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Prestes a ser lançado em BH, sistema BRT vive lotado em Curitiba e no Rio

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

O BRT (sigla em inglês para transporte rápido por ônibus), que será inaugurado no próximo dia 15 em Belo Horizonte, vem sendo adotado no Brasil e no mundo como uma das soluções em mobilidade urbana. O sistema consiste basicamente em criar faixas exclusivas para ônibus, com mecanismos parecidos com os usados no transporte sobre trilhos, como o embarque a partir de plataformas. Entretanto, dois exemplos já conhecidos de BRT no país, o de Curitiba (PR) e o do Rio de Janeiro (RJ), são alvos de duras críticas por conta da superlotação e da falta de segurança – a reportagem ouviu pelo menos dez usuários e analistas em transporte de cada cidade.

Em Curitiba, primeira cidade do mundo a ter o serviço, o transporte é referência há 40 anos por sua agilidade, tecnologia e integração com a região metropolitana. Porém, o BRT já não comporta a demanda de cerca de 20 mil passageiros por hora nos horários de pico. Tanto que um dos principais trechos, que liga o centro à zona Sul da capital paranaense, será substituído pelo metrô, conforme projeto já em andamento.

Na cidade do Rio de Janeiro, a Transoeste – a primeira de quatro linhas em construção – foi inaugurada há um ano e meio e já nasceu saturada, segundo usuários e engenheiros. A prefeitura chegou a multar em R$ 50 mil a concessionária pela falta de coletivos em circulação e a má conservação das estações. O alto índice de atropelamentos, motivado por falhas no projeto, também se tornou uma marca – em um ano de funcionamento, foram dez mortes –, além dos defeitos no asfalto das faixas exclusivas.

O mesmo prognóstico de lotação é feito em Belo Horizonte por engenheiros civis, que consideram o sistema limitado para a alta demanda das avenidas Antônio Carlos e Cristiano Machado (leia mais na página ao lado).

O professor de engenharia de transportes da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Paulo Cezar Ribeiro diz que, para cada demanda, há um meio de transporte adequado. “O BRT, aliado à alta tecnologia, é muito bom, além de barato. Mas ele não suporta mais do que 20 mil passageiros por hora”, afirma. Para demandas maiores, ele sugere o Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), que carrega 30 mil usuários por hora, e o metrô, que pode chegar a 80 mil.

CUSTO. Entretanto, o BRT tem se mostrado mais atrativo pelo baixo custo de execução – dez vezes menor que o do metrô. “O BRT é a solução para acentuar o monopólio rodoviário, e quem paga por isso é o usuário”, declara Fábio Tergolino, do movimento O Metrô que o Rio Precisa.


Até mesmo o presidente da Urbanizadora de Curitiba (Urbs) – responsável pelo BRT, Roberto Gregorio, admite que o sistema tem limitações. “Não teríamos condições de chegar a 50 mil passageiros por hora. Como nossa capacidade operacional chegará ao limite em cinco anos, estamos optando pelo metrô”, argumenta.

Sobre a lotação atual, ele diz que a introdução de mais ônibus não resolve. “Estamos estudando uma tarifa sazonal, com desconto para quem usar o ônibus fora do horário de pico”, completa.

Outras cidades

Copa do Mundo. Entre as obras de mobilidade para a Copa, o BRT foi o preferido pelos governantes. Além de Belo Horizonte, Curitiba e Rio, que estão com obras, Fortaleza, Porto Alegre e Recife também vão implantar o sistema.

Problemas de planejamento e de atualização comprometem o serviço

“O sistema em si é bom, mas faltam ônibus”, diz Henrique Costa, 26, que trabalha com exportação em Curitiba. A visão dele sobre o BRT parece unânime entre os curitibanos. Todos gostam do transporte, que chega a ser um atrativo turístico da cidade, como diz Aline Motter, 28, proprietária de um hostel: “Os hóspedes elogiam, até mesmo os estrangeiros. O BRT me ajuda nos negócios”, relata.

Por outro lado, o sistema é criticado pela lotação nos horários de pico. “É preciso aumentar a capacidade das vias exclusivas do BRT”, sugere Garroni Reck, da Universidade Federal do Paraná (UFPR).

Já no Rio, os problemas vão desde a superlotação até a demora entre um ônibus e outro, além da má qualidade do serviço. O presidente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Rio (Crea-RJ), Agostinho Guerreiro, destaca ainda a sinalização falha. “Houve uma série de erros, como a falta de um isolamento físico entre as faixas”.

Por Luciene Câmara
Informações: O Tempo
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Em BH, Empresas cancelam encomenda de 266 ônibus que vão circular nos corredores BRT

quinta-feira, 14 de março de 2013

A demora motivada por atrasos nas obras e a incerteza quanto ao início da operação do sistema de transporte rápido por ônibus (BRT, na sigla em inglês) forçaram os consórcios operadores do transporte coletivo de Belo Horizonte e região metropolitana a colocar o pé no freio. Sem uma garantia do poder público sobre quando os três primeiros corredores – nas avenidas Pedro I/Antônio Carlos, Cristiano Machado e Região Central – estarão aptos a receber as primeiras linhas da principal aposta de mobilidade urbana da Grande BH, empresas de transporte adiaram a compra do primeiro “pacotão” de coletivos previstos para transportar boa parte dos 750 mil usuários/dia estimados somente em BH.

A negociação inicial de frota para o BRT da Grande BH foi anunciada em outubro do ano passado pela Volvo sueca, juntamente com a venda de ônibus para Bogotá (Colômbia), Toronto (Canadá), Israel e Suécia. São 106 veículos articulados e 160 do tipo padron, semelhantes aos usados no sistema atual. Como a negociação foi interrompida, parte dos articulados que viria para Minas está sendo redirecionada para os consórcios TransOeste e TransCarioca, do Rio de Janeiro. O adiamento foi confirmado pelo Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Belo Horizonte (Setra-BH), que disse aguardar a conclusão da infraestrutura para colocar a frota para rodar. Procurado diversas vezes nos últimos dias, o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros Metropolitano (Sintram) não retornou os telefonemas.

Apesar de ser apenas o primeiro, o lote de 266 veículos em negociação inclui boa parte dos ônibus previstos para o BRT de BH (192 articulados e 200 padrons) e para o BRT metropolitano (139 articulados e 147 padrons). “Fizemos uma pesquisa de mercado com a Volvo e a Mercedes, mas não podemos fechar a compra e deixar os ônibus na garagem. Nossa esperança é de que as obras embalem a partir da segunda quinzena, porque o trânsito está caótico. Hoje uma viagem de ônibus de uma cidade da Grande BH ao Centro dura quatro horas. Temos prontos os projetos financeiro e orçamentário para compra dos veículos, mas só fecharemos negócio quando tivermos certeza sobre o fim das obras”, disse ao Estado de Minas o proprietário de uma das maiores empresas de ônibus da região metropolitana, que participará do sistema com uma frota de cerca de 150 veículos, mas que prefere não ser identificado.

Metropolitano 

Se as obras dos corredores na capital sofrem com atrasos, a construção das estações BRT previstas no Projeto Terminais Metropolitanos de Integração, anunciada no fim de janeiro pelo governo do estado, ainda não engrenou. Somente duas unidades, que não terão linhas do BRT (Ibirité e Sarzedo), receberam autorização para início das obras, com previsão de término para o primeiro semestre de 2014. A Secretaria de Estado de Transportes e Obras Públicas (Setop), ainda assim, garante que os sete terminais BRT previstos – Vilarinho, São Gabriel, Morro Alto, São Benedito, Justinópolis, Bernardo Monteiro e a atual rodoviária de BH –, de um total de 13, começarão a ser construídos até o fim do ano, com previsão de conclusão até a Copa’2014.

O custo de construção dos terminais é de R$ 187 milhões. Para adquirir os novos ônibus, os consórcios terão de desembolsar mais cerca de R$ 200 milhões. Embora a BHTrans alegue ser interesse das empresas adquirir e disponibilizar os veículos o mais rápido possível, a produção desse tipo de ônibus demanda tempo e, segundo o próprio governo anunciou, alto investimento: os articulados demoram de seis meses a um ano para ficarem prontos (carroceria e chassi), a um custo que pode passar dos R$ 800 mil a unidade.

Com receio de perder dinheiro com os veículos parados, as empresas decidiram adiar a negociação, aguardando um sinal verde do poder público. O problema é que, quando decidirem ir às compras, poderão enfrentar um quadro de desabastecimento de mercado, aquecido no Brasil com a construções de corredores BRTs em cidades-sede da Copa’2014, como Fortaleza e Porto Alegre. “Quando se chegar perto da Copa do Mundo, os projetos podem não ficar prontos a tempo e haverá um acúmulo de pedidos de ônibus. Uma verdadeira corrida por BRTs”, alertou o presidente da Volvo Bus Latin America, Luiz Carlos Pimenta, durante a feira Fetrans’Rio, em outubro do ano passado, no Rio de Janeiro.

Na última visita do secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, ao Mineirão antes da Copa das Confederações’2013, há uma semana, o prefeito Marcio Lacerda admitiu redução na execução das obras, mas prometeu que os trabalhos seriam completamente retomados este mês, com previsão de término para dezembro e início de operação no primeiro semestre de 2014. Mas a previsão inicial era de que o BRT funcionasse já durante o torneio pré-Copa, de 15 a 30 de junho.

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Conheça as vantagens do monotrilho como meio de transporte para BH

segunda-feira, 11 de março de 2013

O para e arranca de Belo Horizonte é um dos tormentos dos motoristas e dos usuários de transporte público da cidade já faz bem uns 10 anos. De microssolução em microssolução, até hoje a capital não teve obra ou interferência que desse, de verdade, um fim a esse movimento repetitivo e chato. Agora, a bola da vez é o BRT, o trânsito rápido de ônibus, que está sendo implantado em grandes corredores do Vetor Norte e da região Centro-Sul. Mas há dúvidas, e muitas, dos especialistas sobre a sua eficiência para BH. A aposta é de que será mais um paliativo. Na linha do que poderia ser feito para melhorar de vez o trânsito, a unanimidade é o metrô, o mais eficiente e de maior capacidade do mundo. Caro, na falta dele, a luz que aparece no fim do túnel vem do monotrilho, que, em vez da terra, usa o céu para transportar os passageiros.

Não é só metaforicamente falando. A grande diferença entre metrô e monotrilho está na estrutura de cada um. Enquanto o metrô – o verdadeiro, e não o trem de superfície que existe em Belo Horizonte – utiliza os subterrâneos para não incomodar quem passa por cima, o monotrilho usa o nível de cima para não atrapalhar quem está embaixo. Explicando: os vagões do monotrilho circulam por estruturas suspensas, como se fossem passarelas, a cerca de 15 metros do solo. Geralmente, são instaladas nos canteiros centrais das avenidas, utilizando um corredor de dois metros de largura para isso.

A discussão sobre as vantagens e desvantagens de cada um dos grandes modais foi feita pelo engenheiro de produção Uarlem José de Faria Oliveira, em monografia de pós-graduação pelo Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes). Ele criou um quadro comparativo em que analisou o BRT, o VLT (veículo leve sobre trilhos), o monotrilho e o metrô. O BRT é um sistema que utiliza pista exclusiva para ônibus. A plataforma de embarque é elevada, e os veículos só param nas estações. Os passageiros só acessam o coletivo com o tíquete pago.

O VLT tem funcionamento semelhante ao do BRT, já que utiliza pista exclusiva e não concorre com os outros meios de transporte por um espaço no trânsito. A grande diferença é que ele corre sobre trilhos, enquanto o BRT corre sobre pneus. Ou seja, no quadro do engenheiro, foram analisados três transportes sobre trilhos e um sobre rodas. A conclusão a que chegou e que pode ser confirmada pelo quadro é a de que o BRT, dos quatro, é o que tem menos vantagens. A única, aliás, apontada, é o custo de produção. Gasta de 15 milhões a 20 millhões de dólares por quilômetro construído. Por outro lado, o VLT custa de 20 milhões a 50 milhões de dólares o quilômetro, o monotrilho, de 40  milhões a 70 milhões de dólares, e o metrô, de 80 milhões a 120 milhões de dólares.

Dos quatro modelos, o BRT é o que tem menor capacidade máxima de transporte – 10 mil a 30 mil passageiros por hora por sentido – e o metrô é o que tem mais – de 25 mil a 80 mil por hora por sentido. O VLT e o monotrilho quase empatam. O primeiro consegue levar de 10 mil a 40 mil passageiros por hora por sentido e o segundo, de 15 mil a 50 mil. Outros quesitos em que o BRT perde é em ruído (elevado), conforto (menor, por causa de freadas e semáforos), capacidade de atrair usuários de carro de passeio (baixa) e emissão de carbono por passageiro (alta).  Em interferência no trânsito, custo de desapropriação e interferência durante a construção, que são considerados altos no quadro, ele empata com o VLT. O monotrilho tem descrições melhores que os dois em todos os quesitos e perde para o metrô em interferência durante a construção. Por outro lado, ganha em ruído (menor) e custo de desapropriação.

De acordo com Uarlem Oliveira, em geral, o sistema sobre trilhos é o ideal para linhas troncais – aquelas existentes em locais em que há grande demanda –, a partir de 10 mil a 15 mil passageiros por hora. As alimentadoras, que vão abastecer as troncais e que geralmente saem dos bairros para a estação, não precisam ser sobre trilhos, observa. “Para alimentadora, é ônibus mesmo. É o único que tem alta capilaridade. Não existe outro.”

Segundo o pesquisador, a grande vantagem do monotrilho é ser mais barato que o metrô, podendo ter a mesma eficiência dele, com menor tempo de construção e sem a necessidade de cavar túneis. As peças para instalação do monotrilho podem ser pré-moldadas e montadas à noite, não interferindo no trânsito diurno, que costuma ser pesado. Não há desapropriação e não interfere em redes subterrâneas, como de esgoto.

As principais críticas ao monotrilho são relacionadas à questão urbanística, pelo fato de ele ser instalado sobre corredores suspensos, similares a viadutos – mas que tem a vantagem de permitir ao passageiro ver a paisagem, completa –, à evacuação em caso de pane – há fabricantes que têm sistema parecido com o de avião (rampas infláveis) e outros que usam passarela de ligação entre os vagões de um sentido e de outro, para transferir os passageiros – e à capacidade, inferior à do metrô.

Com relação ao BRT, Uarlem Oliveira acredita que as análises feitas são superficiais. “É muito bom para cidades de médio porte e dependendo de como a cidade é construída, se tem avenidas largas que comportam.” Para Belo Horizonte, ele acredita que a solução BRT é paliativa e de curto prazo. “Daqui a 10 anos, vão estar pensando de novo em solução para o trânsito. Se gastassem mais agora, o problema estaria resolvido para os próximos cem anos”, sugere. Na opinião do pesquisador, o monotrilho atenderia bem a cidade, já prevendo o perfil dela no futuro. “Não é à toa que São Paulo está fazendo três linhas de monotrilho.”

É consenso entre técnicos e acadêmicos que o ideal para qualquer cidade de grande porte é que existam vários modais se complementando e que um não é melhor que outro, já que cada um é adequado para um tipo de problema que se quer atacar. A ideia de criar monotrilho em Belo Horizonte ganhou defensores nos últimos dois anos, principalmente depois da iniciativa de São Paulo, de implantar 24,5 quilômetros do sistema, com capacidade para 48 mil passageiros por hora – a maior do mundo – e, também, diante da dificuldade relacionada à concretização do metrô por aqui – por falta de verba e de vontade política. Entre os que são a favor do modal, estão entidades de classe e empresariais, como a Sociedade Mineira de Engenheiros, o Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura (Crea-MG) e a Associação Comercial de Minas Gerais (ACMinas), além de acadêmicos das principais universidades de BH.

Um dos que se manifestam a favor do monotrilho é o professor de engenharia de transporte e trânsito da Universidade Fumec, Márcio Aguiar, que coordena essa área na instituição. Segundo ele, toda a cidade deveria ter vários modais. No caso de Belo Horizonte que, no momento, possui apenas os ônibus e o trem de superfície e desenvolve o BRT, o professor acha que há equívocos. Isso porque, diz, a cidade se inspira no modelo de Curitiba, que, a partir da década de 1960, começou a pensar o BRT. Depois disso, a cidade começou a ser planejada tendo o BRT em sua estrutura e, por isso, o sistema deu certo.

No caso de Belo Horizonte, não ocorreria assim, já que a cidade está estruturada de uma forma e terá um sistema BRT adicionado a ela. Aguiar também acredita que o BRT, na capital mineira, terá boa fluência no percurso, mas vai encontrar problemas nas pontas, ou seja, nas estações de embarque e desembarque, já que haverá acúmulo de carros para um espaço limitado. O mesmo problema ele vislumbra para o túnel da Lagoinha, na avenida Cristiano Machado.

Com relação aos modais sobre trilhos, o professor defende que não se pode considerar o existente em Belo Horizonte como metrô, porque um dos princípios do modal é ser segregado dos demais meios e buscar a demanda onde ela estiver, o que não ocorre. Ele ressalta, como outros especialistas, que o metrô é o melhor sistema, mas é caro, demanda mais tempo e é difícil de ser construído. “Até para calcular orçamento é difícil, porque você tem de escavar o subterrâneo e não sabe o que pode encontrar, como aconteceu em São Paulo (quando houve deslizamento de terra na construção da linha 4).”

Os cálculos dos especialistas são de que um quilômetro de metrô leve um ano para ser construído, enquanto, no caso do monotrilho, é possível fazer cinco quilômetros em um ano. Segundo Márcio Aguiar, o monotrilho é o mais adequado, por exigir pouca desapropriação, ter custo de um terço do metrô, ser rápido, segregado, silencioso, ter maior capacidade de rampa que o metrô – mais de acordo com o relevo de Belo Horizonte – e exigir menor área para fazer curvas.

Para o engenheiro civil Luiz Otávio Silva Portela, membro da Comissão de Transportes da SME, existem dois tipos de solução para o transporte   de massa da Região Metropolitana  de Belo Horizonte, que seriam abaixo ou acima do chão. Ele não considera a possibilidade no nível do chão, caso do BRT e do VLT, porque, na opinião dele, não há mais espaço para isso na região e o alargamento das vias é difícil devido ao alto valor que deveria ser empenhado em desapropriação, dos prejuízos sociais e econômicos e do elevado tempo que esse processo demanda. As alternativas no chão têm, ainda, o problema da poluição ambiental, fator “que tem sido esquecido pelas autoridades”, acrescenta.

A solução debaixo do chão, ou seja o metrô, teria os problemas de custo e de tempo e, ainda, o de construção. “No caso de Belo Horizonte, com relevo montanhoso, metrô subterrâneo implicaria estações bastante profundas, o que seria também um fator de acréscimo de custo e de prazo”, diz o engenheiro.

Como o modelo acima do chão, o  monotrilho é elétrico, não há aumento de poluição sonora e atmosférica. O BRT tem motor a combustão e, por isso, não é alternativa que vá poupar o meio ambiente. E, quanto à crítica que pesa contra o modal, de poluição visual, Luiz Otávio considera que ela é menor que a de rampas de viadutos, por serem estreitas. Além disso, o visual moderno do monotrilho é ponto a favor, na opinião de Luiz Otávio.

No quesito tempo de implantação, o engenheiro chama a atenção para o fato de que o BRT ou o VLT, das soluções acima do chão – já que ele também poderia ser pensado em nível acima, se instalado em viadutos –, é o mais demorado, devido ao processo de desapropriação de imóveis comerciais e residenciais. Outro ponto favorável ao monotrilho, conforme o membro da SME, é a forma de operação. Ele dispensa operador, por ser totalmente automático e computadorizado. Por outro lado, o VLT exige operador e o BRT, motorista. Além disso, o monotrilho teria mais capacidade que o BRT – até 550 passageiros por composição, com quatro vagões cada, contra 160 passageiros por composição de BRT. Luis Otávio lamenta que as autoridades de BH não queiram “acreditar na capacidade de transporte do monotrilho. A solução acima do chão com o modal monotrilho é a mais interessante, conveniente e factível de utilizar para o transporte de massa, devidamente integrada aos demais modais já existentes.”

O presidente da organização não governamental SOS Mobilidade, José Aparecido Ribeiro, que é também assessor de mobilidade da ACMinas, conta que, antes de defender a causa monotrilho, membros da associação foram a São Paulo para conhecer melhor o sistema. “Achamos que é o mais viável para Belo Horizonte, pelo custo, rapidez e demanda da cidade”, diz.

Segundo ele, existe a tendência de se achar que o metrô é melhor, mas, devido ao alto custo e ao tempo elevado de construção, acaba não sendo. E há outro fator, conforme José Aparecido, que é o  de ele, às vezes, ser muito para a demanda da cidade. Um metrô é capaz de transportar 200 mil passageiros, por hora, por exemplo, mas poucas cidades têm essa demanda nos horários fora de pico.

Na opinião dele, o monotrilho deveria ser a segunda opção de modal. O VLT só deveria ser pensado para regiões planas, como a da Pampulha, e em que é possível interligar muitos bairros por um ponto centralizador. E tem o problema de ocupar uma faixa de rolamento, apesar de ser para colocação de vagões com mais capacidade de transporte que o BRT, que também ocupa uma faixa, mas transporta menos pessoas. “Consome um espaço que a cidade não tem”, afirma. O metrô tem o problema do custo e do tempo de construção. Além disso, ele acredita que a viabilização do metrô em BH passa pelas empresas de transporte de ônibus, que têm a concessão de uso do sistema e fariam resistência à implantação de um meio diferente.

A BHTrans informou que não  considera o monotrilho como a prioridade no atual plano de mobilidade do governo, por não se tratar de um meio de transporte de alta capacidade (em relação ao BRT e metrô), embora não o descarte como mais um modal. Segundo o órgão, o enfoque é na conclusão do BRT nos corredores da Antônio Carlos, da Cristiano Machado, da Pedro 2º, da Amazonas e da área central, integrando-o ao projeto de expansão do metrô, que será a principal modalidade de transporte da cidade, conforme a BHTrans.


Autor(a) Cláudia Rezende

Informações: Jornal TudoBH


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Sistema BRT vai tirar 800 ônibus do Centro de Belo Horizonte

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Sistema que chega a BH com a promessa de fechar as portas do Centro para 800 ônibus apenas no horário de pico, convencer o motorista a trocar o carro por coletivos e suprir a carência de um metrô insuficiente ainda é ilustre desconhecido para maior parte da população. EM antecipa como será o aspecto das estações e a lógica de funcionamento do projeto na área central.

Um novo sistema está perto de mudar o aspecto de algumas das principais vias de Belo Horizonte, e chega com a ambiciosa tarefa de suprir as lacunas deixadas por um metrô incipiente, além de transformar a lógica de um dos aspectos críticos da cidade: a mobilidade urbana. Se as linhas arquitetônicas das novas estações são novidade e as propostas de mudança ainda soam estranhas aos ouvidos de muita gente, pela capital elas já mostram seus reflexos. Mal deu tempo de trafegar pela nova Avenida Antônio Carlos e aproveitar as melhorias na Avenida Cristiano Machado e estão de volta o barulho ensurdecedor das máquinas, retenções no trânsito, concreto quebrado e ferragens expostas. Desta vez, a requalificação viária lança as bases do BRT, ou Bus Rapid Transit (transporte rápido por ônibus, na sigla em inglês).

O projeto está sendo preparado com a difícil missão de dar mais conforto aos passageiros, convencer motoristas a deixar o carro na garagem e desafogar o Hipercentro de Belo Horizonte. Nessa região, o BRT vai fechar as portas para cerca de 800 ônibus apenas no horário de pico da manhã, uma redução de 24,25% no tráfego local. Mais que isso: vai simplesmente proibir o tráfego de veículos de passeio em vias onde hoje o trânsito é frenético, como as avenidas Santos Dumont e Paraná.

O Estado de Minas mostra hoje, com exclusividade, o traçado do projeto na área central e o desenho das estações. E revela como essa sigla e o nome estrangeiro ainda soam estranhos aos ouvidos do belo-horizontino, que já ouviu falar, mas não tem a menor ideia do que será esse tal de BRT.

Principal aposta da capital em termos de mobilidade para a Copa’2014, o BRT terá nome e sobrenome em português, para facilitar entendimento e comunicação. A ideia é que o público dê sugestões e vote para batizá-lo. Inicialmente, dois corredores serão contemplados: o percurso das avenidas Antônio Carlos/Pedro I e o da Cristiano Machado, não por coincidência as duas opções de ligação do aeroporto de Confins com o Centro da cidade. Serão 27 quilômetros de linha distribuídas nas duas avenidas e no Hipercentro (avenidas Paraná e Santos Dumont). Para que se tenha uma ideia do que representa isso, a distância equivale a cruzar duas vezes BH de leste a oeste ou a atravessar a capital do Barreiro até Venda Nova. O sistema tem entre seus trunfos um ônibus articulado (sanfonado) que pode transportar quase três vezes mais passageiros que os convencionais.

As vias serão totalmente modificadas e terão pistas exclusivas para o BRT, ao longo das quais haverá 41 estações de embarque e desembarque. Na Área Central, as intervenções estão sendo licitadas. As propostas de obra viária e construção das estações foram entregues à Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap) semana passada.

Os ônibus terão portas à esquerda ou dos dois lados e vão dispor de piso nivelado com as plataformas das estações. O pagamento da passagem ocorrerá antes, na área externa, o que facilitará o acesso aos coletivos, feito em tempo menor. Ao entrar na estação, basta pegar o primeiro ônibus. Todo o sistema será integrado às linhas municipais e metropolitanas. Será criado um conjunto de linhas alimentadoras que sairá dos bairros para levar os passageiros até as estações do BRT.

A partir dessas estações, haverá duas categorias de linhas: a expressa partirá direto ao Centro, com parada apenas nas avenidas Paraná e Santos Dumont. A segunda terá pontos ao longo do trajeto. Na volta, vale a mesma regra e nas estações haverá ônibus para levar os passageiros aos bairros, como ocorre atualmente no sistema BHBus de Venda Nova, São Gabriel e Barreiro: ônibus partindo rumo ao Centro e, a partir das estações, uma rede interligando os bairros.

O Plano de Mobilidade Urbana de BH prevê uma rede de transporte estruturada por ônibus convencionais, articulados e o metrô. De acordo com o presidente da BHTrans, Ramon Victor Cesar, a médio e longo prazo a rede de BRTs será ampliada para toda a cidade. Há previsão para implantação nas avenidas Amazonas e Andradas. No Eixo Sul, em direção ao Bairro Belvedere, há estudos em andamento para verificar se o modal é a melhor opção. O projeto das avenidas Pedro II/Carlos Luz ficou para trás, sob a justificativa do alto custo das desapropriações, apesar de se tratar do segundo mais importante corredor para o palco principal da Copa: o Mineirão.

Para a via, restou a proposta de faixas exclusivas para ônibus, nos moldes das adotadas na Nossa Senhora do Carmo. Será construída ainda a estação de integração São José, no bairro homônimo, nas proximidades do Anel Rodoviário. “A Antônio Carlos e a Cristiano Machado foram escolhidas porque ocorreu uma coincidência, que é Copa do Mundo, e esses corredores são caminho para estádio e aeroporto. Foi uma janela de oportunidades”, justifica o presidente da BHTrans, garantindo que o novo modelo não vai afetar os custos da passagem.

PELO MUNDO
Esse sistema de transporte coletivo vem sendo implantado em vários países, como Colômbia, Chile, México, África do Sul, China, Estados Unidos, Canadá, além de nações da Europa. Na Colômbia, há cinco cidades operando o BRT e em outras duas o sistema está em construção. A engenheira civil Monica Vanegas Betancourt, em workshop promovido em Belo Horizonte sobre o tema, disse que 20% dos motoristas colombianos deixaram de usar o carro depois da implementação do projeto. Em Los Angeles (EUA), o público do transporte coletivo aumentou em 25% depois do BRT, segundo Ethan Arpi, da rede Embarq (grupo internacional de consultoria a governos e empresas sobre transporte e mobilidade).



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Em Belo Horizonte, BRT terá "versão light" na Avenida Pedro II

sábado, 9 de junho de 2012

Sem perspectiva de expansão das linhas de metrô a curto ou médio prazo e com um trânsito em que o volume de veículos já é equivalente ao de São Paulo, com 4,3 automóveis para cada mil metros quadrados de área urbana, Belo Horizonte tenta apelar para soluções “light” para um problema que de leve não tem nada. Uma delas já está nos planos oficiais, e surge como uma espécie de compensação para o fato de o município não ter conseguido viabilizar a implantação do transporte rápido por ônibus (BRT, na sigla em inglês) na Avenida Pedro II. Um dos dois grandes corredores de acesso ao Mineirão – o outro é o complexo das avenidas Antônio Carlos/Pedro I –, a Pedro II deve ganhar um modelo simplificado do BRT, sem corredores exclusivos de coletivos ou obras de peso. A outra solução ainda será apresentada ao poder público e também consiste em uma “versão dietética” de um grande meio de transporte de massa: o chamado metrô leve em monotrilho é a sugestão da Sociedade Mineira de Engenheiros para lidar com o transporte público na capital.

Na Avenida Pedro II, corredor que liga o Complexo da Lagoinha, no Centro de BH, ao Anel Rodoviário, na Região Noroeste, o BRT light – definição usada pelo presidente da BHTrans, Ramon Victor Cesar – será uma versão mais simples que os modelos das avenidas Cristiano Machado e Antônio Carlos/Pedro I, já em implantação. Em comum, o sistema Pedro II tem operação do transporte público pela esquerda – no canteiro central da via –, embarque no mesmo nível do ônibus e passagem pré-paga em estações. A diferença fundamental é a ausência de pista exclusiva para ultrapassagem. Ou seja, para passar um ônibus que estiver parado em uma das nove estações o coletivo que vier atrás precisará entrar em uma das faixas reservadas ao trânsito misto, mais à direita da avenida. A expectativa é de que as obras comecem no início de 2013, podendo se estender até 2014, ano da Copa.

Com o novo modelo de transporte coletivo, a estimativa da BHTrans é de que o tempo de viagem no corredor Pedro II tenha redução de 45%. “Operamos hoje com uma média de velocidade de 11km/h. Em alguns pontos chega a 18km/h, mas em outros não passa de 6km/h. O BRT vai permitir aumento para uma média de 20km/h”, explica o diretor de Desenvolvimento e Implementação da BHTrans, Daniel Marx Couto. Segundo ele, o BRT da Pedro II terá ligação com a estação de integração São José, que será construída na interseção da avenida com o Anel Rodoviário. “A estação é fundamental para início da operação do sistema na Pedro II”, disse.

O terminal deve receber 22 linhas alimentadoras, que vão trazer os passageiros dos bairros. Eles vão embarcar em linhas troncais que seguem pela Pedro II em direção a outras partes da cidade. Atualmente, 22 linhas municipais passam pelo corredor, número que será reduzido para as cinco troncais. Entre as rotas estudadas estão os destinos Centro, via BRT Área Central; Centro, via Avenida Afonso Pena; Região Hospitalar; Avenida José Cândido da Silveira; e Região da Pampulha, todas partindo da Estação São José. Além das troncais, outros coletivos que passam pela Avenida Presidente Carlos Luz e seguem pela Pedro II – a exemplo da 3503 (Santa Terezinha/São Gabriel) – permanecem no corredor. Rotas alternativas, passando pelos pelo interior dos bairros, serão estudadas.

“Toda a frota será readequada. As linhas troncais terão ônibus articulados, com 18,6 metros e capacidade para 180 passageiros. Também serão usados ônibus menores, de 13 metros, capazes de levar 90 pessoas”, explica Couto. Os ônibus convencionais, atualmente em circulação, não terão ponto na avenida . “Podem até passar por ela em pequenos trechos, mas não vão parar”, informou.

Outro impacto para o corredor por onde passam 68 mil veículos diariamente será a racionalização da frota e consequente diminuição da emissão de poluentes. “No pico entre as 6h e as 7h, 171 ônibus passam pela Pedro II, fora as linhas metropolitanas, operadas pelo Departamento de Estradas e Rodagens (DER). Com o BRT, o número cairá para 51.”

O BRT light da Pedro II receberá R$ 10 milhões do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) 2 e terá contrapartida do governo municipal, em valor ainda não definido. A obra está em fase de elaboração do projeto executivo, que dará condições de calcular o orçamento.

MUDANÇA DE PLANOS A Pedro II chegou a entrar no pacote de corredores aptos a receber a versão completa do BRT, com corredores exclusivos. Mas, devido ao alto custo das desapropriações, a prefeitura desistiu do projeto. A obra havia sido orçada em R$ 233,5 milhões. Na ocasião, foram levados em conta os fluxos diários de passageiros de cada corredor para estabelecer a prioridade das intervenções. Os BRTs da Antônio Carlos e da Cristiano Machado terão condição de transportar 36 mil e 24 mil passageiros no horário de pico, respectivamente, enquanto o da Pedro II teria capacidade para 8 mil. Segundo a prefeitura, a versão light do BRT não vai requerer desapropriações.


PALAVRA DE ESPECIALISTA: RONALDO GUIMARÃES GOUVêA, PROFESSOR DA UFMG E ESPECIALISTA EM TRANSPORTES URBANOS

Bom, mas insuficiente

“O BRT da Avenida Pedro II vai trabalhar com uma restrição operacional, já que os ônibus precisam entrar na faixa mista para fazer ultrapassagens. Ainda assim, qualquer BRT já significa um tratamento viário que prioriza o transporte coletivo e oferece uma condição melhor de tempo de viagem ao motorista. O sistema contribui para a política de transporte público, mas não isenta a cidade de implantar um modelo de maior capacidade, como o metrô. Belo Horizonte tem que continuar na busca incessante por recursos para ampliar a rede metroviária como espinha dorsal e o BRT e outros modais como complementares. No caso da Pedro II, bem como da Antônio Carlos e Cristiano Machado, onde as obras do BRT estão em andamento, já há demanda para mais passageiros do que a capacidade total. Os 8 mil passageiros estimados pela BHTrans para a Pedro II são pouco diante da real demanda, que hoje gira em torno de 20 mil passageiros.”


TIPOS DE BRT
1 – Completo
Semelhante ao modelo da Avenida Antônio Carlos, é operado à esquerda, com passagem pré-paga em estações no canteiro central, uma pista exclusiva para ônibus do BRT e outra para ultrapassagem. Ou seja, enquanto um ônibus estiver parado em uma das estações, outro poderá passar livremente por uma faixa lateral.
2 – Intermediário
Como o que está sendo implantado no corredor Cristiano Machado, esse modelo só tem ultrapassem exclusiva no trecho das estações.
3 – BRT Light
Previsto para a Pedro II, terá operação à esquerda, estações para pagamento de passagens e faixa exclusiva para ônibus, mas a ultrapassagem será feita na faixa dos carros.
4 – BRT Simples
Como na Avenida Nossa Senhora do Carmo, é operado à direita da via, sem estações nem faixa para ultrapassagem.

Fonte: Estado de Minas

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Reduzir tempo de viagens é desafio do BRT de BH

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

O sistema de transporte rápido de ônibus (BRT) de Belo Horizonte, batizado de Move, começa a circular em duas semanas, no dia 15, e o sistema terá um desafio quando estiver completamente implantado na Avenida Cristiano Machado: substituir 77 linhas de ônibus (228 veículos) que serão extintas e conseguir superar o deslocamento médio dos ônibus do sistema BHBus no corredor, que é de 35 minutos, reduzindo o deslocamento para 20 minutos. O ganho de tempo estimado seria de 57%, mas para isso a velocidade média de deslocamento dos veículos teria de quase dobrar dos atuais 12 km/h para 21 km/h. A meta é considerada ambiciosa por especialistas, principalmente se comparada a outros sistemas de Transporte Rápido por Ônibus (BRT) existentes, como o de Curitiba, o precursor desse tipo de sistema, que chegou a desenvolver até 25 km/h.

Segundo o mestre em engenharia de transportes e professor da Universidade Fumec Márcio Aguiar, que acompanhou a implantação das diversas fases do BRT de Curitiba, na década de 1970, a diferença primordial para que os veículos que circulam por lá sejam mais rápidos é a menor quantidade de cruzamentos e de semáforos do que em BH. “O BRT de Curitiba foi desenvolvido e planejado para a área que ocuparia. Em Belo Horizonte estamos adaptando as vias ao sistema, que precisará de parar em cruzamentos e em semáforos onde os corredores exclusivos terão de dividir espaço com o tráfego regular”, afirma. Pelos cálculos do especialista, a velocidade comercial do Move em BH deverá ficar em torno de 18km/h, caindo para até 15 km/h nos horários de pico. “Isso, quando tudo estiver implantado devidamente e os ajustes necessários tiverem sido feitos”, acrescenta.

A aposta da BHTrans é que a organização do sistema possa compensar a redução de veículos de transporte. A partir do dia 15, com a entrada em operação de mais linhas, os passageiros vão chegar de seus bairros a estações de integração por meio de linhas alimentadoras, pagando R$ 1,90, que é 28% menos que a tarifa atual, de R$ 2,65. Ao chegar à estação, para tomar um ônibus que circula dentro dos corredores exclusivos, será preciso completar a diferença de R$ 0,75. Ônibus de destinos mais distantes, os chamados troncais, cobram o valor atual, pois partem dos bairros e entram nos corredores exclusivos.

Integração
A Estação de Integração São Gabriel, que deverá ser a primeira inaugurada, tem previsão de receber 35 linhas alimentadoras, ônibus que vêm dos bairros Dona Clara, Santa Rosa, Universitário, Primeiro de Maio, Minaslândia, São Gabriel, Novo Aarão Reis, São Tomaz, Padre Julio Maria, Heliópolis, Santa Isabel, Guarujá, Guarani, Aarão Reis, Ouro Minas, Ribeiro de Abreu, Belmonte, Nazaré, Jardim Vitória e região. Outras 10 linhas troncais virão de locais mais distantes, como os bairros Belvedere, Buritis, Funcionários, Lagoinha, Concórdia, João Pinheiro, e ingressarão nos corredores exclusivos do BRT.

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Em BH, Sistema BRT traz mudanças radicais

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Belo Horizonte não se prepara para receber apenas um novo meio de transporte. Mudanças drásticas estão previstas para acomodar o Bus Rapid Transit (transporte rápido por ônibus, na sigla em inglês), o BRT. O Hipercentro ganhará nova roupagem. Para começar, os cerca de 3,3 mil ônibus que hoje entram nessa área, por hora, no pico da manhã, serão reduzidos para 2,5 mil – diminuição de 24,25% no tráfego da região. Parte desse ganho está explicado na contenção do número de ônibus nos corredores do BRT, que, ao todo, terão 192 coletivos articulados.

A Secretaria de Estado Transportes e Obras Públicas informou, por meio da assessoria, que o sistema metropolitano também implantará o BRT para 2014. Quando isso ocorrer, os coletivos ocuparão os mesmos corredores destinados aos ônibus articulados de BH. A verba para a construção das estações metropolitanas virá do governo federal. Depois dessa integração, o passo seguinte será a integração de tarifa. Também há previsão de ampliação do sistema.


Na Antônio Carlos/Pedro I, o número de linhas cairá das atuais 137 para 33. No pico da manhã, circularão, por hora, 323 ônibus (169 a menos que o número de hoje), dos quais apenas 126 entrarão no Hipercentro. Na Cristiano Machado também passarão a circular 33 linhas, quantidade bem menor que as 106 atualmente. De 458 ônibus por hora no período mais movimentado do início do dia, haverá 281 e, desses, 171 poderão chegar ao Centro. O restante das linhas terá como destino final o Complexo da Lagoinha. “Não haverá menos ônibus, pois toda a rede alimentadora, que levará os passageiros dos bairros às estações e vice-versa, será adequada”, informa o presidente da BHTrans, Ramon Victor Cesar.


Os 22 quilômetros do modal nas avenidas Antônio Carlos e Cristiano Machado terão uma zona de confluência: outros cinco quilômetros distribuídos pelas avenidas Paraná e Santos Dumont. São essas duas vias que receberão quem chegará dos corredores do BRT ou estará de partida rumo às regiões Norte e Nordeste da cidade. Os ônibus vão sair dos corredores, entrar na Área Central, descer a Avenida Paraná até a Praça 1º de Maio (onde haverá modificações, pois atualmente o retorno não é permitido), retornar pela mesma avenida, seguir pela Santos Dumont até a Rua da Bahia e continuar viagem para seus destinos. Seis estações de embarque e desembarque estarão distribuídas ao longo desse itinerário.


Aos motoristas, fica o recado: é bom se acostumar, pois trafegar em determinadas áreas ficará bem mais difícil, uma vez que a ideia é dar prioridade ao transporte coletivo. De acordo com a BHTrans, na Paraná e na Santos Dumont o trânsito de veículos será proibido. Será permitido apenas o tráfego de carros de pequeno porte de comerciantes e moradores. Todo o fluxo dessas vias será transferido para as demais do Hipercentro, que passarão por readequação para receber a demanda. A previsão é de que haja obras em 41 quilômetros de vias em toda a cidade para atender as novas necessidades do tráfego.


Cobrança O engenheiro de transporte e consultor em trânsito Paulo Monteiro considera o BRT uma grande melhoria em relação ao sistema atual, mas faz ressalvas: “O fato de termos o BRT hoje não tira a necessidade do metrô amanhã. Enquanto não investirmos maciçamente em transporte coletivo, haverá mais carros. É importante também que se aproveite toda a capacidade. Não basta fazer boa obra, tem que fazer o que foi planejado”.


Monteiro cobra ainda articulação entre o sistema de BH e o metropolitano. Para ele, é possível acabar com linhas convencionais nos corredores destinados ao BRT, desde que haja planejamento e gestão. Uma boa solução, na opinião do consultor, é fazer integração dos ônibus que saem de cidades da Grande BH nas estações do BRT, como a Vilarinho e Venda Nova. “Quando se tem um ganho na mudança de ônibus, vale a pena. Não dá é para fazer troca pagando mais e gastando mais tempo. O conjunto pode ser prejudicado se houver concorrência entre sistemas. Eles devem ser parceiros e se complementar”, ressalta.



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BHTrans anuncia que vai exigir ônibus confortáveis para o Sistema BRT

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Caso coloquem em xeque o conforto dos passageiros e a agilidade do serviço, dois dos preceitos básicos do transporte rápido por ônibus (o BRT, na sigla em inglês), os novos ônibus padron de motor dianteiro – um dos três tipos de coletivos do futuro sistema – podem ser barrados pela BHTrans antes de chegar às ruas. Embora sustente que a posição do motor não interfere na operação daquela que é a principal aposta de mobilidade da capital mineira para os próximos anos, a empresa que gerencia o trânsito em BH informa que a aprovação do modelo de ônibus, ainda em desenvolvimento, depende da fase de homologação.

Reportagem publicada pelo Estado de Minas na semana passada revelou que fabricantes estão projetando, a pedido dos consórcios que operam o sistema de transporte da capital, variações dos atuais coletivos que circulam em BH equipadas com itens como câmbio automático e suspensão a ar, para se adequar às exigências do BRT. A compra dos ônibus, que custam menos e têm consumo menor em relação aos veículos de motor traseiro, além de ter maior facilidade de revenda, será discutida pela Ordem dos Advogados do Brasil, seção Minas Gerais (OAB-MG).

Afirmando que o ruído e o desconforto gerados pela motorização frontal foram superados ao longo dos anos graças a novas tecnologias, como o gerenciamento eletrônico de motor (adotado em meados de 2004), a BHTrans argumenta agora que para se mostrarem eficientes, os veículos terão de passar por testes de capacidade de transporte, funcionamento do ar-condicionado e potência. A homologação é o último item previsto no Decreto Municipal 15.019, documento de 53 páginas que esmiuça como devem ser os veículos do sistema, mas não especifica quais tipos de chassis devem ser adotados. 

“Vamos fazer uma ficha para avaliar em diferentes situações se esses veículos serão mesmo capazes de operar dentro do conceito BRT. A homologação é um recurso para avaliar o carro antes de ele entrar no sistema, para que tenhamos certeza de que todas as exigências foram cumpridas”, afirmou o diretor de Planejamento da BHTrans,  Célio Freitas, exemplificando uma situação em que o modelo em análise terá de transpor as ladeiras da avenida Antônio Carlos, um dos três corredores do sistema, sem apresentar falhas de potência do motor. Juntamente com o diretor de Desenvolvimento e Implantação de Projetos da BHTrans, Daniel Marx, ele demonstra certa preocupação com a viabilidade econômica do projeto. O tipo de veículo usado, ressaltou, tem impacto direto no custo da tarifa. 

Cerca de 200 ônibus padron deverão operar linhas troncais de percurso misto, trafegando entre as pistas exclusivas para coletivos e vias que não receberão o BRT. Outros 200 articulados farão parte do sistema, que manterá os atuais coletivos como ônibus básicos em linhas alimentadoras – existe a possibilidade de que até micro-ônibus sejam adotados nesse serviço, conforme a demanda. “O consumo do coletivo de motor traseiro é 10% maior”, alega Marx.

Cara nova

Célio Freitas sustenta que a agilidade é a maior preocupação do usuário, seguida da confiabilidade, segurança e o conforto. O desperdício de tempo gerado pelo embarque e as paradas dos atuais coletivos em semáforos, acrescentou, será eliminado na operação do BRT em pistas exclusivas. “Estamos preparando uma série de novidades para a operação do novo sistema. Além de ter um nome específico, o BRT de BH prevê nova pintura para os ônibus e um sistema de dados integrado que informará o tempo exato que o passageiro terá de aguardar para pegar o próximo coletivo.”

Assim que as obras forem concluídas serão iniciados os testes operacionais. A primeira fase compreende o conhecimento do veículo pelos motoristas, que terão de avaliar o coletivo operando-o sem passageiros. A partir daí, o sistema será apresentado a diferentes segmentos da população e entrará na fase de pré-operação, rodando em linhas e dias específicos. “A implantação do BRT no Rio de Janeiro revelou um grande receio dos idosos ao embarcar. Apresentando o conceito à população antes, ela irá se habituar”, diz o o representante da BHTrans. 

A previsão do diretor de Planejamento é de que o desenvolvimento do projeto do BRT comece a ser aplicado na Avenida Amazonas, outra importante via da capital, ainda no primeiro semestre de 2013. A meta final da empresa é alcançar 200 quilômetros de linhas até 2023, tendo como aliados o metrô e o BRT metropolitano, que compartilhará as estações de transferência. Objetivo ousado que depende também da aprovação do principal envolvido: o passageiro. 


PROJETOS PARA AMPLIAR O METRÔ
A Empresa Pública de Trem Metropolitano de Belo Horizonte (Metrominas), vinculada à Secretaria de Estado de Transportes e Obras Públicas, abriu ontem licitações para elaborar os estudos e projetos de engenharia das linhas 1, 2 e 3 do metrô da capital. Segundo o presidente da Metrominas, Fabrício Sampaio, os projetos são necessários para estabelecer com maior precisão –  com ajuda dos serviços de sondagem que estão em andamento – o valor das obras de expansão do serviço. O custo do projeto básico para as linhas 1 e 2 está estimado em R$ 18,5 milhões e, para a Linha 3, em cerca de R$ 14,6 milhões, sendo o prazo estimado para ambos de 12 meses. Para a Linha 1, atualmente em operação, estão previstas reforma de estações, aquisição de trens e extensão de aproximadamente 1,7 quilômetro até a futura Estação Novo Eldorado. A Linha 2 ligará o Barreiro ao Bairro Calafate, com sete estações previstas. Totalmente subterrânea, a Linha 3 ligará a região da Savassi à Lagoinha, com cinco estações previstas.

Informações: Estado de Minas

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BRT de Belo Horizonte começará a operar sem três terminais concluídos

segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Sistema que servirá como complemento ao BRT de Belo Horizonte, batizado de Move, nos corredores Vilarinho-Pedro I/Antônio Carlos, Cristiano Machado e região central, o transporte rápido por ônibus da Grande BH entrará em operação sem três dos quatro novos terminais em obras dedicados à operação exclusiva do sistema metropolitano, que também será chamado de Move. Pontos de ônibus serão adaptados para receber os veículos.

Planejamento da Secretaria de Estado de Transportes e Obras Públicas (Setop) prevê que os 310 coletivos (172 articulados com capacidade para 144 passageiros e 138 padrons para 100 pessoas) que atenderão Ribeirão das Neves, Vespasiano e Santa Luzia comecem a rodar em março com integração apenas nas estações Vilarinho e São Gabriel, que passam por readequações nas guaritas e plataformas para receber o Move. O órgão promete ainda entrega do terminal BRT Morro Alto, em Vespasiano. O local, segundo a Setop, teve a terraplanagem concluída e passa pela fase de construção do prédio administrativo, guaritas e plataformas.

Dos três demais terminais BRT previstos, Justinópolis, em Ribeirão das Neves, é o único que saiu do papel, com a montagem do canteiro de obras – os terminais São Benedito, em Santa Luzia, e Bernardo Monteiro deverão ter as obras iniciadas em março, informa a secretaria. Há previsão de uso da atual rodoviária da capital, embora o planejamento da área não tenha sido divulgado.

Adaptação Para pôr o Move metropolitano em funcionamento sem as estruturas de destino de 19 novas linhas troncais, que reduzirão em 90% (cerca de 500 ônibus) o número de linhas intermunicipais no Hipercentro de BH, a Setop planeja adaptar os atuais pontos de ônibus para embarque e desembarque, levando em consideração a altura e a capacidade dos ônibus do BRT. Anteriormente, o próprio órgão já havia informado que o prazo médio de construção de cada terminal é de 10 meses a um ano.

Contando com a adaptação, a Setop avalia que não haverá impedimentos para que o Move metropolitano seja implantado logo em seguida ao sistema da capital. "A não conclusão destes três terminais não impedirá o funcionamento do BRT, tendo em vista que plataformas complementares serão construídas nas avenidas Juscelino Kubitschek, em Justinópolis, Antônio de Pinto Tavares, em São Benedito, e na área hospitalar de Belo Horizonte, nas ruas Domingos Vieira e Ceará, como opção ao Terminal Bernardo Monteiro", informou a Setop por meio de nota.

Os testes necessários para operar o sistema, aponta a secretaria, foram realizados até outubro do ano passado. Somente um ônibus articulado, contudo, circulou em testes numa única linha metropolitana: a 5610 (Morro Alto-Belo Horizonte), em julho. A previsão da secretaria é de que até maio todos os 310 ônibus do Move metropolitano estejam nas ruas.

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