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Ônibus que circulam na Região Metropolitana do Recife começam a ser monitorados por GPS

terça-feira, 20 de março de 2012

Sistema funciona através de GPS e vai permitir que os usuários do transporte público do Grande Recife recebam as informações dos horários dos seus coletivos por meio de SMS ou nos painéis de LCD instalados nos Terminais de Integração.

Os três mil ônibus que circulam na Região Metropolitana do Recife começam a ser monitorados pelo Grande Recife Consórcio de Transporte nesta terça-feira (20). Através do Sistema Inteligente de Monitoramento da Operação – SIMOP, os coletivos serão acompanhados, em tempo real, através da tecnologia GPS, permitindo aos técnicos do Consórcio, saber o tempo de viagem, a velocidade e o posicionamento de cada veículo.

O Centro de Monitoramento da Operação (CMO) está instalado na sede do Grande Recife e será responsável por fazer cumprir a programação das 385 linhas que circulam nos 14 municípios da Região Metropolitana. O CMO também terá a função de articular com os órgãos de trânsito municipais no sentido de minimizar os efeitos dos congestionamentos verificados ao longo do dia. A partir do momento em que a falha é detectada no sistema, as operadoras e os fiscais do Consórcio Grande Recife são acionados para verificar o que está ocorrendo e a partir daí, o Consórcio poderá agir com mais rapidez, cobrando e punindo as operadoras, de acordo com o manual do STPP/RMR, que está sendo finalizado para ser aprovado na próxima reunião do Conselho Superior de Transporte Metropolitano (CSTM), que acontece dia 27 de março.

O regulamento, após aprovado, será utilizado como instrumento de cobrança e fiscalização, onde a empresa poderá sofrer as penalidades que vão de multas até advertências, quando o operador, caso haja situações recorrentes, está sujeito a perder o direito de concessão daquela linha. As multas podem chegar até R$ 1.182,50 (no caso do descumprimento do itinerário ou a empresa estar com sua frota reduzida).
 Através do SIMOP, serão geradas informações aos usuários que estão nos Terminais de Integração ou que estão em uma das 6.238 paradas localizadas na RMR. Nos TIs, o Sistema disponibiliza painéis de LCD com os horários de chegada e partida dos coletivos.

O Sistema oferece ainda o serviço de SMS, onde o usuário que estiver em qualquer parada de ônibus do Grande Recife poderá mandar um torpedo para o número 49214 com o código da parada e o número da linha que deseja informação e receber, em poucos segundos, o horário dos próximos coletivos que passarão no local.

Segundo o secretário Danilo Cabral, a Central de Controle Operacional tem como meta aperfeiçoar a gestão do sistema, facilitando o planejamento, o controle e a fiscalização dos ônibus. Funcionará verificando se o quadro de horário estabelecido estará sendo cumprido, identificando algum desvio ou até mesmo queimas de paradas. “A partir do momento em que as informações chegam de forma mais rápida aos técnicos do Consórcio Grande Recife, é possível que a correção dos problemas seja feita com mais agilidade, fazendo com que o usuário possa ter mais confiabilidade no sistema de transporte coletivo”.

O novo sistema está sendo implantado por um Consórcio formado pelas empresas pernambucanas Cittati, Midiavox e Cerpap.

Painéis - Dos 13 terminais em operação, oito já contam com os painéis de informação aos usuários, são eles: Camaragibe, PE-15, Caxangá, PE-22 (Pelópidas Silveira), Cabo, Macaxeira, Igarassu e Recife. Ao todo, 56 painéis já foram implantados nesses terminais. A meta é implantar os 142 painéis em todos os terminais em operação. Os demais terminais do SEI que estão em construção, sendo três deles inaugurados ainda nesse semestre, também já serão entregues com os equipamentos em pleno funcionamento.

Consulta via SMS – Para saber a previsão do horário do ônibus que deseja, o usuário deve enviar uma mensagem para o número 49214 com a seguinte solicitação: PREV “ESPAÇO” NÚMERO DA PARADA (6 dígitos) “ESPAÇO” NÚMERO DA LINHA (3 dígitos). Em instantes, receberá de volta a informação com o horário dos três próximos ônibus da linha que solicitou os dados. O custo da mensagem é de R$0,31 + impostos. No Brasil, alguns Estados já utilizam sistemas semelhantes, como em Goiana e Belo Horizonte, que cobram R$0,31 (mais impostos) e R$ 0,33 (mais impostos), respectivamente.

O serviço, que começa a ser disponibilizado nesta terça-feira (20), estará em fase de teste por 30 dias e, neste período, os usuários poderão fazer suas reclamações e questionamentos pelo 0800.081.0158.

Fonte: GRCT

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Tarifas de ônibus do Recife e Região Metropolitana devem ser reajustadas em janeiro

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Começou a seção aumento de tarifa de ônibus pelo Brasil e aqui no Recife não é diferente, se tudo ocorrer como nos últimos anos, onde os reajustes foram feitos no mês de janeiro, teremos mais um aumento nas tarifas de ônibus na região metropolitana do Recife.

IPCA
Se formos levar em conta os últimos aumentos nas tarifas de ônibus na cidade do Recife, onde o Governo do Estado levou em conta o IPCA (Índice de Preço ao Consumidor Amplo), os usuários da Região Metropolitana do Recife já podem preparar os bolsos para um novo reajuste onde o Anel A, que hoje é usado por cerca de 70% da população passaria a custar R$ 2,30, pois o IPCA estará na casa dos 6%.

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É certo afirmamos que hoje o Recife tem uma das tarifas de ônibus mais baratas do País, mesmo em cidades onde as tarifas são iguais ou próximas às praticadas na RMR, o valor consegue ser mantido porque suporta menores cargas tributárias, taxas e gratuidades, que no caso do Recife ultrapassam 50% do valor da tarifa. Várias cidades brasileiras, entre elas algumas com tarifas bem mais elevadas, têm ainda suas operações subsidiadas pelos governos municipais ou estaduais, o que não acontece na RMR.

Outros fatores levados em conta para a reivindicação das empresas de ônibus são o pagamento de pessoal, diesel, manutenção e compra de novos ônibus, entre outros.
Terminal Integrado de Joana Bezerra
Embora alguns avanços foram feitos no sistema e pelo incrível que pareça, mais por parte das empresas que renovaram e muito suas frotas com ônibus novos sendo incorporados no sistema, porém pelo lado do governo pouca coisa mudou e algumas até pioraram, onde usuários se espremem dentro dos ônibus por falta de viagens compatíveis em determinadas linhas causando superlotação, terminais sem estruturas, demora na construção de alguns, falta de segurança e organização, e o mais falado aqui no Blog desde de sua criação, falta de corredores e faixas exclusivas para os ônibus, ou seja, teremos um serviço provavelmente reajustado e o retorno não condiz com o valor pago nas catracas.

O fato é que veremos mais uma briga entre governo e empresas sobre esse novo reajuste que para muitos já é dado como certo, resta esperar de quanto será.

Se for feita pelo IPCA que está em 6%, teremos as seguintes tarifas:

Linhas Convencionais
Anel A: R$ 2,30
Anel B: R$ 3,50
Anel D: R$ 2,75
Anel G: R$ 1,50

Linhas Opcionais
042 – Aeroporto  R$ 2,80
072 – Candeias  R$ 4,25
160 – Gaibu/Barra de Jangada R$ 4,25
195 – Recife/Porto de Galinhas R$ 11,13

Tarifas especiais  
191 – Recife/Porto de Galinhas (Nossa Senhora do Ó)  R$ 7,60
194 – Cabo/Porto de Galinhas R$ 4,25
196 – Recife/Porto de Galinhas (IMIP) R$ 6,00 

Mais Informações nas próximas postagens
Fonte: Blog Meu Transporte

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No Recife, Projeto visa implantação dos corredores de ônibus

segunda-feira, 30 de julho de 2012

Na volta aos trabalhos legislativos, em agosto, os vereadores da Câmara Municipal do Recife encontrarão o projeto de lei número 13/2012, enviado pelo Poder Executivo, que pede urgência na autorização de financiamento para implantação dos corredores exclusivos de ônibus na II e III Perimetrais e na Radial Sul. Eles estão previstos no âmbito do Programa de Aceleração do Crescimento Mobilidade Grandes Cidades, suplementando as fontes 102, 4102 e a 133, com recursos financiados pela Caixa Econômica Federal. “O objetivo geral da implantação dos referidos corredores é ampliar e melhorar a qualidade da mobilidade no Recife e a escolha da Caixa diz respeito ao fato de que esse é o agente financeiro designado pela União, no âmbito do PAC Mobilidade Grandes Cidades”, observou o prefeito João da Costa, na mensagem enviada.

A implantação dos corredores de transporte público, previstos no projeto, será realizada ao longo de três anos e no total envolve recursos da ordem de R$ 821 milhões, dos quais R$ 389 milhões correspondem ao pleito de financiamento externo, R$ 274 milhões a recursos oriundos do OGU e R$ 158 milhões à contrapartida do Município. A contrapartida municipal será garantida nos programas do Plano Plurianual (PPA), da Empresa de Urbanização do Recife (URB), que será o órgão responsável pela execução dos projetos. No projeto de lei 13/2012, o Poder Executivo fica autorizado a contratar financiamento até o valor de R$ 400 milhões, valor que se destina à elaboração de projetos, execução de obras e serviços e aquisição de equipamentos. “Por sua importância para o município, necessita-se que o projeto seja apreciado o quanto antes, tendo em vista que esta autorização é condição para assegurar os recursos comprometidos pelo Ministério das Cidades/ Secretaria de Mobilidade (SEMOB). Por essas razões, venho requerer a tramitação deste projeto em regime de urgência, na forma prevista no art. 32 da Lei Orgânica do Município do Recife”, justificou o prefeito.

Os corredores de transporte, disse o prefeito João da Costa, representam uma iniciativa importante na concretização de diretrizes do Novo Plano Diretor de Transportes Urbanos da RMR – PDTU (2008) e do Plano de Mobilidade do Recife (2010), que preconizam a priorização do transporte público como uma das medidas capazes de reduzir graves problemas de mobilidade na cidade do Recife e em sua região metropolitana. “Com efeito, o aumento de 9,7% da frota de veículos no município, apenas no ano de 2010, aliado a uma rede viária deficitária, têm comprometido a capacidade de circulação nos principais corredores de transporte da cidade, reduzindo a eficiência dos meios de transporte coletivo, que disputam a via com os automóveis, com maiores prejuízos para os usuários do transporte público, o que se constitui em estímulo à utilização de meios individuais de transporte motorizado”, disse o prefeito.

Esse problema, conforme ele esclarece no projeto, é agravado pela falta de continuidade de algumas vias, a exemplo da III Perimetral metropolitana, sobretudo pela ausência de pontes sobre os rios Capibaribe (entre os bairros do Cordeiro e Santana) e Tejipió (entre os bairros da Imbiribeira e Areias), o que resulta no aumento de percursos das linhas e do tempo de viagens, ao mesmo tempo em que eleva custos sociais e ambientais. As obras que são objeto do financiamento pretendido estariam relacionadas à melhoria da mobilidade urbana no Recife e na Região Metropolitana do Recife. Elas se justificam, de acordo com o projeto, pelos seguintes aargumentos: complementarão a malha estrutural do Sistema Estrutural Integrado (SEI), irão atender a uma demanda para 2020 de 11 mil passageiros/hora/sentido, com ampliação da oferta e melhoria da qualidade do transporte público no Recife; potencializarão a conectividade do Recife e a sua integração em nível metropolitano; aumentarão as alternativas de acessibilidade e o número de usuários, com redução substancial do tempo de viagens e dos custos operacionais; proporcionarão a oferta de percursos seguros para os usuários de meios de transporte não motorizados – pedestres e ciclistas.

Fonte: Câmara dos Vereadores

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Greve em Recife: Paralisação de rodoviários fica suspensa até domingo

sexta-feira, 22 de agosto de 2014

O Sindicato dos Rodoviários do Grande Recife decidiu, em reunião realizada na tarde desta sexta (22), que os rumos do movimento da categoria serão decididos apenas no domingo (24), às 14h, quando os trabalhadores têm novo encontro. Até lá, a orientação do sindicato é que não aconteça mais paralisações, mantendo o serviço na noite desta sexta e também no sábado (23). De acordo com a assessoria do sindicato, entretanto, não é possível impedir que ocorra movimentos espontâneos de paralisação por parte de alguns motoristas.

A paralisação da manhã desta sexta afetou grande parte do serviço de ônibus na Região Metropolitana e foi um protesto contra a decisão do Tribunal Superior do Trabalho (TST), que suspendeu, temporariamente, o aumento de 10% no salário e de 75% no tíquete-alimentação da categoria. Esse índice de aumento havia sido determinado pelo Tribunal Regional do Trabalho da 6ª Região (TRT-6), no último dia 30 de julho, após três dias de greve da categoria.

De acordo com o secretário-geral da diretoria do sindicato, Josival José da Costa, a situação dos ônibus na segunda-feira (25), só será definida na reunião de domingo. O encontro vai ocorrer na sede do Sindicato dos Professores de Pernambuco (Simpere), no Centro do Recife.

"A paralisação de hoje foi para mostrar que a classe rodoviária está disposta a lutar pelas suas causas. Isso foi uma resposta aos patrões, para dizer que precisamos respeito. Eles dizem não têm dinheiro para pagar o aumento, mas não falam do lucro, das insenções fiscais que recebem", comentou.

Segundo o Grande Recife Consórcio de Transportes, às 17h desta sexta, a quantidade do efetivo de ônibus que circulava pelas ruas da Região Metropolitana era de 40%. Ainda assim, o sindicato dos trabalhadores insiste que motoristas, cobradores e fiscais devem voltar ao trabalho normal ainda durante esta noite. A assessoria jurídica do sindicato está trabalhando para apresentar recurso junto ao TST, contra a ação do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros, a Urbana-PE, que reúne os empresários do setor.

Em nota, a Urbana-PE  disse que "tem se empenhado para garantir a operação do sistema de transporte público na Região Metropolitana do Recife (RMR) ao longo desta sexta-feira". O sindicato das empresas afirma ainda que não foi informado sobre a paralisação dos operadores, conforme obriga a legislação.

Aulas suspensas
A Universidade Católica de Pernambuco (Unicap) suspendeu o expediente desta sexta-feira a partir das 13h, devido à paralisação dos rodoviários. A instituição informou que, caso o movimento continue no sábado (23), as aulas também vão ser suspensas. Também foram suspensas as aulas noturnas do Centro Universitário Maurício de Nassau (Uninassau).

Metrô amplia horário
Por conta da paralisação, o horário de pico do metrô vai ser estendido das 17h às 21h, uma hora a mais que em dias normais. Neste período, as viagens da Linha Centro terão intervalo de cinco minutos, enquanto o da Linha Sul será de oito minutos. A medida vai gerar mais 20 viagens, transportando mais 40 mil passageiros. O metrô do Recife opera normalmente até as 23h.

Dia tumultuado
A manhã desta sexta foi de muito tumulto e de dificuldade para passageiros que precisavam pegar ônibus. Alguns relataram espera de mais de duas horas em paradas. De acordo com o Grande Recife Consórcio de Transporte, apenas 35% da frota saiu das garagens e parte ainda ficou parada nas ruas. Por dia, são atendidos pelo sistema uma média de 2 milhões de passageiros.

Um ônibus foi incendiado durante um protesto, no Terminal Integrado da Macaxeira, no Recife. Um carro do Corpo de Bombeiros esteve no local apagando as chamas e liberando a circulação dos veículos na BR-101. As paradas da cidade continuam cheias e poucos ônibus estão circulando. Mais de dez ônibus ficaram parados na rodovia PE-15, em Olinda, na altura do Viaduto dos Bultrins. Parte dos coletivos teve os pneus esvaziados com pregos. Um ônibus estava com o parabrisa quebrado. 

Os motoristas informavam incialmente que a paralisação seria de 4h às 10h. Os registros de tumulto e protestos continuam em todo o Grande Recife. No começo da manhã, o trânsito foi interrompido na BR-101 no sentido Recife - Paulista, na altura do quilômetro 60, devido ao protesto de rodoviários no terminal da Macaxeira. O protesto foi encerrado por volta das 9h, mas ainda há retenção na BR-101 de Igarrasasu para o Recife, gerando congestionamento a partir de Abreu e Lima.

Em Olinda, logo pela manhã, havia ônibus no Terminal Integrado do Xambá, mas eles não entravam nem saiam do local. Um portão chegou a ser derrubado no começo da manhã para garantir a não-circulação dos coletivos e houve protesto, com fogo sendo ateado a pneus para impedir a passagem  na rua. Passageiros revoltados fecharam por alguns minutos a Avenida Presidente Kennedy, que foi liberada por volta das 7h20. Por dia, passam cerca de 50 mil passageiros pelo terminal.

Decisão do dissídio
A decisão monocrática sobre o dissídio coletivo dos trabalhadores aconteceu na quarta-feira (20) e acata o recurso ordinário do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Estado de Pernambuco (Urbana-PE). A medida fica valendo até o julgamento do processo pela Seção de Dissídios Coletivos do TST, ainda sem data marcada.

 Em sua decisão, o ministro do TST entende que o reajuste concedido foi fora dos limites do poder normativo da Justiça do Trabalho. Dessa forma, ficam suspensos o reajuste salarial e do piso da categoria de 10% e mantido o de 6%. Com isso, o salário de motorista passa a ser de R$ 1.700,30; o de fiscal, R$ 1.100,17; e o de cobrador, R$ 782,28. Com a decisão conseguida no TRT no dia 30 de julho, após uma greve de três dias, os salários dos trabalhadores seriam de R$ 1.765,5, R$ 1.140,70, e R$ 811,80, respectivamente.

A suspensão também afeta o auxílio-funeral, diária para viagens e o tíquete-alimentação dos trabalhadores, que havia sido corrigido em 75%, atingindo o valor de R$ 300. Com o reajuste de 6%, o tíquete fica em R$ 181,26.  Na ocasião do julgamento do TRT, os desembargadores entenderam que o valor não permite uma alimentação adequada no Grande Recife.

Os trabalhadores ainda não haviam recebido nenhum salário com aumento. Quando houve a decisão do TRT, a folha do mês já havia sido concluída. No dia 20 de agosto, os trabalhadores recebem um adiantamento do salário, que é pago no dia 5. Nesse primeiro pagamento, os empresários afirmaram que o aumento seria dado no pagamento efetivo do salário, dia 5.

Em nota, a Urbana-PE informou que entrou com recurso "por motivo de absoluta incapacidade financeira  e visando salvaguardar a solvência financeira do sistema". O  sindicato diz ainda que o sistema é custeado unicamente pela tarifa, "a segunda menor do País e que há mais de 2 anos não é reajustada". A Urbana ainda cita que "outras fontes de recurso devem ser adotadas para manutenção do serviço, para prover melhorias e garantir uma tarifa socialmente justa aos usuários".

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Recife: TST mantém reajuste de 10% para rodoviários

quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Em decisão publicada no Diário Eletrônico da Justiça do Trabalho desta terça-feira (26), o ministro Barros Levenhagem, presidente do Tribunal Superior do Trabalho (TST) reconsiderou a decisão em que suspendeu o reajuste de 10% para os trabalhadores rodoviários do Grande Recife, atendendo ao pedido do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Estado de Pernambuco (Urbana-PE), e manteve a alteração salarial concedida em decisão do Tribunal Regional do Trabalho de Pernambuco.

Por meio do despacho 16857-14, o ministro informou que mudou de ideia pois percebeu que a fixação do reajuste salarial orientou-se pelo “princípio da livre negociação, estando incluídos no reajuste aumentos de qualquer natureza, inclusive  a revisão prevista no artigo 10, da Lei nº 10.192/2001, ficando assim transacionado, por essa via, todo e qualquer resíduo salarial porventura devido”, pelo que se impõe, de ofício, a reconsideração do efeito suspensivo, a fim de manter a correção salarial então concedida, conforme consta na descrição do despacho.

Com relação aos pisos salariais, a decisão esclarece que o percentual concedido não foi o do INPC – não se justificando, portanto, sua suspensão com base na Lei 10.192/2001, que veda a correção salarial com base em índice de preços. Com a reconsideração, ficam mantidos os pisos de R$ 1.765,50 para motoristas, R$ 1.141,69 para fiscais despachantes e R$ 812,13 para os cobradores.

A decisão também inclui o efeito suspensivo quanto às demais cláusulas do despacho anterior, relativo a tíquete-alimentação, diárias, auxílio-funeral e indenização por morte ou invalidez, restringindo o reajuste a 6% até pronunciamento definitivo da Seção Especializada em Dissídios Coletivos (SDC) do TST.

A assessoria de imprensa do Sindicato dos Rodoviários foi consultada pela equipe do JC Trânsito e não se pronunciou sobre o assunto. Uma coletiva de imprensa será realizada pelo sindicato às 15h no Sindicato dos Professores do Recife (Simpere).

PARALISAÇÃO - Após a liminar que suspendeu o aumento salarial de 10%, rodoviários resolveram cruzar os braços, na manhã da última sexta-feira (22), na Região Metropolitana do Recife. A decisão pegou os passageiros de surpresa. Paradas lotadas. Terminais Integrados sem ônibus. O reajuste salarial de 10% havia sido concedido a motoristas, cobradores e fiscais de ônibus da Região Metropolitana do Recife pelo Pleno do Tribunal Regional da 6ª Região (TRT-PE) em 30 de julho, mas foi revogado na tarde da quinta-feira (21). O ministro do Tribunal Superior do Trabalho (TST) Barros Levenhagen acatou o pedido liminar do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Estado de Pernambuco (Urbana-PE) por entender que o reajuste concedido ficou fora dos limites do poder normativo da Justiça do Trabalho. 

Informações: NE10

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Olinda entra no Consórcio Grande Recife de Transportes

terça-feira, 16 de março de 2010


A partir desta terça-feira (16), o Sistema de Transporte Municipal de Olinda composto por seis linhas troncais e nove linhas complementares passa a operar sob a gestão do Grande Recife Consórcio de Transporte. A ação é mais uma etapa do processo de fortalecimento do sistema metropolitano, iniciado, em 2008, com a criação do consórcio, que desde então conta com o governo do Estado e as prefeituras de Recife e Olinda como entes consorciados. A cerimônia que marcará a transferência da administração acontece, hoje, às 15h, na sede da Prefeitura de Olinda, com a presença do prefeito do município, Renildo Calheiros, do secretário das Cidades, Humberto Costa e o presidente do Grande Recife, Dilson Peixoto.
Com o ingresso no Sistema de Transporte Público de Passageiros da Região Metropolitana do Recife (STPP/RMR) os usuários destas linhas passam a contar com benefícios como: acesso à bilhetagem eletrônica (incluindo usuários do VEM Estudante, VEM Trabalhador e VEM Infantil); garantia das gratuidades (para idosos e pessoas com deficiência); renovação da frota (cuja idade média cairá de oito para quatro anos de imediato); abatimento nas tarifas aos domingos; possibilidade de integração ao Sistema Estrutural Integrado, que tem como principal característica a circulação em quase toda a RMR com o pagamento de apenas uma tarifa por sentido; ampliação da capacidade de transporte (já que os micro-ônibus possuem mais lugares que as kombis e vans utilizadas até então), entre outras.
As linhas irão operar com 98 veículos, sendo 25 micro-ônibus (para as linhas complementares) e 73 ônibus convencionais (para as linhas troncais). Deste total, 47 são veículos novos (os 25 micros e 22 ônibus), acessíveis para pessoas com mobilidade reduzida. Outros 15 ônibus convencionais serão substituídos por veículos zero quilômetro, em até 120 dias.
A operação do sistema será feita pelas mesmas empresas que vinham operando sob a administração do município de Olinda: Caxangá, Rodotur e Rodolinda (linhas troncais) e pela Cooperativa dos Permissionários de Transporte Complementar de Pernambuco (Cootraol). A administração dos terminais do Caenga e de Ouro Preto também ficará a cargo do Grande Recife, que fará algumas ações de readequação dos equipamentos, nos moldes dos que são operados pelo STPP/RMR.
Com a migração as linhas também serão incluídas na Câmara de Compensação Tarifária, responsável pelos cálculos de remuneração do STPP/RMR. Para garantir o equilíbrio do sistema será realizado o realinhamento tarifário das linhas envolvidas no processo, cujas tarifas são atualmente de R$ 1,50. Será adotado o Anel A (equivalente a R$ 1,85), atualmente utilizado por 80% das linhas do sistema metropolitano. Em função de uma decisão conjunta, do prefeito de Olinda e presidente do Grande Recife, durante o período de 45 dias, após o início da operação, será aplicada uma tarifa de transição, no valor de R$ 1,70.
Para o presidente do Grande Recife Consórcio de Transporte, Dilson Peixoto, a transferência do sistema municipal de Olinda para o consórcio é um avanço importante. Quando o consórcio foi criado, em 2008, a migração estava prevista. Trabalhamos bastante, em parceria com a prefeitura de Olinda, para garantir as condições ideais para que isso acontecesse. Agora, dentro do STPP os usuários terão acesso a benefícios que inacessíveis, afirmou.
O secretário das Cidades, Humberto Costa, enfatiza o trabalho que vem sendo feito a outros municípios da RMR, que estão avançando em direção ao cumprimento das etapas necessárias para o ingresso no consórcio. O modelo de gestão metropolitana é sem dúvida a melhor forma de administrar uma área como a do transporte coletivo. Temos acompanhado com muito ânimo a busca dos demais municípios da RMR para garantir o acesso a todos os benefícios que o STTP/RMR representa. Paralelamente ao evento, os veículos novos serão apresentados às comunidades que são atendidas, através de um desfile pelas ruas e avenidas locais.
STPP - O Sistema de Transporte Público de Passageiros da Região Metropolitana do Recife (STPP/RMR) é explorado, hoje, por 17 empresas operadoras, que juntas, possuem uma frota de 2,7 mil veículos. A demanda média, diária, em toda a RMR, é de 1,8 milhões de passageiros catracados (incluindo os que utilizam o STPP através da integração com o Metrô). Com a migração o número de linhas sobe de 368 para 384 (somando as 15 vindas do sistema municipal de Olinda e a recém criada 486-Penedo/TI Camaragibe).

Fonte: Jus Brasil

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Comec, Assomec, Ferroeste de Curitiba buscam em Recife modelo para transporte integrado

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

O presidente da Ferroeste, Samuel Gomes, considera que a legislação do consórcio público aplicado ao transporte coletivo no Recife, experiência única no Brasil, “perfeitamente possível de ser implantada em Curitiba e região para melhorar a mobilidade da população e democratizar a gestão” do sistema. “Este modelo permite uma participação mais efetiva do Governo do Estado, do Governo Federal e dos municípios, de maneira coletiva, consorciada e integrada, o que permitirá uma racionalização maior e uma melhor eficiência do sistema, que estará se preparando para receber os novos usuários, retirando a sobrecarga sobre o trânsito das cidades pelo uso indiscriminado e irracional do transporte individual”, diz Gomes.
A Ferroeste, a Comec (Coordenação da Região Metropolitana de Curitiba), a Assomec (Associação dos Municípios da Região Metropolitana de Curitiba), a Urbamar (Urbanização Maringá) e o Labtrans/UFSC conheceram nesta sexta-feira (23) as operações da Grande Recife Consórcio de Transporte, empresa que gerencia o transporte coletivo da região metropolitana da capital pernambucana, através de um consórcio público de 14 municípios. O Labtrans esteve representado pelo professor da Universidade Federal de Santa Catarina, Rodolfo Philippi. Também o presidente da Comec, Alcidino Bittencourt Pereira, depois da visitar os terminais integrados de ônibus e metrô no Recife, disse que o sistema é uma referência nacional e que foi “concebido para aumentar inclusive a oferta do serviço de acordo com a demanda de passageiros. A preocupação central é com o usuário”, ressaltou. “Recife mostrou uma experiência inédita”, disse o secretário da Assomec e prefeito de Pinhais, Luizão Goulart, “que pode ser uma alternativa ao sistema utilizado atualmente na região metropolitana de Curitiba (RMC)”. Goulart disse que vai pedir uma reunião da Assomec para aprofundar a discussão sobre a criação de um consórcio público também no transporte coletivo de Curitiba e região. Segundo Goulart, os municípios da Grande Curitiba têm um sistema que “está longe de ser o mais interessante, por conta de ser monopolizado por uma empresa da Capital”.
Os prefeitos da região, sublinha, “não têm o mínimo controle sobre a tarifa e não podem sugerir qualquer aperfeiçoamento no atual modelo”, ao contrário do que acontece no Recife, em que os municípios e o governo do Estado trabalham de forma colegiada. O presidente da Urbamar, Fernando Camargo, um dos participantes da visita técnica, lembrou que Maringá é a cidade paranaense melhor preparada para receber o transporte ferroviário de passageiros porque já tem vias rebaixadas e várias alternativas de trajeto. “Por isso, estamos sempre procurando as melhores experiências para viabilizar o trem de passageiros”, explicou.
Para o presidente do consórcio público do Recife, Dílson Peixoto, a visita técnica do grupo paranaense “foi extremamente positiva” tanto para conhecer o que está sendo feito pela Ferroeste no Sul do país, quando para compartilhar nossa experiência de consórcio público. “Tenho certeza de podemos contribuir muito para o novo arranjo do transporte coletivo na região metropolitana de Curitiba”. Em reunião de trabalho, Dílson Peixoto também explicou como é “a partilha de poder entre prefeitos e Governo e como são resolvidas as questões políticas entre os participantes do consórcio”.
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Recife: Veja como vai ficar o novo terminal integrado Joana Bezerra

sábado, 15 de setembro de 2012

Prometido há mais de dez anos, começou a ser construído esta semana o novo terminal integrado Joana Bezerra, localizado na Ilha Joana Bezerra, área central do Recife, projetado para ser o maior em operação do Sistema Estrutural Integrado (SEI), com cinco mil metros quadrados de área construída e capacidade para atender a 67 mil passageiros por dia. Além da força para o sistema de transporte público da Região Metropolitana do Recife, seja por ônibus ou metrô – já que continuará integrado a uma das maiores estações do sistema metroviário -, o futuro terminal e a infraestrutura necessária para construí-lo vão provocar a urbanização da comunidade do Coque, que já vive um processo de mudança com a implantação do Complexo Judiciário do Recife. Quase 300 casas e casebres serão desapropriados pelo governo do Estado para que a estação seja erguida.

A nova estação integrada também vai cobrir uma lacuna aberta há muito tempo pelos gestores do transporte público do Grande Recife: a degradação e as péssimas condições de operação do atual terminal, espremido na calçada da estação Joana Bezerra do metrô. Embora seja um dos mais importantes do sistema de ônibus e o mais operacional para a integração com o metrô do Recife – porque funciona como área de transbordo para os passageiros acessarem linhas para vários locais da Região Metropolitana – o terminal é abandonado. Os passageiros se acomodam embaixo de abrigos de concreto, colocados lado a lado, sem proteção ideal contra a chuva, por exemplo. Não há sequer um banheiro. Mesmo assim, quarenta mil pessoas utilizam a unidade atualmente.

São sete linhas de ônibus em operação. Após a construção da nova estrutura, serão oito, sendo que três delas serão de Bus Rapid Transit (BRT), sistema que irá funcionar no Corredor Norte-Sul, que o governo do Estado está implantando para interligar os extremos da Região Metropolitana. “Iremos construir cinco baias para receber os BRTs. Mas inicialmente apenas três delas entrarão em operação para atender as três linhas já previstas (Xambá-Joana Bezerra, Pelópidas-Joana Bezerra e PE-15-Joana Bezerra) para o Corredor Norte-Sul. Quando fizermos a segunda etapa do corredor, que chegará a Jaboatão pela Zona Sul do Recife, as outras entrarão em funcionamento”, explica o presidente do Grande Recife Consórcio de Transportes, Nelson Menezes.

A desapropriação dos imóveis para abrir espaço à construção do terminal começou a ser negociada este mês entre a Procuradoria Geral do Estado (PGE) e as famílias residentes. A previsão é de que até março de 2013 tudo esteja negociado. O TI de Joana Bezerra deverá estar pronto em um ano, ao custo de R$ 9,5 milhões.

Por Roberta Soares / De Olho no Trânsito


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Recife: Passagem de ônibus sofre reajuste de 6,14%

terça-feira, 20 de janeiro de 2009


Entra em vigor nesta segunda-feira (26), a proposta de reajuste em 6,14% nas tarifas cobradas a cerca de 1,8 milhão de usuários de ônibus que circulam na Região Metropolitana do Recife. O aumento das passagens foi discutido na manhã de hoje, na primeira reunião ordinária do Conselho Superior de Transporte Metropolitano (CSTM), formado por representantes do Grande Recife Consórcio de Transportes e usuários do sistema.
Com a aprovação da proposta, o anel A, pago por 78% dos usuários, passará de R$ 1,75 para R$ 1,84; o anel B aumentará de R$ 2,65 para R$ 2,80. Pelo anel D, os passageiros, que desembolsavam R$ 2,10, pagarão R$ 2, 25 e pelo anel G, R$ 1,20. O último reajuste das passagens no Recife ocorreu há dois anos.
Segundo o diretor-presidente do Consórcio, Dílson Peixoto, o percentual de reajuste está bem abaixo do que os donos de empresas de ônibus solicitavam (quase 30% de aumento) e foi proposto com base no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) – indicador oficial do Governo Federal para medição das metas inflacionárias – além da variação de preços dos insumos. "Fizemos algumas análises para serem apresentadas ao Governo do Estado, antes de chegar a esse reajuste. Na verdade estabelecemos um equilíbrio entre o que o sistema necessita e o que a população pode pagar", disse. Entra em vigor nesta segunda-feira (26), a proposta de reajuste em 6,14% nas tarifas cobr
adas a cerca de 1,8 milhão de usuários de ônibus que circulam na Região Metropolitana do Recife. O aumento das passagens foi discutido na manhã de hoje, na primeira reunião ordinária do Conselho Superior de Transporte Metropolitano (CSTM), formado por representantes do Grande Recife Consórcio de Transportes e usuários do sistema.
Com a aprovação da proposta, o anel A, pago por 78% dos usuários, passará de R$ 1,75 para R$ 1,84; o anel B aumentará de R$ 2,65 para R$ 2,80. Pelo anel D, os passageiros, que desembolsavam R$ 2,10, pagarão R$ 2, 25 e pelo anel G, R$ 1,20. O último reajuste das passagens no Recife ocorreu há dois anos.
Segundo o diretor-presidente do Consórcio, Dílson Peixoto, o percentual de reajuste está bem abaixo do que os donos de empresas de ônibus solicitavam (quase 30% de aumento) e foi proposto com base no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) – indicador oficial do Governo Federal para medição das metas inflacionárias – além da variação de preços dos insumos. "Fizemos algumas análises para serem apresentadas ao Governo do Estado, antes de chegar a esse reajuste. Na verdade estabelecemos um equilíbrio entre o que o sistema necessita e o que a população pode pagar", disse.
Representando a Câmara Municipal do Recife, o vereador Carlos Alberto Gueiros sugeriu que a decisão de reajustar as tarifas fosse adiada, mas, por votação de todos os conselheiros, a idéia foi rechaçada, já que 11 integrantes optaram por aprovar imediatamente o reajuste, ao passo que apenas cinco se posicionaram contra. "Apesar de o reajuste ser relativamente pequeno, é um aumento significativo para a maioria da população. Acho que poderíamos discutir mais amplamente alguma solução no sentido de não onerar mais o trabalhador", comentou. Em uma lista de 27 capitais brasileiras, o Recife ocupa o 6º lugar no ranking da
s capitais brasileiras com menor tarifa.
Representando a Câmara Municipal do Recife, o vereador Carlos Alberto Gueiros sugeriu que a decisão de reajustar as tarifas fosse adiada, mas, por votação de todos os conselheiros, a idéia foi rechaçada, já que 11 integrantes optaram por aprovar imediatamente o reajuste, ao passo que apenas cinco se posicionaram contra. "Apesar de o reajuste ser relativamente pequeno, é um aumento significativo para a maioria da população. Acho que poderíamos discutir mais amplamente alguma solução no sentido de não onerar mais o trabalhador", comentou. Em uma lista de 27 capitais brasileiras, o Recife ocupa o 6º lugar no ranking das capitais brasileiras com menor tarifa
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Em entrevista, Presidente do GRCT fala sobre o sistema de transporte na região metropolitana do Recife

segunda-feira, 8 de setembro de 2014

A região metropolitana de Recife (RMR) foi instituída em junho de 1973, sendo uma das nove primeiras regiões metropolitanas do Brasil. Afora isso, ela se constitui no segundo maior aglomerado urbano do Nordeste, atrás apenas da Região Metropolitana de Salvador.

Dentro desse contexto, o Grande Recife Consórcio de Transporte foi a primeira experiência de consórcio no setor de transporte de passageiros em todo o País. Uma empresa pública multifederativa, o Consórcio ocupou o lugar de uma empresa pública estadual, a EMTU, que gerenciava as linhas intermunicipais da RMR e as do município do Recife através de convênio, enquanto os municípios gerenciavam as linhas municipais.

Como tudo começou?

Nelson Menezes – O Consórcio foi criado em 2008, mas jáexistia a cultura da gestão metropolitana, proveniente da antiga EMTU. Em todo o Brasil existiam empresas nos moldes da EMTU, só que aqui em Recife, na época, já se tinha efetivado um convênio com a prefeitura do Recife para que ela assumisse o transporte público. Assim, a criação do Consórcio foi mais simples, pois jáexistia o convênio; No Consórcio entraram duas prefeituras (Recife e Olinda), e hoje háprevisão de outras entrarem. O que facilita tecnicamente a gestão do Sistema de Transporte é olhar para a Rede de linhas como um todo, e nãosomente como"a minha rede que entra na capital”- citoa capital porque normalmente énela que estáo grande problemado transporte público. Sem este olhar metropolitano as linhas do entorno entram na capital,muitas vezes, de um modo informal. Isso ocorre porque a prefeitura não deixa, ou não tem interesse, uma vez que também concorre com suas linhas municipais. Então, não se tem aquela cooperação de linhas e de racionalização do transporte, que  precisamos para repercutir favoravelmente no custo e atémesmopara facilitar a utilização do sistema pelo usuário.Em BH vemos um BRT que está com duas estações, a estação metropolitana e a estação da capital.

Foi mais fácil então criar o Consórcio?

Nelson Menezes – Foi, porque já existia o desenho das redes, e o sistema concebido era metropolitano e municipal integrados. A meu ver, isso fica claro: quando olhamos o desenho das redes, não dizemos "esta linha é do Recife, esta linha é metropolitana”. São as linhas da Rede, de Recife e Olinda. Nós ainda não temos dentro do Consórcio os outros municípios, estamos fazendo alguns estudosneste sentido. Cito como exemplo o caso de Jaboatão dos Guararapes, um município que tem suas peculiaridades, onde ainda não existe uma rede racionalizada, e há a presença do transporte clandestino. Para inserir a gestão das linhas de um município no Consórcio, além da questão técnica, que deve ser estudada, há também que se avaliar o lado político.

Como assim?

Nelson Menezes – É o que eu chamo de aproveitar a "janela política”, aquele período em que não há eleição municipal, nem estadual. Ou seja, aproveitar aquele prazo em que a questão não évista com um olhar eleitoral, de modo que o aspecto técnico possa predominar. No caso de Jaboatão nós estamos fazendo com a Prefeitura uma pesquisa para chegar a um modelo de gestão municipal que atenda à cidade, de um lado, mas que se integre em nosso modelo de racionalização de custos e de oportunidades. Por outro lado, háuma grande vantagem política para os Prefeitos entrarem no Consórcio. Pernambuco é o único estado em que a tarifa de ônibus é de responsabilidade do Governo Estadual. Os prefeitos repassam para o Consórcio e para o Governo toda a responsabilidade.

A definição da tarifa dos municípios integrantes do Consórcio então é do Governador?

Nelson Menezes – Dos municípios não, mas do sistema metropolitano, do qual fazem parte Recife e Olinda, sim. Quando outras cidades entrarem no Consórcio também será assim. Claro que a definição tarifária cabe aos entes municipais, através do CSTM - Conselho Superior de Transporte Metropolitano, mas no final fica caracterizado na figura do Estado, que é quem, aqui, mantém o Consórcio.  

Aqui existe um Conselho Superior de Transporte Metropolitano, com 19 membros, constituído por representantes das Prefeituras consorciadas, do Estado, das Câmaras de Vereadores e Assembléia Legislativa, de operadores e de usuários que formalmente define as tarifas e as diretrizes gerais do Sistema de Transporte. Mesmo assim, como o Consórcio é quem apresenta a proposta de tarifa e de projetos a responsabilidade é assumida pelo Governo do Estado, maior acionista do Consórcio. 

Nós fizemos a licitação das linhas, em sete lotes, e até agora implantamos dois. Quanto aos outros cinco lotes, o contrato ainda não foi assinado e estão sendo analisados na Procuradoria Geral do Estado. A exigência de investimentos que fizemos aos licitantes, somada à decisão do Governador de não aumentar a tarifa, acarretaram a necessidade do subsídio.

E o subsídio surgiu por que?

Nelson Menezes – O Governo do Estado assumiu as despesas do Consórcio, referentes a despesas de gestão, e principalmente às despesas operacionais, nos terminais integrados e nas estações do BRT, que têm uma despesa alta. Portanto, não se trata mais só de gestão, e sim de operação mesmo. Isso passou a acontecer a partir de junho deste ano, sendo assumido pelo Governo do Estado, como forma de solicitar os investimentos necessários para melhoria efetiva nos serviços (ar-condicionado, p.ex), sem o aumento na tarifa.

Então, voltando à questão do Consórcio, temos a grande vantagem de não olharmos Recife separadamente da região metropolitana. Sabemos que, tanto em São Paulo, como BH, as capitais são os grandes atrativos de transporte; as pessoas querem vir para os grandes centros urbanos. Mas aqui tratamos  todo o sistema como uma coisa única, não importando  se a linha é de Recife, ou de outra cidade. Nós temos 394 linhas de ônibus e duas de metrô. O usuário de fora da cidade pega uma linha metropolitana, chega próximo ao Centro do Recife,  desce no terminal, e entra em outra linha (que teoricamente seria uma linha de Recife) sem pagar uma nova tarifa.

Outro motivo da criação do Consórcio foi para que houvesse a licitação das linhas. Isso porque se fosse mantido apenas o convênio nos moldes da antiga EMTU ao invés do Consórcio, nós não poderíamos licitar as linhas de Recife – a EMTU teria que licitar as linhas metropolitanas e a prefeitura licitar suas linhas municipais. Com Recife e Olinda fazendo parte do Consórcio podemos licitar tudo num pacote só, pois todos fazem parte da gestão. Este também foi o grande mote para se criar o Consórcio.

Como é a interrelação entre todos os modais?

Nelson Menezes – Nosso metrô, o METROREC, é federal (CBTU). Mas aqui temos oSEI - Sistema Estrutural Integrado (1), que é uma rede de transporte composta de linhas de ônibus e metrô, com 25 terminais, dos quais 18 em operação. Estas linhas são integradas através desses terminais, o que possibilita uma grande variedade de ligações de origem-destino, através de viagens modais ou multimodais.  O usuário pode sair de Itamaracá e chegar a Suape, percurso de quase 100 quilômetros, com uma tarifa só, logicamente que fazendo baldeações. O SEI comporta 60% de nossas linhas, e o usuário paga uma única tarifa por sentido de deslocamento e vai para qualquer lugar, de terminal para terminal. Hoje temos doze terminais integrados às linhas de Metrô. A repartição tarifária que foi montada faz com que o usuário pegue um ônibus e depois desembarque num metrô, pagando apenas a primeira passagem. Ao voltar, o usuário paga o metrô e toma o ônibus de graça. Logicamente o metrô tem um subsídio bancado pelo governo federal, mas a lógica é essa.

E a lógica que vai funcionar para a navegabilidade também vai ser essa.

Nelson Menezes – Sim. O usuário vai chegar de ônibus na estação e vai poder pegar o barco com uma única tarifa. Na navegabilidade nós vamos ter uma estação que terá essa integração, a EstaçãoParque Santana.

Existe alguma previsão, ou vontade, do Metrô ser assumido pela prefeitura ou pelo Governo do Estado?

Nelson Menezes – Vamos ser sinceros: há uma vontade muito grande do Governo Federal em passar a responsabilidade pelo Metrô para o Estado ou para o município, mas por outro lado há dificuldades financeiras e técnicas para o Estado ou prefeitura assumirem o metrô. Isso passa por uma questão que, a meu ver, deve estar na pauta dos presidenciáveis, e seguramente vai estar nos próximos quatro anos do novo governo, que é a questão central da Mobilidade.

Porque o tema da Mobilidade, de quatro anos pra cá, entrou em pauta. De 2007 a 2014 melhoramos muito em saúde, educação e segurança. Mas na hora em que  estas questões essenciais são resolvidas, o ser humano, por sua própria natureza, quer mais e mais, sendo a questão da mobilidade um exemplo claro. Desde 2010 todos  falam em mobilidade, o transporte público voltou a ser prioridade e os governantes precisam olhar para isso. Se o Metrô deve ser federal, estadual ou municipal é certamente uma questão que vai passar por uma discussão, porque quem tem "cacife” na mesa é o governo federal, como sempre. Mas não somente para bancar o metrô, mas também parte do transporte público. Nem que o estado e o municípiotenham  que entrar com sua parte. Mas se o governo federal não entrar nessa discussão quanto a subsídios, de como fazer o transporte público melhorar, somente grandes estados como São Paulo e talvez o Rio de Janeiro, tenham capacidade financeira de bancar alguma coisa. Outros estados não têm, e principalmente os municipios tambénão têm.

Entre outras coisas é uma questão de recursos financeiros...

Nelson Menezes – Acredito que esta discussão tem que passar para o plano nacional. O Estado vai assumir o Metrô? Mas com que recursos? Porque os recursos para investimento geralmente aparecem, mas para o dia-a-dia, não.

Naquelas manifestações do ano passado qual foi o caminho do governo federal? Eles disseram "vamos fazer um PAC de R$ 50 bilhões”, lembrando que é financiamento, ou seja, os Estados e municípios têm que pagar ao governo Federal. Mas para fazer o que? Metrô, BRT, VLT. Mas quem sustenta isso? No modelo atual, com que tarifa você vai sustentar este sistema de transporte público?

Em 2008 o governo de Eduardo Campos conseguiu os recursos que podia no PAC-COPA e PAC-Mobilidade. Fizemos dois corredores de BRT, a prefeitura de Recife assumiu dois corredores exclusivos que devem sair e  temos mais um BRT na BR-101 (IV perimetral), também assumido pelo Estado. O Estado está investindo mais de R$ 1,5 bilhão em projetos de melhoria do transporte público. Mas depois das obras vem o mais caro, que é manter tudo isso em funcionamento.

As obras atrasaram?

Nelson Menezes – Sim, como em vários lugares, não é fácil implantar um corredor exclusivo de transporte numa cidade como Recife.

Mas e o Governo Federal? Como você afirmou, falta uma política nacional de mobilidade. Ao mesmo tempo em que o governo federal dá dinheiro para obras de transporte público, sua política há muitos anos tem sido a de privilegiar a compra e o uso do automóvel como principal meio de transporte... Como fica isso? Ele dá com uma mão, mas tira com a outra na hora em que subsidia a gasolina, estimula e facilita a compra de carros?

Nelson Menezes – Sim, não basta dar dinheiro para implantar um BRT. É preciso garantir condições para que ele funcione diariamente. É o que eu disse há pouco: o mais caro é manter tudo isso em funcionamento. Nós temos esse problema, e acredito que outras cidades também, porque implantar uma faixa exclusiva para o transporte coletivo não é fácil. Por exemplo: paga-se R$ 1,00 para estacionar no centro de Recife! É mais barato que pagar um flanelinha! O estacionamento deveria ser, no mínimo, R$ 20. E essa verba deveria vir para custear a melhoria do transporte público. Aquela taxa, a CIDE da gasolina, é um dinheiro que devia ser cobrado de quem usa carro, para investir prioritariamente em transporte público.  Aqui em Recife, finalmente, o governo municipal está olhando para o transporte público e tentando criar as faixas exclusivas. Não se trata de tarefa fácil , porque os proprietários de carro reclamam, não gostam de ver os ônibus andando mais rápido do que eles...

Mas como resolver esta disputa?

Nelson Menezes – Acredito que o transporte público, independentemente do fator  custo para o usuário, somente começará a ser melhor avaliado quando a pessoa começar a andar mais rápido que o carro. Nesta situação, a pessoa vai olhar e dizer: "é  o mesmo custo, mas de ônibus eu vou chegar mais rápido”. O que se percebe hoje, entretanto, é que o cidadão que está de carro, parado no congestionamento e vê o ônibus passando livre a seu lado, fica com raiva do governo, que não fez mais vias para que ele pudesse andar. Esta postura precisa ser mudada.

Nós temos aqui em Recife um lugar bem característico, que é a Av. Caxangá, que estava ainda em construção, portanto sem a pista exclusiva para o ônibus. Agora a pista exclusiva está operando, com os ônibus convencionais rodando à parte. Com o início da operação ficou claro que tivemos de reduzir uma pista, e o que se vê é uma grande reclamaçãodos proprietários de automóvel. E a Prefeitura é quem tem de assumir isso, junto com o Consórcio. Mas realmente ali o ônibus, hoje, está andando mais rápido que o carro.

Voltando ao Consórcio, como é a questão do trânsito?

Nelson Menezes – Esta é uma questão importante. Enquanto o transporte público é visto como um assunto metropolitano, o trânsito ainda não é. Isso complica um pouco a questão da fiscalização das faixas exclusivas. Nós vemos que em outras regiões o trânsito está vinculado ao transporte, o que é o correto, mas aqui isso ainda não acontece. O governador já sinalizou neste sentido, de que precisamos olhar o trânsito como uma questão metropolitana. Por exemplo, uma pessoa pode estar hospedada em Jaboatão, que é outra cidade, e vir para Recife. Quem não é daqui, provavelmente não irá perceber que são duas cidades diferentes, e vai sentir como se fosse uma única cidade. Aqui, se andarmos 20 quilômetros, passaremos por 4 municípios.  Saindo de Jaboatão, passando pela avenida Boa Viagem aqui em Recife, depois pela avenida Agamenon Magalhães, cujo final já é na  cidade de Olinda, após esta última cidade já estaremos  em Paulista. Ou seja, não há divisas perceptíveis.

Se esse transporte não fosse metropolitano, sem dúvida  estaria um caos em Recife. Principalmente em sua área metropolitana, porque quem tem menos recursos e mora mais longe estaria pagando um alto preço para chegar até o trabalho dentro da cidade. Portanto, o Consórcio nos permite manter uma tarifa mais baixa, mantendo um custo menor porque se consegue racionalizar melhor.

Como vocês encaram o problema das calçadas?

Nelson Menezes – É o primeiro modal. Digo sso porque não há como pegar qualquer transporte público sem andar pela calçada. Quem tem um ponto de ônibus em frente à sua casa, que o deixe em frente a seu local de trabalho? Isso não existe. Aqui em Recife a prefeitura optou por deixar as calçadas sob responsabilidade dos proprietários, o que acarretou  um lapso importante. Há locais em que quase não há calçadas. E às vezes nem se consegue transferir uma linha de uma rua para outra porque a pessoa se sente incomodada em andar um quarteirão a mais. Se houvesse uma calçada normal, com iluminação, com segurança,  esses pequenos deslocamentos não seriam problema.

Nós estávamos fazendo um estudo aqui na Avenida Conde da Boa Vista, que é um corredor central, para melhorar o fluxo de ônibus, uma vez que se trata de um local muito importante da cidade. Quando pensávamos em mudar uma parada dois quarteirões à frente, as pessoas se recusavam a aceitar. Nós perguntávamos qual a razão  das pessoas se posicionarem  contra uma mudança tão simples, até descobrirmos que não havia calçadas em condições adequadas para as pessoas andarem até o ponto. Calçadas esburacadas e ambulantes, entre outros empecilhos, dificultam a locomoção das pessoas que, não raro, optam por andar nas ruas, competindo com ônibus e carros. A prefeitura vem tentando  melhorar a situação das calçadas, mas isso não é fácil. A questão da condição das calçadas é um fator que complica muito as alterações que poderíamos fazer nas linhas, porque muitas vezes há a  falta da calçada, ou então ela não permite que as pessoas andem em segurança. As calçadas foram esquecidas. Recentemente li um livro que afirmava  que quando as pessoas querem pensar em rua, elas só pensam nos 7 metros por onde passarão os carros, e deixam de pensar se vai sobrar 1,5 metro ou 70 centímetros para a calçada, se ela será inclinada ou plana. Só se pensa no carro. Mas e o acesso? Como é que a pessoa chega ao ônibus?

Quando foram feitos os dois primeiros BRTs aqui em Recife o projeto não previu, até porque não se tinha verba para isso, a urbanização do entorno. Se faz um corredor de ônibus, mas o entorno não é agregado a ele. Se faz uma estação de BRT bonita, com um corredor exclusivo, mas a 20 metros do outro lado não há calçada, apenas mato, muitas vezes porque a prefeitura não consegue fazer por falta de recursos.

Quando comecei a trabalhar no Consórcio havia uma pesquisa sobre a avenida Conde da Boa Vista e as pessoas diziam que era ruim andar na calçada, que ela era estreita. Quando fomos verificar especificamente as calçadas daquele eixo urbano, verificamos que elas tinham de 1,5 m a 2 metros de largura, ou seja, não eram estreitas. Mas os ambulantes haviam tomado todo o espaço, atrapalhando e impedindo a livre circulação dos pedestres. A solução seria retirar os ambulantes de lá, o que não se consegue. Inicialmente até dá certo, mas dois meses depois eles estão de volta.

Como se dá em Recife a relação entre o uso do solo e a questão do transporte?

Nelson Menezes – Há alguns anos atrás os Planos Diretores não juntavam estas duas questões: uso do solo e mobilidade. Mas a questão da mobilidade virou vedete hoje. Ninguém se formou para isso. Isso me faz recordar da época de Collor, quando ninguém falava em saneamento e, de repente, houve um grande aporte de recursos  para projetos de saneamento e o mercado não tinha técnicos capacitados para produzir projetos na área, nem as universidades. O mesmo ocorre hoje com mobilidade urbana, não há técnicos suficientes para fazer e analisar projetos da área. Não me refiro somente ao conhecimento específico, mas também à experiência profissional. Faltam os dois. Tenho um amigo da área de Saneamento que naquela época [Collor] me disse: "Tem dinheiro e muito, o que não tem éprojeto”. No caso da Mobilidadevejo este cenário vai se repetir. Não adianta ter dinheiro se não temos técnicos suficientes para produzir projetos exequíveis, que realmente atendam às necessidades dos municípios.

Eu nunca vi o Plano Diretor e a Lei do Uso do Solo se debruçarem detalhadamente sobre a questão da Mobilidade Urbana. Ou seja, ao se fazer o Plano Diretor as pessoas se preocuparem em como estas duas questões vão ser resolvidas, o uso do solo e um plano de mobilidade, se deve ter prédio mais alto ou mais baixo, e o que isso impacta no transporte público, no custo desse transporte, etc.

Vejo essa questão ser mais abordada agora. Tanto é assim que hoje se tem um Plano Diretor, um Plano Diretor de Transporte Urbano – PDTU (2), que foi feito aqui no Recife, concluído em 2007, em que se pensou um pouco nessas questões. Antes não era assim e o que se pensava era: "se tem água e energia eu vou construir. Como as pessoas vão chegar, não interessa”.  Hoje na discussão sobre o uso do solo, é possível dizer :"vamos restringir aqui, ou ali”.

Para ficar num exemplo aqui de Recife, temos o caso da avenida Norte. É um importante eixo viário, mas que não há como fazer nela uma via exclusiva, embora eu ainda acredite que deveria haver um esforço para tanto. Esta via corta o bairro do Rosarinho, que em cinco anos cresceu assustadoramente. Ninguém ousou dizer "não vai mais construir ali”. Isso ocorreu porque no Rosarinho, que é um bairro nobre, ninguém vai usar transporte público. Como consequência, há muito mais carros na avenida Norte. Então ninguém olhou essa situação e disse "não vou deixar mais construir aqui”. Não é somente pela oferta de água e energia que se pode definir entre  construir ou não, mas também pelo prejuízo à mobilidade urbana. Então a mobilidade corre atrás, e não em conjunto, como deveria ser. Outra questão relevante ocorre quando se decide construir "no fim do mundo",  para depois dizer "agora eu quero uma linha de ônibus aqui”.

Outro dia, passei por uma construção que está sendo feita depois da Arena Pernambuco, especificamente um projeto ’Minha Casa, Minha Vida’, à beira da rodovia. Observando a obra, fiquei me perguntando: quem descer do outro lado da pista não tem como passar para  lá. Há um muro de concreto no canteiro central e a construtora não foi obrigada pela Prefeitura a fazer uma passarela; assim, o primeiro acesso ao transporte público já está comprometido. Imediatamente pensei: vamos ter que oferecer  uma linha para atender um lugar isolado, porque não tem nada em volta.

Então essa tendência no sentido do  Plano Diretor olhar uso do solo e mobilidade conjuntamente  está surgindo agora,  não sendo desta maneira em um passado recente. Há certos lugares que é imperioso ser dito "não vai construir”, pela ausência de um projeto que permita transportar as pessoas para lá e de lá para cá.

No exemplo citado,o caso emblemático  do Rosarinho , todos reclamam, o que não impede que se continue a construir muito lá e nem que se compre muito imóvel naquela área também. Depois reclamam: "eu quero que o transporte público chegue, eu quero que meu carro chegue”. E não vai chegar... O que já era complicado fica pior ainda, porque se cria uma demanda maior num lugar que já estava saturado.

Como fica então a questão do Governo Federal, que estimula não só a venda de carros, como promove projetos habitacionais como ’Minha Casa, Minha Vida’ da forma como você citou?

Nelson Menezes – O Governo Federal precisa chamar a discussão sobre o transporte público para si, porque hoje ele fica à parte do assunto. Hoje o Governo Federal tem a postura contraditória de incentivar construções em locais sem infraestrutura, de não pagar custeio dos sistemas de transporte, e de estimular o aumento do número de carros. Normalmente os conjuntos habitacionais são construídos em lugares muito distantes,  sem qualquer infraestrutura. Aqui em Recife, por exemplo, o construtor fez em um local isolado 2 mil unidades, entretanto quando houver moradores vai ocorrer uma grande demanda no local. Com certeza irão reclamar da linha de ônibus, que a linha vai demorar 20 minutos, meia hora, não levando em conta que, naquele local, somente há aquele conjunto habitacional. E, neste cenário, o Governo federal faz o que? Nada. Tal postura complica o sistema de transporte público.

Depois das manifestações de 2013 o Governo disse: existe a disponibilidade de 50 bilhões pra fazer obras em mobilidade. Tudo bem, mas quem é que irá sustentar essas obras lá na frente, na operação do sistema?

Mobilidade, como foi dito antes, agora está na pauta. O Governador Eduardo Campos, que para mim foi um exemplo de gestor, disse-me uma vez  que mobilidade agora é como futebol. Ele disse: ”o brasileiro agora, além de técnico de futebol e economista, também é técnico de mobilidade”. E isso foi dito por ele, antes de começar uma reunião em que íamos mostrar alguns projetos. Não deu meia hora e ele já estava dando o palpite dele. Então, mobilidade hoje é um assunto em que todo mundo quer dar seu pitaco. É de um simplismo raso. Como são simplistas os palpites de futebol, de economia, também são os de mobilidade.

E isso complica muito, porque, na maioria dos serviços na área de transporte público, por conta de achatamento de tarifa, de falta de investimento, e eu diria por contado congestionamento (principal problema), os serviços não são bons. Especificamente  por causa do trânsito, uma vez que se torna impossível proporcionar a desejável regularidade, a velocidade adequada, se o transporte público não  tem a prioridade.

E o trânsito acaba impactando na tarifa...

Nelson Menezes – ...no final impacta na tarifa e o cidadão quer mais ônibus. Como se aumentando a frota fosse resolver a questão. Para se ter a certeza que não resolve, basta tirar uma foto dos principais eixos urbanos quando há um protesto. Será muito visível a grande quantidade de ônibus, muitas vezes enfileirados. É ônibus que não acaba mais. Nesta situação, mais ônibus pra quê? Para ficar parados? Isso implica inclusive em mais custos... Mas a solução simplista é essa...

Quando os técnicos de transporte vão dar sua contribuição, ficam um tanto  desacreditados porque o serviço está ruim. Mas o serviço está ruim porque não se aceita o que os técnicos dizem. Às vezes é necessário tomar uma posição radical e isso não ocorre, porque ninguém quer bancar o desgaste de medidas radicais. Como a questão da mobilidade hoje está sob os holofotes, tomara que os políticos voltem a dar prioridade ao assunto e a tomar decisões que impactem nos formadores de opinião.

O político sabe que se investir em mobilidade isso dá voto, mas ao mesmo tempo ele não pode brigar com o dono do carro...

Nelson Menezes – Exatamente... O dono do carro é tudo para o político tradicional. Mas por que? Desta maneira, tudo vai caminhar contra medidas radicais em favor do Transporte Público porque o cidadão quer andar no carro dele. A prefeitura do Recife já fez duas faixas exclusivas e nós pressionamos para que se faça mais. Sabemos o quanto é difícil, porque onde fizer, o carro vai sofrer. Dou o exemplo de um amigo que esteve em São Paulo e pegou um taxi para o aeroporto de Guarulhos. Do trânsito engarrafado, de dentro do taxi, ele viu o ônibus andando. Ele me disse: ”se eu soubesse eu teria pego aquele ônibus, saía  lá na frente e pegava um táxi mais próximo do aeroporto”. É nesse momento que você vai ter uma volta para o Transporte Público, não sendo a tarifa o motivo. Porque a tarifa está acessível aqui em Recife, e ela não é a grande diferença e sim a velocidade no deslocamento, ou seja, o usuário quer chegar mais rápido. E tendo velocidade, o próximo passo é regularidade, porque o ônibus vai passar sempre naquele horário.

Entendo que os principais indicadores são acesso ao serviço (valor da tarifa), velocidade, regularidade e depois conforto. Perguntamos em algumas comunidades se as pessoas preferem andar de ônibus durante uma hora com ar condicionado, ou durante meia hora, mas sem ar condicionado. Todos respondem "meia hora sem ar”, porque não querem  passar mais meia hora dentro do ônibus só por causa do ar condicionado. Então velocidade e regularidade são dois quesitos fundamentais para que o Transporte Público volte a aumentar a demanda, e isso não só aqui no Recife, mas em todo o Brasil.

E o legado da Copa aqui em Recife?

Nelson Menezes – Como houve atraso em algumas obras, embora algumas já estejam funcionando, este legado vai ser visto em breve. Nós temos dois corredores de BRT em início de operação (PAC-Copa), dois projetos de corredor exclusivo (PAC-Mobilidade) em duas perimetrais complicadas – isso é projeto da prefeitura, um BRT na 4ª perimetral. Mas para o PAC-Copa estava previsto a construção de dois corredores de BRTs, chamado Via Livre, que  serão o grande legado, pois isso vai proporcior um serviço de muito  melhor qualidade para transportar 300 mil pessoas por dia. Um desses BRTs já começou a funcionar, mas não atingiu ainda a operação plena, enquanto o outro está iniciando seu funcionamento.

O BRT, para nós, é um pouco mais complicado, porque o que se vê normalmente em todos os BRTs é o ponto a ponto, nos moldes do metrô, linha de um ponto a outro com várias estações. Aqui temos uma linha de um ponto a outro com alguns terminais no meio, como se as várias linhas entrassem ao longo do corredor.

Existem outros projetos, na área de navegabilidade, o BRT da IV perimetral, as duas faixas exclusivas em duas perimetrais importantíssimas da cidade que, vale observar, irão exigir desapropriação, não se trata somente de pintar faixa. E mesmo assim, até pra pintar uma faixa vai ser preciso coragem política, pois são lugares altamente adensados, nos quais não há a desapropriação, pois o custo seria de três vezes o valor da obra. A conclusão dessas obras e com a licitação feita pelo Governo, que prevê que nos troncais os ônibus tenham ar condicionado e câmbio automatizado, o usuário  tem uma melhoria que será percebida no período de seis meses a um ano.

Quanto à questão ambiental, existe alguma discussão a respeito?

Nelson Menezes – Está muito no início. Este é um assunto que só irá aparecer quando se tiver o processo da licitação das linhas por completo, quando você tiver concluído todas as contratações.  Porque ônibus com tecnologias novas, como elétrico, a álcool, etc são mais caros, e isso exige uma discussão mais profunda. Por exemplo: vai se utilizar ônibus elétrico, mas que tipo de elétrico? Já estiveram aqui dois ou três fabricantes, cada um com um modelo diferente, e cada um defendendo sua tecnologia e seu custo. Para isso você vai ter que bancar uma parte do investimento, não pode ir para a tarifa.

(Entrevista realizada por Alexandre Pelegi, na sede do Grande Recife Consórcio de Transporte, em 20/08/2014)
NOTAS

(1) SEI - Sistema Estrutural Integrado: Rede de transporte público da Região Metropolitana do Recife, composta de linhas de ônibus, metrô e trem a diesel. Todas as linhas são integradas através de terminais, especialmente construídos, possibilitando uma multiplicidade de ligações de origem - destino, através de viagens modais ou multimodais. O SEI é voltado para transporte de massa, com uma configuração espacial constituída por eixos Radiais e Perimetrais. No cruzamento destes dois eixos, situam-se os Terminais de Integração (T.I.), onde o usuário pode trocar de linha sem pagar nova tarifa. Os ônibus gerenciados pelo Grande Recife Consórcio de Transporte ,que participam do SEI são identificados por cores, e cada cor significa um tipo de linha.

Linha Perimetral – cruza os grandes corredores sem passar pelo centro do Recife – ônibus cor Vermelha

Linha Radial – sai do Terminal de Integração com destino ao Centro do Recife – ônibus da cor azul

Linha Interterminal – liga um Terminal Integrado a outro.- ônibus da cor verde

Linha Alimentadora – vai do subúrbio atéo Terminal Integrado mais próximo – ônibus da cor amarela

Linha Circular – liga-se às áreas do entorno do Terminal Integrado – linhas da cor branca

(2) PDTU - Plano Diretor de Transportes Urbanos da Região Metropolitana do Recife. O PDTU, concluído em 2008, é um documento que expressa a Política, Objetivos e Diretrizes de Transportes, previstos para a região nos próximos 10 anos. Nele estão contidos as medidas e os investimentos requeridos pelo Sistema de Transportes, por ordem de prioridade. Prevê a articulação dos 3 níveis de governo: federal, estadual e dos municípios da RMR.

Importante: O PDTU partiu da aceitação da existência de uma estreita relação do transporte urbano com o uso do solo, com o desenvolvimento urbano e com a qualidade de vida dos cidadãos.

Fonte: ANTP


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