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A dura rotina dos usuários de transporte coletivo na capital potiguar

quinta-feira, 27 de maio de 2010


Superlotação, longa espera, desconforto, atrasos, ônibus velhos... São essas algumas das reclamações feitas por quem, diariamente, precisa utilizar o sistema de transporte urbano de Natal. Sem contar no valor pago para usufruir de um serviço, que na maioria das vezes, deixa muito a desejar. Independentemente do tipo de transporte, pode ser ônibus, alternativo, ou até o trem, a verdade é que a população da Grande Natal está totalmente insatisfeita com a qualidade do transporte público oferecido na cidade. A superlotação é uma das principais queixas. Para tentar conseguir um lugar sentado, muita gente chega a andar cerca de 30 minutos até o terminal dos ônibus (ponto de partida).

O auxiliar de pedreiro, Adonias da Costa, é morador da Zona Norte de Natal. De segunda a sábado, ele deixa a residência no conjunto Novo Horizonte e caminha 15 minutos até chegar ao terminal de ônibus do conjunto Pajuçara. “Eu vou para o terminal na esperança de pegar um lugarzinho sentado. Tem dias que eu consigo, mas às vezes o ônibus já sai cheio desde a primeira parada”, lamentou Adonias.

A maioria dos usuários que estavam no terminal de ônibus do Conjunto Pajuçara, na última quinta-feira, afirmou que essa situação é mais comum do que se imagina. Uma equipe da TRIBUNA DO NORTE embarcou junto com os passageiros e comprovou de perto a deficiência do sistema de transporte da cidade. Em cada uma das paradas percorridas, problemas e reclamações se acumularam e cresceram.

Primeira Parada: Terminal de ônibus do Conjunto Pajuçara - Hora: 5h20 da manhã

O movimento no terminal de ônibus já era intenso, dezenas de passageiros a espera do ônibus. A essa hora da manhã a situação ainda estava organizada. Quem chegava ia direto para fila, tentar garantir um lugar sentando. Afinal, a viagem, para alguns, chega a durar até uma hora, dependendo de como esteja o trânsito na Zona Norte.

A estudante Joyce Souza (12) já estava na fila, apesar de só ter aulas às 7h30 da manhã. Para não perder o primeiro horário, ela tem que sair de casa ainda de madrugada. “Eu moro no conjunto Vila Verde e venho para o Pajuçara porque, às vezes, consigo pegar o ônibus mais vago. E tenho que sair bem cedo também devido ao engarrafamento que tem lá na ponte de Igapó, se deixar para ir mais tarde para a escola com certeza eu chego atrasada”, explicou a estudante.

Situação semelhante é a do auxiliar de serviços gerais, Kleber Nascimento. O horário de trabalho dele é a partir da 7h, mas às 5h30 ele já está saindo de casa. “Se eu não sair essa hora, não chego a tempo no serviço. É muito difícil para quem precisa pegar ônibus. Os carros são velhos, sujos e o valor da passagem é muito alto. Se for comparar não vale a pena pagar esse tanto de dinheiro para usar um serviço tão ruim”.

Bem próximo ao terminal tem um ponto de parada para os transportes alternativos, que nos últimos anos tem “roubado” boa parte dos usuários de ônibus. A vantagem desse sistema está no fato de chegarem até os lugares que os ônibus não atendem. “Eu desisti de pegar ônibus porque não passa perto do meu trabalho, que é na Prudente de Morais. Pelo menos dos carros que circulam na Zona Norte, nenhum passa por ali. Já as ‘bestas’ (alternativos) param bem próximo ao meu local de trabalho e cobram o mesmo preço dos coletivos”, disse a atendente Vilda da Silva.

Mas para o auxiliar de encanador, Jeandro Fortunato, os transportes opcionais também deixam muito a desejar. As principais reclamações são a mudanças do itinerário, o excesso de velocidade e, principalmente, a falta de um horário certo para as saídas dos veículos. “Eu estou aqui desde as 5h30 da manhã, mas a besta só vai sair de seis horas. Pode uma coisa dessas? Todo dia eles saem em um horário diferente”, falou Jeandro.

Um outro problema é a questão dos pontos de paradas. Tanto para as paradas dos alternativos, como as dos ônibus, não oferecem muita proteção aos passageiros. No Pajuçara, por exemplo, o terminal de ônibus não oferece nenhum conforto aos passageiros, que esperam o transporte debaixo de sol ou de chuva. Por volta das 5h45, a equipe da TN pegou o ônibus, que faz a linha Pajuçara-Mirassol (linha 60). O veículo deixou o terminal com todos os bancos ocupados e algumas pessoas em pé. Alguns quilômetros mais à frente, após a terceira parada, o ônibus já estava praticamente lotado. “Vejo essa cena se repetir todos os dias”, reclamou o supervisor, Zenaido dos Anjos.

Passageiros ficam sem opção

Segunda Parada: Estação de trem do Conjunto Panoram - Hora: 6h10Para fugir do longo congestionamento que se forma todas as manhãs, e, principalmente economizar no valor da passagem, muitos moradores da Zona Norte estão optando pelo transporte ferroviário. O trem acaba sendo uma solução rápida e barata. Ao invés de gastar 1h30 no trajeto Zona Norte-Ribeira, o usuário do serviço ferroviário acaba fazendo o mesmo percurso em 30 minutos. Além disso, economiza R$2,50 por dia, já que a passagem do trem custa apenas R$0,50.

O zelador, Roberto Bezerra é um dos adeptos ao trem. Ele caminha cerca de dez minutos de casa até a estação do Panorama. “Eu prefiro pegar o trem que não atrasa, não tem problema com engarrafamento e a passagem é só R$0,50. É muito mais vantagem, sem se compara”.

Assim como acontece com os ônibus, o estado de conservação dos trens não está muito bom devido ao tempo de uso do equipamento (cerca de 50 anos). Além disso, são poucos os lugares disponibilizados para sentar. Cada vagão possui cerca de oito bancos, com capacidade para oito pessoas cada. Ou seja, apenas 64 pessoas de um universo de centenas de pessoas vão sentadas.

Um outro problema é segurança dos passageiros. Segundo alguns usuários, existem dias, que de tanta gente, o trem segue viagem com a porta aberta.Para o pedreiro, Antônio Barbosa, a viagem de trem não é muito confortável, mas a economia (de tempo e dinheiro) compensa. “Os ônibus estão ruins e o trânsito nem se fala. É muito melhor, na minha opinião, pegar o trem, apesar do aperto, porque a gente gasta bem menos. E se fosse de ônibus também era desconfortável, porque eles só andam cheios também”.

O trem, que saiu do município de Ceará-Mirim chegou à estação da Ribeira por volta das 6h40. Foram gastos cerca 30 minutos. Se o mesmo trajeto tivesse feito de ônibus, seria gasto cerca de uma hora.
Terceira Parada: Passarela Neópolis - Hora: 8h30Quem disse que os moradores da Zona Sul não têm problemas com o sistema de transporte público de Natal? Basta dar uma volta pelos bairros de Capim Macio, Cidade Satélite, Neópolis para constatar que a situação é semelhante à Zona Norte. Atrasos, ônibus antigos e cheios, má educação de alguns motoristas e cobradores.

O universitário Felipe dos Santos que o diga. Ele mora no bairro de Neópolis e a universidade que ele estuda fica na avenida Engenheiro Roberto Freire, Ponta Negra. Um percurso que não é tão distante, quando vai de carro, gasta em média 20 minutos, mas quando vai de ônibus... “Tenho que apelar para sorte. Existe um espaço de tempo muito grande em um ônibus e outro. Já cheguei a esperar mais de 45 para pegar um ônibus.”A reportagem da TRIBUNA DO Norte chegou por volta das 8h30 na parada de ônibus que fica embaixo da passarela de Neópolis. O ponto ainda estava cheio de passageiros.

De acordo com uma legislação municipal, alternativos e ônibus não podem utilizar o mesmo ponto de ônibus, mas na realidade não é bem assim que a coisa funciona.Muitos alternativos não respeitam as paradas de ônibus e param nesses locais para tentar embarcar mais passageiros e acabam ocupando o lugar destinado apenas aos ônibus. Nessa confusão os usuários são prejudicados porque sem ter onde parar, os ônibus passam direto do ponto.

Uma outra reclamação é com relação ao estado de conservação dos veículos e o preço da passagem de ônibus. “A maioria da frota é sucateada. São ônibus antigos, que fazem um barulho enorme e quebram com muita freqüência. A passagem então, o valor que nós pagamos não compensa porque Natal é uma cidade pequena. Outras cidades maiores que possuem a tarifa um pouco mais alta, mas em compensação um mesmo transporte chega a vários pontos da cidade, coisa que não acontece aqui”, explicou Felipe.

Para a empregada doméstica Francisca Canindé Gomes, o sistema de transporte público só favorece aos donos das empresas e não a população como deveria ser. “Eu moro no Conjunto Bela Vista, no Planalto, e lá eu só posso pegar um ônibus, que é o 33. Eu já esperei mais de 40 minutos por ele. E a passagem de ônibus é muito cara, mas o pobre não tem direito nem de reclamar, depende do ônibus, então tem que pagar. Não dá para andar a pé, né?”
Quarta Parada: Campus Universitário - Hora: 9h15

Na UFRN a situação é tão ou mais complicada do que nos outros pontos da cidade. A instituição recebe alunos de todos os locais do Estado, que sentem muitas dificuldades para conseguir chegar e sair do Campus, já que poucas linhas fazem esse percurso.

Dependendo do local que desejar ir, os estudantes tem que pegar dois ônibus: o Circular até a avenida Salgado Filho e outro até o destino final. O problema é que, em determinados horários, o Circular chega a demorar cerca de 20 minutos ou mais e ainda vem lotado.“Chamamos esse sistema de transporte público, mas ele não tem nada de público. Nós pagamos, e caro, para ter direito a ele. Deveríamos, no mínimo, ter um transporte de qualidade”, reclamou a universitária Débora Melo, que já chegou a esperar uma hora pelos ônibus da linha 47 e 48 (Nova Descoberta).Já o, também universitário, Fernando Araújo, define como “razoável” o valor da tarifa e a qualidade do sistema de transporte da cidade. “Deveriam ser colocados mais ônibus para rodar em Natal. Eu, por exemplo, estou a 18 minutos esperando o 31 e até agora nada. Mas acho que o valor da tarifa razoável. Poderia ser mais baixo, mas também não está tão caro assim”.

TAC quer recompensar usuário

Recentemente a Secretaria Municipal de Transporte e Trânsito Urbano (STTU) negociou com os empresários do setor, o reajuste da tarifa de ônibus. Para justificar o aumento das passagens, foi firmado um Termo de Ajustamento de Conduta com o Ministério Público. O acordo é uma espécie de recompensa para o usuário que passou a pagar, desde o dia sete de setembro, uma tarifa de R$1,75.

De acordo com o TAC, as empresas concessionárias de ônibus terão que cumprir uma série de recomendações: renovar a frota em cerca de 372 veículos nos próximos 36 meses,; ampliar o serviço noturno com dez linhas a serem definidas pela STTU e que sairão entre meia-noite e cinco horas da manhã, de hora em hora; implantação do serviço porta à porta com a aquisição de 20 veículos tipo microônibus sem cobrança da tarifa para os portadores de deficiência física com alto grau de deficiência na mobilidade.

O acordo definiu ainda a reativação de alimentadores do Residencial Redinha; implementação de Circular Integrado ao Terminal de Soledade, beneficiando as comunidades de Nova República, Jardim Brasil, Brasil Novo, Parque das Dunas e os loteamentos Novo Horizonte, Jardim Floresta, Dom Pedro e Santa Cecília, entre outras recomendações.

De acordo com a secretária adjunta, Lúcia Rejane de Almeida, a STTU já iniciou os estudos para por em prática as determinações. “Os projetos para ampliar o horário noturno dos transportes, bem como a questão dos circulares e o transporte porta à porta já estão sendo feitos. Acredito que vamos cumprir todas as recomendações dentro dos prazos estabelecidos”.

O não cumprimento do ajuste de conduta implicará em interferência do Ministério Público e multas por descumprimento do acordo. As multas variam de acordo com cada recomendação. No caso do transporte porta à porta, por exemplo, se não for cumprido a partir do 13° mês (contando a partir de setembro) a empresa vai pagar uma multa de R$ 400,00 por dia e por veículo que deveria está em operação.Questionado sobre a qualidade da frota que está rodando na cidade, o chefe do departamento de estudos de projetos da STTU, Flávio Nóbrega, reconheceu que boa parte dos ônibus é antiga e já estava precisando ser renovada.

“A frota de ônibus de Natal tem uma idade média de sete anos. A renovação desses ônibus chegou na hora certa. Com essa medida, a frota ficará com uma média de quatro anos e meio. Fato que além de aumentar o conforto da população, vai diminuir o tempo das viagens, porque carro novo roda melhor que velho”.

De acordo com dados da STTU, Natal possui hoje uma frota total de 703 ônibus, sendo a frota efetiva (que circula diariamente) de 611 veículos. Sete empresas (Cidade das Dunas, Riograndense, Reunidas, Via Sul, Santa Maria, Guanabara e Conceição) possuem concessão para fazer esse tipo de transporte.Já a frota de opcionais é composta por 177 carros. O sistema transporta mensalmente um total de 11 milhões de passageiros. Por dia, são, aproximadamente, 430 mil usuários transportados nos ônibus e alternativos. Para fiscalizar toda a frota, a secretaria disponibiliza cerca de 104 fiscais de trânsito, que trabalham em todas as regiões do município, independente do tipo de autuações.

Os transportes alternativos são os que mais acumulam infrações. Até o dia oito de agosto deste anos, o Sindicato do Permissionários de Transporte opcional registrou um total de R$ 696.726,97. De acordo com o Sindicato das Empresas de Transporte Urbano de Passageiros do Município do Natal (Seturn) o sistema de ônibus recebe uma média de 100 multas por mês.

Com relação aos pontos de passageiro, a STTU informou que de 2006 a 2007 foram instalados 120 novos abrigos, mas 100 foram recuperados e ainda tem uma licitação em andamento para que sejam instalados mais 92 abrigos. “Sabemos que a quantidade não é suficiente, mas estamos trabalhando para melhorar ao máximo. Existe também um problema sério: muita gente não conserva os abrigos, praticamente todos os dias temos que consertá-los”, reclamou Flávio Nóbrega.

Para o diretor de Comunicação do Seturn, Augusto Maranhão, o Termo de Ajustamento de Conduta vai trazer muitos benefícios tanto para aqueles que utilizam, como para quem oferece e fiscaliza o sistema de transporte urbano. “A tendência é que o sistema de transporte fique realmente organizado. Esse foi apenas o primeiro passo. Esperamos que essa mudança de postura do órgão gestor (STTU) permaneça firme, porque só assim vamos conseguir um transporte de qualidade.”

Opcionais criticam diferenciação

“As pessoas vêem o sistema de transporte alternativo como uma espécie de ‘quebra galho’ que socorre a população, principalmente aqueles que moram nos bairros mais carentes de Natal”, desabafou o presidente do Sindicato dos Permissionários de Transporte Opcional do RN (Sintoparn), José Pedro dos Santos Neto (Pedrinho).

Segundo Pedrinho, a STTU não dá a devida atenção aos alternativos, que não foram beneficiados com o corredor da Bernardo Vieira. “Nós deveríamos ter mais vantagens já que somos o único sistema de transporte licitado, mas parece que funciona diferente. Uma prova é que não fomos beneficiados com o corredor da Bernardo Vieira, que a STTU faz questão de dizer que é exclusivo para os ônibus e nem temos o direito de circular com passageiros em pé”.

Com relação a permissão para circular com passageiros em pé, o Sintoparn desistiu de esperar pela Câmara dos Vereadores e está realizando uma campanha para o recolhimento de 15 mil assinaturas. “Pretendemos apresentar um projeto de iniciativa popular par vê se com o apoio da população conseguimos esse direito, que os ônibus já possuem”, disse Pedrinho.

Uma das principais reclamações contra os alternativos é a falta de segurança desse sistema. Por ser menor que o ônibus, os passageiros dos opcionais estão mais sujeitos a assaltos. E para acabar com esse problema, o Sintoparn está tentando implantar um sistema de GPS, que vai monitorar toda a rota do veículo. Mas a implantação do GPS esbarrou na burocracia do órgão gestor, que só vai liberar o sistema quando os ônibus também providenciarem.

“Nós estamos apenas esperando a liberação da STTU, já providenciamos tudo que foi solicitado. Mas temos que esperar que os ônibus se adequem também, mas pelo que eu sei não tem nem previsão. As pessoas falam do transporta alternativo, mas nós queremos fazer tudo direitinho, já o Seturn não quer porque com o GPS, a STTU teria o controle de tudo”, alfinetou Pedrinho.Para o diretor de comunicação do Seturn, Augusto Maranhão, o sistema de ônibus é diferente. “É tudo em proporções maiores, temos mais veículos, mais gastos. Não é de uma hora para outra que conseguimos resolver tudo”. Ele disse ainda desde que os alternativos começaram a rodar na cidade, os ônibus perderam 20% dos seus passageiros. “E desde 200 o sistema não tem acréscimo na demanda, só nos gastos”.

Um exemplo é a meia passagem e a gratuidade dos idosos, deficientes e portadores de doenças crônicas. Segundo ele, de cada 100 pessoas, 20 não pagam a tarifa e 40 pagam meia passagem. “Ou seja, as outras 40 pessoas é quem acabam pagando, por isso o aumento da tarifa e não porque queremos ganhar mais dos usuários”, disse Augusto.

Questionado sobre a qualidade do sistema de ônibus da cidade, Augusto Maranhão respondeu: “O nosso sistema é de boa qualidade. Tem alguns defeitos, mas a frota é suficiente para transportar toda a população. O que precisamos é de mais velocidade do trânsito”.

Passagem de trem atrai passageiros

Uma opção que está começando a ser utilizada por grande parte dos moradores da Zona Norte, Ceará-Mirim e Extremoz é o trem. Além de ser mais barato, a passagem custa R$0,50, o tempo de duração da viagem é bem menor do que se fosse feita de ônibus.

O ambulante, Jenivaldo Costa, é uma das pessoas que preferem utilizar o trem. “A gente sabe que o trem é velho e não oferece nenhum conforto, mas seu eu for de ônibus também vou em pé. Mas pelo menos eu pago mais barato.Além da tarifa outra coisa atrai o ambulante. “Aqui no trem é todo mundo mais unido. Todo mundo se conhece. Teve até um dia que eu cantei para os passageiros. E também é mais seguro que ônibus porque nenhum malandrinho se atreve a fazer alguma maldade com ninguém aqui dentro, eles não são nem doidos”.

De acordo com dados da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), cerca de 12 mil passageiros são transportados diariamente, nas 27 viagens feitas pelas três composições (vagões e locomotiva). O trem está sendo tão utilizado que a companhia está com o projeto de ampliação, para atender cerca de 60 mil pessoas.

“O Projeto de Veículos Leve sobre Trilhos (VLT) está em fase de negociação. A governadora Wilma quer muito executá-lo, mas só poderá fazê-lo se contar com recurso do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), já que o projeto inicial está orçado em R$ 130 milhões”, explicou o gerente administrativo da CBTU, Flávio Cordeiro.

Além disso existe um outro projeto, em fase de estudo, que prevê a ampliação para Macaíba, São Gonçalo do Amarante, São José do Mipibu e Nísia Floresta. Segundo Flávio, ainda não existe um valor para o projeto, mas os primeiros estudos estimam um custo de R$ 400 milhões, já que teriam que ser construídas novas ferrovias.

Ainda tem aqueles que preferem economizar mais ainda e acabam fazendo uso de outro meio de locomoção: a bicicleta.“Para quem mora na Zona Norte a bicicleta é melhor. A gente não gasta nada e ainda chega mais rápido do que quem vai de carro ou de ônibus. O meu patrão sai de casa de 6h30, de carro, e eu de 7h30, de bicicleta. Adivinha quem chega primeiro? Eu é claro.”, disse o ASG Deílson Lemos.

Fonte: Tribuna do Norte
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Transporte coletivo de Uberaba terá nova linha de ônibus

terça-feira, 8 de outubro de 2013

Uma nova linha de transporte coletivo começará a operar a partir do próximo sábado (12) em Uberaba. Será a linha 56 – Jardim Alvorada/Abadia (via Hospital Escola), que atenderá de segunda a domingo. A nova linha foi criada pela Líder, uma das empresas que exploram o serviço de transporte público da cidade para atender a uma solicitação da Secretaria de Planejamento (Seplan) por meio da Superintendência de Planejamento de Trânsito e Transporte.

Segundo superintendente de Planejamento e Transporte, Claudinei Nunes, o trajeto terá início e fim na Praça Rui Barbosa, em frente ao antigo Teatro São Luís. A linha passará pelos bairros Jardim Alvorada, Maracanã até o Abadia. O superintendente também informou que mil folhetos já foram distribuídos entre os usuários para informar sobre a novidade.


Para o presidente da Associação de Moradores do Bairro Jardim Maracanã, José Carlos Tosta Castro, de todas as reivindicações dos moradores, a criação da linha era a principal. Segundo José Carlos, a demanda para o Bairro Abadia é muito grande, principalmente, para as áreas da saúde, por causa do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (HC-UFTM), além das clínicas na redondeza e do comércio.

Confira os Itinerários:

- Sentido: Praça Rui Barbosa / Jardim Alvorada
Praça Rui Barbosa (Ao lado Cine São Luís), Rua Cel. Manoel Borges, R. Major Eustáquio, Praça Dr. Henrique Krugger, R. Governador Valadares, R. Segismundo Mendes, Av. Leop. de Oliveira, Av. Guilherme Ferreira, R. José de Alencar, Av. Prudente de Morais, R. Saldanha Marinho, Av. Abílio Borges de Araújo, Av. Bandeirantes, R. José Sebastião de Melo, R. Míriam Graças Vieira, R. Benevenuto Inácio de Souza, R. Washington Luiz, Av. Dep. José Marcus ,Viaduto BR - 050, R. Joaquim Thomas, Rua Adail Gomes Ferreira, Rua Joaquim Curado, R. Amancio Ricioppo, R. Adail Gomes Ferreira, R. Juscelino Assumpção, R. Abrahão Cecílio, R. Valesca Oliveira, R. Juliana Nagy, R. Laila Cecílio, Rua Abrahão Cecílio, R. Luciano J. Ribeiro,R. Avenir Guarato, Rua Miguel Teixeira, Av. Josias Ferreira Sobrinho, R. Joaquim Thomás da Silva, Acesso Jd. Alvorada, R. Antônia Nogueira Res. Nogueira, R. Barsanulfo Augusto Borges, R. Ronaldo Inácio de Sousa.

- Sentido: Jardim Alvorada / Praça Rui Barbosa
R. Ronaldo Inácio de Sousa, R. F, R. Antônia Nogueira Res. Mauad, Acesso Jd. Alvorada, R. Joaquim Thomás da Silva, Av. Josias Ferreira Sobrinho,R. Miguel Teixeira de Sousa,Av. Avenir Guarato, R. Luciano J. Ribeiro, R. Abrahão Cecílio, Rua Laila Cecília Hueb, R. Juliana Nagy, R. Valesca de Oliveira Baliana, R. Abrahão Cecílio, Rua Jucelino Assumpção, Av. Adail Gomes Ferreira, Rua Amancio Ricciopo, Rua Joaquim Curado, Rua Antônio Sarkis, R. Adail Gomes Ferreira, R. Joaquim Thomaz da Silva, Av. Josias Ferreira Sobrinho, R. Cel. Ranulfo Borges do Nascimento, Viaduto BR - 050, R. José S. de Melo, Av. Bandeirantes, Avenida Abílio Borges de Araújo, R. Saldanha Marinho, R. Campos Sales, Av. dos Inconfidentes, R. da Constituição, Av. Guilherme Ferreira, R. Carlos Rodrigues da Cunha, R. Vigário Silva, Praça Rui Barbosa (ao lado Cine São Luís).

Informações: G1 Triângulo Mineiro
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No Rio, Inauguração de novo corredor de ônibus no Centro é adiado

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

A Secretaria municipal de Transportes do Rio de Janeiro informou, na manhã desta segunda-feira (5), que o início do funcionamento do corredor exclusivo de ônibus BRS no Centro foi adiado por mais uma semana. O serviço, que entraria em vigor no sábado (10), tem nova data por causa da realização de um evento gospel, no mesmo dia, entre as 14h e 22h, no Aterro do Flamengo, na Zona Sul da cidade.

Segundo a prefeitura, o início das operações na região foi remarcado para o dia 17 de dezembro.

Extensão de 1,2 km

Em entrevista coletiva na sexta-feira (2), o secretário de Transportes, Alexandre Sansão, informou que serão 1,2 km de corredor entre as avenidas Presidente Antônio Carlos e 1º de Março.

No corredor, vão circular 71 linhas, com pontos organizados em cinco grupos (BRS1, BRS2, BRS3, BRS4 e BRS5). O sistema visa melhorar o transporte e o trânsito na cidade.

“O BRS é uma ação de ordenamento, uma solução de engenharia de tráfego cujo objetivo principal é dar prioridade ao transporte coletivo racionalizando o uso da via, e que ordena a via”, afirmou o secretário Alexandre Sansão.

A meta da secretaria é reduzir o tempo de viagem em pelo menos 30%. De acordo com o secretário, haverá uma redução de 15% das frotas que passam pelas vias. Atualmente, a via recebe por hora cerca de 350 ônibus municipais e 150 intermunicipais. O secretário ressaltou que o número de linhas, no entanto, não será alterado.

“Cada BRS tem o seu ganho. Em Copacabana houve uma redução pela metade do seu percurso. Algo semelhante aconteceu no Leblon e em Ipanema. No Centro, a gente gostaria de chegar ao mesmo grau de redução do tempo. Mas se a gente conseguir uma redução de 30% já está bom, porque no Centro a confusão é maior”, disse o secretário.

Avenida Rio Branco será a próxima a receber corredor

O próximo corredor, segundo o secretário de Transportes, será o da Avenida Rio Branco, também no Centro, com previsão de inauguração para ainda este ano. Já a Avenida Presidente Vargas deve receber o novo sistema no início de 2012: “Se for sucesso imediato, marcaremos logo o seguinte. A gente vai focar nisso”, disse Sansão.

Das quatro faixas das avenidas Presidente Antônio Carlos e 1º de Março, duas serão de uso exclusivo do BRS. Além da redução das frotas, a secretaria informou que oito linhas terão os trajetos modificados. Os pontos de parada das linhas intermunicipais estarão localizados nas vias transversais. Estas linhas não farão paradas ao longo do BRS.

Informação ao público

Ainda de acordo com o secretário municipal de Transportes, o trabalho de informação ao público, por meio de panfletagem, começa na próxima segunda-feira (5). Agentes da prefeitura distribuirão material impresso nas avenidas Presidente Antônio Carlos e 1º de Março.

“A gente vai passar por um período de educação antes do funcionamento de fato do corredor. A gente anuncia e começa. As questões relacionadas com regras anteriores, já existentes, já serão fiscalizadas, como parada irregular e transporte ilegal de passageiros. Haverá um período também de adaptação sem multa”, explicou Alexandre Sansão.

Com este, serão cinco corredores BRS já instalados no Rio.
Horário de funcionamento

O horário de funcionamento do corredor é o mesmo de Copacabana e do BRS Ataulfo de Paiva / Visconde de Pirajá: das 6h às 21h, nos dias úteis; das 6h às 14h, aos sábados; e não funcionam nos domingos e feriados. Nesses horários, os veículos particulares que entrarem no corredor e circularem por dois quarteirões serão multados pela Prefeitura.

A circulação da faixa à direita fica reservada aos ônibus e, parcialmente aos táxis, desde que estejam ocupados, além veículos particulares que forem acessar as garagens dos prédios. Passageiros de táxi podem embarcar no lado esquerdo e transversais das duas vias que compõem o corredor.

Zona Sul

O novo corredor de ônibus rápido (BRS) na Zona Sul começou a funcionar no dia 8 de outubro na Avenida General San Martín, no Leblon, e na Rua Prudente de Moraes, em Ipanema.

O mapa completo com a localização dos pontos do BRS pode ser baixado na internet (em formato PDF).

Já no dia 20 de agosto, o corredor exclusivo começou a funcionar na Avenida Ataulfo de Paiva, no Leblon, e na Rua Visconde de Pirajá, em Ipanema.


Fonte: G1.com.br

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São Paulo: Sistema BRT será implantado nas Avenidas Bandeirantes e 23 de Maio

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Importantes eixos de deslocamento do transporte individual na cidade de São Paulo, as avenidas dos Bandeirantes e 23 de Maio devem ganhar nos próximos anos corredores de ônibus expressos (com espaço para ultrapassagens e maior distância entre paradas). A intenção da Prefeitura é facilitar a mobilidade entre as regiões da capital. Se o cronograma oficial for mantido, a licitação sairá ainda neste ano e as obras começarão em 2014.

Partindo do Terminal Bandeira, no centro, o futuro corredor da 23 de Maio também passará pelas avenidas Rubem Berta, Moreira Guimarães, Washington Luís, Interlagos e Teotônio Vilela e terminará no Largo do Rio Bonito, na zona sul. O percurso total, de cerca de 20 quilômetros, será feito em um modelo de corredor chamado de BRT - na sigla em inglês, transporte rápido de ônibus -, que já funciona há vários anos em Curitiba e Bogotá, na Colômbia.

Os corredores expressos preveem áreas restritas para que os coletivos possam fazer ultrapassagens, permitindo que alcancem uma boa média de velocidade. Além disso, a distância entre as paradas costuma ser maior que a dos corredores convencionais, o que igualmente contribui para a fluidez.

O secretário municipal dos Transportes, Jilmar Tatto, disse na segunda-feira (05) ao jornal O Estado de S. Paulo que também estuda alterar a forma como as pessoas pagarão a passagem nesse ramal, que ocupará o canteiro central das vias. "A ideia é fazer a bilhetagem antes de elas embarcarem." As catracas devem ficar fora dos ônibus, nas paradas.

Bairro a bairro

Outro corredor que deve sair do papel, o da avenida dos Bandeirantes, vai ter 16 km e ligar a região da Marginal do Pinheiros, na zona sul, ao Terminal Vila Prudente, na zona leste. Será o principal eixo de transporte público a unir essas duas regiões de forma perimetral, o que significa ir de um bairro a outro sem passar pela região central, desafogando-a.
Especialista em engenharia de tráfego, Alexandre Zum Winkel avalia que o governo municipal demorou muito para integrar as vias do minianel viário - do qual a Bandeirantes faz parte - ao transporte público de qualidade. "Pesquisas mostram que a quantidade de usuários da zona leste se dirigindo à zona sul é muito grande. Mas, como a conexão hoje é difícil, essa ligação será fundamental para a cidade."

Outra avenida do minianel que, no plano de Tatto, passará a ter um corredor perimetral é a Salim Farah Maluf, na região do Tatuapé, zona leste. Com 8 km de comprimento, ele sairá de perto da Rodovia Presidente Dutra e desembocará no Terminal Vila Prudente, onde há uma estação do Metrô, na Linha 2-Verde. Outra, de monotrilho, deve começar a funcionar no ano que vem.

O engenheiro Sergio Ejzenberg, mestre em Transportes pela Universidade de São Paulo (USP), aposta que a construção de corredores e terminais é uma saída para melhorar as condições do transporte coletivo. Mas acredita que um corredor na avenida dos Bandeirantes talvez não seja prioridade. "Esse benefício tem de atender a um corredor com forte demanda, onde vale a pena investir. Só que não se vê tanto ônibus hoje por ali."

Crescimento

São Paulo tem atualmente 130 km de corredores e 29 terminais. A meta da gestão Fernando Haddad (PT) é fazer 150 km de corredores de ônibus e 13 terminais até o fim de 2016. O corredor da 23 de Maio deve ser entregue em três anos. 

As informações são do jornal O Estado de S.Paulo
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SP deve anunciar programa de concessões em transportes

terça-feira, 10 de novembro de 2015

O governo de São Paulo deverá anunciar até o fim de mês um programa de concessões na área de transportes, com licitações para serem realizadas, principalmente, em rodovias, aeroportos regionais e transporte coletivo de passageiros. "O anúncio deve ser feito nas próximas semanas, as consultas públicas podem ser abertas já neste ano e as licitações poderiam ser feitas em 2016", afirmou Giovanni Pengue Filho, diretor da Agência Reguladora de Serviços Públicos Delegados de Transporte do Estado de São Paulo (Artesp), que participou do seminário "Concessões, Regulação e Segurança Jurídica", realizado ontem pelo Valor.

Cerca de 30% da malha rodoviária do Estado -6,6 mil km - já foi concedida. O restante - 15,4 mil km - poderá passar para o setor privado via concessão ou parceria público-privada (PPP). O governo estuda ainda a transferência à iniciativa privada dos aeroportos de Jundiaí, Bragança Paulista, Campo dos Amarais (Campinas), Ubatuba e Itanhaém. O terminal do Guarujá também pode entrar na lista.

O modelo de concessões também está sendo estudado para rotas de ônibus intermunicipais que não atendam à região metropolitana da capital do Estado. Seriam linhas entre São Paulo e cidades como Ribeirão Preto, Bauru, Presidente Prudente.

A licitação de rodovias também faz parte dos planos do governo federal. Nos próximos meses, 15 lotes de estradas devem ir a leilão. Segundo Mauricio Muniz, secretário do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), do Ministério do Planejamento, o governo está trabalhando na flexibilização de exigências para aumentar o interesse no certame. A exigência de duplicar parte relevante dos trechos em cinco anos é um desses pontos, disse Muniz, que também participou do seminário do Valor.

"Prevê-se que a extensão a ser duplicada seja menor do que a requisitada nos leilões de 2013", afirmou. O governo também estuda eliminar a exigência de apresentação de patrimônio líquido para participar do leilão. Entre as inovações, também se pretende incluir, nos editais, um prazo de 120 dias para que pedidos de reequilíbrio econômico-financeiro das concessões sejam analisados pelos órgãos competentes. "Hoje não há prazo e há queixas de que o processo demora muito", disse Muniz.

O secretário afirmou também que os projetos vão se adequar mais à realidade de cada rodovia. "As obras obrigatórias serão acrescidas àquelas que forem disparadas por um mecanismo chamado de gatilho, que é acionado quando uma demanda importante for detectada e indicar que há necessidade de intervenção em algum trecho."

Para especialistas que participaram do seminário, o baixo retorno financeiro e a insegurança regulatória são os dois principais desafios que o governo brasileiro precisa superar para viabilizar a segunda etapa do Plano de Investimento em Logística (PIL 2), anunciado em junho, e que projeta estimular investimentos de R$ 198,4 bilhões em rodovias, ferrovias, aeroportos e portos.

O consultor econômico Raul Velloso diz que a política adotada pelo governo nos últimos anos, que privilegia a busca de menor tarifa para o usuário sem levar em conta a racionalidade econômica dos projetos, tem sido o principal entrave ao avanço das concessões em infraestrutura logística. "O erro está em o governo querer definir o retorno do investimento, taxa que deve ser estabelecida pelo mercado diante de concorrência nos leilões de concessão."

O advogado Pedro Dutra, que realiza trabalhos de consultoria para investidores em infraestrutura, diz que o país tem um portfólio abrangente de projetos e há disponibilidade de capital no mundo para esse tipo de investimento. Mas, segundo ele, os investidores optam por levar seus recursos para outros países. "Ninguém vai investir em infraestrutura no Brasil, correr riscos, e ainda ter um retorno para seu investimento inferior ao que o governo brasileiro paga para os títulos do Tesouro", afirma.

Para Rafael Valim, presidente do Instituto Brasileiro de Estudos Jurídicos da Infraestrutura, a regulação das concessões no país é "esquizofrênica" e afugenta os investidores. "Nós adotamos modelos regulatórios, mas não o levamos a sério", afirma. José Elaeres Marques Teixeira, coordenador da 3ª Câmara de Coordenação e Revisão da Procuradoria Geral da República, diz que as agências reguladoras brasileiras foram enfraquecidas nos últimos anos e precisam passar por uma série de correções. "Só assim se melhorará a regulação da infraestrutura e atrairemos investidores privados para o setor."

Informações: Valor Econômico e ANTP
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Custo benefício do monotrilho divide opiniões no ABC Paulista

sábado, 12 de novembro de 2011

A necessidade mais que urgente de medidas que possam minimizar o impacto do caótico congestionamento da região metropolitana emerge discussões que, despidas de bandeiras partidárias dos governos de plantão, mostra que não existe um modelo “tecnicamente perfeito”. As opções apresentadas têm prós e contras.

Assim como ocorre em alguns Estados que irão sediar a Copa do Mundo, no ABC, o debate sobre qual modelo será adotado para fazer o transporte esquenta a discussão. O projeto adotado pelo Estado é o monotrilho.

Porém, o monotrilho não era a única opção do Estado. O professor da FEI, Creso Peixoto, explica que, no contexto local, o BRT (do inglês Bus Rapit Transit, ou transporte rápido por ônibus) também seria uma alternativa. “Ele é mais econômico o que permitiria um traçado maior”, afirma o especialista.

O monotrilho, orçado em mais de R$ 4,2 bilhões, contemplará um percurso de 28 km. O mesmo aporte financeiro, segundo o professor, permitiria um traçado três vezes maior se o equipamento fosse o BRT.

A capilaridade do veículo sobre pneus, segundo Creso, auxilia no gargalo da morosidade da expansão, por exemplo, do Metrô. Enquanto no México são pavimentados 6 km por ano, no Brasil o índice é reduzido a 2 km. “Uma reengenharia técnica e financeira permitiria imprimirmos uma velocidade maior”, explica o mestre em Transportes.

Bônus e ônus

Os dois modais encontram eco no que diz respeito ao bônus e ao ônus. Se o BRT é mais econômico e, por possuir, no molde terrestre, linhas exclusivas para a circulação dos ônibus, fato que facilita também a flexibilidade da linha, o monotrilho é mais econômico no consumo de energia, além de ser um projeto mais impactante no que diz respeito ao visual.

O monotrilho é propulsionado por energia elétrica e tem normalmente pneus em vez das usuais rodas de ferro. Estes pneus rolam por cima e pelos lados do trilho, de forma a fazer movimentar e estabilizar. Trata-se de um sistema automático, sem condutor, elétrico e não poluente. No Brasil, o único sistema de monotrilho existente é o de Poços de Caldas (MG).

Já o BRT é um modelo de transporte coletivo de média capacidade. Constitui-se de veículos articulados ou biarticulados que trafegam em canaletas específicas ou em vias elevadas. Várias capitais como Curitiba (PR) e Goiânia (GO) adotaram o BRT como meio mais econômico de construir do que um sistema de metropolitano (Metrô), com capacidade de transporte de passageiros similar à de um sistema de VLT. O primeiro BRT foi implantado em 1979, na capital paranaense.

Na região

O traçado de 28 km de extensão no ABC deverá ter início no primeiro semestre de 2012 e partirá da estação Tamanduateí, em São Paulo. Ao todo, serão construídas 12 estações até o Paço de São Bernardo: Carioca, Goiás, Espaço Cerâmica, Estrada das Lágrimas, Rudge Ramos, Instituto Mauá, Afonsina, Fundação Santo André, Winston Churchill, Senador Vergueiro, Baeta Neves e Paço.

Por ser administrado pelo Metrô, o traçado foi batizado de linha 18-bronze. A distância média entre as paradas será de 600 a 1.000 metros e caso seja de média capacidade receberá 30 mil passageiros/hora. A segunda fase do projeto, que ligará o centro de São Bernardo até a região do Alvarenga abrangerá mais seis estações: Djalma Dutra, Lauro Gomes, Ferrazópolis, Café Filho, Capitão Casa e Estrada dos Alvarenga.

Orlando defende escolha

O deputado estadual Orlando Morando (PSDB), integrante da comissão de Transportes da Assembleia Legislativa de São Paulo, defende a implantação adotada pelo governo do Estado.

O parlamentar, que acompanhou o projeto desde a concepção, lista os benefícios do monotrilho. “Pela questão urbanística, qualidade, velocidade do Metrô (90 km/h) que não tem no BRT, além de ser amplamente menos poluente. O mundo moderno transporta sobre trilho”, defende.

A elevação que dará suporte ao equipamento terá a altura média de um poste (7 a 8 metros). Indagado sobre as modificações dos planos - Urbano e Diretor – dos municípios, como sugere o engenheiro e presidente da Associação Nacional de Transportes Públicos (ANTP), Ailton Brasiliense, Orlando Morando diz que a realidade não condiz com a teoria. “Isso é uma utopia. Não vamos fazer uma cidade no entorno do traçado. As pessoas não podem esquecer que têm o direito adquirido. Nós estamos trocando o pneu com o carro em movimento”, observa.

Durante visita ao ABC, no dia 14 de junho, o governador Geraldo Alckmin falou da empreitada. "Tivemos uma grande conquista com a linha 18 do Metrô, que é a Integração Tamanduateí. Lá, já temos estação de metrô - a Linha 2; e, de trem, a Linha 10 da CPTM. Dessa estação partirá o Metrô Leve, o monotrilho, para São Bernardo . Será uma obra regional, porque sai de Tamanduateí, atende São Caetano e Santo André. Irá até o Paço Municipal e numa segunda etapa, até Grande Alvarenga, atendendo as regiões ainda mais populares", afirmou.

Brasiliense questiona plano diretor

A implantação do BRT ou do monotrilho sem um rearranjo geral na matriz de transportes da cidade e um esforço no sentido de ampliação da mobilidade urbana pode representar não um avanço, mas um grande retrocesso. É preciso, segundo Ailton Brasiliense, projetar o equipamento no contexto de um Plano de Mobilidade Urbana abrangente e inclusivo.

A mobilidade dos pedestres, dos ciclistas, dos portadores de necessidades especiais, em suas diversas finalidades, deve ser levada em conta, bem como a densidade no entorno de todo traçado, segundo o engenheiro. “Antes de se perguntar o que é mais viável, é preciso fazer outro questionamento. Cadê o plano diretor de cada cidade envolvida (Santo André, São Bernardo e São Caetano)? Como ficarão as moradias e o comércio ao longo do corredor?, provoca Ailton Brasiliense. “Não basta ter alta ou média capacidade, é preciso associar o plano diretor de transporte ao plano diretor das cidades”, sustenta.

Brasiliense explica que o modal deve ser feito com lupa na demanda. “Se for transportar uma média de 10 mil a 12 mil passageiros/dia pode se pensar em algo ‘no chão’, porque o impacto no sistema semafórico (Plano de Circulação) é menor. Se a demanda for maior do que isso – como é projetada no ABC – o mais apropriado é que se construa uma via própria sobre pneu ou trilho”, acredita.

Governo chegou a cogitar VLT

O governo do Estado definiu o monotrilho como o modelo de transporte que será utilizado na linha 18-bronze. Inicialmente, foi cogitada a possibilidade de se adotar o VLT (veículo leve sobre trilhos). Os dois sistemas têm características distintas, como a capacidade de transporte. O VLT pode transportar até 15 mil pessoas por hora. Já o monotrilho consegue levar cerca de 50 mil usuários no mesmo período, levando em consideração as duas direções do trajeto.

Os vagões de ambos os sistemas são alimentados por energia elétrica. No entanto, há diferenças na superfície de contato dos trens. O VLT possui rodas de aço, e como o próprio nome sugere, circula em cima de trilhos, semelhante ao funcionamento de bondinhos. Já o monotrilho funciona sobre pneus.

O diretor de Comunicação da Bombardier, Luis Ramos, acredita que o monotrilho oferece mais vantagens. “É mais barato que o Metrô, sem contar que o tempo para construção da linha também é menor”, diz. Ramos aponta, ainda, outro ponto positivo. “Como o monotrilho funciona com pneus, ele também gera menos barulho do que outros meios de transporte”, explica. A canadense Bombardier é a responsável pela construção dos trens que serão utilizados no monotrilho que vai ligar a vila Prudente até a Cidade Tiradentes, na Capital.

O tamanho dos vagões varia de acordo com o modelo. O trem que será utilizado na expansão da linha 2-verde do Metrô, por exemplo, terá sete vagões, com 13 metros cada. Como o projeto do monotrilho do ABC ainda está em fase inicial, não está definido que tipo de veículo será utilizado – muito menos a empresa que construirá os vagões.

Padrão
O sistema de monotrilho está sendo adotado como padrão das futuras linhas elevadas que o Metrô pretende construir, entre elas a linha 18-bronze. O projeto mais avançado é o prolongamento da linha 2-verde, que já está em construção e está previsto para ser entregue parcialmente em 2012.

Outra obra que segue o mesmo padrão é a linha 17-ouro, que vai ligar a estação Jabaquara do Metrô até a futura estação São Paulo-Morumbi da linha Amarela. O trecho se destaca pelo fato de passar pelo aeroporto de Congonhas.

O Metrô pretende ainda construir outra linha de monotrilho na Capital: a linha 16-prata, que deverá sair da estação Lapa da CPTM e passar por bairros, como vila Dionísio e jardim Primavera, próximo à avenida Inajar de Souza.

Monotrilho enfrentou resistência em SP

Novo minhocão. Desta forma os moradores do Morumbi classificaram o projeto da linha 17-ouro. O temor dos moradores é que o monotrilho desvalorize os imóveis da região, assim como ocorreu com o Elevado Costa e Silva, a famosa via inaugurada nos anos 1970 que virou sinônimo de mau gosto na região central da Capital.

A mobilização dos moradores foi tanta, que representantes do Morumbi chegaram a conseguir na Justiça a paralisação das obras. A representação feita ao Ministério Público pela Associação dos Moradores da vila Inah resultou em ação civil pública e paralisou o andamento do projeto. Posteriormente, o governo do Estado reverteu a decisão.

A previsão de desapropriações de casas de alto padrão foi outro ponto que desagradou os residentes do bairro da Zona Oeste da Capital. Moradores dos bairros do ABC por onde passará a linha 18-bronze não esboçam – pelo menos, por enquanto -, resistência ao monotrilho.

“Aqui não é o Morumbi”, afirma a freira e líder comunitária Adriana Rubino. A religiosa reside no jardim das Orquídeas, um dos bairros que integram a região do Alvarenga, de onde partirá o monotrilho do ABC. “Aqui as casas são mais simples, acredito que não vai ter toda essa resistência que teve em São Paulo. Acho que as pessoas vão receber bem o monotrilho, como forma de transporte mais rápida”, acredita.

Na Zona Leste, parte dos moradores se mobiliza contra o monotrilho que vai passar pela região, como parte da expansão da linha 2-verde. Os residentes recolhem assinaturas em protesto ao modelo de transporte escolhido. “A resistência de moradores de alguns bairros pode ser compreendida pela falta de conhecimento. O monotrilho é uma estrutura de elegância enorme, valoriza os espaços onde é instalado”, acredita o diretor de Comunicação da Bombardier, Luis Ramos.

Preconceito
O próprio secretário de Transportes Metropolitanos reconhece que não era entusiasta do monotrilho, mas mudou de ideia. “Nós precisamos inovar. Não dá pra pensar em resolver um problema dessa complexidade, falando simplesmente em feijão com arroz, como Metrô e corredor de ônibus. Eu mesmo venci barreiras de preconceito”, afirma Jurandir Fernandes.

“Na primeira vez que ouvi falar em monotrilho me pareceu coisa de parque de diversões, porque não estava acompanhando a evolução tecnológica desse sistema. Após estudo verifiquei que é possível utilizar esse sistema”, completa o secretário.


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No Recife, TI Aeroporto recebe ação para incentivar respeito aos direitos dos idosos

quinta-feira, 26 de outubro de 2023

O Grande Recife Consórcio de Transporte – CTM, com objetivo de envolver a sociedade na temática do envelhecimento e lembrar da importância de garantir os direitos e cuidados com os idosos, realizou hoje (24), no Terminal Integrado Aeroporto, em Boa Viagem, ação educativa de conscientização sobre segurança e o respeito aos idosos que frequentam os terminais de integração.

No local, usuários do transporte público, motoristas e funcionários daquele terminal foram sensibilizados sobre o respeito aos assentos que devem ser cedidos aos idosos, a prioridade nas filas preferenciais e o bom atendimento dos motoristas no embarque e desembarque seguros para esse público. Agentes de fiscalização e educadores distribuíram e dialogaram com os passageiros sobre os seus deslocamentos diários.

“É de grande importância a divulgação o máximo possível dos direitos da pessoa idosa. Enquanto poder público precisamos fazer a nossa parte de educar e alertar os cidadãos para que os idosos não tenham seus direitos violados. É por isso que estamos aqui, buscamos fazer cumprir o que rege o Estatuto do Idoso, mas não adianta só ter lei, precisamos que as pessoas se sensibilizem, respeitem e tenham comportamento prudente, seja enquanto pedestre ou motorista. Ressaltamos que os motoristas devem evitar queima de parada; atenção ao abrir e fechar as portas; no embarque e desembarque para evitar acidentes, lembrando que, todos os assentos do veículo são preferenciais”, destacou Matheus Freitas, Diretor-Presidente do CTM.

Para tirar dúvidas, dar sugestões ou registrar reclamações, o usuário pode entrar em contato com a Central de Atendimento ao Cliente do Consórcio, das 7h às 19h, no número 0800 081 0158, apenas para chamadas de telefone fixo, ou pelo WhatsApp (9.9488.3999), das 5h30 às 21h30, para mensagens de texto, áudio, fotos ou vídeos, exclusivo para reclamações. As demandas também podem ser enviadas à Ouvidoria por meio do e-mail ouvidoriapublica@granderecife.pe.gov.br ou pelos telefones 3182.5512/5518.

Informações: GRCT

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Capital Potiguar garante R$ 577 milhões para obras de mobilidade urbana

quinta-feira, 13 de março de 2014

A capital potiguar vai receber nos próximos anos investimentos na ordem de mais de R$ 577 milhões na área de mobilidade urbana. Os recursos serão disponibilizados pelo Governo Federal pelo Programa de Aceleração do Crescimento 2 (PAC 2). Estão previstas várias melhorias nos principais corredores de trânsito, onde trafegar transformou-se em um exercício de paciência. Os congestionamentos, há algum tempo restritos aos horários de pico, atualmente, ocorrem em qualquer horário do dia. Além do que o aumento da frota em circulação - por dia mais de 74 veículos novos são emplacados, terminam por tornar o trânsito ainda mais lento.

Segundo a Prefeitura de Natal, um dos projetos prevê a construção de túneis nos cruzamentos das Avenidas Salgado Filho/Bernardo Vieira; Salgado Filho/Antônio Basílio; Salgado Filho/Amintas Barros e Salgado Filho/Nascimento de Castro; duas passarelas na Avenida João Medeiros Filho, 1.052 abrigos de passageiros, quatro estações de transferência e quatro terminais de ônibus. 

Além disso, está prevista a implantação do sistema de corredores exclusivos para ônibus, conhecido como Bus Rapid Transit (BRT), que será integrado a ciclovias. O anuncio dos investimentos será feito pela presidenta Dilma Rousseff, em solenidade marcada para a manhã desta quinta-feira (13), no Palácio do Planalto, na qual prefeito de Natal, Carlos Eduardo, estará presente.


As obras de construção 1.052 abrigos de passageiros, das quatro estações de transferência e dos terminais de ônibus terão início ainda este ano, pois já estão com os projetos executivos prontos e compreendem recursos na ordem de R$ 14 milhões. As demais intervenções, só possuem o anteprojeto e na solenidade o Governo Federal deve emitir a autorização para a Prefeitura do Natal começar a elaborar seus respectivos projetos executivos, o que deve durar entre 6 a 10 meses.

O sistema de transporte coletivo da capital será totalmente informatizado com a instalação de GPS nos veículos, disposição de painéis eletrônicos nos abrigos de passageiros, além da disponibilização para os usuários das rotas percorridas pelos ônibus. Na Avenida Prudente de Morais, será instalada uma faixa semi-exclusiva de ônibus, já na Avenida Presidente Bandeira, no Alecrim, a faixa será exclusiva nos moldes da que existe na Bernardo Vieira. 

Esses corredores exclusivos passarão a contar também com ciclovias. Na zona norte, a Prefeitura vai realizar melhorias na Avenida João Medeiros Filho e construir duas passarelas: uma na Avenida Paulistana e outra na Avenida Itapetinga. O terminal de integração de Soledade será ampliado para ser integrado ao sistema de trens que passa nas proximidades.

Outro túnel será construído no cruzamento da Hermes da Fonseca/Alexandrino de Alencar. Essa obra já tem recursos garantidos na Caixa Econômica Federal e terá início no segundo semestre de 2014. Esse projeto foi aprovado dentro do PAC Mobilidade das Grandes Cidades. A construção dos túneis é um complemento da melhoria da infraestrutura de transporte com a construção do Complexo Viário de Natal.

Informações: Tribuna do Norte


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Nova licitação, de R$ 100 bi por 20 anos, divide linhas de ônibus de SP em 4 redes

quarta-feira, 25 de março de 2015

Com custo superior a R$ 100 bilhões, a licitação dos ônibus de São Paulo poderá ter contratos com vigência de até 20 anos, cinco a mais do que o definido atualmente, segundo o secretário municipal dos Transportes, Jilmar Tatto. O futuro sistema de coletivos da capital também será redesenhado e terá sub-redes de deslocamento - radiais, perimetrais, de articulação e de distribuição.

As propostas foram apresentadas nesta segunda-feira, 23, durante uma conturbada audiência pública no Instituto de Previdência Municipal (Iprem), em Santana, zona norte, presidida por Tatto. O encontro tratou da concessão, prevista para ser viabilizada pela gestão Fernando Haddad (PT) até julho.

De acordo com Tatto, a divisão do sistema em duas redes - estrutural e local - será mantida, mas serão quatro variações.

A Prefeitura criará duas sub-redes estruturais. Uma será com linhas radiais - dos terminais de ônibus até o centro, com trajetos mais simples e carregamento maior - e outra terá linhas perimetrais, conectando vários corredores, sem chegar ao centro.

Também haverá duas sub-redes locais. Uma delas será a de articulação, com ônibus atravessando corredores e atendendo a um ou a mais bairros, com uma capilaridade maior. A segunda é uma sub-rede de distribuição, com veículos circulando por ruas de difícil acesso, geralmente pequenas, no meio dos bairros.

Além disso, Tatto afirmou que a gestão Haddad quer criar operações diferenciadas para cada período do dia e da semana. A intenção é criar uma rede de linha para os dois horários de pico do dia, uma rede para os demais períodos dos dias úteis, outra para os domingos, aumentando a frequência em relação ao que já existe, e outra da madrugada - que já está em funcionamento desde fevereiro. A próxima rede a ser lançada será a de domingo, que deve passar a operar em julho, segundo o secretário.

Prazo. Com a extensão do prazo da concessão, além dos ajustes nas linhas de ônibus, com o redesenho, os vencedores da licitação poderão ser obrigados a investir em infraestrutura, que, ao término dos contratos, passaria para o poder público. São os "bens reversíveis”, um mecanismo já adotado em concessões de rodovias, por exemplo.

"A lei existente de 2001 fala que a concessão pode ter um prazo máximo de 20 anos, dependendo dos investimentos. Isso é um debate que está em aberto. Como nós optamos por não ter mais a permissão e ser tudo por meio de concessão, de SPEs (sociedades de propósito específico), então, achei prudente colocar até 20 anos (de concessão)”, explicou Tatto.

Segundo ele, o edital pode estabelecer 15 anos de vigência para os contratos da concessão, caso os investimentos em bens reversíveis não estejam previstos.

Tatto disse que o Centro de Controle Operacional (CCO) da São Paulo Transporte (SPTrans) poderá ser um dos bens reversíveis.

Terminais. O secretário estuda também a proposta de os concessionários construírem corredores, em razão da ampliação do período do contrato. "Eu tomei o cuidado de aqui não detalhar tanto, porque estou esperando terminar o projeto básico.” Na concessão de 2003, válida por dez anos e renovada desde as manifestações de junho de 2013, foi cogitada a possibilidade de as empresas construírem terminais, mas o processo não foi levado adiante.

Para Francisco Christovam, presidente do Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo Urbano de Passageiros de São Paulo (SP Urbanuss), que representa as viações, a lei prevê esse tipo de ação. "Se você fizer investimentos em bens reversíveis, que ao final do contrato se reverta para a Prefeitura, você pode estender o prazo até 20 anos. O objeto (do contrato) vai ser a frota operacional, o CCO e a administração dos terminais. Mas não sei se só nos terminais que estão sendo construídos ou se eles (a Prefeitura) vão passar todos os terminais para as empresas operarem”, disse.

A expectativa da Prefeitura é de que o edital da licitação seja publicado entre abril e maio e de que o processo licitatório seja concluído até o meio do ano.

O secretário Jilmar Tatto teve de vir ao microfone para dizer que a figura do cobrador "não vai acabar”. Foi ovacionado. Depois, disse à imprensa que o cobrador, "no mundo todo, é profissão em extinção” e os profissionais nesses cargos poderiam ser remanejados. "Então, tem de ver caso a caso. Pode virar assistente do motorista ou atender no pré-embarque.”

Segundo o diretor do sindicato da categoria, Pedro Moreira de Alcântara Júnior, existem 15 mil cobradores em São Paulo. "Tem empresários que querem acabar com o nosso emprego.”

Ao longo da sessão, várias pessoas ainda ergueram a voz, no auditório lotado, e criticaram a Prefeitura por optar por uma licitação internacional. "Vamos ter de aprender inglês?”, indagavam. Também houve antigos perueiros que reclamaram da remuneração que vêm recebendo após terem se transformado em empresas. A mudança é para atender ao próximo edital, mas resulta em mais custos e impostos.

Informações: O Estado de SP

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