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Em Caruaru- PE, Prefeitura apostará em projeto sobre trilho para PAC da Mobilidade

domingo, 22 de julho de 2012

O PAC da Mobilidade das Médias Cidades, anunciado pelo Governo Federal, irá injetar até R$ 7 bilhões em investimentos para financiamento de projetos de mobilidade urbana em municípios com população entre 250 mil e 750 mil habitantes. Caruaru, que está entre as 5 cidades pernambucanas que tem o perfil para concorrer ao PAC, apostará em um projeto de transporte sobre trilhos. A decisão dos municípios beneficiados sai em dezembro.

Foto: Hélia Scheppa/JC Imagem

De acordo com o secretário de Planejamento da Prefeitura de Caruaru, Ricardo Góes, ainda nesta semana deve ser enviada a carta consulta ao Ministério das Cidades com o projeto de implantação de uma linha de VLT (veículo leve sobre trilhos) para a cidade. Com um valor aproximado de R$ 300 milhões, o novo sistema iria aproveitar um trecho da antiga Rede Ferroviária Federal, que está desativado.

A proposta contempla a construção de uma linha com 20 quilômetros de extensão, que parte da Cohabe 3 ao Alto do Moura, um dos principais pontos turísticos da cidade. “Este projeto seria o primeiro sistema sobre trilhos do interior de Pernambuco, mas ainda estamos em fase embrionária. Já existe um estudo de mobilidade urbana desenvolvido pela URB de Caruaru, mas outros levantamentos ainda serão feitos”, afirma Góes. Além do VLT, a proposta também contemplará a construção de um novo Terminal Integrado, que irá compor o Corredor Leste Oeste, que já está em implantação, com um custo estimado de R$ 4,5 milhões.

Jaboatão dos Guararapes, Petrolina, Olinda e Paulista são os outros municípios pernambucanos que poderão concorrer ao PAC da Mobilidade para médias cidades. Destes, apenas Jaboatão sinalizou com a possibilidade de concorrer a investimentos em mobilidade sobre trilhos. Ontem o secretário de Serviços Urbanos, Evandro Avelar, citou seis projetos que estão nos planos da prefeitura, sendo um deles a construção de duas novas estações para o VLT que corta a cidade. “Como só poderemos apresentar dois projetos, iremos discutir com o prefeito e om os secretários quais seriam as propostas prioritárias”, afirma. As prefeituras tem até o dia 31 de agosto para lançar seus projetos.

O vice-presidente da Federação Nacional dos Metroviários (Fenametro), Diogo Morais, tem a expectativa de que, diferentemente do Recife, as prefeituras que podem concorrer a recursos do PAC invistam com projetos ferroviários. “É importante que esses recursos sejam utilizados para a expansão da malha ferroviária pernambucana, pois diferentemente do Governo Estadual que priorizou o transporte através de ônibus, o governo federal parece estar disposto a mudar a realidade do transporte coletivo através de um eficiente transporte sobre trilhos. Infelizmente enquanto médias cidades veem o VLT como uma solução, a capital pernambucana adotará um sistema de BRT ineficiente nos projetos de mobilidade urbana”, ponderou.

Planejamento – Mesmo considerando o investimento importante para as médias cidades, o professor Maurício Andrade, do departamento de Engenharia da UFPE (Centro Acadêmico do Agreste), se diz preocupado com o prazo para elaboração dos projetos, que é de pouco mais de um mês. “As tecnologias de transporte a serem adotadas (BRT, VLT ou outros) devem estar associadas às necessidades locais e não a grupos de interesse em impor as suas soluções. Fico preocupado com o fato de municípios terem pouco tempo para apresentar projetos e talvez o façam na base do improviso, sem estudos de embasamento e projetos bem detalhados”, afirma Maurício Andrade.

O professor da UFPE defende que a partir destes planos seria possível traçar diagnósticos que dariam as diretrizes mais eficientes para cada cidade. “É muito relevante que o Governo Federal foque a sua preocupação na mobilidade, também nas cidades de porte médio, pois nelas, os problemas ainda são sanáveis e podem ser resolvidos com menores custos. Nestas cidades pode-se trabalhar preventivamente para que não se atinja o caos que já se instalou nas metrópoles brasileiras. É, no entanto, fundamental que antes de se pensar em projetos, que se façam os planos de mobilidade preconizados no Estatuto da Cidade e na nova lei de mobilidade recentemente sancionada pela Presidente Dilma”, alerta o professor.

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Balanço de fim de ano na mobilidade urbana do Brasil em 2010

domingo, 26 de dezembro de 2010

Espero que, assim como eu, vocês também contaram os dias para o Natal e o Ano-Novo. Nesta época do ano, é comum fazermos uma retrospectiva dos fatos ocorridos. O ano de 2010 foi repleto de desafios e grandes acontecimentos como as eleições presidenciais que elegeram a primeira mulher à frente do povo brasileiro.
Reconhecendo que as cidades são hoje o quadro de vida da maioria da população, são identificados problemas comuns com impactos na qualidade de vida, Segurança e Saúde dos cidadãos, no desenvolvimento e competitividade das cidades e na sua sustentabilidade ambiental.
Passar por desafios que fazem parte da vida de todas as pessoas não foi uma tarefa fácil. No entanto, é chegado momento de saudar um novo ano e a melhor maneira é tentar refletir sobre o que podemos melhorar e colocar em prática nos meses que estão por vir. Afinal todos nós temos motivos de orgulho e satisfação em nossas vidas.

UMA NOVA CULTURA DE MOBILIDADE
Na questão dos investimentos no transporte coletivo houve avanços, porém é preciso mais. O governo federal instituiu um ‘PAC da Copa' com previsão de mais de R$ 11 bilhões em projetos de mobilidade urbana nas cidades-sede. O governo paulista, nos últimos quatro anos, destinou R$ 23 bilhões, sobretudo para a ampliação do metrô e a requalificação da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos). De modo geral, os candidatos às eleições de 2010 falaram na importância do transporte público urbano.

PROJETO DE LEI DA MOBILIDADE URBANA
Neste ano tramitou no Senado um projeto de lei oriundo da Câmara que estabelece medidas de desoneração fiscal voltadas para o barateamento de tarifas, o fim das gratuidades pagas pelos usuários e a adoção do sistema integrado temporal (Bilhete Único) ou a integração em terminais. Outro projeto muito importante e cuja tramitação se arrasta no Congresso, institui o vale-transporte social.
Vamos tentar em 2011 garantir maior velocidade e conforto para os usuários do transporte público e menores custos operacionais, ressaltando a importância do uso de diesel com menor quantidade de enxofre e outros combustíveis mais limpos.
Defendo também medidas de restrição a automóveis e motos e a integração desses veículos aos sistemas estruturantes de transporte público, a implementação de corredores exclusivos de transporte publico de superfície, operados com ônibus (BRTs) ou trilhos (VLTs), e a adoção de tecnologias já disponíveis para efetivar o controle e gestão das frotas e garantir maior confiabilidade aos sistemas e um nível mais apurado de informações sobre os serviços aos usuários.
Para a criação de uma outra cultura de mobilidade urbana e para a avaliação dos recursos financeiros necessários, precisamos avaliar as boas práticas; precisamos de muita pesquisa e investigação; de desenvolvimento tecnológico; de um quadro normativo que regulamente a atividade urbana; e de incentivos econômicos e financiamento para a mobilidade urbana. Enfim, precisamos que o novo governo tenha um plano de ação, constituído por um conjunto de iniciativas para uma mobilidade urbana melhorada e sustentável nas cidades do País.
E finalmente, é preciso garantir a segurança no trânsito e eficiência na circulação, para que possamos cumprir a meta da OMS (Organização Mundial de Saúde) de redução em 50% do número de mortos em acidentes de trânsito, nos próximos quatro anos.

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BRT é prioridade no PAC da Copa, explica Marcio Fortes

quinta-feira, 20 de maio de 2010


O ministro Marcio Fortes participou na manhã desta quarta-feira (19) do seminário “BRT’s na Copa do Mundo: do projeto ao concreto”, realizado em Campinas (SP), abordando as iniciativas do governo Federal na área de mobilidade urbana.

O arquiteto e urbanista Jaime Lerner, ex-prefeito de Curitiba, também participou do evento, promovido pela Mercedes Benz.

O ministro apresentou projetos do PAC da Mobilidade Urbana da Copa, destinados a melhorar a mobilidade urbana das cidades que vão sediar a Copa do Mundo de 2014 durante o evento e que deixarão um legado para a população após o evento. O tipo de projeto que receberá maior volume de investimentos federais será o BRT (Bus Rapid Transit).

Há 20 projetos de BRT que o governo Federal apoia com financiamento do FGTS e do BNDES nas cidades de Belo Horizonte (6), Cuiabá (2), Curitiba (1), Fortaleza (4), Manaus (1), Porto Alegre (2), Recife (2), Rio de Janeiro (1) e Salvador (1).

“Escolhemos muitos projetos de BRT por causa das vantagens que eles apresentam em comparação com os outros modais, como o metrô e o Veículo Leve sobre Trilhos (VLT): a menor relação entre custo e número de passageiros transportados ”, explicou o ministro.

Segundo Marcio Fortes, o alto custo de uma obra de metrô ou de VLT (Veículo leve sobre Trilhos) fez com que São Paulo optasse por pedir financiamento para uma obra de monotrilho. “O custo da terra nas grandes cidades é muito alto.

Para construir o seu BRT, o Rio de Janeiro estima investir cerca de R$ 300 milhões apenas em desapropriações de terrenos por onde ele passará”, afirmou.

PAC 2 – Além dos investimentos que visam a realização do Mundial de 2014, o ministro abordou os investimentos em mobilidade urbana previstos na segunda etapa do Programa de Aceleração do Crescimento, conhecida como PAC 2.

“Enquanto investimos R$ cerca de 3 bilhões em obras do metrô no PAC 1, reservamos R$ 18 bilhões para projetos de mobilidade no PAC 2”, afirmou o ministro, acrescentando que parte dos recursos poderá ser usada para custear a elaboração dos projetos.

A exemplo do PAC 1, o governo Federal vai convocar prefeitos, governadores e seus secretariados para discutir a priorização dos projetos que serão apoiados pelo PAC 2. “Nós não vamos impor nada, queremos ouvir quais são as obras mais importantes para melhorar a mobilidade em cada município ou região metropolitana”, concluiu Fortes.

Fonte: Ministério das Cidades
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Mobilidade urbana desafia grandes cidades como Curitiba, São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Brasília, Recife e Salvador

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Os problemas de mobilidade urbana no Brasil se repetem há anos: excesso de veículos nas ruas, transporte coletivo deficitário e em alguns casos precário, execução lenta de obras de infraestrutura e falta de ações conjuntas entre municípios da mesma região metropolitana. De uns tempos para cá, no entanto, a situação está se agravando. Com o bom momento da economia brasileira e o estímulo da indústria automotiva, ficou mais fácil comprar um veículo. Já chega a 47% o total de domicílios no País que possuem automóveis ou motocicletas para atender o deslocamento dos seus moradores. Em 2008 o número era de 45,2%, segundo estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), que prevê elevação desse porcentual. Esse movimento vai na contramão do que defendem especialistas de trânsito. Segundo eles, se não houver investimentos volumosos no transporte coletivo, a mobilidade deve ficar cada vez mais comprometida e a cena urbana frequente será a dos congestionamentos.

Ao mesmo tempo, as principais capitais estão diante de uma oportunidade única, ao ter pela frente dois grandes eventos que podem mudar esse cenário. Com a Copa do Mundo de 2014 e a Olimpíada de 2016, o País deve receber bilhões em investimentos, dos quais uma boa fatia para a infraestrutura de transportes. Os principais projetos envolvem ampliação e construção de novas vias e principalmente a implantação do sistema Trânsito Rápido de Ônibus (BRT, na sigla em inglês), um estrutura que permite o deslocamento rápido dos passageiros por meio de estações de transferência e corredores exclusivos. Das 12 cidades-sede da Copa, nove têm projeto nesse sentido. As propostas, segundo fontes consultadas pela Agência Estado, não vão resolver todos os problemas, mas podem diminuir de forma considerável os gargalos da mobilidade urbana.

A cidade de São Paulo é de longe o maior exemplo do excesso de veículos nas ruas, com sua frota de 6,9 milhões ante uma população de 11,2 milhões - uma média de um veículo a cada 1,6 habitante. Em 2010, essa saturação causou em média congestionamentos de 99,3 quilômetros nos horários de pico. Os desafios da mobilidade nas grandes cidades, no entanto, não são causados só pela multiplicação dos carros nas ruas. Em Salvador e no Rio de Janeiro, a configuração das vias é espremida entre os morros e o mar, o que dificulta a fluidez do trânsito e impõe soluções de engenharia distintas.

Lentidão na execução de obras de infraestrutura é um outro entrave. São Paulo e Cidade do México, por exemplo, começaram na mesma época a construção do metrô, no início da década de 1970. Hoje, a capital mexicana possui uma malha quatro vezes maior em extensão.

Além disso, há uma forte demanda por transporte coletivo de qualidade, o que, na visão de especialistas, significa atender itens como conforto, pontualidade, frequência e cobertura do trajeto aliados a uma tarifa condizente. Sem essas condições, a população prefere migrar para o transporte individual.

A implantação do BRT é o principal projeto de mobilidade urbana apresentado pelas cidades-sede da Copa para aliviar os gargalos. A proposta consiste em um sistema de ônibus que trafegam em corredores exclusivos e possuem embarque e desembarque ágil, sem degraus (a plataforma fica no mesmo nível do ônibus), maior número de portas e cobrança da tarifa fora do veículo, antes do embarque. O modelo foi implantado com sucesso em Curitiba e exportado para Bogotá, na Colômbia. De acordo com especialistas, como a demanda por transporte coletivo é alta nas cidades, o BRT corre o risco de já nascer operando no limite. O ideal, nesses casos, seria a implantação do metrô, mas que tem um custo final mais alto.

CURITIBA

Pioneira em projetos de transporte urbano, Curitiba luta para continuar como cidade de referência nessa área. Para isso, tenta fazer com que a população diminua o uso do carro. "O automóvel não é sustentável dentro de uma sociedade moderna", afirma Marcos Isfer, presidente da Urbanização de Curitiba (Urbs), responsável pelo planejamento de transporte e trânsito.

Para se ter uma ideia, a capital paranaense registrava em outubro de 2010, segundo o Departamento de Trânsito do Paraná (Detran-PR), 1,1 milhão de veículos, dos quais 845.774 automóveis e 109 mil motos, para uma população de 1,7 milhão de habitantes (Censo 2010 do IBGE). "Há uma excessiva motorização individual. Você exclui crianças e idosos e tem quase um carro para cada dois habitantes. Além disso, o sistema de transporte público está sobrecarregado. Muita gente da região metropolitana usa o transporte de Curitiba", diz Fábio Duarte, professor do programa de Gestão Urbana da PUC-PR.

Para ele, uma das soluções seria a criação de "órgãos gestores de escala metropolitana com poder de decisão", a fim de que Estado e municípios adotem medidas conjuntas para melhorar o transporte público. "Hoje tenta-se resolver no nível municipal um problema que tem escala metropolitana."

A Urbs planeja implantar até a Copa de 2014 o Sistema Integrado de Mobilidade (SIM), um conjunto de obras, equipamentos e softwares para gerir o trânsito e o transporte coletivo de Curitiba. O SIM, por exemplo, terá o Controle de Tráfego em Área (CTA). "Sensores vão acionar o sinal verde quando o ônibus estiver se aproximando do semáforo. Isso prioriza o transporte público e diminui o tempo de viagem dos ônibus", segundo a Urbs

Também haverá o Circuito Fechado de Televisão (CFTV), com acompanhamento em tempo real do tráfego das principais vias. Assim, em painéis luminosos, os motoristas vão receber as informações de como se encontra trânsito nas quadras seguintes.

Novas tecnologias vão beneficiar os usuários de ônibus - são 2,4 milhões transportados por dia útil, em um sistema integrado com tarifa única que atende 93% da demanda, segundo a Urbs. Está prevista uma operação para permitir com que a pessoa saiba em quanto tempo o ônibus vai chegar ao ponto e em que local o veículo se encontra. Existe também a expectativa de introduzir a bilhetagem eletrônica, para que o usuário recarregue o cartão de transporte dentro do ônibus. E serão instaladas câmeras nos veículos e em terminais para proporcionar mais segurança.

A Urbs destaca que desde 2005 todas as obras de reforma ou implantação de equipamentos públicos são feitas de acordo com as normas de acessibilidade. "No sistema de transporte o índice de acessibilidade passou de 42%, em 2004, para 86%, em 2010, e a meta é chegar a 100% até 2012." O órgão também informou que Curitiba tem atualmente cem quilômetros de ciclovias e pretende investir em sua ampliação. "Está em fase final de elaboração um plano diretor cicloviário."

SÃO PAULO

São Paulo tem problemas de mobilidade proporcionais ao porte de sua população de 11,2 milhões de habitantes e, principalmente, da sua frota de veículos (6,9 milhões). A média é de um veículo a cada 1,6 habitante, o que já denota uma alta proporção entre motores e pessoas. Os analistas de trânsito chamam esse fenômeno de "individualização dos transportes", cenário caracterizado pelo excesso de veículos nas ruas e pelos congestionamentos frequentes. Tanto que, hoje, a velocidade média de deslocamento na maior cidade brasileira é de 16 km/h, a mesma de uma carroça

A principal explicação para esse atraso está no desenvolvimento vagaroso da rede de transportes coletivos - ônibus, lotação, trem e metrô. Na capital paulista, a proporção da população que usa esses meios para sair de casa é de apenas 36%, a mesma de 20 anos atrás, de acordo com uma pesquisa da Companhia do Metropolitano de São Paulo (Metrô) que levantou dados de 1987 e 2007. Em Barcelona, cidade considerada modelo nesse quesito, são cerca de 70%. "Sofremos de uma histórica falta de investimentos nos modais coletivos. Hoje, pagamos o preço caro da ilusão da ''sociedade do automóvel''", critica Maurício Broinizi, coordenador da Rede Nossa São Paulo, instituição de defesa de direitos civis.

Os problemas não resolvidos ao longo de décadas desembocaram na adoção de medidas coercitivas. Em 2010, a Prefeitura de São Paulo restringiu o tráfego de caminhões entre as 5 e 21 horas nas marginais e nas principais vias da zona sul. Em 2009, as restrições foram impostas à circulação dos ônibus fretados. Ao mesmo tempo, cresceu a quantidade de equipamentos para fiscalização. Os 530 radares espalhados pela cidade conseguem flagrar, além das restrições já citadas, o desrespeito ao rodízio municipal de veículos e a invasão de faixas exclusivas para ônibus por automóveis.

De acordo com a prefeitura, essas iniciativas, associadas a um novo trecho do rodoanel e a novas estações do metrô, reduziram a média de congestionamento nos horários de pico em 2010 para 99,3 km. O número ficou abaixo dos 100 quilômetros pela primeira vez desde 2007.

Apesar de melhorias para o trânsito no curto prazo, as medidas restritivas são consideradas insuficientes por analistas. De acordo com o Broinizi, é necessário um conjunto de medidas de curto, médio e longo prazo para mudar a situação. Sua proposta, junto com outras organizações da sociedade civil, está em um documento chamado "Plano de Mobilidade e Transporte Sustentável", já aprovado pela Comissão de Finanças e Orçamento da Câmara de Vereadores paulistana. O plano de ação pede mais agilidade na construção do metrô e de uma série de corredores expressos de ônibus (BRTs). Além disso, também recomenda a descentralização dos serviços públicos e centros funcionais, com o objetivo de desconcentrar o tráfego.

RIO DE JANEIRO

A geografia do Rio de Janeiro premia a cidade como uma das mais belas do mundo. No entanto, por estar entre o mar e montanhas, a capital fluminense oferece um desafio constante em relação à mobilidade urbana. Some-se a isso seguidos anos de ausência de planejamento e de prioridade no sistema de transporte, principalmente o coletivo. Um dos resultados desse descaso está em estudo divulgado em dezembro pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Considerando as regiões metropolitanas, o Rio de Janeiro possui o menor porcentual de trabalhadores que se deslocam diretamente para o trabalho com tempo inferior a 30 minutos: apenas 43,9%.

O doutor em Engenharia de Transporte e professor de Engenharia Civil da Universidade Federal Fluminense (UFF), Walber Paschoal, afirma que falta transporte público para atender a demanda. "E o pouco que é oferecido, é de má qualidade." Segundo ele, um entrave na questão da mobilidade também passa pela atenção à "convergência radial" do Rio. "A configuração da cidade é a seguinte: existe um centro comercial e a maioria das viagens converge para aquele ponto. Para esse tipo de situação, o ideal, mostram estudos, é investir em transporte de massa para desafogar as vias", explica.

O secretário municipal de Transportes do Rio, Alexandre Sansão, diz que o porcentual da população que se utiliza de transporte público é de 70% entre as viagens motorizadas, ante um índice de 50% verificado em São Paulo. "Nossa maior tarefa para melhorar os índices de mobilidade é dar eficiência ao transporte coletivo, tanto em velocidade operacional quanto em adequação entre oferta e demanda." Ele admite que há uma oferta de ônibus excessiva nos bairros da zona sul e escassa em regiões mais distantes, como a zona oeste. "Nossa tarefa é reverter esse quadro."

Paschoal concorda, mas mostra certa precaução com promessas: "Há anos é preciso mudar esse quadro, e o poder público insiste em investir em novas vias, em aumentar a largura delas. Essas ações atendem pontualmente, mas a longo prazo voltam os congestionamentos."

Como solução para os principais gargalos de locomoção, Paschoal enumera um planejamento em três pontos. Primeiro, de estratégia, o que significa fazer um diagnóstico da qualidade com que os meios de transporte operam na capital fluminense. Depois, uma ação tática. Com os dados estratégicos em mãos, implantar simulações para observar o impacto que intervenções propostas teriam no sistema de transporte. Por fim, um planejamento operacional. "Acompanhar os efeitos resultantes das ações de estratégia e tática."

Sansão lembrou que a Prefeitura do Rio promoveu em setembro de 2010 a primeira licitação do sistema de passageiros de ônibus de sua história. Em vez de 47 empresas, o sistema passou a ser operado por quatro consórcios. Para ele, o novo marco jurídico permitirá a gestão integrada de uma rede de transporte hierarquizada e com integração tarifária. "O Bilhete Único, que garante a realização de duas viagens (ônibus mais ônibus) ao custo de apenas uma tarifa (R$ 2,40) já está em vigor e vai mudar o padrão das viagens realizadas no município."

Para os Jogos Olímpicos de 2016, Sansão afirma que o Rio contará com quatro corredores de Trânsito Rápido de Ônibus (BRT, na sigla em inglês), sistema que viabiliza o deslocamento rápido dos passageiros por meio de estações de transferência e corredores exclusivos. Serão eles: Transcarioca, TransOeste, TransOlímpica e Avenida Brasil.

Para Paschoal, o governo passará a dar mais atenção ao sistema de transporte com a Copa de 2014 e a Olimpíada. "Vai melhorar a mobilidade. Mas logo, logo estará tudo congestionado de novo", diz, tendo décadas de ausência de planejamento como respaldo para sua previsão.

BRASÍLIA

Cidade planejada, Brasília deveria ser hoje exemplo na mobilidade urbana. Não é. A capital brasileira, com 2,5 milhões de habitantes, segundo o Censo 2010 do IBGE, enfrenta os mesmos problemas que outras capitais de mesmo porte. "Há um rápido adensamento da cidade e do entorno sem controle do uso e ocupação do solo, carência de um sistema viário eficiente e falta de políticas integradas entre os governos federal, distrital e municipal", afirma o secretário dos Transportes, Paulo Barongeno.

O arquiteto e urbanista Valério Medeiros cita que a "forte setorização (bairros distante uns dos outros), resultante do desenho de Brasília, contribui para dificultar a dinamização do espaço". Ele lembra que a cidade detém o título de Patrimônio Cultural da Humanidade, distinção que impede certas mudanças em sua arquitetura.

Medeiros afirma que, além de buscar a integração entre meios de transporte e incentivar a população a diminuir o uso do automóvel, é preciso trabalhar com uma gestão metropolitana. De acordo com ele, além dos cerca de 30 municípios em torno do plano piloto - o projeto urbanístico - há cidades até de Goiás que sofrem influência de Brasília. "Existe a necessidade de uma postura metropolitana, que considere movimentos diários entre todas as cidades. Os municípios crescerem não é um problema. É só necessário que esse crescimento seja acompanhado por políticas públicas."

A Secretaria dos Transportes informa que está em execução o Plano de Transporte Urbano (PTU), a fim de implantar uma "nova concepção de operação do sistema de transporte público coletivo, fundamentada na ideia de integração entre itinerários ônibus/ônibus e ônibus/metrô". O órgão também aponta que trabalha com um projeto cicloviário para Brasília e destacou as obras no Lago Sul e no Lago Norte que preveem sinalização e o "compartilhamento harmônico" das vias entre bicicletas e veículos.

Medeiros vê com bons olhos os projetos de ciclovia, pois, segundo ele, Brasília já possui uma das maiores malhas de ciclovia do País. "O terreno (da cidade) é suave, sem grandes subidas e descidas." O urbanista só lamenta o "preconceito" que algumas pessoas têm em relação ao ônibus e à bicicleta, como se utilizá-los denotasse perda de status. "É preciso uma mudança de cultura."

A obra de maior impacto em Brasília para a Copa do Mundo de 2014 será a implantação de um sistema de Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), um trem urbano com menos capacidade e velocidade que os trens do metrô, porém menos poluidor e barulhento. A verba para a construção do VLT, que custará R$ 263 milhões e vai ligar o Aeroporto Internacional Juscelino Kubitschek ao Terminal da Asa Sul, estão garantidas, segundo o governo.

SALVADOR

Salvador perdeu o título de capital brasileira para o Rio de Janeiro em 1763. Passados 247 anos, a capital baiana quer se reerguer e chegar longe, tornando-se "Capital do Mundo". Este é o título do projeto apresentando em 2010 pela Prefeitura de Salvador, que pretende investir em infraestrutura e mobilidade urbana com o objetivo de preparar a cidade para a Copa do Mundo de 2014. O desafio, porém, será desafogar o trânsito e garantir acesso de transporte público a todos os cidadãos.

Salvador tem os mesmos gargalos das maiores cidades do País, como excesso de carros, aglutinamento da região metropolitana e escassez de transporte de massa. Além disso, a topografia da cidade é acidentada, com praias e morros, cidade alta e cidade baixa, o que dificulta ainda mais o deslocamento. "O trânsito em Salvador é como um caminho de água. Ele escoa das partes mais altas e estreitas para os vales, de maior fluidez. Só que isso tem sobrecarregado as principais vias, que ficam nos vales", explica a pesquisadora Ilce Marília de Freitas, do Departamento de Transportes da Universidade Federal da Bahia (UFBA).

Para evitar congestionamentos de veículos, é necessário aumentar a eficiência do transporte coletivo de Salvador, que transporta apenas 1,7 passageiro por quilômetro, enquanto o ideal seria entre 2,5 e 5 passageiros por quilômetro, segundo Ilce. A ineficiência se deve a falhas na cobertura do itinerário dos ônibus, baixa frequência das viagens e tarifa (R$ 2,30) considerada cara pela população de baixa renda. Isso explica porque 25% a 30% da população se deslocam a pé todos os dias, um índice alto. "Andar a pé ou de bicicleta é bom, mas não serve para grandes distâncias", diz Ilce.

O pacote "Salvador, Capital do Mundo" reúne mais de 20 projetos de mobilidade, entre eles a ampliação da Avenida Paralela, uma das principais vias da cidade, e a construção de duas novas avenidas. O principal projeto é a implantação do sistema de Trânsito Rápido de Ônibus (BRT, na sigla em inglês), inspirado no modelo de Bogotá, na Colômbia. O BRT soteropolitano prevê 20 km de vias, tráfego em corredores exclusivos e ligação com o aeroporto e com a zona metropolitana.

Orçado em R$ 570 milhões, ele faz parte da segunda etapa do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do governo federal e deve ficar pronto em 2013, segundo a prefeitura. "O sistema foi escolhido porque é três vezes mais barato que o metrô e aproveita condições de infraestrutura da cidade", afirma Renato Araújo, chefe da Superintendência de Trânsito e Transportes do Salvador.

Para a pesquisadora da UFBA, o sistema é bem-vindo, mas não resolverá sozinho o problema, pois Salvador demanda transporte de grande capacidade, como o metrô. Nesse quesito, a evolução é lenta: após oito anos de obras, a primeira etapa do metrô (Lapa-Acesso Norte) ficará pronta em 2011.

RECIFE

Pernambuco quer aproveitar a Copa de 2014 para dar ênfase na qualidade do transporte público na região metropolitana de Recife. Com isso, pretende incentivar a população a usar ônibus e metrô e a diminuir o uso do automóvel. A meta é melhorar a mobilidade urbana. O secretário das Cidades do Estado de Pernambuco, Dilson Peixoto, explica que o objetivo é necessário porque as ruas do Recife já estão "fartamente" ocupadas, e a frota de veículos cresce mais de 7% ao ano. "Para piorar, por ser antiga, a cidade possui ruas estreitas e qualquer razoável obra viária tem um custo muito alto de desapropriação."

Peixoto, que acumula o cargo de presidente do Grande Consórcio Recife, responsável por gerenciar o transporte público da capital e região metropolitana, admite que hoje não há qualidade no ônibus e no metrô. "O transporte público tem capilaridade, mas não tem qualidade. É preciso garantir eficiência, conforto e pontualidade para incentivar as pessoas a usá-lo, deixando o carro em casa."

Para a Copa, uma das metas do governo é construir o Terminal de Metrô Cosme e Damião. Com 39,5 km de extensão e 28 estações, a rede de metrô do Recife é atualmente composta pela linha Centro e pela linha Sul. O terminal ficará na linha Centro, entre as estações Rodoviária e Camaragibe. A obra permitirá que passageiros que cheguem à rodoviária tenham acesso à linha BRT Leste-Oeste, ainda em fase de projeto.

A Leste-Oeste terá a implantação de Trânsito Rápido de Ônibus (BRT, na sigla em inglês), sistema que viabiliza o deslocamento rápido dos passageiros por meio de estações de transferência e corredores exclusivos, e vai ligar a Avenida Caxangá à Cidade da Copa, onde serão realizados os jogos, em um trecho de três quilômetros, em São Lourenço da Mata. Nesta região, o BRT fará o atendimento tanto ao terminal integrado e estação do metrô de Camaragibe quanto ao futuro terminal e estação de metrô de São Lourenço.

Nos mesmos moldes será o BRT Norte-Sul, que vai conectar Igarassu, o terminal Joana Bezerra e o centro do Recife. Com 15 km de extensão, terá conexão com os projetos Corredor da Via Mangue e Corredor Caxangá Leste-Oeste. Este abrigará faixa exclusiva de ônibus, ligando a Avenida Conde da Boa Vista à Caxangá, com meta de beneficiar 900 mil pessoas e 27 mil veículos que circulam pela via. Aquele será uma via expressa de 4,5 km com corredor exclusivo de tráfego de veículos para a zona sul da cidade. O projeto também contempla uma ciclovia.

O consultor em transporte urbano Germano Travassos afirma que o "Recife está caminhando para ter uma rede (de transporte) tão densa quanto à de Curitiba". A capital do Paraná é pioneira no País em projetos nessa área e vista como referência. "A região metropolitana do Recife foi a que mais avançou (no País) em termos de ações integradas." O governo espera que essas obras deem qualidade ao transporte público e melhorem a mobilidade urbana. Travassos, no entanto, diz que pouco que tem sido feito para dar conforto e segurança para quem usa ciclovias. "Não temos muito o que apresentar a não ser boas intenções no quesito bicicleta."

BELO HORIZONTE

Belo Horizonte é uma das capitais onde o transporte público mais perdeu espaço nesta década. O número de carros, motos, ônibus e caminhões nas ruas da capital mineira cresceu 84% em nove anos. O salto foi de 706 mil veículos em 2001 para 1,3 milhão em 2010, de acordo com dados da Empresa de Transportes e Trânsito de Belo Horizonte (BHTrans). Entre todas as categorias, o maior crescimento foi visto na frota de transportes individuais: motos (114%) e carros (38,8%). Os ônibus aparecem em terceiro lugar (24%).

O fenômeno é avaliado por analistas de trânsito como o resultado de políticas públicas que privilegiaram, ao longo dos anos, o transporte individual em vez do coletivo. Aumentaram drasticamente os congestionamentos nas ruas, o que configurou um "atentado à mobilidade urbana".

"Com esse crescimento da frota, não há investimento público em túneis e viadutos que suporte a demanda", afirma Ramon Victor Cesar, presidente da BHTrans. Ele conta que, ao mesmo tempo em que a cidade viu expandir sua frota nas últimas duas décadas, o transporte coletivo perdeu muita qualidade, o que acelerou a migração para o transporte individual. "O transporte coletivo ficou insustentável", diz.

Para o presidente da BHTrans, a melhora na mobilidade urbana depende do renascimento dos transportes públicos na matriz de tráfego. Hoje, na capital mineira, 55% dos deslocamentos são feitos por transportes coletivos (ônibus e trens). "Nossa meta é chegar a 70% até 2030, como na cidade de Barcelona", afirma Cesar. "No início da década de 90, esse índice já alcançou 65%, mas foi perdendo participação para os carros".

A Copa do Mundo de 2014 pode acelerar o cumprimento da meta. Belo Horizonte foi a primeira cidade a fechar com o governo federal recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) destinados a melhorias da mobilidade urbana. Até 2014, serão investidos R$ 1,23 bilhão nas obras que incluem o sistema de Trânsito Rápido de Ônibus (BRT, na sigla em inglês) nas avenidas Presidente Antônio Carlos, Dom Pedro I, Dom Pedro II, entre outras, além da ampliação da Central de Controle de Tráfego da BHTrans. Em outra vertente, a cidade também aposta em um ambicioso projeto de 345 quilômetros de ciclovias, o segundo maior do Brasil, atrás somente de Porto Alegre, com 495 km.

Na opinião do professor Nilson Tadeu Nunes, chefe do Departamento de Engenharia de Transportes e Geotecnia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), os BRTs - principais projetos das cidades brasileiras para a Copa - são muito úteis. "Não dá para permitir a concentração em apenas um meio de transporte", diz. Por outro lado, correm o risco de iniciar o funcionamento já no limite da capacidade. Em algumas vias, segundo Nunes, a demanda já supera 40 mil passageiros por trecho a cada hora. O ideal para este fluxo é o transporte por trens urbanos, mas, por falta de recursos, elas não entraram no pacote de infraestrutura para a Copa.

PORTO ALEGRE

Entrar em Porto Alegre pode ser uma tarefa difícil. Sair também. A dificuldade de acesso à capital gaúcha se explica pelos gargalos viários logo no entorno da metrópole, de acordo com avaliação do professor Luis Antonio Lindau, do Laboratório de Transportes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)

Na zona norte, o problema está na saturação da rodovia BR-116, principal passagem para veículos de passeio e carga entre a capital gaúcha e a região metropolitana. A rodovia federal recebe cerca de 120 mil veículos por dia, uma saturação que obriga os motoristas a reduzir a velocidade para 40 km/h em vários trechos.

Na sequência da rodovia fica outro gargalo - a ponte do Rio Guaiba - que liga Porto Alegre ao sul do Estado. A ponte, de 1960, sofre constantes problemas técnicos para içar o trecho por onde passam navios. "Tem vezes que ela sobe e não desce, parando o trânsito", conta o professor. Segundo ele, a tecnologia de içamento está ultrapassada e não serve mais para o cenário atual, em que o fluxo de veículos na região é consideravelmente maior.

Hoje, a solução para os dois pontos de afogamento da mobilidade urbana dependem de grandes obras de infraestrutura. No eixo norte, o prolongamento da Rodovia do Parque, da BR-386 até a BR-290, deve ficar pronto em dois anos, e criará uma rota alternativa entre a região do Vale dos Sinos e parte da zona metropolitana com destino à capital. Já a conexão com o sul do Estado depende de uma outra ponte, que não condicione o tráfego a interrupções, segundo Lindau.

Dentro de Porto Alegre, o excesso de veículos (frota estimada de 542 mil) e motos (72 mil) é o principal problema, associado a corredores de ônibus lotados. A situação tende a se agravar com o crescimento anual da frota estimado em 5%, o equivalente a 30 mil carros e motos a mais por ano. "A motorização será mais forte na periferia, onde os aumentos recentes da renda familiar têm possibilitado à população a compra de veículos", afirma Lindau. "O uso do carro não é um mal em si. O problema está no uso em excesso e nos horários de pico", ressalva.

O único jeito de escapar à paralisia está no investimento pesado em transportes coletivos e alternativas complementares. Nesse quesito, o cenário é otimista. A Prefeitura de Porto Alegre tem dois projetos ambiciosos. O primeiro deles é o de Trânsito Rápido de Ônibus (BRT, na sigla em inglês), um tipo de corredor expandido, com estações fechadas, veículos maiores e faixas exclusivas para o tráfego. Até a Copa de 2014, estão previstas 11 estações, em vias como as avenidas Bento Gonçalves, Assis Brasil e Protásio Alves. De acordo com a Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) de Porto Alegre, o BRT associado a outras intervenções urbanas, como túneis e viadutos, vai desafogar o trânsito no centro da cidade.

A prefeitura também aposta no maior projeto de ciclovias do Brasil. O Plano Diretor Cicloviário, já sancionado, quer expandir a rede atual de 7,9 km de ciclovias para 495 km. Desse total, a prefeitura espera entregar 14 km nas Avenidas Ipiranga e Serório em 2011. "Não pensamos a bicicleta apenas como lazer. Buscaremos integrar as ciclovias ao transporte público, para que o cidadão possa utilizar a bicicleta e ônibus para deslocamentos", afirma a EPTC. (Reportagem de Renan Carreira e Circe Bonatelli)
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Plano Diretor de Mobilidade Urbana de Aracaju é apresentado

sexta-feira, 23 de novembro de 2012


Após um ano de uma série de estudos técnicos e de consultas à sociedade aracajuana, a empresa Rua Viva, em parceria com técnicos da Prefeitura de Aracaju, finalizou o Plano Diretor de Mobilidade Urbana (PMDU). O resultado foi apresentado à imprensa pelo prefeito de Aracaju, Edvaldo Nogueira, na manhã desta quarta-feira ( 21), durante coletiva realizada no auditório do Centro Administrativo Prefeito Aloísio Campos.

O estudo se transformou em um projeto de Lei municipal que será enviado para a Câmara de Vereadores de Aracaju para ser apreciado no ano que vem. Edvaldo destacou que a finalização de um plano tão importante para a cidade é uma alegria, já que ele irá oferecer uma grande contribuição para a mobilidade da capital a curto, médio e longo prazo.

“Pela primeira vez é realizado um amplo estudo científico e que apresenta soluções concretas para a mobilidade urbana. Em consonância com o fim dos estudos, apresentamos projetos no Ministério das Cidades através do PAC da Mobilidade Urbana, e estamos buscando recursos com o Governo Federal no valor de R$ 104 milhões para que o PDMU possa ser colocado em prática”, pontuou Edvaldo, destacando ainda que o futuro prefeito da capital estará amanhã em Brasília para conhecer mais de perto os projetos.

O plano prevê a implantação de quatro corredores para ônibus; a criação de bolsões de estacionamento no Centro da capital, com 1.400 vagas e micro-ônibus circulando gratuitamente desse estacionamento em toda a área do comércio; a construção de um grande terminal de integração na área do mercado, além da reforma dos terminais DIA e Zona Sul. Também prevê a realização de intervenções estruturantes nos pontos críticos da capital, onde há um fluxo intenso de veículos.

“Dentre eles, a duplicação das pontes do São Conrado e do rio Poxim, intervenções no cruzamento da avenida Beira Mar com Tancredo Neves e com Francisco Porto e uma solução para o corredor de ônibus da avenida Rio Branco”, explicou o chefe do Executivo Municipal. Outro ponto de destaque é a implantação de um Centro de Controle Operacional Semafórico, onde os semáforos podem ser controlados à distância por técnicos que estejam monitorando o tráfego e a construção de 150 novos abrigos.

Edvaldo disse aos jornalistas que, anualmente, o trânsito de Aracaju recebe aproximadamente 18 mil novos carros e que as ações realizadas em governos anteriores não tinham trabalhado pensando em soluções em longo prazo. “Esse é um trabalho que irá beneficiar as atuais e futuras gerações e uma grande contribuição à cidade de Aracaju”, lembrando ainda que Aracaju é a primeira cidade do Brasil a elaborar um plano de acordo com a Lei 12.587, sancionada no dia 3 de janeiro pela presidente Dilma Rousseff, que instituiu a política nacional de Mobilidade Urbana.

A partir da próxima semana, a população terá acesso ao documento oficial do Plano Diretor de Mobilidade Urbana de Aracaju através do Portal da Mobilidade www.smttaju.com.br. O documento também está disponível para a população em formato digital na sede da SMTT, localizada à rua Roberto Fonseca (Antiga rua G), nº 200, bairro Inácio Barbosa. Os interessados devem trazer uma mídia (CD ou DVD) para que o arquivo seja gravado.

Informações: G1 Aracaju


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Alerta: 24 obras de mobilidade urbana para a Copa ainda não começaram

quinta-feira, 26 de abril de 2012

O Ministério das Cidades vai começar a visitar, no mês que vem, todas as obras de mobilidade urbana prevista para as cidades que serão sedes da Copa do Mundo de 2014 para tentar agilizar projetos com atrasos. “Iremos visitar todos os municípios e tentar, com os órgãos executores, agilizar onde haja problemas de atrasos nas obras e, naquelas que pudermos adiantar o cronograma, vamos incentivá-los a fazer”, disse o ministro Aguinaldo Ribeiro.

Projeto VLT de Cuiabá ainda está no papel

Segundo o ministro, ainda não foi identificado um comprometimento do calendário das obras para a Copa. “Eventualmente, tem alguma questão ambiental que tem que ser vencida, mas isso ainda não se aponta na Matriz de Responsabilidades para termos o comprometimento dessas obras”. Ribeiro disse que o Ministério das Cidades ainda não recebeu nenhuma informação sobre problemas em contratos com a construtora Delta, suspeita de envolvimento com o empresário Carlos Augusto Ramos, conhecido como Carlinhos Cachoeira, preso por suspeita de corrupção e exploração de jogos ilícitos. “A empresa tem vinculação direta com o órgão contratante, o ministério apenas repassa os recursos. Ainda não tivemos, por parte dos órgãos que estão recebendo recursos do PAC, nenhuma notificação de impacto com relação à retirada da empresa de alguma obra que ela esteja fazendo”.

Das 35 obras de mobilidade urbana que deverão ser feitas nas 12 cidades-sedes da Copa do Mundo de 2014, somente oito já tinham contrato para execução assinado até outubro de 2011. Dessas, apenas em quatro o primeiro desembolso havia sido feito pela Caixa Econômica Federal, enquanto três tinham licitações em andamento e 24 não haviam iniciado sequer os processos licitatórios.

No mês passado, a última informação da Caixa Econômica Federal ao Tribunal de Contas da União (TCU) reportava que, apesar de faltar apenas quatro operações pendentes de contratação, somente oito já tinham desembolso efetuado, o que equivale a 5% do total previsto.

Os dados foram revelados na quarta-feira pelo ministro do TCU Valmir Campelo, responsável pela fiscalização dos recursos federais destinados à Copa do Mundo, em audiência pública na Comissão de Desenvolvimento Urbano da Câmara dos Deputados.
A Caixa é responsável por R$ 5,34 bilhões em financiamentos para os projetos da Copa, dos R$ 10,93 bilhões previstos na Matriz de Responsabilidades, documento que define as responsabilidades da União, de estados e municípios com a execução dos projetos imprescindíveis para a Copa na área de infraestrutura.

Diante da situação, Campelo disse aos membros da comissão que teme que “essas intervenções de mobilidade, se realizadas às pressas, baseiem-se em projetos sem o devido amadurecimento quanto ao seu detalhamento técnico e, mesmo, quanto a sua viabilidade. Preocupa-nos o risco de conceber uma herança que não corresponda às reais necessidades da população ao término dos jogos”.

Segundo o ministro, para que esse legado beneficie de fato a população é necessário que as intervenções de mobilidade urbana sejam executadas dentro de um prévio, amplo e necessário planejamento urbano. “Construções a serem terminadas às pressas podem dar margem a aditivos e dispensas de licitação, justificadas por supostas urgências em face de razões alegadamente não conhecidas. Ou, ainda, a assunção, pelos cofres da União, de providências não tomadas pelos parceiros estaduais ou municipais, como ocorreu nos Jogos Panamericanos. Sem contar que obras extemporâneas, em enormes canteiros a céu aberto, no centro das metrópoles, terminarão por dificultar a mobilidades das pessoas, em um efeito inverso do almejado”

Valmir Campelo destacou ainda questões legais envolvendo tais obras. “Se, à época do Mundial, os empreendimentos não estiverem prontos, as obras não mais se destinarão aos jogos. Os financiamentos, por sua vez, deverão ser computados no limite da dívida, o que, eventualmente, é capaz de repercutir no possível desenquadramento da operação. Se isso ocorrer, poderá haver grave óbice [obstáculo] ao fluxo de recursos. Nessa hipótese, restará uma obra milionária, inacabada e sem recursos para completá-la”, disse o ministro do TCU.

Outra consequência, segundo ele, é que, se as obras não terminarem a tempo, não poderão continuar sob o Regime Diferenciado de Contratação Pública (RDC), que flexionou os procedimentos de licitação para a Copa. A lei que instituiu o regime (Nº 12.462/11) se limita ao Mundial de Futebol e às Olimpíadas de 2016, no Rio de Janeiro. Por isso, o ministro sugere a retirada da Matriz de Responsabilidades da Copa das obras que “sabidamente, não têm condições de ficar prontas”.

Durante a audiência pública com Valmir Campelo, a assessoria da Comissão de Desenvolvimento Urbano (CDU) da Câmara dos Deputados divulgou dados baseados em informações da Corregedoria-Geral da União (CGU) e dos ministério do Esporte e das Cidades. Segundo esse levantamento, do total de investimentos em mobilidade urbana para a Copa, foram contratados R$ 2,7 bilhões (22%) e executados (efetivamente utilizados) R$ 698,03 milhões (5,64%).

De acordo com a comissão, em Brasília, Cuiabá, Fortaleza, Salvador e São Paulo os projetos de mobilidade urbana ainda não foram iniciados. Em Natal, Manaus e Curitiba, os trabalhos não competaram sequer 1% de execução. Do total das 34 obras previstas na Matriz de Responsabilidades, 27 (79%) foram modificadas, acarretando atraso de mais de seis meses no cronograma previsto inicialmente; 25 (73%) foram modificadas com atraso de mais de seis meses para término da obra; 24 (70%) apresentam alteração de valores e dez (29%) se mantiveram fieis ao projeto original.

Informações: Correio do Brasil

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Prefeito eleito de Campinas fala de mobilidade urbana, lista de metas inclui trem até Jundiaí

domingo, 30 de dezembro de 2012

O prefeito eleito Jonas Donizette (PSB) terá que elaborar, até 2015, um plano de mobilidade urbana para Campinas, sob pena de não ter acesso aos recursos federais destinados a executar projetos em trânsito e transporte. A exigência é da nova lei federal de Política de Mobilidade Urbana e vale para todos os municípios com mais de 20 mil habitantes. A prioridade do pessebista nesse plano será o pedestre, depois o ciclista, o transporte urbano, a frota de entregas e serviços, para chegar até a frota de veículos de passeio.
Imagem: TV Correio
No setor de transporte urbano, Jonas diz que pretende articular com o governo do Estado a implantação de um trem metropolitano no trecho Jundiaí-Campinas-Sumaré. Esse trem poderá ter conexão com São Paulo e integrar as malhas ferroviárias do Metrô e da CPTM. Além de desafogar as rodovias, o transporte ferroviário poderá ser mais uma alternativa para deslocamento de pessoas que vivem em uma cidade e trabalham em outra e hoje dependem de carros e ônibus.

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Em quatro anos, Jonas acredita que não terá tempo para implantar metrô, mas diz que quer desenvolver projeto de transporte urbano sobre trilhos, aproveitando os espaços remanescentes dos traçados das antigas linhas ferroviárias e, com isso, estabelecer as bases para um futuro sistema de metrô. “Vamos buscar alternativas, estudar soluções para poder aproveitar, ou ao menos deixar indicado o uso desses traçados.”

A nova legislação diz que as prefeituras podem instalar pedágio urbano, como o de Londres, que cobra uma taxa dos carros que entram no centro da cidade, e implantar o rodízio, como o de São Paulo. Embora drásticas, são medidas que desestimulam o uso do carro e ajudam a desafogar o trânsito, mas que não fazem parte, no entanto, do plano de governo do prefeito eleito. Jonas acha que rodízio não resolve e muito menos o pedágio urbano. “A cidade precisa de investimentos na malha viária, na infraestrutura, na implantação de corredores de ônibus”, afirmou.

Além dos corredores Ouro Verde e Campo Grande, que estão na dependência de liberação de verbas do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) da Mobilidade, Jonas planeja buscar recursos para mais dois: Barão Geraldo (passando pelos Amarais) e marginal da Rodovia Santos Dumont, para poder tirar o tráfego urbano da estrada.

Com os planos, que serão revistos a cada dez anos, os prefeitos não poderão mais transferir para o futuro as soluções esperando recursos federais. A lei exigirá discussão com a sociedade dos aspectos políticos e ideológicos para melhorar a mobilidade urbana. Para o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), a nova lei não é suficiente para garantir a sustentabilidade das cidades — com a ampliação dos investimentos, redução dos congestionamentos e da poluição e a melhoria da qualidade dos serviços de transporte.

O instituto, que apresentou um estudo sobre a nova política de mobilidade urbana, afirma que é preciso o engajamento da sociedade para fazer a lei funcionar, além da capacitação dos agentes municipais, que terão que adequar e implementar as diretrizes e instrumentos da lei à realidade de suas cidades.

Para o diretor da Associação Brasileira de Transportes Públicos (ABTP), José Ribeiro Camargo, não há alternativa à sustentabilidade das cidades sem investimentos no transporte público. “Temos que criar um transporte de qualidade para que as pessoas deixem os carros em casa. Sem isso, as cidades irão parar, congestionadas e poluídas e cada vez mais o trânsito será fator de estresse”, afirmou.

Os projetos de mobilidade urbana  

Pedestres 

- Nivelar, desobstruir as calçadas e definir padrões de pisos que sejam antiderrapantes, com permeabilidade e faixas orientadoras de deficientes visuais 

- Fazer efetiva a acessibilidade visuais das calçadas para todos os usuários e tendo em conta especial pessoas idosas e com deficiências 

- Reorganizar, com o uso de lombo-faixas, os acesso às calçadas para pessoas com deficiência

- Redefinir as localizações de faixas de segurança a fim de eliminar o conflito entre pedestres e veículos

- Manter livre de quaisquer obstáculos - postes, bocas de lobo, lixeiras, vegetação, etc. - as terminações das faixas de segurança. 

Trasporte Público   

- Modernizar a frota de ônibus com opção por soluções menos poluentes

- Promover estudos para ajustar itinerários dos ônibus 

- Dotar de cobertura todos os pontos de ônibus na cidade 

- Criar novos corredores de ônibus, para garantir fluidez de tráfego e a opção para o transporte coletivo

- Controlar com rigor o valor das tarifas do transporte, além de estudar alternativas que barateiam o custo 

- Com a utilização de tecnologia, adotar novos pontos de ônibus painéis com indicação de tempo de espera 

- Apoiar o trem regional expresso ligando a RMC a São Paulo, sem prejuízo para implantação do TAV

- Revisar projetos atuais para os corredores de ônibus e por em circulação os ônibus articulados do sistema de BRT 

- Criar metas para aumentar progressivamente a velocidade dos transportes coletivos 

- Articular junto ao governo do Estado a implantação do trem metropolitano no trecho Jundiaí-Campinas-Sumaré, com possibilidade de conexão a São Paulo e integração a malha do metrô e CPTM

- Desenvolver projeto de transporte urbano sobre trilhos, aproveitando os espaços remanescentes dos traçados das antigas linhas ferroviárias, estabelecendo as bases para um futuro sistema de metrô

- Negociar com os municípios da RMC e com o Estado a criação do bilhete único integrado na região 

- Implantar BRTs, ônibus de trânsito rápido, articulados e biarticulados, com ar condicionado, que transportam até 145 passageiros. A passagem é paga antes do embarque 

- Construir o corredor do Ouro Verde e o corredor do Campo Grande para as linhas do BRT com verbas do PAC 

- Projetar e buscar recursos para a construção de outros dois corredores para ônibus rápido: o de Barão Geraldo, passando pelos Amarais, e o da Santos Dumont  

Por Maria Teresa Costa
Informações: Correio Popular

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Minas Gerais realiza seminário sobre mobilidade urbana

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

A mobilidade urbana na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) começou a ser discutida, na terça-feira (8), em Seminário Internacional promovido pelo Governo de Minas, com o apoio do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). O objetivo do evento, que termina na quarta-feira (9), é promover um espaço de discussão sobre soluções de mobilidade urbana visando ao desenvolvimento socioeconômico da região, por meio da troca de experiências de gestores públicos e especialistas nacionais e internacionais.
No encontro, que será dividido em seis painéis de discussões, serão apresentadas experiências e boas práticas brasileiras e estrangeiras de mobilidade, focando em três eixos de articulação, essenciais para a melhoria da mobilidade urbana das metrópoles: arranjo institucional e financiamento; circulação e planejamento urbano e soluções em transporte de massa.
O público alvo do seminário são os técnicos da área de mobilidade, pesquisadores, acadêmicos, gestores públicos, empreendedores e executivos da área e representantes da sociedade civil ligados ao assunto. “Promovendo um seminário desta importância, fica clara a preocupação do Governo de Minas com os usuários do transporte urbano, que é um gargalo que aflige não só o Brasil, mas todo o mundo. No caso específico da RMBH, ela exige a mais alta dedicação de inteligências, em função da complexidade e das características do transporte de massa local que precisa, portanto, de soluções inovadoras e viáveis”, avaliou o secretário de Estado de Transportes e Obras Públicas, Carlos Melles.
O secretário de Estado Extraordinário de Gestão Metropolitana, Alexandre Silveira, informou que o seminário é a concretização da intenção do Governo de Minas Gerais para o avanço da mobilidade urbana da Região Metropolitana de Belo Horizonte, da trafegabilidade com sustentabilidade e da preocupação com o cidadão.

Transporte na RMBH
Atualmente o transporte na RMBH, composta por 34 municípios, é gerido por 13 agências municipais, duas estaduais e uma da esfera federal. O transporte intermunicipal é de responsabilidade da Secretaria de Estado de Transportes e Obras Públicas (Setop), que faz o planejamento operacional da rede de ônibus, e do Departamento de Estradas de Rodagem de Minas Gerais (DER/MG), responsável pela fiscalização. A Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), através de uma superintendência regional gere o trem metropolitano de Belo Horizonte. O transporte municipal em 13 cidades é gerido pelos próprios municípios, e nos demais o DER/MG também opera o sistema municipal.
O Governo de Minas e a Prefeitura de Belo Horizonte vêm fazendo gestões junto ao governo federal para que algumas necessidades da capital, relacionadas ao transporte de massa e à circulação, entrem na pauta de importantes discussões.

Investimentos
Desde 2003, o Governo de Minas investiu cerca de R$ 3,8 bilhões em transportes e obras públicas, nos 34 municípios da RMBH. Foram realizadas, além das obras de duplicação de vias, construção de viadutos e passarelas, também a construção de escolas, creches, hospitais e outros.

Linha Verde
Foram investidos, por meio do Governo de Minas, cerca de R$ 483 milhões nas obras da Linha Verde, que incluiu a implantação do Boulevard Arrudas, na área central de Belo Horizonte, intervenções ao longo da avenida Cristiano Machado e duplicação do trecho da MG-010, entre a avenida Pedro I e o Aeroporto Internacional Tancredo Neves, em Confins. Foram construídos 20 viadutos, 22 passarelas e duas trincheiras e travessias para pedestres. Foi realizada pintura anti-pichação e recuperação funcional da pista. Outras quatro passarelas serão construídas na Cristiano Machado.
Para a prolongação do Boulevard Arrudas, o Governo de Minas fez a recuperação do fundo do canal do ribeirão Arrudas, no trecho da avenida dos Andradas entre a alameda Ezequiel Dias e a rua Levi Coelho, próximo ao Centro de Especialidades Médicas. Essa intervenção antecede o prolongamento do Boulevard Arrudas, que já tem projeto realizado (estimativa de investimentos de R$ 50 milhões). O projeto prevê a cobertura do ribeirão Arrudas, num trajeto de aproximadamente um quilômetro, entre a alameda Ezequiel Dias e a rua Levi Coelho e no sentido contrário, entre a rua Rio de Janeiro e a Carijós, cujo trajeto tem 1,2 quilômetro.

Antônio Carlos
O Governo de Minas realizou investimentos de cerca de R$ 190 milhões na obra de duplicação da avenida Antônio Carlos, realizada em parceria com a Prefeitura de Belo Horizonte que investiu cerca de R$ 62 milhões. A intervenção fez com que a via tivesse sua capacidade de tráfego dobrada, incluindo pistas exclusivas para ônibus e a construção de sete viadutos e seis passarelas acopladas. Foram implantadas duas pistas com quatro faixas de tráfego e duas pistas exclusivas para ônibus. No momento está em obras o viaduto que fará a ligação da avenida com o hipercentro da cidade, que integrou posteriormente o escopo do projeto.

ProMG
Com relação à melhoria das rodovias estaduais na RMBH, o Governo de Minas, por meio do Programa de Recuperação e Manutenção Rodoviária do Estado de Minas Gerais (ProMG), destinou R$ 51,5 milhões para recuperação, manutenção e conservação, por um período de quatro anos, de 347,1 km de vias da Coordenadoria Regional de Belo Horizonte, que contempla os municípios da RMBH, por meio de contrato entre o DER/MG e empreiteira vencedora da licitação.

PAC Arrudas
Em parceria com o governo federal e as prefeituras de Belo Horizonte e Contagem, o Governo de Minas está investindo cerca de R$ 32,2 milhões na requalificação urbana e ambiental do ribeirão Arrudas. Atualmente o investimento total soma R$ 208 milhões, sendo 75% de repasse da União, 12,5% do Governo do Estado, 6,25% da Prefeitura de Contagem e 6,25% Prefeitura de Belo Horizonte.
Entre as intervenções estão a construção de 672 apartamentos de dois e três quartos para reassentamento de famílias que ocupam área de risco; remoção de outras 124 famílias para habitações já existentes, dentro dos critérios do Programa Reassentamento Monitorado (Remo) da Prefeitura de Contagem; canalização de dois trechos do ribeirão Arrudas, bem como a extensão da avenida Tereza Cristina em 2,7 quilômetros, com impacto positivo no trânsito e no transporte na região; melhoria nas condições de saneamento e para a saúde da população. Serão beneficiadas diretamente cerca de 300 mil pessoas e outras 600 mil que moram no Vetor Oeste da RMBH serão beneficiadas indiretamente.

Proacesso
Taquaraçu de Minas era o único dos 34 municípios da RMBH que, em 2003, não contava com rodovia asfaltada até o seu perímetro urbano. Com investimentos de cerca de R$ 3,21 milhões, foram asfaltados os 9,3 quilômetros da rodovia que ligava a sede do município à BR-381, de um total de 13,1 km.

MG-020
As obras de duplicação na MG-020, entre Belo Horizonte e Santa Luzia, com 6 km de extensão, tiveram investimento de cerca de R$ 34 milhões. Também foi realizada a desapropriação necessária, ponte sobre o córrego Isidoro, obras de contenção e construção de passarela.
Reestruturação do Sistema de Transporte Metropolitano
Um novo modelo do Sistema de Transporte Metropolitano entrou em operação em 2008, quando a Setop transformou o atendimento das linhas da RMBH em sete redes integradas de transportes, RITs. A frota foi numerada com quatro algarismos, não existindo mais as letras anteriormente utilizadas no final de cada série. O critério utilizado, para definir a sequencia numérica, foi criado de acordo com o número do consórcio vencedor da licitação em que a linha irá atender. Dentre os diversos benefícios para os usuários destaca-se a renovação da frota, nova pintura externa que facilita a identificação, bilhetagem eletrônica (Cartão ÒTIMO), integração ônibus-ônibus e ônibus-metrô e o próximo passo será a construção de terminais metropolitanos que farão a integração dos ônibus.


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Ônibus, trem, metrô ou bicicleta: deixe o carro para ir à Copa de 2014

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Renato Boareto é coordenador da área de mobilidade urbana do Instituto de Energia e Meio Ambiente (Iema), organização que apoia governos e movimentos sociais com estudos para a formulação de políticas públicas no setor. Nesta entrevista, Boareto fala sobre as oportunidades abertas pela Copa de 2014 e Olimpíada de 2016 e defende ações que limitem o uso do veículo particular e estimulem investimentos no transporte público integrado com ciclovias e trajetos a pé.
Qual a proposta do Iema para aumentar a mobilidade nas cidades brasileiras? Defendemos o aumento da participação do transporte público em detrimento do transporte individual. Achamos que a mobilidade urbana deve ser entendida como um instrumento para a melhorar a qualidade de vida nas cidades. Desta forma,mesmo quando o transporte coletivo é ruim, o transporte individual é o pior para a cidade. Em nossa visão, para aumentar a participação do transporte público, a abordagem deve partir de uma política de mobilidade que considere como as pessoas se locomovem em cada localidade, melhorias na eficiência dos veículos e critérios sobre o tipo de motor e combustível a ser utilizado.

O que é o programa BRT Brasil?
Com os investimentos do PAC da Copa e do PAC da Mobilidade, muitas cidades estão apostando nos benefícios de um transporte como o BRT. Estamos acompanhando esses projetos, envolvidos no Programa BRT Brasil, em fase de articulação, do qual também participam a Associação Nacional de Transportes Públicos (ANTP), Fórum Nacional de Secretários e Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos NTU). Queremos contribuir para que os corredores de ônibus a serem construídos nas cidades-sede da Copa de 2014, assim como os do PAC da Mobilidade (24 cidades), sejam implantados com uma boa estrutura e da forma a mais eficiente possível.  

O que diferencia o BRT de um simples corredor de ônibus?O BRT deve ter via exclusiva. Fora isso, o sistema admite vários formatos, que vão desde uma simples faixa preferencial, digamos com horário limitado, até um modelo que incorpora o conjunto de ferramentas ou serviços já concebidos para este tipo de transporte. Por exemplo, em Curitiba funciona em canaleta no canteiro central; já noutros lugares, como no corredor da Rebouças, em São Paulo, o veículo corre à esquerda da faixa central. Existe essa flexibilidade: o BRT pode ir incorporando aprimoramentos, como uma plataforma elevada, a bilhetagem eletrônica etc. Também pode utilizar ônibus articulados e bi-articulados. O veículo pode sair do terminal e parar só no destino final, como ir parando, entre terminais, ou em cada ponto pelo trajeto. São várias as combinações possíveis e essa flexibilidade permite que o sistema seja aplicado a uma metrópole ou a uma pequena cidade. 

Qual a vantagem do BRT em relação a outros tipos de transporte público? Não defendemos uma ou outra tecnologia, em si mesma, mas trabalhamos para buscar o tipo de transporte mais adequado a cada cidade em questão, à demanda de passageiros do lugar. O metrô, por exemplo, com elevada capacidade de passageiros, é adequado a uma cidade como São Paulo, onde aliás cabe de tudo. Para cidades com características metropolitanas, como São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, ou Salvador, o modelo mais correto é o que incorpora um leque integrado de modais. Já numa cidade média, o metrô seria exagerado. Há gradações de tecnologia veicular, e a decisão sobre qual o melhor deve pesar: o porte da cidade, a demanda de passageiros, a capacidade de investimento e o projeto urbanístico, o planejamento urbano. Há outras soluções sendo consideradas, como o VLT que atende a uma demanda parecida com a do BRT. Para a Copa do Mundo, a questão do prazo, o ano de 2013, deve influir sobre os investimentos a serem feitos nas cidades-sede.

Como um transporte por ônibus, como o BRT, pode ser um sistema "limpo"?
Depende do combustível. E logo mais, em 2012 ou 2013, vence o prazo para que os novos ônibus passem a usar o diesel mais limpo (com menores emissões de enxofre). Os ônibus dos BRTs serão movidos a esse diesel, com menores emissões de poluentes. Não está previsto ainda, mas os novos BRTs poderão ingressar numa nova fase, a dos motores elétricos + diesel, ou etanol. 

Como as cidades-sede da Copa estão pensando a mobilidade urbana? Posso citar Belo Horizonte, por exemplo, como uma cidade que elaborou planos de mobilidade na linha do que defendemos, de aumentar o acesso da população ao transporte público, e integração deste com outros meios de locomoção. Em BH, a área central está priorizando o pedestre e reduzindo espaços para o automóvel particular. Em Brasília, uma ciclovia de 600 km está parcialmente implementada. Já em São Paulo, falta um plano abrangente de mobilidade, que veja por exemplo o sistema cicloviário como estruturador da malha de transporte.

O melhor sistema é o que integra BRT, metrô, ciclovia e ônibus? Qual a importância da bicicleta? Para haver mobilidade é importante que o planejamento incorpore a bicicleta e o deslocamento dos pedestres ao transporte público por ônibus ou trem. Que veja a bicicleta com veículo de alimentação para o sistema de transporte, com estacionamento, apoio ao ciclista, racionalidade nos trajetos. Não só ciclovias, mas deve-se dotar as vias com soluções como o "traffic calming", para moderação no uso do carro. E ainda estimular as pessoas a usarem a bicicleta nos bairros, apresentando trajetos inter e intra bairros. Não basta olhar apenas a fluidez do transporte, mas a segurança na travessia por calçadas, pensar em modos integrados ou viagens curtas, a pé ou de bicicleta. São componentes que melhoram a qualidade de vida nas cidades.  

Algo mudará no transporte público nos próximos anos?O PAC da Mobilidade e o PAC da Copa abrem esta possibilidade única de o país ingressar no maior ciclo de investimentos em transporte público desde a década de 1980. São cerca de 35 bilhões de reais do governo federal, fora os recursos que virão dos estados. Defendemos que sejam investimentos permanentes em sistemas de transporte público. Para sabermos o retorno social e ambiental destes investimentos, estamos estudando o impacto destes recursos, e produzindo argumentos que levem as cidades a pararem de priorizar o transporte individual. Até junho esse estudo deve gerar dois produtos, disponíveis a governos e sociedade civil, com um retrato da realidade das cidades e propostas para que os planos diretores incorporem o planejamento para a mobilidade.

Fonte: Portal 2014

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