“Vou ter que gastar R$ 5,00 por dia para poder trabalhar e isso pesa para mim e para muita gente”, diz Carina Gutierrez, de 33 anos, entregadora de marmitas.
Já quem trabalha com carteira assinada tem o índice de desconto no holerite previsto em lei de 6% do salário para o transporte. O empregador é o responsável pelo encargo. O trabalhador que recebe salário mínimo – reajustado de R$ 415 para R$ 465 – e usa dos ônibus terá R$ 27,90 de desconto.
Enquanto quem vive na informalidade, que é a maioria da população, e utiliza seis vezes na semana o transporte público tem que deixar R$ 132,00, ou seja, 28% do salário mínimo e cinco vezes o considerado ideal (6%) para o equilíbrio das finanças, segundo especialistas na área de economia.
Os dados do Perfil Sócio-Econômico mostram que em 1998 foram contabilizados 255 mil passageiros por dia, em 1999 o índice já havia caído para 242 mil, em 2000, nova queda de 14 mil, passando para 228 mil passageiros. No ano seguinte, 215 mil passageiros, em 2002, o decréscimo não foi tão acentuado, mas significou cinco mil passageiros a menos – 210 – enquanto em 2003 ficou em 200 mil passageiros, sendo que do ano passado ainda não foi revelado.