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Itamaracá Transportes é eleita pela ANTP como uma das cinco melhores empresas de transporte do Brasil

domingo, 6 de novembro de 2011

Transporte Coletivo não precisa de quantidade apenas, mas de qualidade.
Assim, não bastam as empresas de ônibus colocarem mais veículos nas ruas, ou as operadoras de trem e metrô mais composições nos trilhos, se os serviços não focarem o bom atendimento e a relação digna com a comunidade que é responsável pela sobrevivência desta empresa de ônibus.

E o setor de transportes coletivos mostra a diferença entre operadoras de ônibus. Enquanto há viações que são retiradas do sistema por ilegalidades e má prestação de serviços e outras que usam de artifícios como atraso no pagamento de salários e direitos trabalhistas, outras buscam acompanhar a modernização da sociedade, que está mais crítica e conta com órgãos mais atuantes em defesa da população como o Ministério Público e parte de uma imprensa mais participante no dia a dia das pessoas.

Todas as empresas de ônibus, metrô ou trem objetivam o lucro. O que não é erro nenhum, afinal, não deixa de ser um negócio (de responsabilidade pública, mas outorgado à iniciativa privada) e quanto melhor for a condição da empresa, mais possibilidade ela tem de investir em avanços.

Para reconhecer os esforços destas empresas, a ANTP – Associação Nacional dos Transportes Públicos, realiza o Prêmio de ANTP de Qualidade.

As cinco melhores empresas do País, de acordo com a análise das bancas julgadoras compostas por técnicos são:

Viação Fortaleza (Ceará), Expresso Medianeira (Rio Grande do Sul), Viação Nobel (Paraná), Itamaracá Transportes (Pernambuco) e Trensurb (Rio Grande do Sul).
A premiação é realizada a cada dois anos.


Todos os critérios de avaliação são extremamente rigorosos e boa parte se baseia no MEG Modelo de Excelência de Gestão da FNQ – Fundação Nacional da Qualidade.

Para serem certificadas, as empresas não são avaliadas apenas na prestação de serviços nas ruas. Diversos aspectos são avaliados como: Eficiência e formas de gerenciamento, viabilidade econômica da empresa, segurança e ambiente de trabalho, instalações da garagem, adequação quanto a evolução tecnológica operacional e no atendimento ao cliente, relacionamento com a comunidade e respeito aos aspectos ambientais.

Assim, não é analisado apenas se os ônibus são novos, velhos ou se atrasam, apesar de estes fatores serem levados em consideração.Ações espontâneas de apoio a pessoas carentes e programas de preservação da natureza, como reaproveitamento de água e reciclagem, também contam para o prêmio, que é considerado um dos mais respeitados e sérios por especialistas em transportes.

A participação das empresas conta com várias fases.

Primeiro as empresas de ônibus respondem um extenso questionário que ocupa uma apostila inteira.
As respostas são comparadas com os indicadores de gestão e qualidade.
As empresas que passam para a outra fase recebem uma visita de técnicos em suas garagens, linhas, terminais e pontos de ônibus.

No Congresso, além de discussões sobre melhores formas de oferecer mobilidade diante dos novos desafios, como crescimento da população, do trânsito e a aproximação de eventos mundiais, como Copa do Mundo de 2014 e Olimpíadas de 2016, são apresentados novos serviços, materiais e veículos. Destaques para os modelos de ônibus feitos para atendimento de serviços de BRT – Bus Rapid Transit, corredores de ônibus rápidos e modernos.
É verificado se tudo o que as empresas responderam no questionário condiz com a realidade.
Neste processo são feitas entrevistas surpresas que podem ser desde com o funcionário mais simples até o dono da empresa, de acordo com o critério dos técnicos.

Depois estes técnicos fazem relatórios sobre suas visitas.

Os documentos são avaliados por outra banca julgadora formada por profissionais em transportes, de formação, o que leva aos resultados da premiação.
O objetivo é incentivas as empresas que buscam qualidade e criar exemplos que podem ser seguidos por outras viações.

A entrega dos prêmios foi realizada nesta quarta-feira, dia 19 de outubro, durante o 18º Congresso de Transporte e Trânsito promovido pela ANTP, desta vez no Rio de Janeiro.

No evento são realizadas discussões de como oferecer uma melhor mobilidade para as pessoas, diante de desafios como crescimento populacional e urbano, aumento das necessidades de deslocamentos por transportes públicos diante do trânsito cada vez mais caótico e também como preparar as cidades brasileiras para eventos mundiais, a exemplo da Copa do Mundo de 2014 e Olimpíadas de 2016 ,respeitando, no entanto, as condições financeiras e o dinheiro público de cada localidade.

Um dos desafios é como mudar a página, inovar, no entanto, sem gastar mais do que a população pode arcar, com responsabilidade em relação ao dinheiro público.
Inovações da indústria como produtos, serviços e veículos preparados para atender aos novos sistemas de BRT (Bus Rapid Transit), corredores modernos e que oferecem rapidez aos ônibus, marcam o Congresso. Destaque para o Viale BRT, da Marcopolo, e Mega BRT, da Neobus, ônibus com design diferenciado, com mais visibilidade para o passageiro e motoristas, maior espaço interno, mais acessibilidade para pessoas portadoras de deficiência, e configuração que minimiza os impactos no meio ambiente.



Adamo Bazani, jornalista da Rádio CBN, especializado em transportes.





O Congresso foi realizado em outubro de 2011.
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Transporte individual já supera viagens em coletivos 2,4 vezes

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

A cada pessoa que faz um deslocamento em transporte coletivo, outras 2,4 usam o transporte individual (motocicleta, bicicleta, automóvel ou mesmo a pé).
De 2003 a 2010, o transporte individual teve uma ampliação no número de deslocamentos de 21,32%, contra 17,56% do coletivo. No período, houve um au­­mento de 12% no número de viagens em ônibus municipais. Por outro lado, moto, bicicleta e carro cresceram 111%, 58% e 21%, respectivamente. O transporte coletivo só não ficou mais abalado porque o modal sobre trilhos aumentou 57% no país.

O coordenador do Programa de Pós-Graduação em Gestão Urbana da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), Fábio Duarte, explica que o aumento dos usuários de ônibus (12%) reflete apenas a evolução da população brasileira. “Pode se imaginar que os passageiros aumentaram na mesma proporção do crescimento populacional. A diferença está no número de carros”, diz.

Para os especialistas, a migração do coletivo para o individual é clara. “As pessoas preferem ter um carro ou uma moto do que estarem condenadas a um transporte coletivo ruim”, afirma o superintendente da ANTP, Marcos Bicalho. Para a professora de Gestão Pública da Isae/FGV Denise Basgal, o momento econômico brasileiro favoreceu a ascensão da classe C e abriu a possibilidade de escolha para outros modais. “As pessoas não precisam mais do ônibus, que antes era o único meio de transporte.”

A falta de prioridade aos ônibus em muitas cidades é apontada como uma das causa para essa troca. “Em geral, a viagem média de ônibus custa mais caro e é mais lenta do que o automóvel. Só quem não pode, usa o transporte coletivo”, diz Bicalho.

Pamela conta os dias até janeiro, quando vai migrar do ônibus para a motocicleta. “Já havia trocado o ônibus pela bicicleta em trajetos curtos. Nos mais longos, ela é inviável. Por isso, preciso de uma moto”, afirma. Sem uma rotina estabelecida, dividida entre eventos e ensaios, a atriz conta levar de 1hora a 1h30 minutos em cada deslocamento de ônibus. “Como os trajetos são muito variados, não posso perder esse tempo todos os dias”, afirma.

Há um ano e meio, Priscila trocou o ônibus pela bicicleta, meio de transporte individual mais barato e ecológico do que carros e motos. E ela diz que não se arrependeu: “Moro no São Francisco e trabalho no Alto da XV. Levo 15 minutos de bicicleta todos os dias, pedalando em um ritmo tranquilo. Antes, precisava pegar dois ônibus e levava cerca de 50 minutos”, relata.

É possível afirmar que, com um mês e meio de uso, a magrela de R$ 350 foi paga com a economia em vale-transporte. “A bicicleta só me trouxe vantagens. Faz bem para o corpo e para a alma. Gasto menos por mês”, conta Priscila.

Meio Ambiente
Escolha reflete consciência
Usar o transporte coletivo não é só questão de mobilidade, mas também de consciência ambiental. De acordo com a Associção Nacional de Transportes Públicos (ANTP), os transportes coletivos tiveram queda de 16% no índice de emissão poluentes, enquanto os individuais cresceram 14%.

Na avaliação do professor do departamento de Engenharia Ambiental da Universidade Federal do Paraná (UFPR) Nelson Luís Dias, o fato de os ônibus terem diminuído o total de poluentes descartados é fruto da tecnologia. “Isso é possível com veículos mais modernos, mesmo com aumento da frota”, diz. “Por outro lado, há muitos carros velhos em funcionamento, que não passam por manutenções cuidadosas, e são muito poluentes”.

Como não há uma especificação sobre o índice de cada poluente, nem dados sobre a concentração de cada um deles na atmosfera, porém, não se pode afirmar que a poluição cause danos à saúde, segundo Dias. “O que é consenso é o fato de os combustíveis fósseis causarem o aquecimento global. Toda vez que é queimado, o gás vai para a atmosfera, o que afeta o clima e pode gerar eventos severos”, afirma.

Falta saber priorizar políticas
Do governo federal aos municípios, o transporte individual é a prioridade. Para especialistas, porém, haveria melhoria na mobilidade das cidades, caso o transporte coletivo fosse melhor e mais utilizado. “Salvo exceções, os três níveis de governo brasileiro praticam uma série de políticas favoráveis ao uso de automóveis”, critica o superintendente da Associação Nacional de Transportes Públicos (ANTP), Marcos Bicalho.

Ele usa o exemplo das isenções de impostos na compra de automóveis e o aumento do crédito para a aquisição de motocicletas. “É preciso alterar essas políticas para mudar o quadro. A prioridade precisa ser o transporte coletivo. Os automóveis devem ter restrições, como rodízio, pedágio urbano”, opina.

O coordenador do Programa de Pós-Graduação em Gestão Urbana da Pontifícia Uni­versidade Católica do Paraná (PUCPR), Fábio Duarte, também defende que as motos deveriam ter um tratamento diferenciado. “É necessária a criação de legislações específicas. A moto deve ser enxergada de maneira diferente ao carro. Seu uso do espaço urbano é diferente”, afirma. Em razão dessa divergência, lembra ele, os motociclistas acabam sendo as maiores vítimas da violência nas ruas. “O conflito veio dessas discrepâncias”, diz.

Além de políticas favorecedoras, é preciso incentivar o uso do transporte coletivo de outras maneiras também, afirmam os especialistas. “A comunicação social deve ser usada a favor das boas práticas, motivando e incentivando o retorno ao ônibus e a carona solidária”, defende a professora da Isae/FGV Denise Basgal.

Só o marketing, contudo, não resolve. As prefeituras precisam criar um “fato novo” na mobilidade urbana: “O que se busca é agilidade, conforto e fazer com que as pessoas se sintam motivadas a deixar o veículo e ir de ônibus. Por isso, estudar com profundidade o sistema viário é fundamental”, diz a professora.

Para Duarte, entretanto, a propaganda institucional apenas não é capaz de quebrar a discriminação. “A única possibilidade é a mídia espontânea. Não adianta estar em um ônibus lotado e olhar um outdoor dizendo que esse veículo polui menos. Há necessidade de buscar eficiência”, afirma.

Opção - Bicicletas têm uso ampliado
Em todo o país, as bicicletas estão galgando seu espaço. O crescimento das bikes (58% em oito anos) foi o segundo maior do período entre os transportes individuais. E elas, que antes eram vistas apenas como meio de lazer, começam a ser levadas a sério. Ao contrário de outros meios de transportes individuais, como carro ou moto, o uso de bicicleta é incentivada por estudiosos de mobilidade urbana.

A Comissão de Viação e Transportes da Câmara dos Deputados aprovou a proposta que cria o Estatuto dos Sistemas Cicloviários. De autoria do deputado Lucio Vieira Lima (PMDB-BA), o projeto estabelece o papel das três esferas da administração pública na criação da infraestrutura urbana voltada às bikes. Diz o projeto: “Novas vias públicas, incluindo pontes, viadutos e túneis, devem prever espaços destinados ao acesso e circulação de bicicletas”.


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Transporte público em São Paulo melhorou, diz pesquisa da ANTP

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Ônibus Hibrido já está em teste na cidade
Pesquisa da Associação Nacional de Transportes Públicos (ANTP) divulgada na quarta-feira diz que o tranporte coletivo melhorou em São Paulo, na avaliação dos usuários. Segundo o levantamento "Imagem dos transportes públicos na região metropolitana de São Paulo", 75% dos entrevistados avaliaram para melhor os serviços.
Entre as razões citadas pelos pesquisados estão: o aumento de linhas (50%) e da frota (44%), a economia de tempo (29%), a renovação da frota (21%) e o conforto (16%). Além disso, 70% acreditam que o transporte coletivo continuará melhorando nos próximos anos.
 
Entre as alternativas de transporte, o Metrô de São Paulo continua sendo o mais bem avaliado em relação aos micro-ônibus, com 68% de melhorias percebidas pelos entrevistados, ônibus e corredores municipais, ônibus intermunicipais, trens, além dos corredores ABD (São Mateus-Jabaquara) e Expresso Tiradentes. A linha que teve melhor desempenho na avaliação foi a 5-Lilás, que registrou crescimento de 86% para 90%. A linha 2-Verde foi avaliada como excelente/boa por 84% dos entrevistados, contra 88% na edição passada.
 
Na linha 1 - Azul, do Metrô, não houve mudanças: 85% dos entrevistados consideraram o trecho excelente/bom. Já a Linha 3-Vermelha registrou percentual de excelente/bom de 73%, menor que o índice de 74% computado em 2009.
Depois do metrô, a pesquisa informou que a CPTM aparece como o meio de transporte que mais evoluiu nos últimos anos, com 39%.

Ônibus melhores
A imagem positiva dos ônibus metropolitanos gerenciados pela Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos (EMTU) subiu 4%, apresentando tendência de melhora expressiva nos últimos anos. A classificação dos usuários para "excelente/bom" evoluiu de 55% para 59%, entre 2009 e 2010. A avaliação de "ruim/péssimo" apresentou queda de 21% para 18%.
 
Das cinco áreas que operam em regime de concessão, quatro apresentaram boa evolução de imagem perante os usuários do serviço, em 2010. A exceção foi a área 5, no ABC, cuja variação da imagem positiva caiu de57% para 44%. A área 1, que serve municípios como Cotia e Itapecerica da Serra, registrou melhoria da imagem de 54% frente aos 43% de 2009. Já na área 2, que atende Osasco e Barueri, entre outros, o item "excelente e bom" se manteve dentro da margem de erro, de 58% para 57%, entre 2009 e 2010.
A área 3, que abrange os municípios de Guarulhos e Mairiporã, entre outros, apresentou valiação positiva de 66%, ante 48% em 2009. A área 4, que envolve municípios como Suzano e Mogi das Cruzes, evoluiu de 53% para 65%.
 
Já o corredor metropolitano ABD (São Mateus-Jabaquara) continua apresentando bons resultados. O item "excelente e bom" se manteve dentro da margem de erro, de 72% para 70%, e a percepção negativa caiu de 12% para 9%, entre 2009 e 2010.
Para 6%, a bicicleta vem ganhando importância à frente de opções como ônibus metropolitanos e táxi. Além disso, a construção de ciclovias é citada por 13% dos pesquisados como uma das medidas para ajudar a melhorar o trânsito.

Realizada desde 1985, a avaliação da ANTP tem como objetivo o acompanhamento anual da percepção da população da região metropolitana de São Paulo em relação ao transporte coletivo público. A avaliação de 2010 foi realizada em duas etapas, incluindo pesquisas qualitativas, entre agosto e setembro, e quantitativas, em novembro, antes do aumento da tarifa nos ônibus. No total, 2.340 pessoas foram ouvidas em seus domicílios (1.306 na capital e 1.034 na região metropolitana). Além disso, foram ouvidos mais 1.023 usuários nos trens e corredores de ônibus, entre outros. A margem de erro foi de 2%.


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Dia Mundial Sem Carro: Mobilidade urbana e sustentabilidade caminham lado a lado

quarta-feira, 20 de setembro de 2023

Todo 22 de setembro é celebrado o Dia Mundial Sem Carro, uma data emblemática que surgiu na Europa e, no início dos anos 2000, chegou ao Brasil – impulsionada principalmente pelos ativistas do meio ambiente e ciclistas.  

Essa data se torna importante quando avaliamos a frota de automóveis nacional. De acordo com pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgada em junho deste ano, quase 50% dos domicílios no Brasil contam com um automóvel e 25% têm moto. Número expressivo que mostra quanto precisamos avançar na mobilidade no Brasil e trazer discussões importantes sobre o tema. 

E no Dia Mundial Sem Carro somos convidados a pensar sobre o assunto, deixar esses automóveis na garagem e apostar nos ônibus, metrôs, bicicletas e outras formas de locomoção que sejam menos ou zero poluentes. Mas além do fator sustentabilidade, a data chama atenção para as necessidades do aprimoramento da mobilidade urbana nas cidades brasileiras para que essa prática não se torne ação de um dia isolado durante o ano, mas sim recorrente na realização das atividades diárias.  

Outros dados reforçam a preocupação sobre o assunto. Segundo levantamento divulgado pela Associação Nacional de Transportes Públicos (ANTP), em publicação de 2022, com propostas para um transporte público de qualidade, com apoio de outras entidades do setor, um ônibus polui 8 vezes menos que um carro por passageiro transportado. Além disso, um ônibus comum leva o mesmo número de passageiros que 40 carros e usa apenas 5% do espaço na via – ocupando 50 m², enquanto 40 carros ocupam 840 m². E por fim, o ônibus é o meio de transporte mais seguro que existe: 35% das vítimas fatais no trânsito estavam em motos, somente 2% estavam em ônibus, incluindo rodoviários.  

Os gestores públicos, principalmente, devem investir para oferecer à população melhorias que façam as pessoas circularem melhor nas cidades, usando a tecnologia a seu favor para tornar o transporte coletivo mais eficiente. Tem crescido, por exemplo, as discussões sobre implantação de veículos elétricos, tanto na esfera pública quanto privada. Os motores elétricos, diferentemente daqueles a combustão, não emitem gases de efeito estufa, sendo totalmente sustentáveis.  

Além disso, de acordo com estudo da Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU), o uso da energia elétrica no transporte coletivo proporcionaria uma redução de 73% nos custos por quilômetro rodado, em comparação ao diesel, saindo de R$ 3,10 para R$ 0,84. Atualmente, o combustível corresponde a um terço dos custos operacionais totais das empresas de ônibus. Vale ressaltar, porém, que é necessário um bom planejamento e alocação de recursos, já que eletrificar uma frota exige maiores investimentos.  

No mundo, lugares como Zurique, na Suíça, são exemplos a serem seguidos. A maior cidade daquele país incentiva os deslocamentos a pé, de bicicleta e conta com um grande investimento no transporte público, que vai desde diversificação dos meios de locomoção e grande disponibilidade de linhas, até a substituição gradual das frotas por veículos elétricos e uso da tecnologia para monitoramento das vias e veículos. 

Outro exemplo de tecnologia eficiente para melhoria da qualidade no transporte e otimização do tempo, que pode ser facilmente seguido em mais localidades no Brasil, é a digitalização dos serviços. O KIM vem auxiliando diversas cidades pelo país a implantarem funcionalidades como o pagamento dos bilhetes pelo aplicativo e mapas que ajudam na locomoção dentro das cidades. Essas facilidades aprimoram, inclusive, a segurança e a previsibilidade no transporte público.  

Ao implementar processos que viabilizem o acesso aos espaços das cidades, aliando-os com a preservação do meio ambiente, a população passa a ter mais qualidade de vida. Investir na mobilidade é um dos melhores caminhos para alcançar um futuro mais sustentável para o planeta. E estamos todos juntos nessa ambição! 

Informações: Iccom 
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Cobrar estacionamento em vagas públicas pode gerar R$ 35,3 bilhões por ano para investimento em mobilidade urbana, diz ANTP

terça-feira, 27 de junho de 2023

Grande parte dos investimentos em deslocamento tem sido destinada para os automóveis, que acabam ocupando mais espaços públicos quando estão estacionados nas vias. Além desse privilégio de uso, os carros acabam por dificultar a circulação de outros meios de transporte, de pedestres e de veículos de atendimento público, como ambulâncias e caminhões de coleta de lixo, por exemplo.

Segundo a pesquisa Origem-Destino de 2017, só na Região Metropolitana de São Paulo um total de 1,5 milhão de automóveis são estacionados gratuitamente nas ruas em dias úteis. Pesquisas feitas em outras cidades apontam grande número de veículos que utilizam esse espaço público como estacionamento, um espaço que custa caro para ser construído e mantido pelo dinheiro de todos, mas que privilegia apenas a quem faz dele ponto de parada para seu automóvel, sem pagar nada por isso.

Estudo publicado pela ANTP (Associação Nacional de Transportes Públicos), o Caderno Técnico 28, mostra que se houvesse cobrança pela utilização de vias urbanas como estacionamento, em todo o país, o valor arrecadado poderia chegar a R$ 160 milhões por dia, ou R$ 35,3 bilhões por ano, considerando 220 dias úteis.

Ao atualizar os valores mensurados dos recursos desse “subsídio oculto” de estacionamento de veículos no meio-fio, os números chegam a R$ 14,5 bilhões por ano, somente na Região Metropolitana de São Paulo, de acordo com o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) de fevereiro de 2023.

“Nos ambientes urbanos, os automóveis pouco pagam pela infraestrutura que consomem e não são cobrados pelas externalidades negativas que produzem (congestionamentos, acidentes e poluição). Está na hora de virar esse jogo”, diz Helcio Raymundo, um dos autores do estudo da ANTP.

O estudo analisa a possibilidade de cobrança e como a verba pode ser investida em outras modalidades de transporte. Para o estudo foram utilizadas informações de 533 munícipios com mais de 60 mil habitantes, levando em conta dados de 2014.

Os valores obtidos com as cobranças poderiam ser empregados em ações para melhorar, por exemplo, as condições de conforto e segurança de pedestres, ciclistas e usuários do transporte público. Entre estas ações, o estudo considera a criação de ciclovias, renovação de calçadas e a prioridade para os ônibus no tráfego geral, reduzindo o tempo de viagem dos passageiros.

Informações: ANTP
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Ônibus, trem, metrô ou bicicleta: deixe o carro para ir à Copa de 2014

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Renato Boareto é coordenador da área de mobilidade urbana do Instituto de Energia e Meio Ambiente (Iema), organização que apoia governos e movimentos sociais com estudos para a formulação de políticas públicas no setor. Nesta entrevista, Boareto fala sobre as oportunidades abertas pela Copa de 2014 e Olimpíada de 2016 e defende ações que limitem o uso do veículo particular e estimulem investimentos no transporte público integrado com ciclovias e trajetos a pé.
Qual a proposta do Iema para aumentar a mobilidade nas cidades brasileiras? Defendemos o aumento da participação do transporte público em detrimento do transporte individual. Achamos que a mobilidade urbana deve ser entendida como um instrumento para a melhorar a qualidade de vida nas cidades. Desta forma,mesmo quando o transporte coletivo é ruim, o transporte individual é o pior para a cidade. Em nossa visão, para aumentar a participação do transporte público, a abordagem deve partir de uma política de mobilidade que considere como as pessoas se locomovem em cada localidade, melhorias na eficiência dos veículos e critérios sobre o tipo de motor e combustível a ser utilizado.

O que é o programa BRT Brasil?
Com os investimentos do PAC da Copa e do PAC da Mobilidade, muitas cidades estão apostando nos benefícios de um transporte como o BRT. Estamos acompanhando esses projetos, envolvidos no Programa BRT Brasil, em fase de articulação, do qual também participam a Associação Nacional de Transportes Públicos (ANTP), Fórum Nacional de Secretários e Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos NTU). Queremos contribuir para que os corredores de ônibus a serem construídos nas cidades-sede da Copa de 2014, assim como os do PAC da Mobilidade (24 cidades), sejam implantados com uma boa estrutura e da forma a mais eficiente possível.  

O que diferencia o BRT de um simples corredor de ônibus?O BRT deve ter via exclusiva. Fora isso, o sistema admite vários formatos, que vão desde uma simples faixa preferencial, digamos com horário limitado, até um modelo que incorpora o conjunto de ferramentas ou serviços já concebidos para este tipo de transporte. Por exemplo, em Curitiba funciona em canaleta no canteiro central; já noutros lugares, como no corredor da Rebouças, em São Paulo, o veículo corre à esquerda da faixa central. Existe essa flexibilidade: o BRT pode ir incorporando aprimoramentos, como uma plataforma elevada, a bilhetagem eletrônica etc. Também pode utilizar ônibus articulados e bi-articulados. O veículo pode sair do terminal e parar só no destino final, como ir parando, entre terminais, ou em cada ponto pelo trajeto. São várias as combinações possíveis e essa flexibilidade permite que o sistema seja aplicado a uma metrópole ou a uma pequena cidade. 

Qual a vantagem do BRT em relação a outros tipos de transporte público? Não defendemos uma ou outra tecnologia, em si mesma, mas trabalhamos para buscar o tipo de transporte mais adequado a cada cidade em questão, à demanda de passageiros do lugar. O metrô, por exemplo, com elevada capacidade de passageiros, é adequado a uma cidade como São Paulo, onde aliás cabe de tudo. Para cidades com características metropolitanas, como São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, ou Salvador, o modelo mais correto é o que incorpora um leque integrado de modais. Já numa cidade média, o metrô seria exagerado. Há gradações de tecnologia veicular, e a decisão sobre qual o melhor deve pesar: o porte da cidade, a demanda de passageiros, a capacidade de investimento e o projeto urbanístico, o planejamento urbano. Há outras soluções sendo consideradas, como o VLT que atende a uma demanda parecida com a do BRT. Para a Copa do Mundo, a questão do prazo, o ano de 2013, deve influir sobre os investimentos a serem feitos nas cidades-sede.

Como um transporte por ônibus, como o BRT, pode ser um sistema "limpo"?
Depende do combustível. E logo mais, em 2012 ou 2013, vence o prazo para que os novos ônibus passem a usar o diesel mais limpo (com menores emissões de enxofre). Os ônibus dos BRTs serão movidos a esse diesel, com menores emissões de poluentes. Não está previsto ainda, mas os novos BRTs poderão ingressar numa nova fase, a dos motores elétricos + diesel, ou etanol. 

Como as cidades-sede da Copa estão pensando a mobilidade urbana? Posso citar Belo Horizonte, por exemplo, como uma cidade que elaborou planos de mobilidade na linha do que defendemos, de aumentar o acesso da população ao transporte público, e integração deste com outros meios de locomoção. Em BH, a área central está priorizando o pedestre e reduzindo espaços para o automóvel particular. Em Brasília, uma ciclovia de 600 km está parcialmente implementada. Já em São Paulo, falta um plano abrangente de mobilidade, que veja por exemplo o sistema cicloviário como estruturador da malha de transporte.

O melhor sistema é o que integra BRT, metrô, ciclovia e ônibus? Qual a importância da bicicleta? Para haver mobilidade é importante que o planejamento incorpore a bicicleta e o deslocamento dos pedestres ao transporte público por ônibus ou trem. Que veja a bicicleta com veículo de alimentação para o sistema de transporte, com estacionamento, apoio ao ciclista, racionalidade nos trajetos. Não só ciclovias, mas deve-se dotar as vias com soluções como o "traffic calming", para moderação no uso do carro. E ainda estimular as pessoas a usarem a bicicleta nos bairros, apresentando trajetos inter e intra bairros. Não basta olhar apenas a fluidez do transporte, mas a segurança na travessia por calçadas, pensar em modos integrados ou viagens curtas, a pé ou de bicicleta. São componentes que melhoram a qualidade de vida nas cidades.  

Algo mudará no transporte público nos próximos anos?O PAC da Mobilidade e o PAC da Copa abrem esta possibilidade única de o país ingressar no maior ciclo de investimentos em transporte público desde a década de 1980. São cerca de 35 bilhões de reais do governo federal, fora os recursos que virão dos estados. Defendemos que sejam investimentos permanentes em sistemas de transporte público. Para sabermos o retorno social e ambiental destes investimentos, estamos estudando o impacto destes recursos, e produzindo argumentos que levem as cidades a pararem de priorizar o transporte individual. Até junho esse estudo deve gerar dois produtos, disponíveis a governos e sociedade civil, com um retrato da realidade das cidades e propostas para que os planos diretores incorporem o planejamento para a mobilidade.

Fonte: Portal 2014

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Salvador será sede de encontro nacional sobre mobilidade urbana

domingo, 20 de novembro de 2022

A capital baiana irá sediar, na próxima semana, uma série de eventos de âmbito nacional na área de Mobilidade Urbana. A abertura ocorrerá durante a 113ª Edição do Fórum Nacional de Secretários e Dirigentes de Mobilidade Urbana, a ser realizada na próxima segunda-feira (21), no Wish Hotel da Bahia, no Campo Grande. O encontro, promovido pela Prefeitura de Salvador, através da Secretaria Municipal de Mobilidade (Semob), em parceria com a Associação Nacional de Transportes Públicos (ANTP), vai reunir gestores e técnicos da área de todo o país, com o objetivo de trocar experiências e buscar novas soluções para a mobilidade nos centros urbanos. 

O evento terá a participação do secretário de mobilidade de Salvador, Fabrizzio Muller, além dos gestores de mobilidade de diversas cidades brasileiras. Muller, que também é vice-presidente geral do Fórum, irá apresentar as ações realizadas em Salvador para melhoria da mobilidade urbana, com destaque especial para a aquisição de ônibus elétricos para a operação do BRT. Salvador também será a primeira capital do nordeste a implantar um terminal de eletrocarga, com capacidade para carregar até 40 veículos por vez, o maior do Brasil. 

O evento terá ainda apresentações de autoridades de outros estados como Sergipe, São Paulo, Goiás e Paraná, e de representantes de instituições parceiras reconhecidas internacionalmente na área de mobilidade urbana, como a WRI, TUMI e GIZ. Entre os temas que serão discutidos durante o Fórum estão a gratuidade para idosos, a regulamentação dos aplicativos de transporte de passageiros, e a proposta do projeto de lei para criação do Marco Legal do Transporte Público. 
“O Fórum será a abertura de um grande encontro de mobilidade, que reunirá técnicos de diversos setores buscando fomentar, cada vez mais, a melhoria da mobilidade urbana em todo país através da troca de conhecimento”, pontua o secretário da Semob, Fabrizzio Muller. “É Salvador confirmando seu protagonismo tanto na temática da mobilidade urbana, como também na recém-chegada eletromobilidade, que assegura, mais uma vez, o compromisso da cidade com a redução de emissões de gases e cumprimento de suas metas definidas ao longo dos últimos anos”, complementa. 

Reuniões técnicas – Além do Fórum Nacional de Mobilidade, outras reuniões serão realizadas com as equipes técnicas da área. Em paralelo ao Fórum, também na próxima segunda-feira (21), acontece o TUMI Day. O evento será realizado pela Iniciativa de Mobilidade Urbana Transformativa (TUMI), e reunirá representantes das cinco cidades brasileiras escolhidas pela iniciativa para receber apoio técnico para a implantação de ônibus elétricos na operação de transporte. 

Durante o encontro, temas como modelos de negócios, financiamentos, estruturas necessárias e metas de sustentabilidade serão apresentadas e debatidas por técnicos da área de mobilidade. Já na terça e quarta-feira (22 e 23) acontecem as reuniões do grupo Qualionibus, nas quais várias cidades e entidades que se reúnem para discutir diversas temáticas a respeito do transporte coletivo, tais como combate ao assédio sexual, financiamento, mobilidade e gênero, entre outros. O grupo fará também uma visita técnica ao BRT, onde poderá conhecer o local onde será implantado o Eletroterminal de Salvador, além de visitar o Centro de Controle Operacional (CCO) do BRT, um dos mais modernos do país.

Informações: Governo da Bahia
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Metrô de SP é o maior alvo de críticas em encontro sobre mobilidade urbana

sexta-feira, 4 de março de 2011

 O seminário sobre mobilidade realizado pela Rede Nossa São Paulo na manhã desta terça-feira (1º) pretendia ser uma discussão sobre soluções inovadoras sobre transporte público sustentável. Em poucos minutos a proposta inicial deu lugar à discussão de velhos problemas atribuídos ao transporte público sobre trilhos na capital paulista e Região Metropolitana de São Paulo. No estado, as linhas de metrô são responsabilidade da Companhia do Metropolitano de São Paulo (metrô) e as de trem da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM).

As críticas giraram em torno da falta de planejamento e de capacidade de realização do poder público estadual em relação a melhorias e expansão de linhas de metrô e trem. “A gente não tem uma malha ferroviária, tem uma rede para transportar café para Santos”, provoca Marcos Kiyoto, arquiteto especialista em transportes de alta capacidade.

Ele lembra o planejamento da linha 4 do metrô (Amarela) que estava prevista inicialmente para ter a primeira fase entregue em 2008 e a segunda em 2010. Mas, de acordo com o novo Secretário Estadual de Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernando Ribeiro Fernandes, deve começar a funcionar em 2014. Até maio de 2010 somente duas estações foram inauguradas e até março de 2011 funcionam em tempo parcial.

“Os planos mudam mais rápido do que a linha é construída”, brinca Kiyoto. “Há descontinuidade. Faltam prioridades”, critica. O especialista avalia que o metrô cresce em um “ritmo lento”. Em média, o serviço em São Paulo aumenta 2,6 km por ano, número muito abaixo do crescimento necessário, aponta. “A cidade tem 69 km de metrô. Estamos absurdamente abaixo da cidade do México com 200 km”, compara.

Kiyoto chama atenção para a importância de estruturar as linhas do metrô com mais intersecções. Alongar as linhas não resolve o problema de sobrecarga porque não há nós para desembarque.

Manuel Xavier, presidente da Federação Nacional dos Metroviários (Fenametro), aproveitou a presença, na mesa debatedora do encontro, de executivos do metrô e da Secretaria Estadual de Transportes Metropolitanos. Ele questionou a dificuldade do estado em planejar e executar obras, apesar de dispor das melhores informações e de excelente corpo técnico.  “O planejamento estadual é ineficiente. Entre planejamento e construção serão 12 anos para a finalização de uma etapa da linha 4”, indica. 

Segundo ele, a obra estourou prazos e orçamento. “A promessa de custo fechado, chamado de turn key, resultou num custo maior. O estado vai colocar mais R$ 500 milhões”, adverte.

Ailton Brasiliense  Pires, assessor de planejamento  da CPTM e presidente da Associação Nacional de Transportes Públicos (ANTP), criticou a falta de política de uso do solo na capital paulista. “Deixaram as coisas acontecerem de acordo com os interesses da construção civil. Agora alguém tem de pagar pelo problema”, destaca.

Ele pleiteia um plano de adensamento para a região metropolitana a fim de planejar habitações de acordo com a oferta de transportes de alta capacidade. “A linha Leste-Oeste, que parte da estação Corinthians Itaquera, sai com 60 mil. Ao chegar no Brás tem 80 mil”, descreve.  “Dez pessoas por metro quadrado, como no metrô, seria bom se eu pudesse escolher as outras nove”, ironiza.

Para ele, “há muitos prefeitos e governadores, mas poucos estadistas”. O que justificaria a descontinuidade de ações e mudanças constantes de planos. Mas o pior, segundo Pires, é a ideia de que transporte público é uma questão de mercado. “Lucro máximo tem a ver com investimento mínimo”, destaca. “O metrô deveria ser um projeto de cidadania”, dispara.

Defesa

Epaminondas Duarte Junior, assistente da diretoria de Planejamento e Expansão dos Transportes Metropolitanos, representante do metrô no encontro, defendeu as ações da empresa. “Planejamento é planejar sempre. A cidade muda, por isso a necessidade de sempre estar planejando”, indicou. “O metrô faz isso muito bem”, rebateu.

O representante do metrô explicou que a população que mora na periferia cresceu, mas a densidade de emprego continua preponderante no centro da capital paulista. Fato que leva grande contingente, continuamente, a uma mesma área da cidade. Duarte também justificou problemas no metrô devido à troca de sinalização de todo o sistema. “A sinalização é da década de 1960”, informa. “Teremos o que há de mais moderno em termos de sinalização”, aponta.

Na mesma linha, o assessor da presidência do metrô, Marcos Kassab, garantiu que a única falha da empresa é “fazer muito planejamento, mas informar pouco sobre o que faz”. O representante do secretário Estadual de Transportes Metropolitanos afirmou que o sistema sobre trilhos não cresce por falta de recursos. Para melhorar a situação, ele sugere corte nos impostos de implantação de transporte público.

Monotrilho

A expansão do metrô por monotrilho, defendida pelo governo do estado em pelo menos duas linhas de metrô causou uma série de críticas de parte da mesa debatedora e da plateia.

Para Kiyoto, a alternativa não é boa para a capital paulista por ter capacidade média de transporte de passageiros, quando a cidade precisa de alternativas de alta capacidade. “O monotrilho sobrecarrega o transporte, não cria rede”.

Xavier da Fenametro disse estranhar o fato do monotrilho estar em desuso no mundo, mas estar listado para importantes obras de transporte coletivo no estado de São Paulo.

Moradores da Cidade Tiradentes, zona leste da capital paulista, uma das regiões que deve receber o modal de transporte,  questionaram a segurança e a viabilidade do modal. “Não atende a demanda da população”, esclarece Vieira, liderança da região.

Na defesa do projeto, Duarte avalia que o monotrilho terá a mesma qualidade de serviços do metrô, mantendo a confiabilidade e regularidade. Ele garante que um monotrilho poderá transportar 40 mil pessoas por sentido por hora. Kassab ponderou que seriam 48 mil pessoas.

Autoridade metropolitana

A ideia de uma autoridade metropolitana, uma espécie de prefeito da região metropolitana de São Paulo, foi bem aceita pelos especialistas presentes no encontro sobre mobilidade. Entretanto, é preciso que a entidade funcione e não seja apenas figurativa, ressaltou Xavier, presidente da Fenametro.

Kassab identifica que não há mais limites entre municípios. “Não há barreiras visuais entre municípios”, menciona. “Metrópole funciona como unidade”, pressupõe o assessor da Presidência do metrô.

Pires da ANTP defende uma autoridade que realize o planejamento integrado dos 39 municípios que compõem a região. A Região Metropolitana de São Paulo concentra 10% da população brasileira e 50% do estado.



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Isenção para carros e gasolina em 10 anos pagaria 150 km de metrô

segunda-feira, 8 de julho de 2013

As isenções de impostos para carro e gasolina desde 2003 deixaram de arrecadar R$ 32,5 bilhões que poderiam ter sido aplicados em transporte público, segundo dados da Receita e de consultores.

Com o dinheiro, seria possível construir 1.500 quilômetros de corredores de ônibus ou 150 quilômetros de metrô. A verba seria suficiente, por exemplo, para a criação de corredores segregados nas 12 metrópoles brasileiras.

Após a onda de manifestações que atingiu o país em junho, a presidente Dilma anunciou um plano emergencial de mobilidade de R$ 50 bilhões, mas não explicou de onde vai tirar os recursos.

Com menos da metade das isenções (R$ 15,4 bilhões), o Ministério das Cidades financia a construção de 95,6 quilômetros de metrô no país (o valor inclui estações e trens).

Os R$ 32,5 bilhões são a soma de duas isenções feitas pelos governos Lula e Dilma:


A diminuição a partir de 2003 da Cide (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico) sobre a gasolina deixou de arrecadar R$ 22 bilhões, segundo levantamento feito pelo Centro Brasileiro de Infraestrutura.

Já a redução de IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) para carros desde 2009 custará R$ 10,5 bilhões até o final deste ano, de acordo com a Receita Federal.

EFEITO

A contribuição sobre combustíveis foi criada em 2001 para financiar a infraestrutura de transporte, teve suas alíquotas reduzidas e acabou em junho do ano passado.

A intenção de financiar infraestrutura de transporte acabou provocando o efeito contrário, de acordo com o tributarista Eurico de Santi, professor da Fundação Getúlio Vargas e coordenador do Centro de Estudos Fiscais.

"Reduzir imposto de carro e gasolina significa induzir o uso de automóvel. É um paradoxo porque o governo abre mão de recursos para a infraestrutura", diz Santi.

O engenheiro e sociólogo Eduardo Vasconcellos, assessor da ANTP (Associação Nacional de Transportes Públicos), diz que o estímulo ao carro é um componente histórico dos governos por causa do lobby da indústria.

"Está no DNA do Estado brasileiro desde os anos 50 achar que o carro merece tudo", afirma Vasconcellos.

A Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos diz que o incentivo aos carros e motos retirou 30% dos passageiros de ônibus em todos o país desde 1994.

ECONOMIA

O governo federal defende as isenções como medidas de política econômica para criar empregos, manter o consumo e controlar a inflação após a crise de 2008, que derrubou mercados mundo afora.

O fim da redução de IPI para automóveis, que estava marcado para abril passado, acabou sendo adiado pela equipe econômica. Agora, o novo prazo para a normalização do IPI é até o final deste ano.

Na ocasião, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou que a indústria automobilística era muito importante para a economia brasileira, pois representava 25% da produção industrial.

Mantega defendeu a permanência da redução para evitar risco de queda nas vendas de automóveis e para manter a produção industrial em crescimento.

A venda de carros bateu recorde em abril, de acordo com a Fenabrave (associação das concessionárias).

Governo diz que redução de imposto evitou desemprego

O Ministério da Fazenda não quis comentar oficialmente a desoneração de impostos e tributos para carro e gasolina, que teriam incentivado o uso de transporte individual e retiraram recursos do transporte público, segundo especialistas.

Integrantes da equipe econômica, porém, defenderam as reduções de impostos como instrumentos reguladores para aumentar o crescimento econômico, manter o nível de emprego na indústria automobilística e controlar a inflação.

Se a contribuição sobre combustível tivesse sido mantida no mesmo patamar de 2002, a inflação poderia ficar fora da meta.

Segundo o governo, não há uma política de incentivo ao carro. As principais soluções para a mobilidade, de acordo com essa visão, são de responsabilidade dos governo estaduais e municipais, como a construção de metrô.

EMPREGOS

Se não houvesse a política de incentivo à venda de carros em 2009 como uma reação à crise iniciada no ano anterior, o resultado econômico teria sido muito pior, de acordo com o governo.

O desemprego teria estourado, a renda das famílias teria caído e a indústria automobilística teria se desestruturado no país. O resultado desse processo é que o Brasil exportaria empregos.

Estudo do Ipea sobre o impacto da redução do IPI para automóveis estima que as isenções de 2009 conseguiram manter entre 50 e 60 mil empregos. Como a redução consumiu R$ 3,88 bilhões, cada emprego custou cerca de US$ 65 mil (R$ 143 mil, segundo o câmbio atual).

O estudo conclui que só no primeiro semestre de 2009 a redução de IPI aumentou em 13% as vendas de veículos.

Na avaliação do governo, se o país abrisse mão da indústria automobilística, como fez os Estados Unidos nos anos 1970 e 1980, haveria efeitos na produção de aço, vidro, borracha, no setor de seguros e na rede de assistência técnica.

De acordo com o governo, há efeitos benéficos da renovação da frota no meio ambiente, por causa dos motores menos poluentes dos carros mais novos, e na redução de acidentes de trânsito, em decorrência da maior segurança de veículos que saíram da fábrica a partir de 2009.

A interpretação de economistas do governo é que as cobranças por melhorias no transporte público apontam para uma mudança nas prioridades da sociedade.

Informações: Folha de SP

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Especialistas apontam medidas para priorizar o transporte coletivo e aliviar os congestionamentos

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

São Paulo deveria ter priorizado o transporte coletivo há muito tempo. “Fazemos dois quilômetros de Metrô por ano, mas precisamos de dez”, afirma Plínio Assmann, o responsável pela implantação do Metrô paulistano na década de 1970. “Agora estamos dando um passo importante e vamos ter a construção de três linhas ao mesmo tempo. Chegaremos a cinco quilômetros por ano”, prevê Assmann.

Especialistas apontam a importância de se priorizar o transporte coletivo para reduzir o trânsito na cidade. “Precisamos triplicar o número de corredores de ônibus”, diz Ailton Brasiliense Pires, presidente da ANTP (Associação Nacional de Transportes Públicos). “Fazer corredor de ônibus é muito mais barato que qualquer obra”, acrescenta ele.

Para Cláudio de Senna Frederico, secretário de Transportes Metropolitanos entre 1995 e 2001, é preciso limitar a circulação de veículos, restringindo o estacionamento e reduzindo faixas de rolamento para ampliar calçadas, criar ciclovias e corredores de ônibus.

Os governos investem muito em obras viárias, que incentivam o transporte individual. Nos últimos quatro anos, a Prefeitura aplicou R$ 72,5 milhões em corredores de ônibus, mas gastou R$ 185 milhões só em obras no corredor Radial Leste.

A administração estadual investiu R$ 4,3 bilhões nos últimos cinco anos na CPTM (Companhia Metropolitana de Transportes Metropolitanos), enquanto destinava R$ 6,5 bilhões para obras do Rodoanel, Marginal Tietê e Avenida Jacu-Pêssego. O Metrô recebeu R$ 7,3 bilhões no período. 

Região metropolitana /Frederico quer que a rede do Metrô chegue aos municípios vizinhos de São Paulo e que os trens da CPTM desenvolvam velocidades acima de 100 km/h. Além disso, ele defende corredores de ônibus de alta capacidade, sistema de ônibus com privilégio de circulação e reescalonamento de horários.

“Até o Metrô ter uma rede significativa, precisamos de corredores de ônibus”, preconiza Assmann. “É  pena não termos entendido isso há alguns anos”, lamenta o ex-presidente do Metrô, lembrando que um corredor de ônibus demora cerca de dois anos para ficar pronto.

São Paulo dispõe de apenas dez corredores. O último foi inaugurado há sete anos. Agora, a Prefeitura divulga que prepara licitações para mais três, em Santo Amaro, na Radial Leste e o da Berrini, na Zona Sul.

Sociedade quer obras para carros, diz diretor da ANTP
O sistema viário está saturado, mas mesmo assim a sociedade pressiona os governos por obras viárias, favorecendo o transporte individual. A opinião é de Ailton Brasiliense Pires, presidente da ANTP. “Todo mundo quer espaço para o automóvel,  embora seja mais importante para uma cidade como São Paulo, que sofre com o trânsito, empregar os recursos em novos corredores de ônibus”, afirma Pires. “Ônibus ocupam menos espaço nas vias públicas e transportam muito mais gente que os carros”, acrescenta o presidente da ANTP.

O especialista também critica o crescimento desordenado, que leva os mais pobres a morar em bairros afastados. “Não é equilibrado esse contingente enorme passar mais de uma hora no trânsito para chegar aos bairros centrais e, depois, mais uma hora para voltar para casa”, diz ele.

O dirigente defende planos urbanos que reorganizem a cidade e permitam que as pessoas possam trabalhar perto de casa.



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Manaus concorre a prêmio nacional de qualidade em transporte coletivo

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Acordo assinado na manhã desta quarta-feira (20), entre a Superintendência Municipal de Transportes Urbanos (SMTU) e a Associação Nacional de Transportes Públicos (ANTP), coloca Manaus entre as cidades concorrentes do Prêmio de Qualidade 2011. A certificação é entregue somente às empresas com comprovada excelência na prestação do serviço. A capital tem até setembro do próximo ano para se adequar às exigências da entidade.

A adesão ao Programa de Eficiência da ANTP foi oficializado com a assinatura do documento pelo superintendente da SMTU, Marcos Cavalcante, e o gerente de qualidade da ANTP, Alexandre Rezende. Através do acordo, Manaus se compromete a adotar modelos da Agência para otimizar o serviço do transporte coletivo. Segundo a Superintendência, a ação representa um desafio a ser implantado na capital amazonense.

A avaliação da qualidade do serviço de Manaus vai começar em setembro de 2011. Até lá, serão 13 meses para remodelar o atual sistema de transporte urbano na capital. Entre os pontos cobrados pelo prêmio, estão quesitos que vão da liderança e análise de estratégias, até a satisfação de usuários, fornecedores e trabalhadores do sistema, como motoristas e cobradores.

Equipes avaliadoras virão ao Estado para treinar a formação de avaliadores internos. Através de visitas técnicas, serão elaborados relatórios de acompanhamento o desempenho do transporte em Manaus. A solicitação da Agência é por melhorias contínuas e sistematizadas.

O resultado do prêmio será divulgado em outubro de 2011, durante o 18º Congresso Brasileiro de Transportes Urbanos.

Reformulação do sistema

No início deste mês, o prefeito Amazonino Mendes prometeu 900 novos veículos do transporte coletivo até junho de 2011. A melhoria do atual sistema de transporte coletivo está prevista na licitação que deve ser aberta em dezembro deste ano para captação de novas empresas para o serviço da cidade. Segundo Amazonino, até metade do ano que vem, Manaus terá a frota mais nova do país.

Fonte: Portalamazônia
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Já está no Senado Federal um novo projeto de lei de estímulo à desoneração tarifária, ou seja, de redução do preço das passagens do transporte público

segunda-feira, 2 de novembro de 2009


Depois de quatro ou cinco anos de discussão, já está no Senado Federal um novo projeto de lei de estímulo à desoneração tarifária, ou seja, de redução do preço das passagens do transporte público coletivo do País. Se for sancionada pela Presidência da República e realmente posta em prática, a futura lei poderá representar uma redução de até 15% no preço das tarifas dos serviços urbano e metropolitano, por meio de ônibus, microônibus, metrô, trem metropolitano e trólebus.
No sistema da Região Metropolitana do Recife, a passagem cairia de R$ 1,85 para R$ 1,60, aproximadamente. São R$ 0,25 a menos no bolso do trabalhador, o que ajuda.O projeto institui o Regime Especial de Incentivos para o Transporte Coletivo Urbano e Metropolitano de Passageiros (Reitup) e condiciona a participação aos sistemas que tenham rede integrada de transportes ou possuam o bilhete único temporal (como em São Paulo, onde a pessoa tem um tempo estipulado para pegar vários ônibus pagando uma única passagem). Podem participar do Reitup, municípios, Estados e pessoas jurídicas prestadoras de serviços de transporte público, cada um com deveres e direitos. No caso do poder público, a contrapartida é a redução, isenção ou não incidência dos tributos de sua competência, como ISS e ICMS, sobre os serviços de transporte e os insumos utilizados para a operação desses sistemas.
Se vingar, projeto de lei poderá representar uma redução de até 15% no preço das passagens de ônibus do País.
Para as pessoas jurídicas prestadoras de serviços de transporte coletivo urbano e metropolitano, as exigências são aderir e concordar com todas as regras do Reitup, não estar em débito com o INSS ou com as fazendas públicas federal, estadual e municipal e ter transparência sobre toda a movimentação do sistema. Em troca, os benefícios são muitos: redução a zero das alíquotas da contribuição do PIS/Pasep, Cofins e Cide incidentes sobre o faturamento dos serviços de transporte público coletivo e na aquisição dos insumos necessários, como óleo diesel, gás veicular e outros combustíveis, desde que renováveis e não-poluentes, além de chassis, carrocerias, veículos, pneus e câmaras de ar, utilizados diretamente na prestação de serviço. E ainda na energia elétrica utilizada na alimentação, tração e funcionamento de metrôs, trens metropolitanos e trólebus, inclusive centros de controle e estações, e na iluminação de terminais e abrigos de passageiros.

Presidente do Fórum Nacional de Secretários e Dirigentes Públicos de Transporte e Trânsito, Dilson Peixoto está otimista com a aprovação integral do projeto, que, por ser substitutivo, passa automaticamente pela Câmara dos Deputados e segue para o Senado Federal. Além de ter como relator o deputado Carlos Zarattini, da base aliada do governo, o substitutivo conta com o aval da Frente de Prefeitos, da Associação Nacional de Transportes Públicos (ANTP), além de outras entidades sérias ligadas ao transporte de massa brasileiro. A previsão é de que seja votado no Senado até o fim do ano.
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Em Belo Horizonte, Especialistas elegem BRT como o melhor para desafogar o tráfego no Vetor Sul

quarta-feira, 22 de junho de 2011

O metrô seria o ideal, mas o BRT deve largar na frente entre as alternativas de transporte coletivo analisadas pela BHTrans para desafogar o tráfego no Vetor Sul de Belo Horizonte, ligando o Centro à BR-356, no Bairro Belvedere. É o que apostam especialistas em trânsito ouvidos pelo Estado de Minas. Ainda que eles avaliem que uma linha de metrô absorveria maior demanda de passageiros, pois o sistema é projetado para transportar até 50 mil pessoas por hora, devido a outros fatores, como o custo de implantação e os impactos causados pelas obras, a saída deverá ser a criação de uma rota de bus rapid transit (BRT), com capacidade para 8 mil a 15 mil usuários por hora. Os técnicos ressaltam que, embora ainda não tenham saído do papel, rotas de BRT foram a alternativa encontrada pela BHTrans para suprir a carência do metrô em BH na Copa’2014.

Como publicado com exclusividade pelo EM na edição dessa segunda-feira, consultoria licitada pela BHTrans apontou 11 opções de rotas no Estudo de Desenvolvimento de Transporte do Eixo Sul. São três de metrô, três de BRT, três de veículo leve sobre trilhos (VLT), uma de veículo leve sobre pneus (VLP) e uma de monotrilho. Todas ligam o Centro à BR-356, no Belvedere, passando pela Savassi. Com extensão variando de oito a nove quilômetros, elas passam por importantes vias da cidade, como as avenidas Afonso Pena, João Pinheiro, Cristóvão Colombo, Uruguai e Nossa Senhora do Carmo, além das ruas Pernambuco e Alagoas. Até setembro, a BHTrans promete definir qual alternativa é mais viável, em pontuação baseada em multicritérios, com peso variando de 2 a 5.
Morador do Bairro Sion, na Região Centro-Sul, o engenheiro civil Renato Guimarães Ribeiro, mestre em engenharia de transportes, professor do Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (Cefet-MG) e ex-assessor da BHTrans, enfrenta engarrafamentos todos os dias na Avenida Nossa Senhora do Carmo. Com fluxo de 95 mil veículos diariamente, ela é a via mais sobrecarregada do Vetor Sul. “O metrô é a solução mais cara, mas nenhum outro sistema transporta tantos passageiros. Todos os dias surgem grandes prédios na região e a demanda de transporte coletivo também é crescente. Mas o BRT se mostra mais viável, por ser mais barato e porque nós já dominamos a tecnologia desse meio de transporte”, afirmou. Ele também defendeu o VLT. “Tem um design mais bonito e charmoso, se tornando mais atraente para a classe média alta dominante do Vetor Sul.”

SobrecargaO engenheiro civil Márcio Aguiar, mestre em transportes e professor da Faculdade de Engenharia e Arquitetura da Universidade Fumec, ressalta que, embora o custo de implantação do metrô seja mais caro, o meio de transporte não ficaria sobrecarregado futuramente, como os demais analisados para o Vetor Sul. “O BRT seria um sistema de maior flexibilidade na região, onde a topografia acidentada e a densidade populacional são obstáculos para um novo sistema de transporte. Ele chega tarde a BH, como paliativo para a Copa. Existe há mais de 30 anos em Curitiba, onde dá sinais de sobrecarga”, afirmou.

Para o engenheiro civil e urbanista Ronaldo Guimarães Gouvêa, especialista em planejamento de transportes urbanos e professor do Núcleo de Transportes da Escola de Engenharia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), “o BRT se torna muito interessante por aumentar a capacidade da rede rodoviária já existente, mas trafegando em canaleta própria, sem disputar o trânsito com outros veículos”. Porém, observa: “É um sistema intermediário e, mesmo o metrô sendo caro, ele jamais pode ser descartado. Já o monotrilho deve ser desconsiderado, pois causa um impacto muito grande”, disse.

Segundo estudo da Associação Nacional de Transportes Públicos (ANTP), um quilômetro de metrô custa de US$ 80 milhões (R$ 128 milhões) a US$ 100 milhões (R$ 160 milhões). O valor de mesmo trecho de VLT, VLP e monotrilho varia de US$ 20 milhões (R$ 32 milhões) a US$ 30 milhões (R$ 48 milhões), enquanto o custo de um quilômetro de BRT vai de US$ 15 milhões (R$ 24 milhões) a US$ 20 milhões (R$ 32 milhões). O presidente da BHTrans, Ramon Victor César, afirmou que não há recurso assegurado, nem previsão de quando o projeto que será definido pela empresa sairá do papel.

PROPOSTAS VIÁRIAS

Critérios para escolha do transporte mais viável para o Vetor Sul de BH e os pesos na avaliação

Tecnologia
Disponibilidade tecnológica: 3
Facilidade de manutenção: 3
Adequação à topografia: 5
Adequação ao sistema viário: 4
Capilaridade (distância mínima entre estações): 4
Grau de interferência no espaço viário: 4
Demanda de áreas adicionais vinculadas: 3
Vulnerabilidade (intempéries, vandalismo, acidentes): 4

Adequação urbanística Custos sociais (remoções de moradias, etc.): 3
Grau de interferência (remanejamento de redes de água e esgoto, etc.): 4
Impacto paisagístico: 4

Adequação ambiental Repercussões ambientais (ruídos e vibrações): 4

Desempenho Tempos de viagem: 3
Transferências: 2
Grau de convivência com outros serviços: 4
Grau de interferência no tráfego geral: 3

Econômico Custo de implantação: 3
Custo operacional: 2
Prazo para implantação: 3
Disponibilidade de financiamento: 2
Equilíbrio econômico (análise de viabilidade): 2

Informações do Estado de Minas

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BRT Aricanduva

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