A transição elétrica do transporte público em São Paulo acaba de receber um reforço bilionário. O Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) aprovou, no dia 12 de maio de 2025, um financiamento de US$ 248,3 milhões — aproximadamente R$ 1,4 bilhão — para apoiar a expansão da frota de ônibus elétricos na capital. O plano prevê a incorporação de até 2.200 veículos movidos a bateria até 2028.
O financiamento foi aprovado na modalidade de Empréstimo Baseado em Resultados (EBR), vinculando o repasse de recursos ao cumprimento de metas. Entre elas, está a aquisição mínima de 582 ônibus elétricos até 2030, como parte do esforço da cidade para reduzir as emissões no setor de mobilidade.
De acordo com o BID, o programa vai beneficiar diretamente os cerca de 7 milhões de passageiros que utilizam o transporte coletivo diariamente em São Paulo. Os efeitos indiretos devem alcançar toda a população da capital (11,5 milhões de habitantes) e da região metropolitana (21,5 milhões), com a expectativa de melhoria na qualidade do ar.
O projeto também contempla investimentos em ferramentas de apoio à gestão do transporte público, com foco em eficiência operacional e planejamento. Segundo o BID, o impacto será particularmente relevante para cidadãos de baixa renda e mulheres, que representam a maior parte dos usuários do sistema.
A Prefeitura de São Paulo destaca ainda os benefícios operacionais da eletrificação. Além de serem menos poluentes, os ônibus elétricos oferecem uma operação mais silenciosa, ar-condicionado, entradas USB e conexão Wi-Fi, o que representa avanços na experiência de viagem para passageiros, motoristas e cobradores.
Com a aprovação do BID, o próximo passo é a análise do financiamento pelo Senado Federal, em Brasília. A liberação dos recursos depende da aprovação legislativa. Caso o processo avance, São Paulo se compromete a cumprir o prazo de amortização de 15 anos.
O investimento faz parte da estratégia municipal de descarbonização do transporte público, em linha com o Plano de Mobilidade Urbana Sustentável e a Política de Mudanças Climáticas. A cidade busca reduzir progressivamente o uso de combustíveis fósseis, com a meta de eletrificar grande parte de sua frota até o fim da década.
O prefeito Ricardo Nunes (MDB) destaca que os ônibus elétricos representam uma economia significativa no longo prazo. De acordo com os cálculos apresentados, o custo mensal de operação de um ônibus a diesel é estimado em R$ 25 mil, enquanto um elétrico tem despesa de cerca de R$ 5 mil, gerando uma economia de R$ 20 mil por veículo por mês.
Informações: UOL
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