O morador da Região Metropolitana de São Paulo utiliza mais o próprio carro do que os ônibus, mais os ônibus do que o metrô, mais o metrô do que os trens. Também se desloca cada vez mais em motocicletas, em veículos escolares, em bicicletas. E cada vez menos nos táxis. Mas para o morador do maior conglomerado urbano da América Latina, a julgar pelo número de viagens realizadas num dia, o meio de transporte mais comum continua sendo o mais simples - esse morador ainda anda, e muito, a pé.
Trata-se, porém, de uma tendência de aumento muito inferior à ascensão verificada no número de viagens de ônibus, o transporte coletivo mais utilizado. Em 2007, foram cerca de 9 milhões de deslocamentos diários de ônibus, ante 7,2 milhões de viagens por dia em 1997 - aumento de 25%, três vezes superior ao verificado nas viagens individuais de carro. Isso tudo, considerando aumento de 16% na frota de automóveis.
Ir ao trabalho e voltar é, de fato, a razão maior das viagens - envolve cerca de 17 milhões (44,5%) dos 38,2 milhões de deslocamentos (motorizados ou não) por dia. Educação vem logo atrás, como motivação para 13 milhões de viagens (34% do total). Notam-se, também, algumas surpresas, nos hábitos de deslocamento do morador da região metropolitana: como explicar, por exemplo, que o número de viagens a lazer tenha diminuído nesse espaço de dez anos ou que o número de deslocamentos destinados a compras tenha permanecido no mesmo patamar, com aquecimento da economia e tudo? “Por segurança, ou para não enfrentar congestionamentos, as pessoas podem estar preferindo o lazer doméstico. As casas, hoje, estão realmente mais confortáveis”, afirma Gomide. “Até mesmo para compras pelo serviço eletrônico.”