO NORTE, o diretor de comunicação do Sindicato de Transportes Urbanos do RN (Seturn), Augusto Maranhão, ainda não sabia da publicação da lei, mas afirmou que vê essa ação como uma "atitude meramente eleitoreira". "Já é uma tendência mundial a substituição da função do cobrador pelo motorista/cobrador]", disse. "De 10 passageiros que sobem no ônibus, sete usam bilhetagem eletrônica, três pagam em espécie e apenas um recebe troco. Ou seja, apenas em 10% dos casos os cobradores são utilizados". 

Confira o texto integral da lei:

LEI PROMULGADA Nº 363/2012

Dispõe sobre a vedação aos concessionários de serviço públicos de transporte coletivo no âmbito do Município de Natal, a utilização em dupla função do Motorista de ônibus condutor) como Motorista/Cobrador concomitantemente.
O PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL DE NATAL, no uso das atribuições que lhe são conferidas pelo Artigo 22, Inciso XVI, Artigo 43, § 3º e 6º todos da Lei Orgânica do Município do Natal, e pelo Artigo 201, §§ 3º, 4º, 6º e 9º, da Resolução nº 337/05 - Regimento Interno - PROMULGA a seguinte Lei:

Art. 1° - Em conformidade com o Artigo 1º, Parágrafo Único; Artigo 2º Inciso I; Artigo 6º Parágrafo 1º da Lei 8.987/1995 e com o Artigo 5º Inciso 5º e 9º; Artigo 7º Parágrafo único, Incisos 3º e 5º; Artigo 125, Inciso 1, da Lei Orgânica do Município de Natal, fica vedado à utilização por parte dos concessionários do serviço público de transporte coletivo, no âmbito do Município do Natal, a utilização de Motoristas (condutores) em dupla função de Motorista/Cobrador.
§ 1° - Os concessionários de serviços públicos de transporte coletivos no âmbito do Município do Natal; obrigar-se-ão ao cumprimento imediato desta lei.

Art. 2° - A fiscalização do cumprimento da presente lei ficará a cargo da Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana - SEMOB.
§ 1º O não cumprimento desta Lei sujeitará o infrator a advertência preliminar e em caso de reincidência a punições pecuniárias (multas) em conformidade com a lei de penalidades e punições a infrações do município de Natal.
§ 2º os valores das multas serão estipulados pelo poder público municipal, através de seu órgão regulador do transito.

Art. 3º -  O poder público municipal compulsoriamente fará constar nos editais de licitação para as concessões de serviços públicos de transportes coletivos no âmbito do Município de Natal a vedação que trata o Artigo 1º desta Lei.

Art. 4º - Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação revogando todas as disposições em contrário.

Sala das Sessões, em Natal, 04 de outubro de 2012.
Edivan Martins- Presidente
Júlio Protásio - Primeiro Secretário
Albert Dickson- Segundo Secretário

Informações: Tribuna do Norte

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Capitais com preço da passagem semelhante a Belém têm ônibus com ar-condicionado

quinta-feira, 30 de setembro de 2021


O Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Belém (Setransbel) quer aumentar o preço da passagem de ônibus em Belém, que atualmente custa R$ 3,60, para R$ 4,87. A proposta foi enviada na última terça-feira (23) para a Superintendência de Mobilidade Urbana de Belém (Semob) e deixaria o bolso do belenense R$1,27 mais leve a cada trajeto, já que não há integração ou sistema de bilhete único na capital.

O aumento pedido pelos empresários, caso atendido, representaria um gasto mensal de R$ 214,28 para um trabalhador que pega dois ônibus por dia, ida e volta, para chegar até o emprego. Valor que representa 20,47% do salário mínimo atual estabelecido por lei no Brasil, que é de R$ 1.100. Para quem pega quatro ônibus por dia, o valor mensal, para quem trabalha de segunda a sexta, seria de R$ 428,56. Já quem trabalha de segunda a sábado gastaria 506,48 reais, 46% da renda mensal de quem ganha um salário mínimo.

Porto Alegre

Por aproximadamente o mesmo preço, R$4,80, Porto Alegre opera um sistema com aplicativo para localização em tempo real, com horários estimados por GPS, o que facilita o planejamento de quem depende do transporte público e precisa se organizar ao longo do dia.

Além disso, 47% da frota da capital gaúcha é climatizada, apesar da temperatura média da cidade oscilar entre 23 e 13 graus celsius em setembro. Há ainda um sistema de reconhecimento facial em 100% dos veículos e 91,4% dos veículos possuem instalação de plataforma elevatória.

O sistema também conta com bilhetagem eletrônica e atualmente é gerido no modelo de sociedade mista com controle acionário da prefeitura de Porto Alegre.

A cidade possui 1.492.530 milhão de habitantes, enquanto Belém possui 1,506,420 milhão de moradores. Porto Alegre, porém, tem um Produto Interno Bruto per capita acima de R$ 52 mil, mais que o dobro de Belém, com aproximadamente R$ 21 mil, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística colhidos em 2018.

No momento, a recém-desestatizada Carris, que controla o transporte na capital gaúcha, pleiteia um aumento para R$5,05.

Caso a tarifa de ônibus em Belém seja estabelecida em R$4,87, conforme desejo do Setransbel, antes de um aumento ocorrer em Porto Alegre, a capital paraense assumirá a vice-liderança na lista das capitais com passagens de ônibus mais cara do Brasil, atrás somente de Brasília, que cobra R$5, mas com 100% de gratuidade para estudantes.

Além disso, Belém seguiria sem desfrutar de benefícios similares em relação às duas cidades e diversas outras vantagens já são realidade em outras cidades brasileiras, como o bilhete único (disponível para os moradores de São Paulo que pagam R$4,40) ou da integração entre modais diferentes (realizada em Fortaleza por R$3,60).

Justificativas

Em comunicado, o sindicato afirma que o último reajuste no valor foi realizado em 2019 e argumenta que o salário dos rodoviários e preço do diesel aumentaram de lá para cá.

A nota enviada para a reportagem argumenta que a capital paraense tem a segunda menor tarifa dentre todas as cidades do Brasil, mas a afirmação abre espaço para interpretações, pois o valor é único para qualquer trajeto em qualquer ônibus apenas uma vez, o que não ocorre na maioria das capitais brasileiras.

São Luís possui tarifa de R$3,20 para linhas não integradas, por exemplo, e de R$3,70 para linhas integradas, enquanto Recife conta com um sistema que permite baldeações para troca de veículo sem cobrança de uma nova passagem por R$3,75. Em Belém, dois trajetos custam R$7,20, sempre. 

Além disso, na capital pernambucana, os usuários podem pagar apenas metade da tarifa fora dos horários de pico - 9h às 11h e 13h30 às 15h30. Já Maceió, que cobrava R$3,65, passou a cobrar R$3,35 neste ano - ou seja, promoveu uma redução na tarifa mesmo diante dos revezes da pandemia de covid-19.

"O Sindicato esclarece, ainda, que o preço da passagem é calculado em função dos diversos custos envolvidos e quantidade de passageiros pagantes. Hoje, 25% dos usuários são de gratuidades, em uma realidade onde quase 50% da receita é para pagar os funcionários e 30% para ser investido em combustível e manutenções necessárias", afirma a entidade.

Prefeitura

Já a prefeitura de Belém afirma que estudos estão sendo realizados de acordo com a legislação em vigor e “no mais estrito interesse público, tendo em conta o período prolongado de pandemia da covid-19 e de crise econômica e social que o país atravessa. Além da necessária melhoria na qualidade do transporte público em Belém”.

Para que haja reajuste da tarifa de ônibus em Belém, a proposta precisa ser debatida no Conselho Municipal de Transporte.

Além do Setransbel e da Superintendência Executiva de Mobilidade Urbana fazem parte do Conselho o Departamento Intersindical de Estudos Socioeconômicos (Dieese) e o Sindicato dos Rodoviários.

Todo dia

Quando acorda de manhã, Rafael Menezes sabe que vai precisar sair de casa no máximo 6h50 para embarcar em um ônibus sem ar-condicionado no calor equatorial de Belém. E depois embarcar em outro, sem ideia do horário que ele irá passar, mas com plena certeza de que o veículo estará lotado. E que depois repetirá o trajeto na volta do trabalho para casa. E quando vai dormir depois de um dia cansativo, deita-se na cama sabendo que fará tudo de novo no dia seguinte - a não ser que esse dia seja um domingo, o único da semana em que ele não trabalha.

Rafael Menezes é um dos milhares de usuários de transporte coletivo em BelémRafael Menezes é um dos milhares de usuários de transporte coletivo em Belém (Ivan Duarte / O Liberal)

"Chego em casa duplamente cansado e duplamente estressado. Sei que dizem que o brasileiro sempre sonha com a casa própria, mas hoje em dia acho que sonha mesmo é em ter um veículo próprio", reflete ele, que trabalha no setor administrativo de uma escola no limite entre Ananindeua e Marituba.

Aos 26 anos, Rafael acredita que perde mais tempo e dinheiro do que deveria no transporte público. Ele mora em Belém, no bairro de Val-de-Cans, mas às vezes fica na casa da mãe, no Tenoné.

Seja qual for o ponto de partida, a ida dele para o trabalho é sempre caótica. Como tudo sempre pode piorar, enquanto era acompanhado pela reportagem, um acidente entre o ônibus que ele estava e um carro mordeu mais uma fatia do tempo de Rafael.

"Olha aí. A polícia tá lá fazendo o trabalho dela e a gente está aqui, esperando o desfecho dessa história para seguir para o trabalho. E o trânsito aqui na Augusto Montenegro, que já não é fácil diariamente, tá pior no dia de hoje. E todo mundo obviamente já tá atrasado, né?", esculhamba ele logo depois de se meter na confusão entre o motorista do ônibus e o do carro particular. Ele ficou mais nervoso ainda com a possibilidade de ter que pagar outra passagem, mas outro coletivo da mesma linha apareceu e todos os passageiros puderam embarcar nele sem custos adicionais.

Mas longe dele comemorar a conquista que o poupou R$3,60: "Só que aquela situação: a gente já saiu [dentro do ônibus] cheio lá do bairro e aí a aglomeração, a lotação, vai ser pior ainda", lembra.

São tantos problemas que Rafael nem sabe por onde começar. Ele acredita que as tarifas altas são só a superfície de um ecossistema de descaso com os usuários do transporte público de Belém, que se arrasta por anos.  Mas o estudante de jornalismo se esforça e escolhe qual é o pior de todos.

"Com certeza é o calor. A temperatura dentro do ônibus é absurda. De passar mal. Às sete da manhã já faz muito calor. E sempre está lotado, o que piora tudo. Você não consegue chegar seco em lugar nenhum, não consegue chegar arrumado, com o cabelo direito. Não consegue chegar cheiroso em nenhum lugar também", reclama ele.

Ar-condicionado

A reportagem conta para ele que 47% da frota de Porto Alegre possui ar-condicionado. Ele suspira, como criança que olha um brinquedo através da vitrine.

"É. Tá vendo só. Cidades mais amenas que a nossa já têm ônibus climatizado pra todo mundo. Como pode? Quase metade. Que sonho. Literalmente um sonho", diz ele, que toda vez que sente na pele os perrengues de ser belenense e depender de transporte público é tomado pela vontade de sair da cidade.

"Penso nisso todo dia, sabia? Se esse aumento sair, vou ter que repensar toda a minha vida. Sério. Ou pelo menos pensar toda vez antes de sair, se vale a pena. Enfim, dar um jeito de gastar menos. Hoje em dia percebo que as reclamações aumentam cada vez mais e não fazem nada. O valor é alto e injusto por conta da infraestrutura que é ruim e não me atende. Não atende a cidade como um todo. Não é rápido, nem integrado, nem confortável. Só anda mesmo de um lugar pro outro. Isso quando não dá prego", conta Menezes.

Rafael também acredita que a vida de muita gente é atrapalhada pela falta de horários fixos, já que os veículos não contam com GPS.

"Temos que sair com antecedência e tentar a sorte. Outra situação revoltante é esperar por um tempo longo e o motorista passar direto. Ou então arrancar quando ainda estão desembarcando. No caso da briga de hoje, percebi também que eles não têm treinamento para situações assim de acidente", conta.

Para ele, tudo seria mais fácil também se houvesse integração na cidade, o que ajudaria ele a economizar, já que a empresa fornece vale digital para ele, mas de apenas duas passagens diárias.

"A não ser agora com o BRT, mas não dá para chamar isso de integração. Pegar quatro ônibus para chegar em Ananindeua e pago por todos eles. Não é integração completa. Já pensei em usar bicicleta em um dos trechos, mas ainda não tive coragem de fazer isso, pois não tem estrutura cicloviária em Belém. Os ônibus demoram tanto para passar que as pessoas pegam mais de um só pra esperar menos. Pegam van, moto táxi, gastam mais dinheiro. Falta infraestrutura dentro dos bairros no sentido de ter vias de acesso aos bairros principais. O coletivo tem que dar voltas enormes lá no trânsito em outros bairros", lamenta.

Sem justificativa

Assim como Rafael, a autônoma Maria Baima acha que a qualidade do transporte público em Belém não justifica um aumento tão grande na tarifa.

Ela reclama que nunca um reajuste foi seguido de melhoria. "São uns ônibus tudo de péssima qualidade, você só vem amassado, lotado. É um custo alto pelo que a gente ganha. Uso ônibus para tudo. Primeiro teria que colocar o ar. A gente sofre muito com quentura. Quando chove e fecha as janelas fica insuportável. Ainda mais usando máscara", relata.

João de Assis estava acostumado com outra realidade em Goiânia. Ele veio para Belém há 10 meses para trabalhar e não sabia do pedido do Setransbel. Para ele, foi um choque já que ele nota os ônibus de Belém sempre "sujos e sucateados, uma bagunça".

"Rapaz, aqui é muito fraco. Goiânia é top de linha, ônibus tudo novo, quase tudo sem cobrador. São duas empresas só lá. Aqui você vê muitos ônibus velhos, várias empresas. Poderia melhorar um pouco. Colocar uns ônibus mais novos", diz.

Pontualidade

A arquiteta Bianca Bastos já utiliza com frequência o transporte público em Porto Alegre, especialmente no centro da cidade. Ela relata que apesar da distância entre os terminais de saída e o centro, os ônibus possuem horários rigorosos.

Ela elogia os terminais de integração da cidade, que podem ser utilizados com um cartão especial disponibilizado pela prefeitura.

"As informações de horário e trajeto são muito fáceis de seguir e entender. Sempre achei muito fácil me locomover lá. A última vez que fui foi em janeiro de 2020. Tava R$4,50 a passagem. Em compensação, os ônibus são muito bons. Inclusive nos terminais de integração dá para pegar ônibus para cidades da região metropolitana"

O casal Regina e Anderson Silva, nem mora em Belém, mas vive a dificuldade que é pegar ônibus na capital paraense quase todos os dias. Eles moram em Barcarena, mas com frequência trazem a filha, Clara Sofia no colo para a cidade, por conta do tratamento de fibrose cística em Belém. Só na última semana eles vieram três dias seguidos.

"É um absurdo. Para eles cobrarem um preço abusivo, eles tinham que dar qualidade para a população que anda no ônibus. Isso a gente não vê. Não acha nada bom. Não vejo melhoria. Tem que começar pelos cobradores. Tem cobradores que não respeitam as pessoas que utilizam o ônibus. Uma vez... como ela é portadora de fibrose cística e é menor, ela tem prioridade de sentar na frente. A moça [cobradora] simplesmente não deixou. Ela disse que eu tinha que passar e assim eu fiz. Nesse dia chorei. É isso que é pegar ônibus", desabafa.

Quatro ônibus por dia de segunda a sábado hoje

R$374,40 por mês = 34% do salário mínimo

Quatro ônibus por dia caso o pedido do Setransbel seja acatado

RS$506,48 = 46% do salário mínimo 

Aumento seria de 35%, mais que o dobro da inflação de 14% registrada desde junho de 2019, quando ocorreu o último aumento 

Tarifa pelas cidade

Brasília (Distrito Federal) - R$5

Belém (nova tarifa proposta pelos empresários) - R$4,87

Belo Horizonte (Minas Gerais)  - R$4,86

Porto Alegre (Rio Grande do Sul) - R$4,80

Salvador (Bahia)  - R$4,40

São Paulo (São Paulo)  - R$4,40

Florianópolis (Santa Catarina)  - R$4,38

Goiânia (Goiás)  - R$4,30

Curitiba (Paraná) - R$4,25

Campo Grande (Mato Grosso do Sul)  - R$4,20

João Pessoa (Paraíba) - R$4,15

Cuiabá (Mato Grosso)  - R$4,10

Rio de Janeiro (Rio de Janeiro) - R$4,05

Porto Velho (Rondônia) - R$4,05

Rio Branco (Acre)  - R$4

Vitória (Espírito Santo)  - R$4

Teresina (Piauí)  - R$4

Natal (Rio Grande do Norte) - R$3,90 até R$4

Palmas (Tocantins) - R$3,85

Manaus (Amazonas) - R$3,80

Boa Vista (Roraima) - R$3,75 até R$4,80

Macapá (Amapá) - R$3,70

Aracaju (Sergipe) - R$3,50

Belém (com a tarifa atual) - R$3,60

Fortaleza (Ceará)  - R$3,60

Recife (Pernambuco)  - R$3,75 até R$5,10

Maceió (Alagoas)  - R$3,35

São Luís (Maranhão)  - R$3,20 até R$3,70

Informações: O Liberal

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Nova Tarifa de ônibus em Curitiba passa a custar R$ 2,60

quinta-feira, 1 de março de 2012

A tarifa do transporte coletivo em Curitiba passará de R$2,50 para R$ 2,60 a partir da zero hora desta segunda-feira (5). O reajuste foi de 4% - uma variação de apenas 10 centavos – abaixo do INPC (Indice Nacional de Preços ao Consumidor) do período, que foi de 5,63%

A Domingueira, tarifa especial aos domingos, continuará a R$ 1,00, valor que vem sendo mantido desde sua criação, em janeiro de 2005. A Domingueira é um instrumento de inclusão social e convivência familiar e permite ao trabalhador fazer passeios e visitas aos domingos com baixo custo. Em 2004, ano anterior à criação da Domingueira, o número de passageiros transportados aos domingos, ao longo do ano, foi de 3,5 milhões. No ano passado esse número foi de 20,1 milhões.

A tarifa da Linha Turismo passa de R$ 25,00 para R$ 27,00 e a linha Circular Centro passa de R$ 1,50 para R$ 1,60.

Mesmo com o reajuste, a tarifa do transporte de Curitiba está abaixo de capitais como São Paulo (R$ 3,00); Porto Alegre (R$ 2,85); Rio de Janeiro (R$ 2,75); Campo Grande, Florianópolis e Cuiabá (2,70) e Belo Horizonte (R$2,65).

Mão de obra - O aumento no custo da mão de obra foi um dos principais fatores de elevação dos custos do transporte coletivo. O reajuste dos salários e benefícios dos motoristas e cobradores, definido em fevereiro em acordo coletivo da categoria que acatou percentuais de reajuste propostos pelo Ministério Público do Trabalho, representou ganhos efetivos de 23% (cobradores) e 18% (motoristas). Além do abono de R$ 300,00 e reajuste da cesta básica – de R$ 105,00 para R$ 200,00, o salário base teve reajuste de 10,5%, o maior percentual dos últimos três anos e acima da inflação que fechou o ano em 5,63%

A tarifa também reflete, entre outros, variação dos custos de peças e acessórios, preço dos ônibus; correção da rentabilidade e despesa administrativa conforme estabelecido em contrato.

Os custos do transporte coletivo estão detalhados no site da Urbs. Para localizá-los acesse
www.urbs.curitiba.pr.gov.br , clicando em Rede Integrada de Transporte, na página inicial, e em seguida em Tarifa.

Rede Integrada de Transporte

Frota
Frota operante 1.915 ônibus
Frota total 2.329 (operante + reserva)

Passageiros média dia útil
1,187 milhão pagantes e 2,285 milhões passageiros transportados. A diferença deve-se à integração (em Curitiba é possível pagar uma tarifa e utilizar mais de um ônibus) e a isenções.

Tarifa
A tarifa do transporte coletivo é a mesma em toda a rede (à exceção da Linha Turismo e Circular Centro e da Domingueira, de R$ 1,00 aos domingos.

Tarifa Social
A tarifa única beneficia principalmente o trabalhador que historicamente se desloca a distâncias maiores.

Cartão Transporte
Atualmente em torno de 52% dos usuários do transporte coletivo utilizam cartão transporte. Outros 48% pagam em dinheiro. Na média, 50% das passagens são vale-transporte.

Integração
O sistema integrado permite a utilização de vários ônibus pagando apenas uma tarifa, sem limite de tempo. O usuário pode percorrer a distância que necessitar, pelo tempo que quiser, sem pagar uma segunda tarifa. Na média, o curitibano usa dois ônibus em seus deslocamentos pagando uma tarifa.

A Rede Integrada atende Curitiba e 13 municípios da Região Metropolitana e é responsável pelo atendimento de 73% da demanda por transporte em toda a RMC.

Isenções
242 mil pessoas são beneficiadas com isenções e gratuidades. Este número inclui cerca de 20 mil estudantes que recebem desconto de 50% na tarifa. No total são quatro mlhões de deslocamentos por ano com isenção ou gratuidade.

Transparência
Todas as informações sobre o transporte coletivo estão no site da Urbs no item Rede Integrada de Transporte.

MELHORIAS NO TRANSPORTE COLETIVO

• Em 2011 Curitiba passou a contar na frota do transporte coletivo com o maior ônibus do mundo: 28 metros de comprimento e capacidade para 250 passageiros, a mesma de um boeing.

• O novo ônibus – mais moderno, mais confortável e mais seguro, entrou nas linhas do Expresso Ligeirão (Boqueirão e Pinherinho Carlos Gomes) com a cor azul, facilitando a identificação pelo usuário.

• Na cor vermelha, o maior ônibus do mundo está operando nas linhas Centenário-Campo Comprido; Boqueirão e Centenário Rui Barbosa. A partir daqui, o maior ônibus do mundo passa a ser padrão em todas as linhas expressas, de biarticulados, seja na cor azul (Ligeirão) ou vermelha (parador).

• A entrada do novo Ligeirão Azul significou uma ampliação de 47% na oferta de vagas nas linhas Ligeirão Boqueirão e Pinheirinho Carlos Gomes, com a substituição de 24 ônibus articulados com capacidadepara 170 passageiros, por 24 biarticulados com capacidade para 250 passageiros.

• A renovação da frota em 2011 foi de 557 ônibus. A idade média da frota hoje é de 4,7 anos.

• Os usuários do transporte também vão ganhar mais segurança com a instalação, neste ano, de câmeras de monitoramento nos ônibus, terminais e estações tubo. O sistema já está em fase de testes.

• Passageiros das linhas São Jão, Tingui e Solar já contam com informação on line do tempo que falta para que o ônibus chegue no ponto, no Terminal do Cabral. Até o fim do ano, o sistema estará instalado em todos os terminais e estações tubo permitindo que o usuário tenha informação em tempo real no próprio ponto do ônibus.

• Cerca de 600 ônibus da RIT já estão sendo monitorados em tempo real. Até o fim toda a frota será monitorada. O sistema permite saber em tempo real se o ônibus está adiantado, atrasado, parado no ponto ou fora dele, se há acidentes ou obras no caminho, o trajeto que está sendo feito, etc. Com estas informações é possível fazer intervenções diárias no transporte, com melhor adequação de horários e itinerários.

• Ainda neste semestre entrará em operação a Central de Controle Operacional criando um núcleo de controle on line do trânsito e transporte garantindo mais agilidade, segurança e conforto a motoristas, pedestres e usuários do transporte coletivo. A CCO faz parte do Sistema Integrado de Mobilidade (SIM), um conjunto de obras, equipamentos e softwares que possibilitará novas ferramentas na gestão do trânsito, do transporte em Curitiba.

• Curitiba vai ganhar, até o ano que vem, mais três linhas do Expresso Ligeirão: O ligeirão Norte, ligando o terminal Santa Cãndida à Praça do Japão; o Ligeirão Atuba-Carlos Gomes, ligando o bairro ao centro, pela Linha Verde; e o Ligeirão Pinheirinho-Atuba, ligando os dois bairros também pela Linha Verde.

• Também em 2012 começarão a circular os primeiros Hibribus, ônibus movidos a eletricidade e, no caso de Curitiba, a Biocombustível. Eles vão operar em linhas convencionais.

• A renovação da frota 2m 2011 representou uma redução na emissão de poluentes de quase 100 toneladas por mês. O índice de emissão de poluentes no ano passado foi 35,7% menor do que o limite estabelecido pela legislação brasileira. É que a média ponderada na emissão de partículas ficou em 1,01m–1, enquanto o limite estabelecido em lei é de 1,57 m –1 . A unidade m – 1 é um valor de referência nas medições de opacidade e indica a quantidade de luz absorvida pela fumaça, no espaço de um metro, entre um ponto emissor e um outro receptor de luz.

• No ano passado, por exemplo, foram feitos 3.153 testes de opacidade, uma média de 12 testes por dia, em todo o sistema. Além destes testes a Urbs faz no mínimo duas inspeções veiculares por ano em cada ônibus do transporte coletivo.

• Nada menos do que 92% dos ônibus do transporte coletivo de Curitiba têm 100% de acessibilidade. É o maior percentual do país, segundo estudo feito pelo portal Mobilize Brasil. O segundo melhor índice é de Belo Horizonte (MG), com 70%; seguido de Rio de Janeiro (RJ) com 60%. O menor índice é de Natal (RN), de 20%.

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Um em cada quatro brasileiros vai de ônibus ao trabalho

sexta-feira, 16 de outubro de 2015

Um em cada quatro brasileiros se desloca de ônibus para as atividades do cotidiano, como ir ao trabalho ou à escola. Os dados constam de um levantamento sobre transporte público encomendado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e indicam que, diariamente, um quarto dos brasileiros (25%) vai de ônibus para o trabalho ou para a escola. Os que fazem o percurso a pé somam 22%. Já o automóvel da família é o meio de locomoção adotado por 19% da população, seguido pelo uso de motocicletas (10%) e de ônibus ou van fretados (9%). Apenas 7% dos brasileiros se deslocam, no dia a dia, de bicicleta. 

É o caso, por exemplo, do copeiro Edmilson Alves, de 31 anos, que trocou o ônibus pela bicicleta para ir ao trabalho e não se arrepende. Todos os dias, ele sai da Vila São José, em Osasco, município a oeste da Grande São Paulo, rumo à avenida Imperatriz Leopoldina, na Vila Leopoldina, zona oeste da capital paulista. “Eu levava em torno de trinta minutos para chegar aqui e agora são só quinze minutos”, disse.

O Ibope, instituto contratado pela confederação, ouviu 2.002 pessoas, no ano passado, em 142 cidades, e constatou que o brasileiro está mais insatisfeito com as opções de transporte. O percentual de entrevistados que avaliou o transporte como ruim ou péssimo subiu de 26%, em 2011, para 32%, na última sondagem. Já a parcela de brasileiros que avaliou o setor como bom ou ótimo caiu de 39% há quatro anos, para 24%.

Entre os problemas apontados pelos usuários está o tempo gasto para se chegar aos destinos: há quatro anos, 26% das pessoas levavam mais de uma hora para chegar ao destino. O percentual passou para 31%. A maioria (74%) perde até uma hora no trânsito. Em 2011, esse percentual era 69%.

A corretora de imóveis Thais Couri, de 36 anos, mudou-se do Guarujá para São Paulo há seis meses e vai de ônibus para o trabalho. Ela conta que leva uma hora e meia, diariamente, para sair do bairro de Perdizes, na zona oeste, até o Parque D. Pedro, onde trabalha no centro da cidade. "A condução chega a demorar até 45 minutos, às vezes", disse.

No caso dos brasileiros que levam mais de duas horas no trânsito, 22% estão nos ônibus ante 9% em carros. Já no percurso de até uma hora, 51% ocupam assentos de ônibus enquanto 76% estão em carros.

Em um recorte da pesquisa por gênero, as mulheres (28%) usam mais os ônibus do que os homens (19%) para deslocamentos diários. Elas também andam mais a pé do que eles: 26% dos pedestres são mulheres, ante 17% de homens. Quando o meio de transporte é a bicicleta, a proporção se inverte: 9% dos homens optam por pedalarem no dia a adia, ante 4% de ciclistas mulheres. O mesmo ocorre em relação à motocicleta (13% homens e 7% mulheres) e ao carro (23% homens e 16% mulheres). A motocicleta é o meio preferido dos jovens enquanto o carro é apontado como ideal pelos mais velhos.

Baixa renda usa ônibus ou anda a pé
Entre a população com rendimento de até um salário mínimo, 39% seguem a pé para os seus destinos, 20% vão de ônibus e 3% de carro. Já entre os brasileiros com faixa de renda acima de cinco salários mínimos, quase a metade (48%) tem o carro como principal meio de locomoção, 16% usam ônibus e 12% caminham até seus destinos.

De acordo com o levantamento, quanto menor a cidade, maior o percentual de moradores que vai a pé para o trabalho ou escola. Em cidades menores, com até 20 mil habitantes, 44% dos entrevistados cumprem os trajetos a pé. Em municípios que têm entre 20 mil e 100 mil habitantes, o percentual cai para 31% e apenas 12% caminham em cidades com mais de 100 mil habitantes.

O levantamento detectou ainda que a maioria dos que segue a pé faz essa opção por ser a mais rápida, caso de 37% dos entrevistados. Quem escolhe a bicicleta (54%) aponta a agilidade do modal, mesmo motivo indicado pelos que optam por motocicleta (64%) e pelo carro (58%). Já 44% dos entrevistados que usam o ônibus disseram que este é o único meio de transporte disponível.

Ao perguntar aos usuários como melhorar o transporte público no país, a maioria (47%) sugere aumentar o número de linhas e corredores exclusivos de ônibus. Para 28%, o preço da tarifa deveria ser reduzido. Vinte e um porcento consideram que, para ser mais atrativo, o transporte deveria ser mais seguro, e a mesma parcela, defende investimento em conforto.

O operário Lucas David tem 25 anos e trabalha em uma empresa de biscoito, em Vila Anastácio, na mesma região onde mora. Apesar disso, sente que o tempo que gasta do Rio Pequeno, onde mora, até a empresa aumentou. “Antes eu gastava só 40 minutos, agora chega a uma hora e meia. E demora mais ainda quando eu trabalho em dias de feriado, quando a frota é reduzida em mais de 30%”, lamentou.

Para ele, a frota de ônibus não acompanhou o aumento da demanda. Além disso, ele aponta a necessidade de mais fiscalização para não permitir que veículos comuns transitem nos corredores exclusivos. "Tem também o fato que muitos motoristas não respeitam os corredores [de ônibus]. Precisa de mais fiscalização”, disse.

Cidades testam uso de faixas semi-exclusivas
Enquanto o processo de licitação  ainda não acontece, a Prefeitura do Natal elenca a criação das faixas semiexclusivas como uma das ferramentas para dar mais agilidade ao transporte público. Segundo o secretário adjunto de Trânsito de Natal, Walter Pedro da Silva, a velocidade comercial dos ônibus (velocidade entre dois pontos estabelecidos) já tem aumentado nas vias onde a faixa foi implantada. Na avenida Senador Salgado Filho, a média  passou de 14 para 34 quilômetros por hora. Na avenida Prudente de Morais, a velocidade dobrou: de 15 para 30 quilômetros por hora.

O próximo passo da prefeitura é implantar uma faixa semiexclusiva na Coronel Estevam. “A população não precisa andar nas mesmas vias e horários que o transporte coletivo. O condutor de carro tem que procurar vias alternativas”, orientou.

Outro aspecto que poderia melhorar a mobilidade na Grande Natal seria a integração e complementariedade do sistema de capital com o de outras cidades da  região. “Nós continuamos com o fórum de secretários da Região Metropolitana de Natal, mas infelizmente o DER não está acompanhando nossas reuniões, o que é um dificultador porque tratamos da questão intermunicipal”, falou. As reuniões, segundo Walter Pedro, ocorrem uma vez por mês.  

Por Marli Moreira 
Informações: Agência Brasil

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Curitiba: Linha de Natal começa a funcionar nesta sexta-feira

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Começa a funcionar às 20h desta sexta-feira (9), a Linha Especial de Natal, servida por ônibus tipo jardineira, que até o próximo dia 23 transportará turistas e demais usuários com passagem por variados pontos com decorações natalinas em toda a cidade. As saídas, das 20h às 21h30, serão a cada  30 minutos, defronte à Catedral Basílica Menor, na praça Tiradentes, onde fica o ponto que durante o dia é usado pela Linha Turismo.

A passagem custa R$ 10,00. Não haverá embarques ao longo do trajeto. Crianças com menos de cinco anos de idade não pagam passagem. Ao longo do trajeto, criado pelo Instituto Municipal de Turismo, os ônibus, fiscalizados pela Urbs – Urbanização de Curitiba S/A, responsável pelo gerenciamento do sistema de transporte urbano, passarão por 17 endereços especialmente decorados para o Natal e que serão pontos de atração para os passageiros.

Pontos de referência - Além da Catedral, que serve como ponto de partida, os pontos de interesse pelos quais os ônibus passarão com velocidade reduzida, para que os passageiros apreciem a decoração natalina, são os seguintes:

• Prédio histórico da Universidade Federal do Paraná – a primeira universidade do país no verdadeiro sentido da palavra, criada em 1912.  Fica defronte à praça Santos Andrade A obra foi entregue em 1919, e três anos depois foram construídos os torrões laterais com colunatas. A fedralziação deu-se em 1951. No ano seguinte, ganhou as escadarias;

• Sede da Associação Comercial do Paraná, que fica na esquina das ruas XV de Novembro e Presidente Faria;

• Galeria de Luz, ao longo de trecho do calçadão da rua XV de Novembro – arcos que feericamente iluminam a via - que poderá ser vista de perto durante a passagem dos ônibus pela rua Barão do Rio Branco;

• Paço Municipal, obra neoclássica erguida em 1914 que abrigou o primeiro endereço oficial da Prefeitura da cidade, na praça Generoso Marques. Passagem diária, exceto dias 13, 14 e 15, quando haverá apresentação natalina no local, o que obriga os ônibus a um desvio do roteiro;

• Praça Dezenove de Dezembro – localizada na rua Barão do Serro Azul, abriga o obelisco comemorativo ao centenário da emancipação política do Paraná, em 1953, além de painel em azulejos, do artista paranaense Poty Lazzarotto, que retrata a evolução da economia paranaense, bem como o homem e a mulher, nus, em concreto, simbolizando a força do trabalho regional;

• Prefeitura de Curitiba – localizada no Centro Cívico, é sede do Poder Executivo municipal desde 1968, quando se inaugurou o prédio projetado pelo arquiteto Rubens Meister;

• Setor Histórico – ônibus passam pela parte antiga e preservada da cidade, com seus casarões, como o Palacete Wolf, antiga sede da Fundação Cultural de Curitiba, a sede da Sociedade Garibaldi, e igrejas como a do Rosário e da Ordem, entre outras;

• Palácio Avenida – construção de 1929 mandada erguer pelo comerciante libanês Feres Merhy, foi endereço comercial e residencial, e de cafés e cinema, no térreo, até sua revitalização, nos anos 1980, e reabertura como endereço institucional de banco comercial. Desde então a fachada é cenário de encenação natalina e espetáculo de luzes e cores. Fica no início da avenida Luís Xavier, esquina com travessa Oliveira Bello. Por causa do calendário de apresentações de Natal, os ônibus deixam de  passar pelo local dias 9, 10, 11, 16, 17 e 18 do corrente;

• Rua 24 Horas – Obra de 1991 e primeira do gênero no país, reabriu em novembro, depois de inteiramente restaurada e endereço para compras e lazer. Totalmente coberta, abrioa comércio e serviços, no trecho entre as ruas Visconde de Nacar e Visconde do Rio Branco;

•  Praça Eufrásio Correia – Antiga Praça da Estaçãom fica defronte à antiga estação ferroviária que, reciclada e revitalizada, transformou-se em moderno shopping. Importante ponto de encontro de diversas linhas integradas do sistema de transporte, a praça, que abriga a estátua “O Semeador”, simboliza dois períodos urbanos: o  do início do século XX, quando o trem é o principal meio de transporte para viagem e quando os viajantes se hospedam nos glamurosos hotéis de arquitetura neoclássica no entorno, em contraste com as modernas estações-tubo, atendidas pelos ônibus expressos biarticulados com até 28 metros de comprimento cada;

• Praça Oswaldo Cruz – É endereço de atividades poliesportivas, dispondo de piscinas, canchas cobertas, pista para caminhadas e atividades afins. Acesso principal pela rua Brigadeiro Franco defronte a um shopping que no passado abrigou unidade militar;

• Edifício-sede da Companhia Paranaense de Eletricidade (Copel) – o prédio, que fica na rua Coronel Dulcídio, e todo decorado, pode se visto durante a passagem do ônibus pela rua Benjamim Lins, no bairro Batel;

• Praça da Espanha – Homenageia Miguel de Cervantes e conta com rica biblioteca, além de o espaço servir como ponto de encontro, aos sábados, de colecionadores de veículos antigos. Fica no Batel;

• Castelo do Batel – Construído em 1924, inspirado nos palácios franceses do Vale do Loire, pertenceu, até 1947, ao cafeicultor Luís Guimarães, quando passou às mãos do ex-governador paranaense Moysés Lupion – propriedade até hoje da família. De 1972 a 2002 abriga a antiga TV Paranaense, anal 12 – hoje RPCTV, quando o imóvel, tombado desde 1974,  tem pinturas, vitrais e fachada original restaurados. Para, desde 2003, abrigar centro de eventos.

•  Praça do Japão -  Revitalizada em 2010, fica no encontro das avenidas Sete de Setembro e República Argentina, no Batel, e guarda típica construção oriental para visitação em que se serve o tradicional chá. Em virtude de apresentações natalinas no local, os ônibus deixam de passar por ali nos dias 13, 14 e 15.

•  Associação Comercial e Industrial de Santa Felicidade – Ocupa imóvel histórico no bairro de colonização italiana, todo decorado, e motivo de passagem da Linha Natal, já no retorno ao centro da cidade.

Percurso – Com saídas a cada 30 minutos, os ônibus tipo jardineira da Linha Natal fazem o seguinte percurso, a partir desta sexta-feira (9), até o próximo dia 23: a partir da praça Tiradentes, circulação pela rua Tobias de Macedo, travessa Alfredo Bufren, ruas Conselheiro Laurindo (passagem diante do Teatro Guaíra, de onde, olhando à direita, se vê o prédio da Universidade).

Segue pelas ruas XV de Novembro (de onde se avista novamente a fachada da Universidade e, na quadra seguinte, a sede da Associação Comercial), João Negrão, Marechal Deodoro, Barão do Rio Branco, Riachuelo (onde, pouco adiante do cruzamento com a rua XV, está a praça Generoso Marques, onde fica o Paço Municipal) e avenida Cândido de Abreu, até a rótula defronte à Prefeitura, no Centro Cívico, de onde retornam pela pista oposta da avenida.

O roteiro segue pela rua Barão do Serro Azul, travessa Nestor de Castro, alameda Augusto Stellfeld, rua Ébano Pereira, avenida Luís Xavier (quando passa em frente ao Palácio Avenida), rua Ermelino de Leão, alameda Doutor Carlos de Carvalho, ruas Visconde de Nacar, André de Barros e João Negrão.

A partir daí, seguem pela pista lenta da avenida Sete de Setembro, em direção ao Batel, com passagem pela praça Eufrásio Correia e praça Oswaldo Cruz, prosseguindo pelas ruas Brigadeiro Franco, Benjamim Lins e Coronel Dulcídio (de onde pode ser vista a sede da Copel); alameda Carlos de  Carvalho (com vistas para a Praça da Espanha).

Caminho segue pela rua Alferes Ângelo Sampaio, avenida do Batel (onde está o Castelo do Batel), rua Silveira Peixoto, trecho da avenida Visconde de Guarapuava, rua Francisco Rocha, avenida Sete de Setembro (com vista para a Praça do Japão).

Na sequência, tráfego pela rua Desembargador Costa Cavalcxanti, avenida Vicente Machado, ruas Capitão Souza Franco, São Marcelino, por onde chega à avenida Manoel Ribas. A partir dali, as jardineiras vão até Santa Felicidade, onde, através da Via Veneto, iniciam o retorno ao centro pela rua Marcos Mocellin.

Na avenida Manoel Ribas, sentido centro, está o prédio decorado da Associação Comercial e Industrial de Santa Felicidade. A volta é pelas avenidas Manoel Ribas e Jamime Reis, alameda Doutor Muricy e rua Cruz Machado, por onde os ônibus tipo jardineira chegam ao ponto inicial da praça Tiradentes.

Desvios – Em virtude da programação natalina, com apresentações especiais em diversos pontos do centro da cidade, os ônibus tipo jardineira da Linha Natal deixarão de seguir o roteiro normal nos seguintes  dias e trechos:

• de terça a quinta-feira, 13 a 15 – apresentações defronte ao Paço Municipal, na praça Generoso Marques. Os ônibus procedentes da rua XV de Novembro, em vez de seguirem pela rua João Negrão, desviam pela rua Presidente Faria até a praça Dezenove de Dezembro, quando retomam o caminho normal pela avenida Cândido de Abreu;

• de sábado a segunda (9 a 11, e de 16 a 18) – apresentações no Palácio Avenida, na avenida Luís Xavier. As jardineiras procedentes da alameda Augusto Stellfeld, descem pela rua Ébano Pereira apenas até o cruzamento com a alameda Doutor Carlos de Carvalho, onde viram à direita. Por causa da apresentação, deixam de seguir em frente, na Ébano Pereira, passando defronte ao palácio e saindo pela rua Ermelino de Leão.

• de terça a quinta-feira (13 a 15)  - por causa do evento natalino na Praça do Japão,  os ônibus procedentes da rua Alferes Ângelo Sampaio e avenida do Batel, deixam de percorrer as ruas próximas à praça e desviam pela rua Teixeira Coelho, até o cruzamento com a avenida Vicente Machado, a partir de onde retomam o caminho pela rua Capitão Souza Franco.


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Tarifa de ônibus em Natal pode ser reduzida

sábado, 23 de janeiro de 2010


O valor da tarifa de ônibus em Natal pode ser reduzido nos próximos meses, caso uma ação do Ministério Público Estadual que pede a volta da passagem ao valor de R$ 1,85 for considerada procedente. Os promotores do caso, José Augusto Peres e Iádya Gama Maio, usam como argumento o fato de, segundo eles, o Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) assinado pelo Seturn e Prefeitura no ano passado que permitia o aumento da tarifa mediante providências que deveriam ser tomadas pelas empresas de ônibus não ter sido cumprido.
O promotor conversou com a equipe do Nominuto.com sobre o assunto e disse estar esperando a intimação do juiz. “A Promotoria está aguardando a intimação do juiz para entrar com o recurso no Tribunal de Justiça”, destaca.
Apesar de não ter data prevista, José Augusto Peres acredita que a decisão deve sair nos próximos dois meses. “A decisão tem que sair o mais rápido possível, com revogação da liminar de imediato, a favor ou contra o pedido do Ministério Público”, explica.
A ação denuncia o Sindicato das Empresas de Transporte Urbano de Passageiros (Seturn) por ter descumprido alguns itens do acordo, como a instalação e adaptação ao sistema Prae (voltado para transportar gratuitamente pacientes com doenças degenerativas para seções de tratamento no SUS) de 20 micro-ônibus em Natal. Se a decisão for sentenciada a favor do Ministério Público a tarifa de ônibus em Natal passa de R$ 2,00 para R$ 1,85.
Fonte: Nominuto.com
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Curitiba avança rumo à eletromobilidade e nova concessão do transporte coletivo

quarta-feira, 3 de janeiro de 2024

Ao completar 330 anos em 2023, Curitiba colocou o pé no acelerador da eletromobilidade, com os primeiros testes com ônibus e táxis elétricos e a preparação para a compra dos primeiros 70 elétricos que passam a integrar a frota do transporte coletivo a partir de 2024. Também ganhou novas linhas de ônibus, lançou um novo cartão pré-pago para utilização fora do horário de pico e iniciou a formatação do novo modelo de concessão do transporte coletivo, que vai valer a partir de 2025.

Os primeiros 70 ônibus, que devem ser adquiridos com recursos de R$ 317 milhões, marcam o início da descarbonização da frota do transporte coletivo, um dos pilares do plano de sustentabilidade do município para as próximas décadas. Prevista no Plano de Adaptação e Mitigação das Mudanças Climáticas de Curitiba (PlanClima), ela traduz o empenho em consolidar uma política climática com ações transformadoras e inclusivas por uma cidade neutra em emissões e resiliente ao clima, de acordo com os objetivos do Acordo de Paris e da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável.

“O futuro começa agora, com os ônibus elétricos. Iniciamos a eletrificação da frota, vamos deixar para os curitibinhas de hoje e os que ainda vão nascer uma cidade mais sustentável e menos poluente", diz o prefeito Rafael Greca. 

Os primeiros ônibus elétricos devem rodar no transporte coletivo nas linhas Interbairros II, Interbairros I e Ligeirinhos. Pelo cronograma, serão cinco lotes de compras, que têm início em maio. 

“O ano de 2023 foi um marco em termos de transição da matriz energética. Efetuamos testes com ônibus e também táxis elétricos e anunciamos a compra dos primeiros lotes de ônibus elétricos. Curitiba se prepara para o grande salto que o transporte coletivo vai dar nos próximos anos”, resume Ogeny Pedro Maia Neto, presidente da Urbanização de Curitiba (Urbs), que gerencia o transporte coletivo da cidade.

Dos 70 ônibus, 36 são modelo padron piso alto; 28 articulados de piso alto; e 6 padron piso baixo. "Essa primeira compra será uma oportunidade para que possamos testar estes ônibus na prática, já com vistas ao novo edital de concessão do transporte coletivo, em 2025", acrescenta Maia Neto.

Testes
Curitiba foi a primeira cidade do País a fazer testes estruturados de ônibus elétricos, envolvendo avaliações de sete veículos de quatro marcas - BYD, Eletra, Marcopolo e Volvo -, entre abril e outubro de 2023, nas linhas urbanas da cidade.

Com zero emissões, silencioso, climatizado e confortável, o ônibus elétrico caiu no gosto dos usuários que puderam participar dos testes de ônibus nas linhas.

“Eu já andei de ônibus elétrico várias vezes e gosto porque ele é confortável, é melhor que o tradicional”, elogia José Rosimauro, 41, porteiro.

“O elétrico faz muito menos barulho, e na volta do trabalho para casa isso é ótimo. Sempre fico feliz quando vejo que o ônibus que vou pegar é elétrico”, diz Edvaldo Junior, 28, promotor de vendas, aque também pôde andar em um dos ônibus testados na capital.

O projeto de compra dos veículos, aprovado na Câmara Municipal de Curitiba (CMC) em dezembro, permitirá, além do subsídio,  que os 70 ônibus voltem para o município com o fim do atual contrato de concessão.

Nova concessão
O atual contrato de concessão, que termina em 2025, não será renovado. A Prefeitura iniciou em 2023 o projeto de formatação do novo modelo de concessão do transporte coletivo, com apoio e consultoria do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico Social (BNDES). O novo modelo promete ser um marco para o transporte coletivo da cidade, com  modernização do sistema, reestruturação dos serviços de mobilidade da Rede Integrada de Transporte e descarbonização gradual da frota.  A meta é que 33% da frota seja zero emissões em 2030, percentual que deve chegar a 100% em 2050.

Táxis elétricos
Além de testar ônibus elétricos, a Prefeitura também avaliou o desempenho de um ônibus movido a gás natural e seis táxis elétricos da montadora Renault, que rodaram, com passageiros, durante seis meses. A intenção é que esses testes sejam a base de um projeto de eletrificação da frota de táxi de Curitiba.

“Os resultados foram extremamente promissores, com uma redução significativa das emissões de gases de efeito estufa no período de avaliações”, diz Maia Neto.

Em paralelo, a Prefeitura começou a implantar, para a população em geral,  uma rede de recarga de carros elétricos em pontos estratégicos da cidade, com carregadores instalados na Prefeitura, nos Smart Parks São Francisco, Jardim Botânico e Campina do Siqueira, na Rua da Cidadania da Matriz e na Rodoviária.

Reformas
Além dos avanços rumo à eletromobilidade, o transporte coletivo ganhou melhorias em 2023, com mais linhas, integrações temporais e a reforma de 120 estações-tubo. Em 2023, foram criadas oito novas linhas: 553-Moradias Iguaçu, 722-Complexo Industrial, 832- Posiville/INC, Rio Bonito; Parque Náutico e Emílio Romani, sem contar as linhas temporárias X50 - Natal Barigui e  X51-Natal Parque Náutico. Além disso, a nova linha Ligeirão Norte-Sul, que vai ligar o Santa Cândida ao Pinheirinho, deve ser inaugurada em janeiro de 2024. 

Com investimento recorde de R$ 6,5 milhões, 120 estações-tubo estão passando por reformas, com troca de piso e melhorias de acessibilidade até o fim de janeiro de 2024.  Com a conclusão dessa revitalização, 60% das 338 estações-tubo da cidade terão sido revitalizadas nos últimos dois anos.

Curitiba+
Investindo fortemente em novas tecnologias, Curitiba lançou mais uma inovação no transporte coletivo, o Curitiba+, cartão pré-pago que permite, por um valor fixo, utilizar o transporte de maneira ilimitada fora do horário de pico durante 30 dias. A ideia é gerar economia para o passageiro e incentivar o uso do transporte coletivo fora dos horários de pico, período em que o movimento chega a ter queda de 60%. O Curitiba+ permite uso ilimitado e exclusivo das 8h30 às 16h59 e das 20h às 3h59 nos dias úteis; após 8h30 aos sábados; e de uso livre aos domingos e feriados.  Quanto mais utilizações, mais barato fica em relação ao cartão tradicional. 

A Urbs também implantou novidades na rede de lojas #CuritibaSuaLinda, que completou cinco anos em 2023. A principal delas foi o início das vendas pelo site da rede, que disponibiliza produtos que prestam homenagem à história, à arquitetura e à cultura de Curitiba e também do Paraná. São 680 itens de decoração, literatura, arte, acessórios, vestuário e lembranças. Também estão na programação a inauguração, em breve, de uma loja no Aeroporto Afonso Pena, em São José dos PInhais, e uma loja-tubo itinerante, que vai ser instalada temporariamente em alguns locais da cidade. 

O ano de 2023 também foi marcado pelos 60 anos da Urbs, que promoveu uma série de eventos comemorativos, como promoções e festivais gastronômicos no Mercado Municipal Capão Raso (MMCR) e na Rua 24 Horas.

A Urbs também lançou editais para escolha de permissionários nos equipamentos urbanos, com destaque para o Parque de Diversões no Parque Barigui, inaugurado em dezembro com 17 atrações em um espaço de 8 mil metros quadrados.

O atendimento à população também foi aprimorado, com a ampliação de funcionalidades dos totens implantados em Ruas da Cidadania, e o pagamento de recarga de cartão-transporte com cartão de débito e crédito em terminais. A Rodoviária de Curitiba, também administrada pela Urbs, ganhou painéis de informação de origem, destino e hora dos ônibus, além de uma ferramenta que permite fazer uma visita virtual ao terminal rodoviário.

Informações: URBS

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