As ruas de Natal ganharam um cenário diferente. Praticamente a cada parada de ônibus é possível encontrar duplas de policiais militares fazendo a segurança. Para os usuários do transporte coletivo é uma medida válida, mas poucos acreditam que ela será mantida por muito tempo. As iniciativas sugeridas pelo Comando da Polícia Militar e colocadas em prática após o consenso entre empresários do transporte público e a Secretaria Municipal de Transporte e Trânsito Urbano (STTU) dividem a opinião de quem utiliza o serviço.A panfletista Erica Andreza acha certo ter policiais dentro dos ônibus, mas de preferência à paisana para evitar qualquer confronto direto com bandidos. Já o agente de estação de transferência Walcirley de Lima acredita ser mais viável os PMs andarem fardados porque intimida mais. ‘‘À paisana ele pode se tornar vítima e além da vida dele estar em jogo pode prejudicar os passageiros também’’, alega. Sobre as blitzen, Walcircley disse não concordar, pois atrasa a viagem e ainda expõe os passageiros. ‘‘Ontem (quarta-feira) à noite eu vinha para a aula e pararam o ônibus. Além de ser um constrangimento. toma tempo’’, observou.Simone Cardoso, que trabalha como protética, acredita que a iniciativa de parar o ônibus e fazer a blitz é melhor, pois não acha que o policial fardado intimide assaltantes. Mesmo assim, ela diz que manter pelo menos dois policiais dentro dos veículos pode ser importante. ‘‘Acho que só um policial não adianta porque é a vida do PM que está em jogo’’, observa. Para quem trabalha no setor e vive a realidade diariamente, a polêmica em torno das medidas de segurança está longe de resolver o problema. O motorista de ônibus Silvano Montes, na profissão há 17 anos, disse que nunca foi assaltado, mas não acha certo os policiais militares andarem fardados nos ônibus, apesar dessa ser, no momento, a melhor opção. Sobre as blitzen, Silvano disse que pode até inibir a criminalidade, mas não resolve.Quem já foi assaltado encara a situação com uma ótica diferente. A locutora Valkiria Gomes lembra os momentos de angustia dentro de um ônibus quando dois homens fizeram um verdadeiro arrastão, por volta das 18h40 de um sábado. ‘‘Só não foi pior porque eu tenho pressão alta e passei mal, aí eles mandaram eu descer’’, conta. Moradora do conjunto Parque dos Coqueiros, ela acha certa a realização de blitz, principalmente em bairros onde os casos de violência são constantes. ‘‘Ninguém tem escrito ‘honestidade’ na cara. As vezes a pessoa entra bem vestida e vai assaltar, assim como algum adolescente entra para vender algo e furta quem está dentro do ônibus’’, observa Valkiria, que reclama a demora dos empresários em adotar esse tipo de atitude para garantir a segurança de quem utiliza o transporte coletivo na cidade.STTU apoia iniciativa da PMA Secretaria Municipal de Transporte e Trânsito Urbano (STTU) vê com bons olhos a iniciativa da Polícia Militar em se engajar na luta contra a violência nos ônibus. Na última quarta-feira, uma reunião no Quartel da PM reuniu representantes da STTU e donos das empresas de ônibus para discutir o assunto. Motivados pelos últimos acontecimentos, tomaram medidas emergenciais. De acordo com o chefe do Departamento de Fiscalização de Trânsito da STTU, André Luiz de Medeiros, o fato da criminalidade estar crescendo a cada dia motivou a PM, que resolveu tomar a frente e combater o problema. As duas alternativas adotadas estão gerando discussão entre os passageiros, apesar deles reconhecerem a necessidade. Os policiais militares fardados devem ser autorizados a entrar nos ônibus para coibir a violência. Já as blitzen têm gerado um certo desconforto aos passageiros, mas são feitas em prol da segurança.
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segunda-feira, 8 de setembro de 2008Postado por Meu Transporte às 21:22
Marcadores: Rio Grande do Norte
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